quinta-feira, 26 de novembro de 2020

Hit Parade 95 (1995)

 por Paulo Neto

AVISO: Este texto menciona algumas canções cujos títulos contêm palavras consideradas obscenas. Por norma, evitamos utilizar linguagem profana neste blogue, que se pretende destinar-se a todas as idades, mas por uma questão de precisão, optei por manter esses termos, que aparecerão a rasurado. 

Tempo para revisitar mais uma compilação antiga, e desta vez recuamos até 1995 para o volume desse ano da série "Hit Parade". Concebida pela Polygram Portugal, esta série (herdeira da também célebre "Polystar") editou tomos anuais entre 1987 e 1996, todos eles lançados por altura do mercado natalício (à excepção do volume final de 1996, editado no Verão), rivalizando com outra famosas séries de compilações como "Jackpot" e "Número 1". Aliás, já analisámos aqui o volume de 1988.
A compilação tinha o apoio da Antena 3 e um dos principais incentivos era o facto do duplo CD/cassete ter o preço de um disco unitário. 



Eu tive esta compilação em cassete. Ao todo cada CD e cassete tinha quinze faixas, num total de trinta. Talvez por estar limitada a uma única editora (ao contrário do que se sucedia por exemplo com as colectâneas do "Número 1", que resultavam de uma colaboração entre várias editoras), nem todos as canções incluídas eram das mais badaladas desse ano. Eu próprio nunca tinha ouvido algumas das canções quando ouvi as cassetes pela primeira vez, mas em geral foi uma boa descoberta. 





Posto isto, vamos à análise das trinta músicas. Clicando nos título, há um link para cada canção no YouTube.

