segunda-feira, 31 de maio de 2021

Tarzan: The Epic Adventures / As Aventuras de Tarzan (1996-1997)

 


A voz-off do genérico de  "Tarzan: The Epic Adventures" faz um bom trabalho ao descrever a série:

"Tarzan! Órfão ao nascer na África mais escura. Criado pelos grandes macacos. Ele cresceu no mundo primitivo da selva até que o destino o colocou cara a cara com seu passado. Tomando o seu lugar de direito como Conde de Greystoke, Tarzan logo se desencantou com a civilização. Ele voltou para casa em África. Tarzan, Senhor da Selva!"

Portanto, no inicio da série Tarzan (Joe Lara, de "American_Cyborg: Steel Warrior", "Steel Frontier") vive entre a civilização mas ainda não casou com Jane. Vai regressar a África para lidar com ameaças como o Conde Rokoff e a Raínha Mora, e acaba por ficar para viver mais aventuras.

Segundo o IMDB chegou aos ecrãs portugueses em 16 de Fevereiro de 1997, mas não encontrei confirmação dessa data, apenas a partir de 16 de Março de 1997, com o título "O Regresso de Tarzan" ás 15:55 da tarde de Domingo. Deve ter sido o episódio piloto duplo, porque têm o mesmo nome, "Tarzan Returns". 


E os próximos episódios que encontro nas programações são já a 25 e 26 de Abril de 1997, sexta-feira e sábado, respectivamente com o nome "As Aventuras de Tarzan". De qualquer forma, manteve o horário do Sábado à tarde. Por uma semanas, até regressar ao Domingo (depois de "O Caminho das Estrelas") e na quinta-feira anterior. Como é possível acompanhar algo na TV assim? Felizmente actualmente os canais já não fazem coisas dessas... 


Alguns fãs online elogiam a adaptação dos livros originais, até na vertente de ficção cientifica e muita fantasia, e de crossovers com outros personagens do mesmo criador, e foi das poucas produções dedicadas ao Homem-Macaco que foram gravadas no continente africano

Joe Lara (que faleceu em 2021 num acidente de avião) já tinha interpretado Tarzan num filme não relacionado com a série: "Tarzan in Manhattan" (1989). Curiosamente, Lydie Denier ("Conan The Adventurer") a "Olga de Coude" já tinha feito de Jane numa série do inicio dos anos 90: "Tárzan" (1991-94), uma co-produção francesa, canadiana e mexicana.


O Tarzan que conheço melhor é o "Tarzan Boy" dos Baltimora, estou a brincar... Recordo também de ver action figures com o logo da série à venda, e até consegui um par delas numa feira de velharias alguns ano atrás. E pelo estilo das figuras, julguei que pertencessem a alguma série animada que eu desconhecesse. 

Nem um mês depois da emissão do ultimo episódio; em 1999 estreou a animação da Disney que redefiniu o personagem para uma nova geração, "Tarzan" (1999), com uma "ajudinha" das canções de Phil Collins para a banda sonora, incluindo a vencedora de Óscar e Globo de Ouro "You'll Be in My Heart"; que em Portugal, na versão do filme foi cantada por Luís Represas e Rita Guerra. Mas isso, é outra história...

terça-feira, 25 de maio de 2021

Europa TV e o "Europa Countdown" com Adam Curry (1985-86)

 por Paulo Neto

Depois de décadas a fio de isolamento face ao resto do continente, nos anos 80 Portugal abraçava como nunca a sua identidade de país europeu. E em 1986, o ano em que aderiu à então CEE / futura União Europeia, Portugal integraria o primeiro grande projecto televisivo pan-europeu. 


A Europa TV consorciava cinco estações públicas europeias: a NOS dos Países Baixos (o país onde foi sediada), a ARD da Alemanha Ocidental, a RAI da Itália, a RTÉ da Irlanda e a RTP de Portugal. Em 1982, existiu um projecto-piloto, o Eurikon, que transmitiu em circuito fechado durante cinco semanas.



As emissões da Europa TV iniciaram-se a 5 de Outubro de 1985, apenas para holandês ver. Mas gradualmente estenderam-se aos outros países parceiros, via cabo e satélite. Já em Portugal, por ainda não ter televisão por cabo e a TV por satélite ainda ser pouco expressiva, optou-se por integrar as emissões da Europa TV na programação da RTP2. Durante a semana, a Europa TV ocupava a emissão desde a abertura do segundo canal às 16 horas até 20 horas e aos fins-de-semana, tinha um espaço durante a noite, por volta das 21:30, geralmente com cinema ou as artes de palco.

Exactamente sete meses depois do seu início, a Europa TV estreava-se em Portugal no dia 5 de Maio de 1986. Segundo o Diário de Lisboa, foi esta a programação do primeiro dia:

16:30 Um boletim meteorológico. "Sem palavras, mas perfeitamente entendível" segundo a crónica de Mário Castrim no DL.
16:35 Alô Europa, Aqui Portugal: Um documentário que pretendia mostrar aos europeus os encantos de Portugal, então ainda algo desconhecidos lá fora. E pelos vistos, segundo a mesma crónica de Castrim, o encanto principal foi o fado. 
ACTUALIZAÇÃO: O canal PT Archive disponibilizou no YouTube um excerto deste programa que inclui uma actuação de Linda de Suza.



