sexta-feira, 30 de maio de 2014

Stargate (1994)


Para mim, um curioso por arquelogia e egiptologia, e fã de sci-fi, este filme foi uma combinação irresistivel. Fui vê-lo em sala, e revejo sempre que dá na TV. Toda a base da saga "Stargate" está no nome, os stargates, as portas das estrelas, que permitem viajar instanteamente entre planetas distantes. Um deles foi descoberto no Egipto nos anos 20, e depois há um salto ao tempo actual - quer dizer, aos anos 90 - onde vamos conhecer o resto dos personagens. E em termos de personagens, para os espectadores nerds se identificarem: o doutor Daniel Jackson (James Spader)  o introvertido estudioso caixa-de-óculos que vai resolver o enigma que permite activar o stargate e fazer o filme avançar.


Depois dos tótós fazerem o trabalho mental, chegam os homens a sério, os G.I.Joes durões que vão explorar os novos mundos acompanhados de uma bomba nuclear, porque é a american way de lixar tudo o que tocam. Obviamente, as coisas não vão correr bem. O chefão em campo é o Jack O'Neil (Kurt Russel), o veterano que não soube guardar as armas em casa como deve de ser e perdeu o filho, causando um arrependimento tão grande que contempla o  suicidio até ser recrutado para liderar uma missão potencialmente...suicida. Tal como um Pokemon, o Kurt Russel ao ser exportado para a série de TV evolui para o MacGyver, também conhecido por Richard Dean Anderson. O resto da equipa de "exploração" são um bando de idiotas de bom coração e dedo no gatilho. 

O trailer:

O planeta é desértico, tem pirâmides, areia, camelos extraterrestres babosos, mais areia, uma cidade cheia de areia e uma gaja boa (Sha'uri, a actriz Mili Avital) que de forma hospitaleira é logo oferecida ao tótó que fala egipcio antigo. O rapaz tenta recusar a oferta, mas há que agradar aos anfitriões e lá faz o sacrificio. Entretanto, não oferecem nenhuma tipa ao Kurt Russel, mas ele aproveita o tempo livre para desenvolver amizade com um rapaz local menor de idade. Não é o que estão a pensar, o puto Skaara (Alexis Cruz, que regressaria ao papel para a série) serve para ele se identificar com a figura do filho falecido e fazer a paz com ele próprio. Ah, e os governantes do planeta são basicamente os deuses (astronautas) do Antigo Egipto, com tecnologia avançadissima (quem poderia adivinhar isso, ao atravessar um portal de tecnologia milenar desconhecida?) e uma pirâmide espacial gigante! E são maus, batem, escravizam e ocupam o corpo das pessoas e assim. E repare-se que não acharam graça ao encontrar uma bomba atómica na bagagem dos visitantes terrestres! O resto não conto, para quem for ver ainda ter algumas surpresas.

Agora mais a sério, é um dos meus filmes favoritos do género de aventura, com um delicioso toque de antiguidade e ficção cientifica. O elenco é carismático e bem competente, os efeitos especiais bons, bela fotografia e design de produção (o Stargate é uma peça extraórdinária, com uma grande riqueza de detalhes que parece mesmo maquinaria alienígena capaz de teletransporte. E o imaginativo "efeito aquatico" da activação ficou magnifico) e principalmente uma excelente banda sonora, da autoria do (ainda novato na composição para filmes) David Arnold, cujo belissimo tema principal foi reaproveitado para a continuação em série (e para toneladas de trailers de Hollywood), o "Stargate SG-1", a que só assisti enquanto deu em canal aberto. Além de alguns episódios soltos no cabo, só voltei a contactar com a franquia noutra série spin-of, o "Stargate Universe" cancelado ao fim de 2 temporadas, entre 2009 e 2011. Mas antes já tinha surgido outra série derivada, "Stargate Atlantis" que sobreviveu entre 2004 e 2009. Além dos dois telefimes "Stargate: The Ark Of Truth" (2008) e "Stargate: Continuum" (2008), a profílica franquia ainda se estreou no campo da animação com a série "Stargate Infinity" (2002-2003).