CD1

1. Sheryl Crow "Run Baby Run": Ao fim de vários anos de uma sinuosa carreira na música (que passaram por fazer coro na digressão "Bad" de Michael Jackson), Sheryl Crow finalmente se afirmou como cantora e compositora com o seu álbum de estreia "Tuesday Night Music Club" de 1993. Mas foi a partir do início de 1995, após Crow ter vencido três Grammys (incluindo Melhor Revelação e Disco Do Ano para "All I Wanna Do") que o álbum teve grande repercussão nos países europeus, incluindo Portugal, onde foi comercializado uma versão que incluía um disco extra com seis canções gravadas ao vivo. Este "Run Baby Run" tinha sido originalmente o primeiro single, mas após o sucesso de singles posteriores como "All I Wanna Do" e "Strong Enough", foi reeditado na Europa. Segundo a própria Sheryl Crow, a canção foi escrita após as eleições presidenciais americanas de 1992, que marcaram a transição de George W.H. Bush para Bill Clinton, e fala sobre uma jovem mulher dividida entre o espírito hippie dos seus pais e o conservadorismo da sua comunidade.  
2. Faith No More "Evidence": Formados em 1979 em São Francisco, os Faith No More alcançaram o sucesso mainstream com álbum de 1989 "The Real Thing" (em especial com o single de 1990 "Epic"), naquela altura em que começavam vertentes mais alternativas do rock começavam a vingar junto do grande público e onde foram tentativamente metidos no saco do movimento grunge. Mas a verdade é que a banda californiana sempre fez por evitar que lhes colassem rótulos e nunca teve medo de experimentar diferentes géneros e sonoridades. E o seu álbum de 1995 "King For A Day… Fool For A Lifetime" foi um dos seus mais eclécticos, com influências de jazz, bossa-nova e até música chinesa, e até incluía uma canção parcialmente cantada em português intitulada "Caralho Voador"! Os dois primeiros singles do álbum, "Digging The Grave" e "Ricochet" seguiam as suas sonoridades mais heavy metal, mas este "Evidence" era um tema bem mais relaxante, com sons jazz-funk. 
3. Xutos & Pontapés "Circo De Feras (Ao Vivo '95)": Além fronteiras, já era comum vários cantores e bandas lançarem álbuns de concertos acústicos que popularizaram o termo unplugged mas foi só em 1995 que essa onda chegou a Portugal e quem melhor para inaugurar o unplugged à portuguesa do que os Xutos & Pontapés? Como o título indica "Ao Vivo Na Antena 3" foi gravado nos estúdios da Antena 3 após um convite de Henrique Amaro, num concerto intimista no qual os Xutos reinventaram vários dos seus temas, destacando-se a nova versão de "O Homem Do Leme" com aquela introdução em guitarra portuguesa que rapidamente se sobrepôs ao original no imaginário nacional. Mas para esta colectânea, a escolha recaiu num dos seus grandes clássicos, "Circo De Feras".    
4. Ugly Kid Joe "Milkman's Son": Temos agora outra conhecida banda rock californiana. Em 1992, os Ugly Kid Joe viram o seu álbum de estreia "America's Least Wanted" tornar-se um campeão de vendas, graças a hits como "Everything About You" e a sua versão de "Cats In The Cradle". O segundo álbum "Menace To Sobriety" surgiu em 1995, do qual este "Milkman's Son" foi a faixa principal. Mesmo sem o sucesso comercial do álbum anterior, o disco foi bem recebido pela crítica. Os Ugly Kid Joe terminaram em 1997 após a edição do terceiro álbum "Motel California", mas reformaram-se em 2010 e têm continuado no activo desde então, actuando nos Estados Unidos e na Europa, e lançando mais um EP em 2012 e um álbum em 2015.  
5. Da Weasel "Adivinha Quem Voltou": Os Da Weasel tinham-se estreado em disco em 1993 com um EP em inglês de seu título "More Than 30 Mother F*****s" (sim, com os asteriscos). Após algumas mexidas na formação, como a saída de Armando Teixeira e a entrada de Bruno "Virgul" Silva, o primeiro álbum longa-duração surgiu em 1995 em português "Dou-lhe Com A Alma". O primeiro single, "Adivinha Quem Voltou", tornou-se um hit, tendo sido adaptado como tema do programa "Top SIC", e foi o primeiro passo da ascensão imparável de Carlos "Pacman" Nobre e companhia como o maior conjunto hip hop português, cujo sucesso se estenderia pelos álbuns e anos seguintes.   
6. Lloyd Cole "Like Lovers Do": Portugal foi um dos países onde o britânico Lloyd Cole estabeleceu uma sólida base de fãs, primeiro como líder dos Commotions e depois na sua carreira a solo, e como tal, desde os anos 80 que Cole tem actuado regularmente no nosso país. Aliás, foi o primeiro artista estrangeiro que eu vi actuar ao vivo, na Queima das Fitas de Coimbra, com uma nova banda, The Negatives. 1995 viu a edição do seu quarto álbum a solo "Love Story" do qual foi extraído este "Like Lovers Do", que foi o seu maior hit a solo no Reino Unido. 
7. Del Amitri "Roll To Me": Os escoceses Del Amitri já levavam dez anos de actividade quando em 1995 obtiveram um dos seus maiores hits com "Roll To Me", do álbum "Twisted", que surpreendentemente chegou ao top 10 do top americano. É um tema curtinho (2 minutos e 12 segundos) mas bem-disposto, complementado pelo videoclip onde a banda surge na forma de bebés com cabeças de adultos. Em 2020, foi anunciado que os Del Amitri iriam lançar o seu primeiro álbum desde 2002. 