16:50 Tempo Dos Mais Pequeninos: Espaço de desenhos animados com "Tik Tak", "Emília" e "Atenção Biótopo". Sobre estas últimas séries não me lembro de nada, mas de "Tik Tak", as minhas memórias estão mais vivas, até porque foi reposta na RTP 2 em 2004. Tratava-se de uma série belga produzida no início dos anos 80 destinada a crianças até aos 4 anos, sem diálogos, com várias sequências animadas, quer com desenhos, stopmotion ou imagem real. Cada episódio começava com uma ovelha numa plataforma giratória e terminava com uma sequência em que uma sombra feminina (da actriz Ann Ricour) a interagir com cenas desenhadas. Pelo meio, havia planos de uma criança envolvida numa qualquer brincadeira enquanto se ouvia o tiquetaque de um relógio. Ao todo foram produzidos 366 episódios que foram produzidos para serem exibidos um por dia ao longo de um ano. Na Bélgica flamenga, "Tik Tak" foi repetidamente exibida entre 1981 e 1991 e foi um dos programas belgas mais exportados chegando a 30 países, incluindo a Arábia Saudita e a África do Sul. Segundo o criador Mil Lessens, ele teve a ideia para a série ao observar um grupo de crianças fascinadas com uma transmissão da lotaria na televisão. Alguns episódios estão disponíveis no YouTube Kids.


17:15 Europa Countdown: com um subtítulo português "Contagem Rock"
18:00 Agenda Semanal com a programação para a semana em curso.
18:30 O Mundo Amanhã: no original "World Watch", era o espaço informativo. Segundo a crónica do fórum "A Televisão" sobre a Europa TV, havia também outro bloco informativo, o "Europa Report", percursor do EuroNews na forma como divulgava as notícias sem pivots. 
18:40 Culinária Europeia: Os Chefs de Lisboa: Neste dia com Portugal em destaque, Sandy Lesberg foi conhecer alguns dos mais badalados restaurantes da capital como o Ritz, o Tavares, o Aviz e o Pajem.   
19:10 A terminar, um documentário sobre o lendário grupo de folk irlandês The Chieftains e a sua digressão pela China.   

Como eu já referia algumas vezes neste blogue, eu passei os primeiros doze anos da vida sem a RTP2 sintonizada na televisão da minha casa, como tal as minhas visualizações da Europa TV foram em casa alheia, nomeadamente em casa da minha avó Ana e na casa da Dona Corina, madrinha do meu tio Jorge e que foi para mim como uma terceira avó. Mas mesmo assim, lembro-me do meu eu de seis anos acompanhar sobretudo o espaço infantil e o "Europa Countdown", sobretudo durante as férias grandes. 

Entre as outras séries que passaram pelo espaço infantil havia "Bojan", uma série da então república jugoslava da Eslovénia sobre um gato que fazia desenhos num fundo branco que ganhavam vida, "Plastinots" série de animação em stop-motion com divertidas figuras de plasticina, "A Volta Ao Mundo de Willy Fogg" que dispensa apresentações e até uma reposição do "D'Artacão", onde curiosamente os primeiros episódios foram exibidos em versão legendada mas depois regressou a dobragem portuguesa original de 1983. 

Outra série que me lembro de seguir na Europa TV no Verão de 1986 era a série anime japonesa "O Mundo Mágico De Gigi" ("Mahou no Princess Minky Momo", de 1982) sobre uma princesa, a titular Gigi, de um mundo encantado que vem à Terra com a missão de devolver os sonhos aos terrestres. Gigi tinha uma varinha mágica que a fazia transformar-se numa versão dela com uma profissão adequada à situação e tinha vários amigos animais, um cão, um macaco, um pássaro e um gato. Eu lembro-me de ter ficado chocado com o final em que Gigi morre atropelada por uma carrinha cheia de brinquedos, reencarnando mais tarde como o bebé do casal terrestre que ela tinha enfeitiçado para que eles a tomassem como sua filha. A série depois teve um filme e uma série-sequela que passou no Canal Panda.




Mas o ex-libris da Europa TV era sem dúvida do "Europa Countdown" (que na verdade era uma versão europeia do programa holandês do mesmo nome), um híbrido de programa de videoclips e de actuações ao vivo. Numa altura em que a MTV era uma miragem (aliás a MTV europeia só iniciaria em 1987), foi através deste programa que a juventude tuga da altura ficava a par da música que se fazia lá fora. O apresentador era Adam Curry, um americano natural do estado de Virgínia expatriado nos Países Baixos, que depressa se tornou um ídolo em Portugal. E não tardou para que o nosso país deixasse a sua marca no programa: no dia de estreia nacional da Europa TV, a crónica de Mário Castrim no "Diário de Lisboa" refere que durante uma entrevista à cantora Princess (conhecida pelo tema "Say I'm Your Number One"), Curry referiu que a partir de então já podiam ser vistos em Portugal (apesar de que ao parece, essa primeira emissão foi emitida sem legendas).