O tema principal do filme:





No dia em que comecei este texto foi aparentemente confirmado o reboot da saga e a criação de uma trilogia de filmes, pela mão de Dean Devlin e Roland Emmerich, respectivamente o produtor e realizador do original de 1994 ( e a dupla de Independence Day, Godzilla, O Patriota). A ver vamos.

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José Cheta - Cavalgada / Notícias do Tempo Breve(1973)

José Cheta, petit nom de José Cheta da Silva, o cantor alentejano cuja carreira a  Wikipédia separa em 3 fases: nos anos 60 como integrante da banda louletana "Black Gold"; as colaborações com José Cid e O Quarteto 1111; e a fase pós 1972, a que pertence este single "Cavalgada / Notícias do Tempo Breve", datado de 1973, o mesmo ano em que Cheta gravou o tema da popular radionovela "Simplesmente Maria".
Portanto, no topo do artigo, a capa fronta do  single, e abaixo o verso, com os créditos das duas músicas.

SPN 139-D - DECCA - Gravado e fabricado em Portugal por Valentim de Carvalho.
Lado A:
"Cavalgada" (Sequeira Afonso - Paulo e Clareza) Arranjos e Direcção de Orquestra de Jorge Machado.

Ouça o tema no Youtube, "Cavalgada":


Lado B:
"Notícias do Tempo Breve" (Sequeira Afonso - José Cheta) Arranjos e Direcção de Orquestra de Jorge Machado.
Ouça o tema no Youtube, "Notícias do Tempo Breve":

Além disso, uma lista com outros êxitos do mesmo artista:
PN 123 - Não Quero Perder Mais Tempo; Love Story.
SPEP 1411 - Transição; Mar Tempestade; Quero Falar de Ti; Vem Ouvir Esta Cantiga.
PEP 1397 - Amanhã, Amanhã; Meu Irmão; Esta Canção Será Vossa; Pomba Branca.

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quarta-feira, 28 de maio de 2014

A Turma da Mónica

por Paulo Neto

Quem foi criança nos anos 70 e 80 decerto passou por um período em que se questionou se o português do Brasil era melhor que o português de cá, havendo mesmo quem, como eu, achasse que fazia por exemplo mais sentido dizer papai e mamãe do que papá e mamã e que palavras e expressões como ué?, puxa!, nossa! e que legal eram perfeitamente aplicáveis em Portugal. Também não era para menos: entre as telenovelas da Globo que víamos e as bandas desenhadas que líamos, a sensação de achar o nosso Português, comparado com o do Brasil, meio sem graça era quase irresistível. O meu pai se comprazia em relembrar uma certa vez em que fomos almoçar a um restaurante na Golegã, tinha eu seis anos, e quando os meus pais queriam chamar o empregado, eu antecipei-me espetando o dedo no ar e exclamando a plenos pulmões: "GARÇON!"
Como a esmagadora maioria da banda desenhada que chegava ao nosso país vinha importada do Brasil (geralmente através das míticas Editora Abril e Editora Morumbi), impressas em português do Brasil, ficávamos com a ideia de que o país irmão era a origem de todos os nossos heróis da BD. Mas brasileiros mesmo, só os heróis de que falaremos hoje mas que em nada ficavam atrás nos nossos corações àqueles que vinha da América.


Se havia um grupo de personagens e histórias que rivalizavam com os heróis do universo Disney no meu coração e no de muitos outros, era sem dúvida a Turma da Mónica. (Mesmo com tanta contaminação do português do Brasil, um ponto em que não cedíamos era no acento do O, que no original era circunflexo). As histórias foram criadas por Maurício de Souza em 1959 e ao início, tinham como protagonistas o Franjinha, o menino-cientista inspirado no próprio autor em criança, e o seu cão Bidu. Mas quando em 1970 surgiu as primeira revistas de BD, o protagonismo acabou recair sobre Mónica.