8. Extreme "Unconditionally": Em 1991, os Extreme alcançaram a fama com o álbum "Pornograffiti", sobretudo com a balada "More Than Words", que se tornou um hit global e um clássico da baladaria dos anos 90. Portugal sentiu o sucesso como sendo um pouco seu já que o guitarrista da banda era o açoriano Nuno Bettencourt (considerado em 1991 o melhor guitarrista do Mundo pela imprensa da especialidade) que não se coibia de exibir as suas raízes com a bandeira portuguesa em evidência nos concertos da banda (e no videoclip de "More Than Words") e actuando ao vivo envergando a camisola do Benfica. "More Than Words" era uma excepção no repertório hard-rock puro e duro da banda, porém os efeitos do seu sucesso ainda fizeram com que o quarto álbum dos Extreme, "Waiting For The Punchline, do qual foi extraída a balada "Unconditionally", gerasse algum interesse. A partir de 1996, os Extreme têm-se reunido intermitentemente, com os membros dedicando-se nos intervalos a outros projectos como discos a solo, produção para outros artistas (como por exemplo, o álbum de estreia de Lúcia Moniz, produzido por Nuno Bettencourt) e a breve incursão do vocalista Gary Cherone nos Van Halen.   
9. Boyz II Men "Water Runs Dry" (Star Mix Edit): Desde 1992 que os Boyz II Men viviam um período áureo graças a hits avassaladores como "End Of The Road", "Motownphilly", "I'll Make Love To You" e "On Bended Knee", graças à combinação esmagadora das vozes dos quatro membros do grupo: Nathan Morris, Wanya Morris, Shawn Stockman e Michael McCary. Este "Water Runs Dry", retirado do seu segundo álbum "II", não estava bem no patamar dos seus maiores sucessos mas mesmo assim chegou ao top 5 nos Estados Unidos e no Canadá. Actualmente, os Boyz II Men actuam como trio, com a saída de Michael McCary em 2003 devido a problemas de saúde. (Não encontrei a versão que estava na colectânea no YouTube, denominada "Star Mix Edit", por isso o link é para a versão original).  
10. Paulo Mendonça "If You Ever Come Back To Me": Paulo Mendonça é um músico português radicado há largos anos na Suécia. O seu terceiro álbum "11 PM" foi o primeiro a ser editado no seu país natal e como tal, Mendonça veio a Portugal promovê-lo, dando alguns concertos e actuando em alguns programas de televisão como o "All You Need Is Love".  
11. Amy Grant "Big Yellow Taxi": Com mais de quarenta anos de carreira, a cantora americana Amy Grant é considerada a rainha da pop cristã, mas também se aventurou em sonoridades mais seculares, destacando-se o dueto de 1987 com Peter Cetera "Next Time I Fall In Love" e sobretudo o seu hit global de 1991 "Baby Baby". Em 1994, Grant lançou o álbum "House Of Love" do qual foi extraído esta versão de "Big Yellow Taxi" de Joni Mitchell. 
12. Joey Tempest "We Come Alive": Rolf Magnus Joakim Larsson ou Joey Tempest é sobretudo conhecido como vocalista dos Europe, que garantiram a imortalidade musical em 1986 com o incontornável "The Final Countdown". Três anos após o fim da banda, Tempest lançou em 1995 o seu primeiro álbum a solo "A Place To Call Home" que lhe permitiu explorar outras sonoridades, como o blues-rock deste "We Come Alive". Após terem reformado brevemente para um concerto na passagem de ano de 1999/2000 (que serviu de pretexto para a edição de um remix de "The Final Countdown"), os Europe reuniram-se em 2004 e continuam activos desde então.  
13. Jann Arden "Could I Be Your Girl": Embora virtualmente desconhecida no resto do mundo, a canadiana Jann Arden é uma das mais populares cantoras do seu país. Este "Could I Be Your Girl" veio do seu segundo álbum "Living Under June" de 1994 mas seria o single seguinte "Insensitive" a sua canção mais conhecida para além das fronteiras do Canadá, sobretudo devido à sua inclusão no filme "Um Mundo de Rosas" com Christian Slater. 
14. Blues Traveller "Run Around": Formados em 1987 em New Jersey, os Blues Traveller alcançaram o sucesso mainstream graças ao seu quarto álbum "four" de 1994, do qual foi extraído este "Run Around" que lhes daria um Grammy e que foi escrito pelo vocalista John Popper sobre um crush que tivera em tempos pela ex-baixista da banda. O videoclip da canção era reinterpretação de "O Feiticeiro De Oz" com quatro personagens simbolizando Dorothy, o Homem-Lata, o Espantalho e o Leão vão a um concerto e descobrem que a banda jovem e cool que está em palco estavam a fazer playback dos verdadeiros Blues Traveller, escondidos atrás de uma cortina. 
15. Zucchero "Pane E Sale": Aparentemente foi uma professora primária que deu a Adelmo Forniciari a alcunha de Zucchero ("açúcar" em italiano), alcunha essa que adoptou como seu nome artístico para uma carreira musical que dura há cinquenta anos, com mais de sessenta milhões de discos vendidos em todo o mundo e um sem-fim de colaborações com prestigiados artistas.  Este "Pane E Sale" foi retirado do seu sétimo álbum de estúdio "Spirito DiVino". 