 
Adam Curry entrevistando a cantora Kim Wilde


Não tardaria até que o apartado do programa na cidade de Hilversum fosse inundado com cartas de portugueses com pedidos de videoclips (chegaram a ser 300 por dia!) e sempre que um tuga era mencionado no programa, havia regozijo geral tal era o esparso reconhecimento internacional que Portugal tinha altura. Aliás, a minha primeira memória do "Countdown" foi a de Adam Curry a ler uma carta de duas portuguesas chamadas Vera e Lúcia que pediam a exibição do videoclip de "Sex Crime (Nighteen Eighty-Four)" dos Eurythmics
Adam Curry veio algumas vezes a Portugal onde foi recebido com honras de superestrela. Segundo Nuno Markl na "Caderneta De Cromos", ele gravou alguns segmentos para o "Countdown" no nosso país, como por exemplo na discoteca Kiss em Albufeira, e entrevistou Lena D'Água que nesse Verão de 1986 teve um enorme hit com "Dou-te Um Doce" e o respectivo videoclip filmado nas Azenhas Do Mar com um cameo do irmão Rui Águas foi exibido no programa para a Europa ver. Markl refere ainda um episódio em que o Canal Zero, uma televisão pirata de Odivelas, conseguiu descobrir Adam Curry quando ele almoçava numa típica tasca lisboeta e fazer com que ele dissesse algo atónito "kahnall zerrow". 

No seu auge, a cobertura da Europa TV chegou a 4,5 milhões de espectadores (um terço dos quais em Portugal). Porém em Novembro de 1986, a Europa TV chegou ao fim quando esgotou o seu orçamento de 30 milhões de ECUs (materializados em 35 milhões de francos suíços), financiados pela Comissão Europeia, o governo holandês, as estações parceiras e contratos publicitários, que era suposto durar até 1988. A última exibição em Portugal foi a 29 de Novembro de 1986 com o clássico do cinema europeu "Metrópolis". 


Contudo a RTP2 ainda exibiria depois um equivalente do "Countdown" produzido pelo canal de cabo Music Box. Adam Curry regressaria à sua América natal no final dos anos 80 onde passou pela MTV americana e anos mais tarde seria um dos inventores do conceito de podcasting. 


sexta-feira, 21 de maio de 2021

O Cristal Encantado / The Dark Crystal (1982)

“The Dark Crystal” estreou nos EUA a 17 de Dezembro de 1982, e em Portugal apenas a 6 de Abril de 1984 - segundo o IMDB - com o título "O Cristal Encantado".

 


Confesso que não sou super-fã dos Marretas como parece ser o caso da minha geração. Gostava do Fraggle Rock e dos Marretinhas (Muppet Babies - 1984-91), via a Rua Sésamo (1989-96), mas a série principal com o sapo Cocas e a Miss Piggy nunca ressoou comigo. 

 


Talvez por causa disso ainda não tenha visto esta fita realizada pelo Criador (dos Marretas), o mítico Jim Henson e por Frank Oz (o lendário Yoda e muitos Marretas). Mas, tenho em cassete VHS, em espanhol… Ao contrário do que o magnifico poster de Richard Amsel no topo do artigo sugere, não é uma animação, mas um filme em imagem real com Marretas, está claro. Os personagens não têm relação com os das séries e filmes anteriores do universo Henson, e os designs e ambientação tem um tom mais tétrico que o habitual filme de aventuras e jornada dos heróis para os mais pequenos, apesar de ser vendido como filme família. 

Em 2019 estreou uma continuação para televisão, que não é uma continuação,mas uma prequela do filme: ”The Dark Crystal: Age Of Resistance”.

O trailer:

 

Texto original no Tumblr da Enciclopédia "O Cristal Encantado".

domingo, 16 de maio de 2021

Programação TV 2 a 8 Maio 1981

Programação TV 2 a 8 Maio 1981 extraída da TV Guia Nº 117, com Raul Solnado em destaque na capa. Pela proximidade temporal, obviamente tem uma grelha com muito em comum com a de Fevereiro de 1981.


Sábado, 2 de Maio de 1981.


 Domingo, 3 de Maio de 1981.


 

Segunda, 4 de Maio de 1981.


 

Terça, 5 de Maio de 1981.


 

Quarta, 6 de Maio de 1981.


 

Quinta, 7 de Maio de 1981.


 

Sexta, 8 de Maio de 1981.