Cascão, Mónica, Bidu, Cebolinha, Magali
Inspirada na filha de Maurício de Souza com o mesmo nome, a Mónica era a rapariga que gostaríamos de ter como amiga, mas nem pensar em tê-la como inimiga, até porque ela fervia em pouca água. E se alguém se atrevesse a proferir a troika de insultos "Gorducha, baixinha, dentuça!" o mais certo era levar com o coelho Sansão na cara. Nunca percebi como é que um coelho de peluche podia causar tantos estragos, será que tinha um tijolo lá dentro, tipo a mala da velhota do "Duarte & Companhia"?
Magali, também foi inspirada noutra filha homónima do autor, era a melhor amiga da Mónica e era famosa pelo seu apetite voraz, sobretudo em doces e melancias, que devorava num ápice. Felizmente que também era abençoada com um óptimo metabolismo, pois ela nunca engordava. Quando não estava obcecada com comida, Magali tinha geralmente um papel conciliador nos conflitos entre os amigos e em refrear os ânimos de Mónica, embora por vezes a fúria desta atingia Magali como dano colateral.

Cascão e Cebolinha foram inspirados em amigos de infância do autor. Cascão é o divertido hidrófobo que fugia de água e de qualquer tipo de higiene como o Diabo da cruz, chegando ao ponto de acções sobre-humanas como voar sobre um riacho. Por ironia, Chovinista, o seu porco de estimação, era super asseado.
Mas eu tenho que admitir que o meu plefelido do qualteto plotagonista ela o Cebolinha, que ela famoso por só ter cinco cabelos e por tlocar os R pelos L e que nunca desistia de engendlar planos infalíveis pala delotar a Mónica do seu estatuto de dona da lua, muito embola acabasse semple por telminar de olho neglo e a ver estlelas. Tal ela o meu fascínio pelo Cebolinha que eu tive uma fase em que falava como ele, com lesutados cómicos como quando eu chamava pelo meu plimo Licaldo. Também lecoldo o seu cão, o Floquinho, um estlanho canídeo velde do qual não se sabia onde tinha a cabeça ou a cauda.
Franjinha e Bidu


Anjinho
Xaveco


Entre outras personagens, havia a destacar os já referidos Franjinha e Bidu (que era um cão normal quando interagia com as crianças e antropomórfico nas suas próprias histórias), Xaveco, Jeremias, Titi, Cascuda (a namorada do Cascão) e o Anjinho, o querubim louro que velava pelo grupo de amigos (e dos poucos que forçosamente nunca apanhou pancada da Mónica).

Chico Bento


Rolo
Jotalhão
Piteco
Penadinho



Astronauta
Horácio
Pelezinho


Mas o universo de Maurício de Souza também se estendia a outros núcleos, cujas histórias também tinham personagens bastante míticas. A mais célebre era o simpático caipira Chico Bento (que inexplicavelmente, embora andasse sempre descalço como Mónica, Cascão e Magali, ao contrário destes tinha dedos dos pés). Mas também destaco o Rolo, o hippie de uma farta trunfa azul que não se sabia onde começava o cabelo e acabava a barba, o Bugu, a criatura chata que surgia de rompante nas histórias do Bidu a gritar "Aló, Mamãe", o Jotalhão, um dengoso elefante verde, o Astronauta e o seu fato tipo ovo Kinder surpresa, Piteco, o homem das cavernas, o Horácio, um simpático dinossauro, o Penadinho, o fantasma mais fofucho desde o Gasparzinho e o Pelézinho, o decalque júnior do astro Pelé. Outras personagens têm aparecido desde que eu deixei de ser um leitor habitual dessas histórias, com destaque para a artística Marina (inspirada numa outra filha de Maurício de Souza) e o portuga Quinzinho. 

O merchandising do universo da Turma da Mónica já era vastíssimo nos anos 80, com filmes (incluindo a longa-metragem de 1983 "A Princesa e o Robô"), peluches, bonecos PVC, material escolar, livros de colorir e puzzles. Entretanto já houve um jogo produzido pela SEGA para Master System e Mega Drive e até um parque de diversões em São Paulo. Em 2008, foi também criado uma banda desenhada tipo manga com as personagens da Turma agora em modo adolescente.  