CD 2

1. Jimmy Sommerville "Hurts So Good": Depois de ter integrado os Bronski Beat e os Communards, a partir de 1989, o escocês Jimmy Sommerville iniciou uma carreira a solo com o álbum "Read My Lips". O segundo álbum, "Dare To Love", surgiu seis anos mais tarde, do qual se destacaram os singles "Heartbeat" e esta versão de "Hurts So Good". Originalmente gravado em 1971 por Katie Love & The Four Shades Of Black, a canção foi mais popularizada pela versão de 1973 de Millie Jackson. Já a versão de Sommerville invocava a versão reggae de Susan Cadogan e foi produzida por Richard Stannard e Matt Rowe que ficariam conhecidos pela produção do primeiro álbum das Spice Girls. Jimmy Sommerville continua activo na música, mesmo que o seu célebre tom castratto já não seja o que era. O seu último álbum é de 2014.
2. Wet Wet Wet "Don't Want To Forgive Me Now": Em 1994, os Wet Wet viveram o maior momento da carreira graças à sua versão de "Love Is All Around", incluída no filme "Quatro Casamentos E Um Funeral". que ficou 14 semanas no top britânico de singles. Como tal, o álbum subsequente da banda escocesa "Picture This" gerou muita expectativa. Além de incluir "Love Is All Around", o disco gerou mais dois hits, "Julia Says" e este "Don't Want To Forgive Me Now". Depois de vários hiatos e reuniões, actualmente o vocalista Marti Pellow actua a solo e os Wet Wet Wet com um novo vocalista, Kevin Simm.  
3. Pedro Abrunhosa & Os Bandemónio "Tavez F...": Em 1994, Pedro Abrunhosa & Os Bandemónio alcançaram um sucesso bombástico com o álbum "Viagens", que vendeu que nem pãezinhos quentes, multiplicou concertos esgotados em todo o país e elevou Abrunhosa ao estatuto de ícone maior da música nacional. Antes de se focarem no segundo disco, foi editado um mini-álbum, "F", cujo tema principal era "Talvez Foder" que com o seu refrão provocador e contagiante (embora a letra também falasse nos demais conflitos e problemas do mundo), deixou muito português a trautear "E tu e eu o que é temos p'ra fazer? Talvez foder, talvez foder!". "F" continha quatro versões desse tema: a versão original e a versão censurada (que se ficava por um "talvez fo..."), ambas numa versão curta e noutra mais prolongada, bem como novas remisturas de "Não Posso Mais", "Socorro" e "É Preciso Ter Calma". "F" - que o meu pai comprou em cassete e chegou a tocar no carro - vinha creditado como PA&B e é também esta designação que veio nesta compilação.  
4. Ultimate KAOS "Right Here": Agenciados pelo famigerado Simon Cowell, os Ultimate KAOS foram um quinteto r&b londrino que tinha como particularidade de ter vocalista principal um bem jovenzinho Haydon Eshun que só tinha nove anos quando o grupo começou e em 1995 Eshun ainda mal tinha entrado na puberdade. Este "Right Here" com uns pulsantes arranjos de rock é um dos temas mais interessantes dos Ultimate KAOS, mas os mais conhecidos serão "Some Girls" de 1994 e "Casanova" em 1997. Em 2018, Haydon Eshun fez parte do elenco da produção do West End de "Thriller - Live", dedicado à obra de Michael Jackson. 
5. Black Out "Sinfonia Do Amor": Um dos primeiros projectos de soul-funk português, os Black Out tinham editado em 1995 o seu álbum homónimo de estreia, do qual o primeiro singles foi este "Sinfonia Do Amor". As duas faces mais proeminentes da banda eram o casal Beto Medina e Kika Santos. Eu cheguei a ver os Black Out ao vivo e posso dizer que Kika Santos era toda uma diva r&b em palco sem nada a dever àquelas Made in USA. Outros hits da banda foram "Sono Profundo" e "Paixão", bem como "Vá Vem" do segundo álbum "Melodia Da Noite" (1998). Mas pouco depois, Kika Santos deixou os Black Out para uma carreira a solo e integrar outros projectos. Em 2001, editou o álbum "Soul Mayor". 
6. East 17 "Hold My Body Tight": Para quem não apreciava as boybands certinhas, com um visual cuidado e coreografias sincronizadas, os East 17 era a alternativa mais street e menos polida, com Brian Harvey, Tony Mortimer, Terry Coldwell e John Hendy emanando uma aura de bad boys. Muito embora o seu repertório também tivesse malhas dançáveis (como o meu tema preferido deles, "House Of Love" de 1992) ou baladas como o natalício "Stay Another Day" de 1994. Este "Hold My Body Tight" foi o último single do seu segundo álbum "Steam". Entre hiatos, recomeços e mexidas na formação da banda, os East 17 ainda continuam no activo se bem que Terry Coldwell seja o único membro original.  
7. Lisa Moorish "I'm Your Man": Activa na música desde a adolescência, a britânica Lisa Moorish finalmente obteve alguma notoriedade em 1995 com os singles "Mr. Friday Night" e esta versão bem curiosa de "I'm Your Man" dos Wham! com a participação de George Michael himself. Lisa Moorish continua no activo em vários projectos e compondo para outros artistas, mas acabaria por ficar mais famosa ao dar à luz uma filha de Liam Gallagher dos Oasis, durante um relacionamento que aconteceu enquanto ele estava casado com a actriz Patsy Kensit.  