 

 

 

 

sábado, 15 de maio de 2021

Brincadeiras (1981)

 

Espaço na RTP-1, parte do mítico "Tempo Dos Mais Novos" dos Domingos de manhã, "Brincadeiras" foi apresentado pela educadora infantil Conceição Lopes.
A emissão do dia 15 de Fevereiro de 1981 incluía uma história contada aos mais pequenos pelo saudoso actor António Feio.

Na secção de programação TV do dia 3 de Maio de 1981, a TV Guia descrevia assim:
"... e "Brincadeiras" hoje com uma história contada e ilustrada por José Viana.
O programa "Brincadeiras" tem, também, canções, jogos, trabalhos manuais, uma entrevista a uma professora primária, e ainda, a leitura de noticias enviadas pelos telespectadores.
Produção de Maria do Sameiro Souto. Realização de Maria de Lurdes de Carvalho."

Em 2015 numa entrevista, a Doutora Maria da Conceição Oliveira Lopes recorda:
"No inicio de 1980 apresentei uma proposta de programa para crianças, ao canal de televisão pública, a RTP, fiz provas e comecei a gravar “histórias contadas”, ao fim do dia que escrevia e apresentava. Ao domingo de manhã às 11 horas, a série de programas “brincadeiras”. A audiência era elevada e as criticas do Mário Castrim, favoráveis, um incentivo a continuar a estudar, criar e produzir."


terça-feira, 11 de maio de 2021

Os Marretinhas (1984-1991)

 por Paulo Neto


Eu ainda não era nascido quando Os Marretas chegaram à televisão nacional no final dos anos 70, embora tenha vista uma reposição aos fins da tarde do Verão de 1989 na RTP1 (quando também foi exibida a mininovela brasileira "O Vento Do Mar Aberto", a única produção da TV Cultura exibida em Portugal), pelo que a minha introdução às deliciosas personagens criadas por Jim Henson foi com esta série animada spin-off. 
"Os Marretinhas" (no original "Muppet Babies") retratava aventuras de versões infantis dos nossos Marretas preferidos. Ao todo teve oito temporadas exibidas nos Estados Unidos entre 1984 e 1991. Em Portugal, a RTP exibiu as duas primeiras temporadas aos sábados à tarde na RTP1 a partir de 12 de Abril de 1986, e nos anos seguintes foi exibindo temporadas subsequentes nos seus vários espaços infantis. 

Em "Os Marretinhas", nós víamos o Cocas, a Miss Piggy, o Gonzo, o Fozzie, o Rowlf, o Animal e o Scooter em versão infantil, bem como Skeeter, uma personagem inédita que era a irmã gémea do Scooter. Aqui eles são crianças numa creche, ao cuidado de uma humana a quem eles se referem apenas como Nanny e da qual nunca vemos a cara (na maior parte dos episódios só se viam os sapatos e as meias às riscas). 



Mas mesmo criancinhas, estes Marretinhas tinham as mesmas características dos seus equivalentes adultos: o Cocas é o líder introspectivo, a Piggy é a diva temperamental enamorada do Cocas, o Gonzo mete-se em esquemas mirabolantes, o Fozzie continua a ser um comediante incompreendido, o Rowlf é inseparável do seu piano, o Scooter gosta de engenhocas e o Animal comporta-se de forma… animalesca. Já a Skeeter, ao contrário do irmão, gosta mais de actividade física. Em alguns episódios, também apareciam versões infantis do Dr. Bunsen Honeydew e do Beaker. Outros Marretas também surgiram nas últimas temporadas como Janice e os Statler & Waldorf.  


Em cada episódio, os Marretinhas deixavam-se levar pela imaginação e viviam várias aventuras sem nunca sair da série, geralmente só voltando à realidade quando a Nanny aparecia para ver como estavam as coisas. Também era comum eles recriarem filmes e histórias conhecidos como "A Guerra Das Estrelas" e o "O Feiticeiro De Oz" e a série frequentemente incluía excertos de filmes e séries e um momento musical em cada episódio.

Alguns episódios de que me recordo:
- Ao tentarem fazer uma canção para dedicar à Nanny, os Marretinhas organizam uma espécie de Festival da Canção, mas no final devido a um acidente com a fita da gravação, o resultado final é uma mistura de todas as canções.
- Os Marretinhas decidem recriar a história da Branca de Neve e a Piggy fica furiosa quando os outros decidem que, em vez de Branca de Neve, ela deve fazer de Rainha Má e porque isso implica que o Cocas, no papel de Prinícipe, terá de beijar Skeeter. Mas no fim, a Piggy admite que foi mais divertido fazer de Rainha Má. 
- Uma estranha criatura chega na creche e os Marretinhas acham que é um extraterrestre vindo de Neptuno (porque foi para esse planeta que ele apontou quando lhe mostraram um desenho do sistema solar), mas na verdade era um koala bebé. 
- Os Marretinhas ficam em pânico quando ouvem a Nanny dizer que se quer livrar de um deles, sobretudo quando acham que vai ser o Fozzie. Mas afinal, a Nanny referia-se a um dos sofás da creche que queria doar para uma instituição. 