Não há dúvida que o sucesso das histórias da Turma da Mónica devia-se sem dúvida por serem personagens intemporais com as quais podíamos nos identificar - quer nas situações que eles enfrentavam como as brigas, as partidas, as brincadeiras, as zangas com os pais e os primeiros namoricos, quer na sua capacidade de imaginação que também nos convidava a expandir a nossa. Por isso, nós sentíamos que Mónica, Cebolinha, Cascão e Magali eram nossos amigos de verdade.   


sexta-feira, 23 de maio de 2014

Oceanário de Lisboa: Uma janela aberta no oceano

Um dos ex-libris da Expo '98, o Pavilhão dos Oceanos, o Oceanário permaneceu depois do excerramento da exposição, e continua a atrair visitantes, curiosos para saber mais sobre os mistérios do oceano e dos seus habitantes. Redescobri recentemente nos meus arquivos esta reportagem sobre o Oceanário de Lisboa (o segundo maior do Mundo), publicada num número da revista Super Interessante, creio que ainda antes do final do milénio. 
Recorde os vários tanques, e espécies como os tubarões, o casal de lontras Amália e Eusébio, as mudanças depois do final da Expo 98, etc.
Como sempre, clique sobre as fotos para as aumentar.

"Oceanário de Lisboa: Uma janela aberta no oceano":







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quarta-feira, 21 de maio de 2014

X-men: Dias do Futuro Passado (1996)

 
O caro leitor deve ter pensado - quando leu o título do post - "'X-Men: Dias de Um Futuro Esquecido'? O esperado blockbuster realizado por Brian Singer, baseado na famosa banda desenhada 'Dias de Um Futuro Esquecido' na Enciclopédia de Cromos?". Certo? Não, também não é sobre o álbum dos Moody Blues. Pois lamento, mas o que tenho para apresentar hoje, não é, nem o filme, nem a banda desenhada, mas sim uma novelização da obra de Chris Claremont e John Byrne, que foi publicada originalmente em 1981 nas revistas Uncanny X-Men 141 e 142. A Portugal terá chegado primeiro a edição brasileira de 1986, nas Superaventuras Marvel 45 e 46, com o nome "Exterminadores do Futuro", o que é engraçado, visto que diz-se que foi este este arco narrativo que inspirou os filmes do "Exterminador Implacável" (1984), "O Exterminador do Futuro" no Brasil. Ainda na BD, foi publicado numa só revista em 1990, "X-Men Edição Especial 2" com o subtítutlo "Dias de um Futuro Esquecido".
"X-Men: Dias de Um Futuro Passado" é o nome da novelização, publicada em 1996 em Portugal pelas Publicações Europa-América. A versão americana é de 1994, parte da série X-Men Digest Novels.
A adaptação a prosa foi da responsabilidade de Vicki Kamida, e a tradução portuguesa por Maria João Bento.
O plot é o seguinte: No longínquo ano de 2026, os Estados Unidos da América são um pesadelo pós-apocaliptico, dominados pelos gigantescos robots Sentinelas, desenhados para caçarem mutantes. Os poucos mutantes e sobre-humanos sobreviventes estão encarcerados em campos de concentração. Os X-Men sobreviventes são a resistência ao jugo dos robots assassinos, que planeiam atacar o resto do Mundo com bombas atómicas. Numa ultima e desesperada jogada, a resistência envia a consciência de Kitty Pride para os anos 80, onde vai habitar o seu corpo adolescente e tentar convencer os X-Men do passado ( o presente do leitor) a alterar o rumo da história, impedindo que a Irmandade dos Mutantes Maldosos assassine o Senador Kelly, um evento que servirá de trampolim para a aprovação da Lei de Controlo de Mutantes e a construção em massa dos Sentinelas.
Comparação da primeira página de "Dias de um Futuro Esquecido" (á esquerda) com a primeira página de "Dias do Futuro Passado" (á direita).

