"Força de Intervenção" ("Strike Force" no original) foi uma série norte-americana de 1981, que em Portugal passava em 1982-1983 na RTP1, nas sextas à noite a partir de 12 de Novembro de 1982, logo a seguir ao clássico da comédia "Gente Fina É Outra Coisa", em substituição de "Hill Street". A série incluia-se no género "equipa especial que resolve os crimes que mais ninguém consegue". E os criminosos do pior geralmente acabavam falecidos com alergia a chumbo, cortesia desta força da Polícia de Los Angeles. E segundo a Wikipedia, "Strike Force" chegou a ser considerada a série mais violenta na televisão norte-americana na altura.
Além do episódio piloto de 90 minutos de duração, 19 episódios (ou 20 se contarmos o episódio "The Judge" que nunca foi confirmado se foi sequer filmado e que contaria com a participação especial do Dr. McCoy da Star Trek original: DeForest Kelley) foram produzidos para o canal ABC, pela produtora ASP (Aaron Spelling Television - que nos trouxeram, entre outros: "Beverly Hills 902010", "Dinastia", "O Barco do Amor" ou "Os Anjos de Charlie").
Do que vi, parece-me na linha de "Brigada Especial/Special Squad", e a Wiki ainda fala num mix de Dirty Harry e Missão Impossível.
O genérico inicial de "Força de Intervenção":
No elenco Robert Stack ("Aeroplano", a série "The Untouchables") como o incorruptível capitão Frank Murphy, Dorian Harewood ("Vidas Em Jogo", ) como o destemido sargento Paul Strobber, Richard Romanus ("Os Cavaleiros do Asfalto") como o mulherengo tenente Charlie Gunzer, Michael Goodwin como o novato - pelo menos em idade - sargento Mark Osborne, Trisha Noble (a estrela pop adolescente australiana nos ano 60 Patsy Ann Noble, mas com muitas participações em série e filme até recentemente, num cameo no Episódio III da Guerra das Estrelas) no papel da viúva e durona sargento Rosie Johnson e Herbert Edelman ("Crime, disse ela", "Sarilhos com elas") como comissário Herb Klein.
A cena inicial do episódio piloto, com a equipa undercover:
Voltando ao conteúdo violento da série, pesquisando na imprensa da época, no "Diário de Lisboa", além de algumas fotos de promoção, encontrei vários textos pela caneta do critico da casa, Mário Castrim, que como seria de esperar atribui a causa de todos os males da sociedade ás séries provenientes do demónio imperialista americano (os termos são meus, mas basicamente é isso que escorre da prosa de Mário Castrim).
"Os responsáveis da RTP não ignoram que estão induzindo ao crime, como na publicidade estão induzindo à compra."
Diário de Lisboa - 13 Novembro 1983 |
"Não há interesse que motive a atenção do espectador - o envolvimento inteligente da história, a caracterização dos ambientes, uma certa realidade humana das personagens. Nada. Só a vertigem do crime(...)", resume-se a pouco mais que isto a critica propriamente dita. O resto é o habitual histrionismo e alarmismo mergulhado em propaganda.
Diário de Lisboa - 28 Janeiro 1983 |
Diário de Lisboa - 12 Fevereiro 1983 |
Da critica à estrutura de Força de Intervenção "Trata-se de uma série com os rodriguinhos americanos, em pleno. Não exige do telespectador (...) um mínimo esforço de adesão inteligente. Pretende convencer pela brutalidade, pela violência, pela vertigem dos golpes, das perseguições, das agressões" até à generalização vai apenas uns parágrafos: "as séries (...) são conscientemente falsificadoras da realidade."
Diário de Lisboa - 7 Janeiro 1983 |
Diário de Lisboa - 21 Janeiro 1983 |
Nota: Na rádio M80, a rubrica "Máquina do Tempo" abordou a "Força de Intervenção" no episódio de 15 de Janeiro, fazendo referência aqui à Enciclopédia de Cromos. Podem ouvir/fazer download do podcast aqui: "Força de Intervenção,uma série do inicio dos anos 80 que passou pela RTP.".
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