A série teve um total de 107 episódios e em 2018 teve uma reboot com animação em CGI.  


Genérico de abertura:


Excerto:






segunda-feira, 10 de maio de 2021

As Gárgulas / Gargoyles (1994-97)

 


Já várias vezes disse - e escrevi - que a minha série favorita da Disney foi o clássico dos anos 80 “Duck Tales” (1987-90). Mas corrijo agora, com este clássico dos anos 90: “As Gárgulas” (”Gargoyles”, estreou nos EUA a 24 de Outubro de 1994, e entre nós em 1997, na SIC) que apesar de produzido pela Disney é tão distante do tradicional universo de patos e ratos antropomórficos que durante anos nem fiz essa ligação. Gargoyles inovou com uma trama mais adulta e sombria que o habitual nas animações norte-americanas para TV; o drama, violência, alguma comédia, personagens, mitologias e arcos interessantes garantiram a esta série um lugar no coração dos fãs. Algumas cenas mais violentas e sangrentas até foram editadas a partir da sua segunda exibição nos States. Não sei ao certo que versão tivemos por cá, mas provavelmente antes de ser censurada.

O plot envolve uma série de criaturas - as gárgulas do título - que durante o dia se transformam em pedra e que de noite retornam à actividade. Este grupo específico - liderado por Goliath (Golias) - vive no século X num castelo escocês, até serem atacados e mortos por humanos. Os sobreviventes são amaldiçoados a permanecerem em forma de pedra até que mil anos depois, em 1994, ressuscitam e continuam a proteger o seu castelo - entretanto transladado para Nova Iorque - e as pessoas dos arredores.


Os primeiros cinco episódios foram recortados e editados num filme lançado no ano seguinte: "Gargoyles the Movie: The Heroes Awaken" (1995).


A Wikipedia indica que apesar do sucesso das 2 primeiras temporadas não consegui fazer frente comercialmente ao fenómeno dos 90: “Batman The Animated Series” (1992-1995); e com uma terceira temporada (com o título ”Gargoyles: The Goliath Chronicles”) com baixas audiências que ajudou a colocar a pedra em cima da produção de novos episódios. O criador da série, Greg Weisman, aponta numa entrevista como causa das fracas audiências as interrupções das emissões para transmitir directos do julgamento de O.J. Simpson, mais tarde a saída de produtores para a concorrência e na recta final a transferência do programa para o mesmo horário do colosso "Power Rangers".
Revejam o inesquecível genérico que apresenta todos os pontos chaves do argumento e personagens. E aquela banda sonora! Era de arrepiar! LINK
A versão do genérico que passou em Portugal (segundo este vídeo, que confirmou a minha memória) era bem mais interessante, sem narração para podermos ouvir o tema:


Sou tão fã dessa composição que mais de 2 décadas depois ainda cá anda no meu leitor de Mp3. E claro que está no meu "TOP15 de Genéricos de Desenhos Animados". 
 
Texto original: Gargoyles.

segunda-feira, 3 de maio de 2021

Festival da Eurovisão 1986

 por Paulo Neto


Na virtude da primeira vitória da Noruega no ano anterior, o 31.º Festival da Eurovisão teve lugar a 3 de Maio de 1986 no Grieg Hall de Bergen, a segunda maior cidade do país. Na assistência estava o Príncipe Harald, a cinco anos de ascender ao trono norueguês, com a sua esposa e os seus filhos.  Participaram vinte países, destacando-se a estreia da Islândia. Ausentes no ano anterior, Jugoslávia e Países Baixos regressaram enquanto Itália e Grécia ficaram de fora. A Grécia chegou a selecionar uma canção e chegou a ser sorteada para actuar em 18.º lugar mas acabou por não participar porque a data do Festival coincidia com a Páscoa ortodoxa.



A apresentação esteve a cargo de Ase Kleveland, que representara a Noruega em 1966 na Eurovisão, conseguindo o terceiro lugar, o melhor resultado do país até à vitória das Bobbysocks em 1985. O palco foi desenhado a lembrar um palácio de gelo. No intervalo entre as actuações e as votações, foi apresentado um número baseado na música tradicional norueguesa, na voz de Sissel Kykrjebo, que viria a tornar-se uma cantora com alguma notoriedade internacional. Antes de cada actuação foi apresentado um postal ilustrado com várias paisagens da Noruega onde no fim surgia um postal com a bandeira do país e o respectivo intérprete a interagir com uma imagem. Os comentários para a RTP estiveram a cargo de Fialho Gouveia, com Margarida Mercês de Melo como porta-voz dos votos de Portugal. 

Como é habitual, analisaremos as canções por ordem inversa à classificação:

Elpida (Chipre)

Nesse ano, foi Chipre que teve a infelicidade do último lugar, obtendo somente quatro pontos. Elpida Karayiannopolou tinha representado o seu país natal a Grécia em 1979 com "Sokratis" e agora representava a pátria-irmã de Chipre com o tema "Tora Zo" ("agora eu vivo"). Mas apesar do ritmo animado a fazer lembrar o samba, não conseguiu convencer e foi até ao momento a única lanterna de vermelha de Chipre. 