A imagem da capa de Uncanny X-Men 141 (acima) tornou-se um ícone e foi homenageada/copiada vezes sem conta. Vejam um bela combinação no blog do Brain Mixer: "Tributo à mítica capa".
E uma variação dessa ilustração foi utilizada para esta edição, por Dana e Del Thompson, enquanto que as ilustrações interiores estiveram a cargo de Aristides Ruiz.



Uma das ilustrações que acompanha a prosa.

Comparação de uma das ilustrações interiores (à esquerda), com a da banda desenhada, no topo da página (à direita).
E falando em ilustrações interiores, em vários dos desenhos os personagens usam uniformes semelhantes aos dos anos 90 e não aos dos anos 80, como se pode ver na capa também. Além disso, o desenho da ultima página é da X-Man Jubileu que só apareceu na BD em 1989, e segundo me recordo nem aparece neste livro de 1996.

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terça-feira, 20 de maio de 2014

A Espada de Honra (1986)


"A Espada de Honra" ("Sword Of Honour") foi uma mini-série australiana de 4 episódios de 100 minutos, que por ocasião da sua exibição na RTP 2 (em Janeiro e Fevereiro de 1987, no horário das 21:30, nas segundas-feiras) foi exibida em oito episódios de cerca de uma hora de duração.
Com um título como "A Espada de Honra" podia parecer um filme de aventura, mas o assunto era muito mais sério. Durante a Guerra do Vietnam, a Austrália foi aliada nos Estados Unidos, e para contribuir com tropas, foi instaurada a conscrição, ou serviço militar não-voluntário. A série acompanha alguns personagens,  nas dificuldades da recruta na Austrália, a chegada e adaptação ás condições de uma guerra infame e o duro regresso a casa. Enfim, o efeito de uma guerra nos soldados, nas familias e na sociedade em geral, aqui representados pelos jovens soldados Tony e Frank.
Um vídeo com o genérico inicial e algumas cenas de um episódio:



Nos papéis principais Andrew Clarke (Tony Lawrence), Tracy Mann (Esse Rogers), Alan Fletcher (Frank), Nickki Coghill (Vivienne) e Andrew Sharp (Joe). Clarke e Mann foram ambos premiados melhor actor e actriz (em mini-série) nos Logie Awards.

Mais um excerto:

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Eleições Legislativas 1995

por Paulo Neto

Nos quarenta anos de democracia em Portugal, os anos 90 foram a época de maior estabilidade política, sem quaisquer eleições antecipadas. Com a economia estável e um crescimento geral da qualidade de vida da população, esta tornou-se menos interventiva na vida política. O que no entanto não impediu que tivesse surgido um forte desejo de mudança após dez anos de governação do PSD sob a liderança de Cavaco Silva que culminou em 1995, nas eleições legislativas desse ano, realizadas a 1 de Outubro.   

 

Com Cavaco Silva saído da liderança (já a pensar na corrida à Belém, que perderia nas presidenciais 1996 contra Jorge Sampaio), coube a Fernando Nogueira a ingrata tarefa de tentar travar ao máximo a imparável onda rosa. Fernando Nogueira apostou tudo numa imagem de pessoa séria e respeitável, sem os vedetismos de Pedro Santana Lopes e Durão Barroso que Nogueira derrotara nas eleições internas do PSD, e como tal a de "um homem de confiança" como rezava o seu slogan.


Com a queda do Comunismo na Europa de Leste, a CDU procurava reinventar-se para os novos tempos e suavizar a sua imagem. Álvaro Cunhal finalmente cedia a cadeira vermelha a Carlos Carvalhas, candidato presidencial em 1991. 


O CDS-PP, liderado por Manuel Monteiro, apostou numa campanha irreverente com cartazes que não deixavam margem para subtilezas, além de incluir Manuela Moura Guedes como sua 3.ª candidata na lista por Lisboa e até recrutar Iran Costa, que nesse Verão dominou os tops e as ondas radiofónicas com "O Bicho", para actuar em alguns comícios    