8. Utah Saints "Ohio": Apesar do nome, os Utah Saints não são do estado americano do Utah mas sim da cidade very british de Leeds. Jez Willis e Tim Garbutt formam este duo de música electrónica que é creditado como pioneiro da arte de criar temas musicais a partir de várias canções pop, como é o caso dos seus temas mais conhecidos "What Can You Do For Me" de 1991 (com um sample de "There Must Be An Angel" dos Eurythmics) e "Something Good" de 1992 (com um sample de "Cloudbusting" de Kate Bush). Este "Ohio" continha três reconhecíveis samples: "Fire" dos Ohio Players (daí o título), "That's The Way I Like It" de KC & The Sunshine Band e "Somebody Else's Guy" de Jocelyn Brown. Gosto bastante do videoclip onde aparentemente 3 de Agosto de 1995 foi proclamado o Dia do Mundo Ligado e se vêem cenas aparentemente passadas em vários pontos do Mundo, reflectindo aqueles tempos em que se olhava para um futuro globalizado com optimismo.    
9. Matt Goss "The Key (Joe T. Vanelli Remix)": Depois do sucesso alcançado nos finais dos anos 80 com os Bros, a par do seu irmão gémeo Luke, Matt Goss tentava agora uma carreira a solo, mas este "The Key" foi o seu único tema a obter alguma notoriedade. Em Portugal, as rádios optaram por passar sobretudo o remix de Joe T. Vanelli que estava incluído nesta colectânea. Ainda assim, Matt Goss continuou a editar discos e a actuar ao vivo. Em 2017, ele e o irmão gémeo deram alguns concertos revisitando o repertório dos Bros. 
10. Boyzone "So Good": Os irlandeses Boyzone davam ainda então os primeiros passos rumo ao sucesso. Depois da versão de "Love Me For A Reason" dos Osmonds e de "Key To My Life", este "So Good" era o seu terceiro single e o respectivo videoclip foi o único em que se podia vê-los a fazer uma típica coreografia de boyband. (Os próprios foram os primeiros reconhecer que não foi uma boa ideia…) Os Boyzone foram somando mais hits nos anos seguintes, como "A Different Beat" e "No Matter What" até 1999, quando cada membro se dedicou a projectos pessoais, com Ronan Keating a ter bastante sucesso a solo. O grupo reuniu-se em 2008 para uma digressão e gravação de novos temas, mas os planos tiveram de ser travados devido à morte de Stephen Gately em 2009 em Espanha. Os quatro membros sobreviventes têm-se reunido para concertos e gravar novo material desde 2013.   
11. Cardigans "Carnival": Os Cardigans ainda estavam a alguns anos dos seus maiores êxitos como "Lovefool" e "My Favourite Game", pelo que foi nesta compilação que tive contacto pela primeira vez com o repertório da banda sueca e com a doçura da voz de Nina Persson. Este "Carnival" era retirado do segundo álbum da banda, "Life", que na altura fundia as sonoridades do rock alternativo com o easy listening dos anos 60 e 70. Eu conseguia imaginar este tema na banda sonora de um filme da Nouvelle Vague francesa. Embora não editem um álbum de originais desde 2006, quando entraram em hiato, os Cardigans regressaram o activo em 2012, com Nina Persson a ter uma carreira a solo em paralelo.
12. Pulp "Common People": Durante anos a fio, os Pulp foram um dos segredos mais bem guardados do indie-rock britânico. Mas com o quinto álbum "Different Class" e o movimento da britpop, a banda finalmente atingiu o sucesso. Fundamental para o reconhecimento da banda e as enormes vendas do álbum (mais de 1300 mil cópias no Reino Unido), foi o primeiro single "Common People", uma crítica à ideia que certos membros da classe alta têm de achar piada em tentar viver como "gente comum" (ou como por cá disse uma certa senhora de férias na Comporta, "brincar aos pobrezinhos"). Segundo consta, a canção foi inspirada pelo encontro que o vocalista Jarvis Cocker teve vários anos antes com uma estudante grega que frequentava a mesma escola de artes onde Cocker então estudava cinema que lhe disse que queria mudar-se para o bairro londrino de Hackney e viver como gente comum. (Correm por aí algumas suspeitas de que essa mulher será Danae Stratou, esposa do célebre político grego Yannis Varoufakis.) Anos mais tarde, Jarvis Cocker desenvolveu esta canção sobre uma jovem abastada que pede ao narrador que lhe mostre aquilo que as pessoas comuns fazem (incluindo sexo). A crítica social aliado ao refrão pegadiço e o ritmo contagiante levou a que "Common People" chegasse ao n.º 2 do top britânico.     
13. Pop Dell'Arte "My Funny Ana Lana": Um das bandas mais reverenciadas do cena alternativa portuguesa desde meados dos anos 80, os Pop Dell'Arte viveram um dos seus picos de notoriedade com o seu álbum de 1995 "Sex Symbol", de onde foi retirado este "My Funny Ana Lana". Recordo-me de uma actuação da banda no Big Show SIC, com João Peste, num acto de autoparódia, a fazer o playback com um microfone de brinquedo.  
14. Donna Summer "I Feel Love (Rollo & Sister Bliss Monster Mix)": Originalmente editado em 1977, "I Feel Love" é tida como um dos primeiros temas da música de dança moderna e um dos mais emblemáticos hits da diva da disco Donna Summer. Em 1995, surgiram novas remisturas do tema, com destaque para este remix de Rollo e Sister Bliss que no ano seguinte alcançariam grande sucesso como membros dos Faithless.
15. Secret Garden "Nocturne": Esta colectânea fecha com chave de ouro com a canção vencedora do Festival da Eurovisão de 1995. Em 13 de Maio desse ano em Dublin, a Noruega vencia o certame pela segunda vez com aquela que é considerada uma das melhores e mais originais canções da Eurovisão. Isto porque "Nocturne" era quase um tema instrumental, com a letra ter apenas 26 palavras na versão original em norueguês, com Gunnhild Tvinnereim cantando uma estrofe no início da canção e outra no fim e com o resto da canção a ser conduzido pelo violino de Fionnuala Sherry. Nesta compilação, foi incluída a versão em inglês mas o link é da versão em norueguês. 