Moti Giladi & Sarai Tzuriel (Israel)

Israel não é um país muito habituado ao fundo da tabela, mas nesse ano não conseguiu melhor que o 19.º lugar com sete pontos. Moti Giladi e Sarai Tzuriel cantaram em dueto "Yavo Yom" ("chegará um dia"), acompanhados em palco por duas bailarinas e dois cantores de coro, um deles Reuven Gvritz, tinha feito parte do grupo Milk & Honey, que venceu em 1979 com "Hallelujah". Giladi e Tzuriel dividiam-se ambos entre a música e a representação: ele, entre vários filmes, entrou num dos tomos da famosa saga "O Gelado De Limão" e ela integrou o elenco da versão israelita da "Rua Sésamo" e do filme "Polícia Demolidor" com Chuck Norris. 

Timna Brauer (Áustria)

A Áustria foi o último país a sair do zero, mas lá arrecadou doze pontos, valendo o 18.º lugar. Filha do artista plástico israelita Arik Brauer, Timna Brauer cantou "Die Zeit Ist Einsam" ("o tempo é solitário"). Se a maioria das canções guardam o melhor para o fim, esta canção guardava o melhor para o meio. 

Cocktail Chic (França)

Com o 17.º lugar e 13 pontos, a França obteve nesse ano o seu pior resultado até então. O quarteto feminino Cocktail Chic cantou "Européennes" ("europeias"), louvando as belezas do Velho Continente e até mencionando Boy George e a Lady Di. O grupo era composto pelas irmãs Dominique Poulain e Catherine Bonnevay e as suas primas Martine Latorre e Francine Chantereau que no final dos anos 60 gravaram vários singles sob o nome de Les Fléchettes. Francine e Martine também fizeram coros para várias actuações anteriores da Eurovisão, sobretudo em quatro canções de 1978 em Paris. 


ICY (Islândia)

Com a sua televisão estatal RÚV a estabelecer finalmente as suas ligações de satélite com o resto da Europa, a Islândia por fim pôde participar no Festival da Eurovisão, que transmitia o certame em directo desde 1982 (e em diferido desde 1970). A defender pela primeira vez as cores islandesas, esteve o grupo ICY, formado por Palmi Gunarsson, Helga Moller e o ruivíssimo Eirikur Hauksson com o tema "Gleðibankinn" ("banco da alegria"). Na final nacional, o tema tinha sido interpretado a solo por Gunnarsson mas para a Eurovisão optou-se por ser cantado em trio. A Islândia ficou em 16.º lugar com 19 pontos. Eirikur Hauksson regressaria à Eurovisão em 1991 pela Noruega e em 2007 de novo pela Islândia. Ao que parece, esta é uma daquelas canções que na Islândia ainda hoje é trauteada pelo povo. 

Kari Kuivalainen (Finlândia)

A Finlândia ficou em 15.º lugar com 22 pontos. Kari Kuivalainen interpretou uma canção da sua autoria, originalmente intitulada "Päivä Kahden Ihmisen" ("o dia de duas pessoas") mas que para a Eurovisão optou-se por utilizar um título em inglês "Never The End", embora as únicas palavras em inglês da letra fossem só "the end". 

Dora (Portugal)

Nesse ano, Portugal foi o último país a actuar, algo que até agora só aconteceu duas vezes, (a outra em 1984) e para fechar o desfile com chave de ouro, tivemos a nossa Dora a cantar o "Não Sejas Mau Para Mim" com um look que ficaria para a história com a saia verde-alface e umas botas Doc Martens. (No seu comentário para a RTP, Fialho Gouveia fez questão de dizer que não gostou.) Escrita por Guilherme Inês, Luís Oliveira e Zé da Ponte e orquestrada em Bergen pelo inglês Colin Frechter, a canção vencera uma edição sui generis do Festival da Canção, que nesse ano foi intitulado "Uma Canção Para A Noruega". Em vez do modelo habitual de actuações ao vivo num único local, os quatro centros de produção da RTP (Lisboa, Porto, Açores e Madeira) concorreram cada um com três canções e apresentaram actuações gravadas. Ainda assim, participaram nomes sonantes como Carlos Alberto Moniz, Luís Filipe, Sérgio Borges (vencedor de 1970), Os Trabalhadores Do Comércio, Gabriela Schaaf, Né Ladeiras (que cantou "Dessas Juras Que Se Fazem" que viria a ser mais conhecida como "Jura" nas versões de Lara Li e Rui Veloso), Lara Li e a ex-Doce Fá Padinha. Perante uma escolha interna de 43 funcionários da RTP, sabe-se apenas que os três finalistas foram "O Vapor Da Madrugada" do grupo Rimanço (Açores), "Os Tigres da Bengala" dos Trabalhadores Do Comércio (Porto) e "Não Sejas Mau P'ra Mim" (Lisboa), com a escolha final a recair sobre esta.