Mas nessas eleições, o PS seguia para uma vitória que se adivinha incontestável e António Guterres caminhava a passos largos para São Bento. A campanha socialista, celebremente coordenada pelo publicitário brasileiro Edson Athayde (ele próprio tornar-se-ia uma celebridade, tendo até apresentado o programa "Anúncios de Graça" na RTP), também foi fundamental para que a viragem à esquerda do poder político fosse inevitável. O famoso logótipo do punho deu lugar a uma mais prosaica rosa e Guterres deu tudo para fomentar a imagem de homem sério mas acessível, e até a sua famosa gaffe dos 6% do PIB acabou por jogar a seu favor. Outros trunfos foi um dos cartazes ter os ídolos desportivos Carlos Lopes e Rosa Mota, também eles candidatos na listas socialistas pelos círculos emigrantes e o tema de Vangelis "The Conquest of Paradise" a soar ao longo da campanha. O tema, composto para a banda sonora do filme de 1992 de Ridley Scott "1492 - A Conquista" tinha voltado a ser um hit um pouco por toda a Europa nesse ano (o que em Portugal levou à redescoberta do compositor grego, autor das igualmente célebres bandas sonoras de "Blade Runner" e "Momentos de Glória").         

Mas o que fez das eleições legislativas de 1995 umas das mais cromas de sempre? 
- Nas primeiras eleições legislativas da era das televisões privadas, a SIC teve papel de destaque na cobertura televisiva da campanha e no dia das eleições que deixou dois momentos para a história: a revelação de uma projecção de resultados logo às 18:30, quando as urnas ainda não estavam encerradas e uns repórteres da SIC de mota a tentarem entrevistar Guterres e a sua esposa Luísa, quando estes seguiam num carro rumo as celebrações na sede de campanha. Ás perguntas destes jornalistas motoqueiros, Luísa Guterres respondeu simplesmente: "Não faço declarações, só posso dizer que estou muito contente.
- Foi talvez o momento mais cromo da campanha, mas não foi protagonizado por nenhum dos principais candidatos mas sim pelo the one and only Major Valentim Loureiro.


- Mas como uma imagem vale mais que mil palavras, o melhor é assistir a este best of dos momentos mais cromos das Legislativas de 1995, compilados no programa "A Noite da Má Lingua"


Mais um vídeo com os melhores (?) momentos da campanha: Link Sapo Vídeos



domingo, 18 de maio de 2014

A Estranha Aventura (1968)




"A Estranha Aventura", a estranha tradução de "The Growing Summer", a série mini-série juvenil de 1968, com 6 (ou 7) episódios de meia hora. Era uma adaptação do livro homónimo de 1966 (também publicado com o nome "The Magic Summer") da autora britânica Noel Streatfeild.

Capa de uma dição de 1973.

Em Portugal foi exibida na RTP os Sábados ás 13:15 no 1º programa e repetido depois ás 21:00 no 2º programa, em substituição da serie "Viver No Campo". Terá estreado a 28 de Abril de 1973.

Se seguiu a história do livro, o plot de "The Growing Summer" era o seguinte: 
Os quatro irmãos Gareth - Alex (Hoagy Davies), Naomi (Laura Hartong), Penny (Zuleika Robson) e Robin (Mark Ward) - que vivem calmamente num subúrbio de Londres, são enviados para a Irlanda para ficarem a viver na casa meio arruinada da excêntrica tia-avó Dymphna (Wendy Hiller), enquanto a mãe vai para o exterior, para cuidar do marido doente.
A vida dos irmãos muda radicalmente e vão ter que aprender a cuidar de si próprios, enfim "crescer" á força. Para complicar as coisas, vão abrigar na casa da tia , um misterioso rapaz - Stephan -que alega ser um fugitivo. Se não se importarem com spoilers, podem desvendar o mistério da identidade de Stephan na imagem abaixo:
in "Telesemana nº 17" ( 1973)
Tentei encontrar alguns excertos online, mas só me surgem videos de frutas e abóboras para plantar ou colher no Verão.