terça-feira, 17 de novembro de 2020

"Forever Young" Alphaville (1984)

 por Paulo Neto

Em 1984, a Guerra Fria estava num dos seus pontos altos e a possibilidade de uma guerra nuclear continuava a ser algo vislumbrável, caso algum dos lados da barricada - Estados Unidos ou União Soviética- desse um passo em falso. (Aliás, foi algo que aparentemente esteve muito perto de acontecer em 1983 e que só o bom-senso de um oficial soviético terá evitado.) Por isso, não era admirar que as gerações mais jovens vivessem com a sensação de que era só uma questão de tempo até uma guerra nuclear eclodir e não haveria futuro do muito além do presente. Essa sensação era especialmente pungente na Alemanha cortada em duas ao longo da Guerra Fria e que era um dos focos principais dessa tensão.


Como tal, foi da Alemanha que surgiram algumas das mais icónicas canções dos anos 80 de temática apocalíptica, como por exemplo "99 Red Balloons" dos/da Nena, que imaginava uma Terceira Guerra Mundial que começava quando alguém por brincadeira uns quantos balões para outro lado do Muro de Berlim e estes eram confundidos por mísseis. E também "Forever Young" dos Alphaville, que reflectia sobre a fragilidade da juventude e da vida, no meio de tanta coisa que está além do nosso controlo.


Formados em 1982 na cidade de Münster, os Alphaville eram um trio synth-pop formado por Marian Gold (nome verdadeiro: Hartwig Schierbaum), Bernard Lloyd (nome verdadeiro: Bernhard Gössling) e Frank Mertens (nome verdadeiro: Frank Sorgatz). Inicialmente a banda chamava-se...Forever Young mas rapidamente mudaram o nome para Alphaville, em homenagem ao filme de 1965 de Jean-Luc Godard. A banda rapidamente obteve sucesso internacional com o seu primeiro single, "Big In Japan" (originalmente escrito por Gold em 1979) e o single seguinte "Sounds Like A Melody" continuou o êxito. Mas seria o terceiro single, que tinha o nome inicial da banda e que dava nome ao seu álbum de estreia, que se tornaria a canção-assinatura dos Alpahville, embora na altura tivesse sido relativamente menos bem-sucedida comercialmente do que os dois singles anteriores. 


"Forever Young" é uma das minhas canções preferidas dos anos 80 e ainda hoje, quer o início instrumental, quer o clímax final com o sintetizador a imitar um trompete causam-me arrepios. E pelo meio, há Marian Gold cantando versos tão marcantes como "hoping for the best but expecting the worst, are you gonna drop the bomb or not?", "let us die young or let us live forever" ou "it's so hard to get old without a cause". O videoclip, filmado num antigo manicómio em Inglaterra, é igualmente icónico com a banda a tocar para um grupo de pessoas de várias idades vestidas com roupas esfarrapadas (em especial aquele senhor de bigode com um grande capuz branco) que acordam ao ouvi-los e terminam passando por um estranha e luminosa passagem em forma de losango (suponho que a porta para a Eternidade). 

"Forever Young" foi mais um grande hit para os Alphaville na Europa continental, tendo sido n.º 1 na Suécia e chegado ao top 20 na Alemanha, Áustria, Espanha, França, Holanda, Noruega, Suíça e África do Sul. Também lembro-me da canção ter tido alguma repercussão em Portugal na altura pois recordo-me de a RTP transmitir o videoclip em programas como "ViváMúsica". Foi também o maior hit da banda nos Estados Unidos, apesar de não ter ido além do n.º 65 no top da Billboard, mas devido a algumas versões de outros artistas, utilizações em filmes, séries, anúncios e talent shows, é uma canção que não soará totalmente estranha aos ouvidos americanos. 




O segundo álbum da banda, "Afternoons In Utopia" de 1986 ainda teve alguma notoriedade internacional, sobretudo devido ao single "Dance With Me", mas mesmo sem se aproximarem dos êxitos do passado, os Alphaville continuam no activo (o seu último disco de originais é de 2017), se bem que Marian Gold seja o único membro fundador que ainda continua no projecto. Gold também lançou dois discos a solo. 
Além dos Alphaville já terem regravado "Forever Young" várias vezes (a versão de 2001 foi editada em single), a canção já teve um número incontável de covers, de nomes como Laura Branigan, DJ Space C, Jay-Z & Mr. Hudson, Youth Group, One Direction, Interactive, Becky Hill e Wayne Wonder. E como já referi foi utilizado em vários filmes e anúncios publicitários. Aqui há tempos, vi "Forever Young" a ser usado numa sequência do filme norueguês "Mot Naturen" (2014), sobre um homem que decide passar um fim de semana a caminhar pelas montanhas, enquanto o espectador vai ouvindo os seus pensamentos sobre a sua crise de meia-idade, a vontade de largar tudo e a juventude que lhe escapa. 


Em Portugal, "Forever Young" teve um redescoberta e tornou-se definitivamente um clássico do FM nacional em 1994, quando Alberto Ferreira escolheu a canção para a sua participação na segunda temporada do "Chuva De Estrelas" que chegou até à final.    

"Big In Japan" (1983)


"Sounds Like A Melody" (1984)


"Dance With Me" (1986)




quarta-feira, 11 de novembro de 2020

Bloco Publicitário SIC (Novembro 2000)

por Paulo Neto

Voltamos a analisar um bloco publicitário, desta vez um emitido na SIC há precisamente vinte anos no dia 11 de Novembro de 2000 (um sábado), cortesia do canal LustaniaTV. Pelo que depreendo, este intervalo foi durante uma emissão do concurso "A Febre Do Dinheiro", que marcou a mudança de Carlos Cruz da RTP para a SIC. 