Em Bergen, Portugal obteve 28 pontos, ficando em 14.º lugar. Quanto a Dora, viria a ter grande notoriedade  nos anos seguintes, regressando mesmo à Eurovisão em 1988. Após um período fora do país, regressou a Portugal no início dos anos 2000 e desde então tem aparecido em vários eventos musicais e programas de televisão, e no Festival da Canção deste ano, voltou a cantar "Não Sejas Mau P'ra Mim". Uma menção final a Mário Gramaço, responsável pelo solo de saxofone.

Frizzle Sizzle (Países Baixos)

Tal como a França, os Países Baixos também se fizeram representar por um quarteto feminino, mas este teve uma classificação melhor, o 13.º lugar com 40 pontos. O grupo Frizzle Sizzle era composto por Mandy Huydts, Marjon Keller e as irmãs Karin e Laura Vlasblom, com idades entre os 15 e os 18 anos. As quatro cantaram "Alles Heeft Ritme" ("tudo tem ritmo"). As Frizzle Sizzle continuaram a gravar música até 1990, com cada uma a dedicar-se a projectos diferentes. Laura Vlasblom tornou-se sobretudo conhecida por ser a voz neerlandesa de personagens animadas como Ariel de "A Pequena Sereia", a Princesa Jasmine de "Aladino", a Gloria de "Madagáscar" e a "Polegarzinha". 

Ketil Stokkan (Noruega)

Com 44 pontos, a Noruega, o país anfitrião, ficou em 12.º lugar. Ketil Stokkan cantou "Romeo", acompanhado em palco por um Romeu e uma Julieta trajados a rigor, encarnados por dois membros de uma trupe de drag queens, com os três a fazerem uma coreografia sincronizada. (Comentou Fialho Gouveia: "Como vão ver, a Julieta é colega da Lídia Barloff.")  Ketil Stokkan voltaria à Eurovisão quatro anos mais tarde.  

Doris Dragovic (Jugoslávia)


A Jugoslávia ficou em 11.º lugar com 49 pontos (incluindo um 12 de Chipre). Depois de ter integrado o grupo More, a croata Doris Dragovic iniciava  a sua carreira a solo. Em Bergen cantou "Zeljo Moja" ("meu desejo"). Doris continuou a ter bastante sucesso nos anos seguintes e em 1999, regressou à Eurovisão, desta vez pela Croácia independente.  

Cadillac (Espanha)


A vizinha Espanha teve 51 pontos e ficou em 10.º lugar. O grupo Cadillac foi fundado em Madrid em 1976 e editou o seu primeiro disco em 1981. O seu quarto álbum Funkyllac, de 1985, teve bastante sucesso e abriu caminho ao convite para a banda representar Espanha no Festival. A Bergen levaram o tema "Valentino" e a actuação teve um momento caricato quando as duas cantoras do coro simularam dar um estalo no membro masculino do coro. Contudo ainda em 1986, os Cadillac terminariam com a saída do baixista. 

Klips ve Onlar (Turquia)


À sua nona participação, a Turquia conseguiu por fim um lugar no top 10, mais precisamente no nono lugar com 53 pontos (incluindo um 12 da Jugoslávia). O grupo Klips ve Onlar levou a canção "Halley" que aludia à passagem pela Terra do famoso cometa nesse ano de 1986 ao fim de 76 anos. O tema foi liderado por duas vocalistas Sevingul Bahadir e Candan Erçetin, com esta a substituir vocalista original Seden Kutlubay perante a indisponibilidade desta.  

Ingrid Peters (Alemanha)

Ingrid Peters foi a representante da Alemanha com o tema "Uber die Brücke geh'n" ("atravessando a ponte"). Peters vinha tendo algum sucesso no seu país, onde dividia a sua carreira musical com a profissão de professora de Educação Física, e algumas das suas canções até tiveram versões portuguesas como "Viva La Mamma" ("Viva A Vida" por Suzy Paula) e "Tango" (por Manuela Bravo). A Alemanha ficou em oitavo lugar com 62 pontos, com um 12 do Reino Unido.

Ryder (Reino Unido)


E por falar no Reino Unido, este país ficou na posição logo a seguir com 72 pontos. O grupo Ryder defendeu o tema "Runner In The Night", que foi o único que não teve orquestração, utilizando apenas os instrumentos tocados pela banda. O vocalista Maynard Williams também teve algumas incursões na representação.
Lise Haavik (Dinamarca)