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sexta-feira, 16 de maio de 2014

Perdidos no Espaço (1998)


Nunca acompanhei a série original "Lost In Space" (1965-68) e este é um filme com muitas falhas, no entanto, pertence á minha lista de guilty-pleasures. A história de "Perdidos no Espaço" é simples: em 2058 a familia de exploradores Robinson (perceberam a subtil referência?), embarcam na nave espacial Jupiter 2 em uma perigosa viagem para alcançar e colonizar o planeta Alpha Prime. Claro, nada correrá como planeado e um ataque terrorista causa que os Robinson fiquem...bem...perdidos no espaço. 

Trailer (com narração do grande Peter Cullen):

Outro trailer, com um resumo do filme praticamente todo:

Olha, outro trailer:

Todo o filme é previsivel, e apesar de personagens irritantes como os obrigatórios adolescente rebelde e mascote alienígena fofinho, acho que é uma película bastante entretida. Já não revejo há alguns anos, por isso não tenho a certeza de como terá envelhecido. Quer dizer, já em 1998 alguns dos efeitos especiais deixavam um pouco a desejar. 
No entanto, estreado antes do "The Matrix", "Perdidos no Espaço" teve direito a uma cena em bullet-time, a técnica aperfeiçoada nos filmes dos manos Wachowsky:

A nível de elenco, alguns veteranos misturados com caras jovens. William Hurt ("Viagens Alucinantes", "Os Amigos de Alex", "Dark City") encarnou o professor/pai pouco dedicado John Robinson; Mimi Rogers ("Austin Powers", "Ficheiros Secretos") a sua esposa, a Dr.ª Maureen Robinson. O mau da fita Dr. Zachary Smith foi interpretado pelo carismático especialista em vilões Gary Oldman ("Dracula", "O Quinto Elemento"). Os filhos do casal de cientistas foram o trio Heather Graham ("Twin Peaks", "Boogie Nights"), Lacey Chabert ("Adultos à força") e Jack Johnson; respectivamente Dr.ª Judy Robinson (a filha mais velha e dedicada), Penny Robinson (a rebelde sem causa) e Will Robinson (o puto inteligente que quer ser admirado pelo pai). A completar a tripulação da nave, o piloto militar Major Don West, interpretado por uma cara familiar do público televisivo, o Joey de "Friends": Matt LeBlanc. West, além de tentar conduzir a nave para segurança ao meio do caos, também está ocupado em tentar navegar para o leito de Judy (o famoso cliché "extremos que se atraem").

O elemento mais famoso da série de tv era o robot Robot - protector da familia Robinson, especialmente Will - que para o cinema sofreu uma remodelação a esteróides, mas no entanto contou com o mesmo actor de voz: Dick Tufeld. Como forma de homenagem, outros vários actores da série fizeram uma perninha no filme.


O seguinte artigo de uma revista "Bravo" faz um bom apanhado do filme:
Clique na imagem para a aumentar.

Só para que conste, a revista era da minha irmã, eu só canibalizava as partes sobre cinema e televisão!
O filme não fracassou na bilheteira, mas o êxito não foi o suficiente para fazer acontecer as sequelas. A crítica especializada massacrou a película, que foi nomeada para Framboeza Dourada de "Pior Remake ou Sequela", mas perdeu para o triptico Godzilla, Psycho e Os Vingadores.

Creio ter sido este que um amigo  tentou copiar com recurso a dois gravadores de vídeo, mas que por a cassete VHS do clube de vídeo estar protegida foi derrotado nesse intento de piratagem. Pelo menos até fazer outras ligações manhosas. Vá lá, para compensar comprei o DVD original. Numa promoção. Quer dizer, o meu amigo comprou.

Provavelmente como a maioria dos espectadores, o meu primeiro contacto com o filme foi o single retirado da banda sonora, que contava com um frenético videoclip:

O tema modernizava a clássica abertura da série - criada nos anos 60 pelo mestre compositor John Williams ("Jurassic Park", "Star wars", "Indiana Jones" e tantos outros) - pela mão - ou teclado - dos ingleses Apollo 440. A banda sonora incidental esteve a cargo de Bruce Brougthon ("Silverado", "Bigfoot e seus Amigos", "Milagre Em Manhattan"). O realizador Stephen Hopkins é o mesmo de "Predador 2" e "O Pesadelo em Elm Street 5".



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