0:00 Um anúncio ao BPI com Fernanda Serrano e um bem jovem Nuno Lopes, onde um outro actor mais velho (desconheço o seu nome) lhes mostra como obter um crédito habitação no site do banco. Em 2000, ainda parecia inacreditável poder tratar de assuntos bancários pela internet (que nem estava assim tão massificada em Portugal) mas nos anos seguintes, viria a ser uma prática bem comum.
0:37 Foi em Novembro de 2000 que o grupo Vodafone (que em Portugal ainda tinha então a Telecel como marca principal) lançou a Yorn, uma marca destinado ao público jovem, no qual se destacava um dos primeiros tarifários de grupo no mundo. A Yorn viria a se notabilizar pelas suas campanhas publicitárias criativas nos anos seguintes e chegou a ter uma megastore no Chiado que durou até 2005. Actualmente, é apenas a denominação para conjuntos de tarifários.  
0:54 Um gigantesco cálice de vinho na rotunda do Marquês de Pombal domina este anúncio sobre o Festival do Vinho que se realizou entre 4 e 12 de Novembro de 2000 e que era a maior feira do vinho no país. O certame envolveu vários locais de Lisboa como a Cordoaria Nacional, o Centro Cultural de Belém e a Praça do Município. (Com patrocínio do Jumbo e a presença do grupo vitivinicultor Dom Teodósio.)
1:18 Num restaurante, um comensal causa furor junto dos empregados ao pagar com o novo cartão Unibanco.
1:54 Por insistência da namorada, um jovem homem alimenta-a com uma bola de Maltesers usando uma palhinha e o seu poder de sucção. (E agora fiquei curioso para experimentar se é mesmo possível transportar assim os Maltesers.
2:15 Um alegre e colorido anúncio ao Mitsubishi Space Star
2:40 Graças ao novo desodorizante Rexona, uma atraente reclusa consegue escapar da cadeia e nem sequer os cães-polícia conseguem denunciar o seu cheiro. 
3:09 Uma instituição de anos a fio, os anúncios do Pingo Doce narrados pela voz de Rui Morrison. Desta feita, tal voz anuncia a 14.ª Feira do Vinho do Pingo Doce, "no sítio do costume". E em previsão do futuro, já era então também possível encomendar esses vinhos pela internet. 
3:45 Um homem passeia calmamente pela cidade, sem se dar conta que é seguido por vários automóveis Seat Toledo de várias cores. Alucinação, projeção subconsciente ou o preâmbulo de alguma revolta das máquinas?
4:16 Um homem-estátua admira-se ao ver um garoto a retirar-lhe uma moeda de cinquenta escudos para juntar aos 450 escudos que ele tinha na mão até constatar que na McDonald's, era possível na altura comprar dois Big Mac por quinhentos escudos (cerca de 2 euros e meio). Sim, ainda estávamos a pouco mais de um ano de termos euros no bolso.  (Xi, já não me lembrava do aspecto de uma nota de quinhentos escudos!)
4:37 Já falámos aqui sobre "Sex-Appeal", o magazine sobre a sexualidade dos portugueses, apresentado por Elsa Raposo. Nesta promo, recorda-se como em 1953, a Câmara Municipal de Lisboa estabeleceu um conjunto de coimas para aqueles que se afoitassem aos prazeres lascivos em locais públicos da capital (tudo em nome da decência e dos bons costumes, claro está!) e onde os termos exactos eram substituídos por expressões mais comedidas como "mão naquilo", "aquilo naquilo" ou "aquilo atrás daquilo". 47 anos depois, as liberdades eram sem dúvida maiores, e possivelmente também o desejo dos portugueses de dar largas aos prazeres do amor em outdoor. 
5:30 Promo à transmissão do jogo Benfica-Farense, ao som de "Beautiful Day" dos U2. O jogo terminaria com a vitória das águias por 2-1, com golos de Van Hooijdonk e João Tomás a inverter a vantagem inicial dos algarvios. Porém esta época seria aziaga para o Benfica que terminaria na sua pior classificação de sempre, o sexto lugar. 
6:01 Regressado de férias e depois de um duche, um homem deixa-se encantar pela suavidade uma toalha que a sua esposa lavou com amaciador Vernel Sensations.
6:22 Uma rua cheia de esferovite ilustra este anúncio à Citroen, onde na compra de uma viatura da marca, valorizava-se o carro anterior em 250 contos. 
6:32 Acho que foi por esta altura que as barras de cereais começaram a ser comercializadas em Portugal. Neste anúncio um corredor de uma maratona recupera as suas energias graças às barras de cereais Hero Muesly!
6:43 Reduzindo-se a um tamanho diminuto ao ponto de poderem ver as fibras dos tecidos, duas pessoas constatam que muita sujidade entranha-se entre elas. Mas felizmente, elas poderiam ser eliminadas graças a Persil Progress. Pois se outrora uma geração inteira acreditou que o Presto tinha seres que comiam a sujidade da roupa, porque não tentar passar a ideia de pérolas tira-nódoas?