A Dinamarca ficou em sexto lugar com 77 pontos e nem por acaso fez-se representar por uma cantora norueguesa, Lise Haavik. Ela tinha-se mudado para a Dinamarca para estudar na Universidade de Odense em 1982 e no ano seguinte respondeu a um anúncio que procurava uma voz feminina para um duo musical. O autor do anúncio era John Hatting com que Lise formou o duo Trax e rapidamente também passaram a ser um casal na vida real. O título da canção era "Du Er Ful Af Logn" ("estás cheio de mentiras") e embora na edição do disco seja creditada aos Trax, a participação no Festival foi creditada como uma actuação a solo de Lise Haavik, com o seu marido, que escreveu a canção, no coro. Também presentes em palco estavam dois bailarinos, David e Mary Johnson, que tinham actuado no ano anterior na canção da Suécia. A Noruega, o país natal de Lise, atribuiria dez pontos à canção dinamarquesa.
Monica Törnell & Lasse Holm (Suécia)

Um lugar acima, com mais um ponto ficou a Suécia, com Lasse Holm e Monica Törnell a cantar "E De' Det Här Du Kaller Kärlek?" ("é isto que tu chamas de amor?"). Lasse Holm tinha sido o compositor das canções suecas de 1982, 1983 e 1985 mas desta feita também quis ser um dos intérpretes. Mas Lasse e Monica foram um pouco eclipsados durante a actuação pelos três membros do coro, todos trajados a rigor: um senhor com um fato, gravata e chapéu de coco, a senhora com fato de empregada e o outro senhor com um maiô amarelo e fita na cabeça, que a dada altura desatou aos pulos pelo palco. E durante o solo de guitarra, surgiu em palco um quarto elemento de peito nu e de guitarra em riste à volta do qual todos se juntaram.    

Luv Bug (Irlanda)


O grupo Luv Bug representou a Irlanda com o tema "You Can Count On Me", obtendo 96 pontos e o quarto lugar. Oriunda da Irlanda do Norte, a banda (da qual três dos cinco membros eram irmãos: Max, Hugh e a vocalista June Cunningham) vinha tendo alguns singles de sucesso na República da Irlanda. Aparentemente a banda ainda existe, tocando covers em eventos particulares. 

Sherisse Laurence (Luxemburgo)


O grão-ducado do Luxemburgo recorreu uma vez mais à importação de cantores e nesse ano foi representado pela cantora canadiana Sherisse Laurence, que apesar de ser da província anglófona de Manitoba, cantou em francês "L'Amour De Ma Vie". Aliás, foi a canção luxemburguesa a primeira a actuar, ficando em terceiro lugar com 117 pontos. Sherisse Laurence ainda continua no activo, agora sob o nome de casada Sherisse Stevens. 

Daniela Simmons (Suíça)


Trinta anos depois de ter vencido a primeira edição, a Suíça esperava conseguir a segunda vitória mas ficou em segundo lugar com 140 pontos. Sentada ao piano, Daniela Simmons cantou "Pas Pour Moi", uma balada sofisticada. O compositor da canção era Attila Sereftug, com quem Simmons veio a casar e que também comporia a canção que dois anos mais tarde finalmente traria o segundo triunfo na Eurovisão para as cores helvéticas.


Sandra Kim (Bélgica)


E o top 3 foi todo cantando em francês. Até então, a Bélgica era o único país dos sete que participaram no primeiro Festival da Eurovisão que ainda não tinha vencido o certame, mas nesse ano venceu de forma incontestável com 176 pontos, com Portugal a ser um dos cinco países que lhe deram os 12 pontos e a canção "J'Aime La Vie", na voz da bem jovem Sandra Kim, tornou-se rapidamente um dos grandes clássicos eurovisivos. (Aliás segundo o Fialho Gouveia no comentário da RTP, a delegação belga estava tão confiante na vitória que até já se debatia qual cidade do país iria receber o Festival no ano seguinte. Ostende era então a opção mais falada, contudo o evento seria na capital Bruxelas.)  
Embora na letra, Sandra cantasse que tinha quinze anos, na verdade na altura ainda não tinha sequer completado os catorze, pelo que com treze anos e meio, tornou-se a mais jovem vencedora de sempre da Eurovisão. Um recorde que certamente nunca mais será batido até porque a partir de 1990 foi imposta a idade mínima de 16 anos para um intérprete participar no Festival (para não falar que desde 2003 que existe uma spin-off júnior para cantores sub-16). Se Portugal tivesse escolhido a canção dos Trabalhadores do Comércio, João Médicis, o jovem membro da banda, seria outro cantor de treze anos presente no palco de Bergen.  


Após o triunfo na Eurovisão, Sandra Kim também cantou a versão original em francês do tema da série animada "Era Uma Vez A Vida" e ainda hoje continua activa na música. Em 2010, eu vi-a a actuar em Setúbal no Eurovision Live Concert onde além de "J'Aime La Vie" cantou uma medley de várias canções eurovisivas e nesse mesmo ano, recriou cena por cena o videoclip da canção. 
Eu lembro-me de nesse ano ter celebrado a vitória da canção belga como se fosse a do meu país e ainda hoje "J'Aime La Vie" é uma das minhas canções eurovisivas favoritas de sempre. 

Festival da Eurovisão 1986 (Transmissão da RTP) 




"Bergensiana" (interval act) 




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