6:58 Para tentar combater as desigualdades entre homens e mulheres nas empresas, a CITE (Comissão para a Igualdade no Trabalho e no Emprego), criada pelo Ministério do Trabalho de Solidariedade Social, criou o Prémio Igualdade É Qualidade para premiar as entidades com políticas exemplares de igualdade entre sexos. E vinte anos depois, graças a iniciativas como esta, reina hoje a igualdade de salários e oportunidades laborais entre sexos em Portugal! (Só que não…)
7:14 Será que foi este o primeiro anúncio televisivo em Portugal a utilizar o termo smartphone? É o anúncio (com voz off de Ricardo Carriço) ao Ericsson R380s, um dos primeiros telemóveis com acesso à internet. E vinte anos depois, os telemóveis são autênticos computadores portáteis!
7:34 Uma simpática e atlética loirinha chamada Clara é protagonista deste anúncio ao chocolate Duplo. Já há largos anos, que a produção desse chocolate foi descontinuada, pelo menos em Portugal, mas lembro-me que era assaz saboroso, uma espécie de Kinder Bueno mas com avelãs inteiras. Mas ao contrário do que o nome indiciava, cada embalagem tinha apenas uma barra. 
8:03 Os Jogos Olímpicos de Sydney tinham terminado há mais de um mês, mas várias cenas desportivas ilustravam este anúncio ao Seat León, "o automóvel do milénio". 
8:33 Um anúncio em animação 3D aos pensos higiénicos Renova First.
9:04 Trailer ao filme "A Cela", protagonizado por Jennifer Lopez. Um thriller sobrenatural em que Lopez faz de uma psicóloga escolhida para utilizar uma tecnologia experimental que a fará entrar na mente de um serial killer em estado de coma (Vincent D'Onofrio) para tentar descobrir onde se encontra a sua última vítima raptada, com a ajuda de um agente do FBI (Vince Vaughn). O filme foi realizado por Tarsem Singh e foi nomeado para o Óscar de Melhor Caracterização.
9:19 Um elegante casal fica desejoso de comer um (ou mais) Mon Chéri, mas ao constatarem que sobrou apenas um em sua casa, já que os seus amigos lambões paparam o resto, só lhes resta dividir o bombom sobrevivente. 
9:50 Um senhor idoso parece querer dar um sermão do tipo "no meu tempo, é que era", porém ao afirmar que no seu tempo não podia fazer negócios na internet, como por exemplo em BizDirect.pt, é forçado a admitir "No meu tempo, era uma seca!". Sim, estávamos no advento das compras e negócios online.
10:20 Vinheta SIC
10:25 Desde o início de 1998 que o programa "Roda Dos Milhões" era uma bastião das noites de segunda-feira da SIC. Paralelamente, havia uma revista do programa que habilitava os seus compradores a prémios monetários e automóveis (um pouco à semelhança no passado da revista "Telejogos" e o concurso "Casa Cheia" da RTP). Nessa semana, Revista "Roda Dos Milhões" tinha na capa o ex-Excesso Duck que se aventurava a solo.
10:46 Ao longo do ano 2000, um dos destaques da programação da SIC foram os doze telefilmes "SIC Filmes", cada um exibido em cada mês desse ano, com todas as honras promocionais. O mais célebre desses telefilmes era de longe o primeiro, "Amo-Te Teresa", mas também ainda hoje são recordados títulos como "Monsanto", "Facas E Anjos" e "O Lampião Da Estrela". Para o dia 16 de Novembro, estava prevista a estreia do 11.º filme, "Alta Fidelidade" (nada a ver com o filme americano do mesmo nome com John Cusack também estreado em 2000), com argumento de Rodrigo Guedes de Carvalho e cujo elenco incluía nomes como Pedro Laginha, Maria João Bastos, Miguel Borges, Isabel Abreu, Paulo Pires e Rogério Samora. É a história de dois amigos que, para aliviar as despesas do apartamento que os dois partilham, decidem subalugar um dos quartos extra que será ocupado por uma bela e misteriosa jovem…
11:35 Galp Energia patrocinava a SIC Filmes.
11:41 Depois da Expo 98, o Pavilhão Atlântico (actual Altice Arena) já se tornara recinto de referência para acolher vários tipos de espetáculos e eventos desportivos. E já nesse mês de Novembro de 2000, decorreria aí a fase final da Tennis Masters Cup onde oito dos maiores ases do ténis da altura se defrontaram: Andre Agassi, Gustavo Kuerten, Pete Sampras, Marat Safin, Evgeny Kafelnikov, Lleyton Hewitt, Alex Corretja e Magnus Norman. O torneio seria vencido por Kuerten que bateu Agassi na final. 
12:12 O programa que se seguia (pressuponho que "A Febre Do Dinheiro") é patrocinado pelo BPI, daí vermos de novo Fernanda Serrano e Nuno Lopes. 

Devo dizer que foi uma interessante viagem no tempo até 2000, com alguns anúncios dos quais eu me recordava (Duplo, Mon Chéri, Rexona) e outros que já tinha esquecido. Aquilo que mais se destacou para mim foi como produtos ligados à internet começavam a ser cada vez mais publicitados e deixavam antever a sua massificação e como ela mudaria os nossos hábitos (consultas bancárias, compras, internet móvel, etc.) ao longo dos próximos anos. 

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