terça-feira, 27 de novembro de 2012

Bernina - máquinas de costura (1985)

As máquinas de costura que conheci durante a infância eram  todas da marca Singer, mas a marca hoje é "Bernina" (criada na Suiça em 1893), e os modelos mais modernos (em 1985), de aspecto bem diferente das máquinas mais clássicas. 


Este pequeno anúncio às máquinas de costura Bernina, convida a conhecer os modelos mais recentes com direito a demonstrações e preços especiais de aniversário. Sempre me impressionou a velocidade a que as agulhas se movem nas máquinas de costura, e o potencial para furar o dedo de alguém mais distraído. E como sempre fui distraído, passo sempre longe deste género de maquinaria...

Nota: Um pouco da história da Bernina [em inglês]

Publicidade retirada da revista Crónica Feminina nº 1482, de 18 de Abril de 1985.

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segunda-feira, 26 de novembro de 2012

Porta-Legumes (1985)

Anúncio com cupão para recortar e enviar para adquirir o Porta-Legumes. Adorei a frase fofinha "um carinho de carrinho..." e a preocupação com as donas de casa: "este utensílio doméstico vai tornar mais fácil a sua cansativa lida doméstica. E você merece-o...".


Publicidade retirada da revista Crónica Feminina nº 1482, de 18 de Abril de 1985.

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domingo, 25 de novembro de 2012

Naisse - Bikini Higiénico (1985)

Numa revista feminina como a Crónica Feminina, é inevitável encontrar anúncios a produtos específicos para mulheres, como o Bikini Higiénico "Naisse" da foto acima. Reparem na delicadeza do título: "Para si, minha senhora". Outros tempos!



Publicidade retirada da revista Crónica Feminina nº 1482, de 18 de Abril de 1985.

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sábado, 24 de novembro de 2012

Baila Comigo - Rita Lee (1980)


Não vou falar da novela com o mesmo nome, e que incluía uma versão instrumental deste tema no genérico inicial [ouvir]. Não sou propriamente um grande fã de música made in Brasil, mas este "Baila Comigo" é daqueles que ficou gravado na memória, e vou sempre associar à minha infância, como outros êxitos que se ouviam na rádio; e curiosamente, decidi recordá-lo aqui depois de ouvi-lo hoje de manhã numa rádio dedicada à nostalgia. Este delicioso tema integrava a tracklist do álbum de 1980, "Rita Lee" (também conhecido por "Lança Perfume", a canção mais conhecida do álbum), obviamente da cantora, compositora e actriz Rita Lee (Rita Lee Jones Carvalho), a mutante da música brasileira, em actividade desde 1963 até hoje. 

O tema original:


E numa actuação para o canal italiano RAI:

A versão em espanhol "Baila Conmigo", do álbum homónimo de 1982, com alguns dos êxitos da artista cantados na língua de nuestros hermanos:

A versão instrumental usada na novela é bem mais fraca sem a voz de Rita Lee, e foi gravada por Robson Jorge e Lincoln Olivetti, respectivamente o guitarrista e pianista do álbum "Rita Lee". 



Adorei ouvir novamente esta música, espero que os nossos leitores também!

E pensar que a maioria das músicas brasileiras que chegam a Portugal actualmente são coisas medíocres ou pavorosamente más...



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Astrólogo Pires (1985)


Continuando com o desfile de charlatães, hoje é a vez do "Astrólogo Pires", que atenção, é "diplomado"! Este senhor - e a sua jeitosa barbicha - alegava "resolver os seus problemas por mais difíceis que lhe pareçam, amor, amantes, etc."


Publicidade retirada da revista Crónica Feminina nº 1482, de 18 de Abril de 1985.

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"99 Luftballons" - Nena (1983)


"99 Luftballons" ("99 balões" em alemão), é um tema de 1983 do grupo Nena, regravado em 1984 em inglês como "99 Red Balloons". A canção, o maior êxito do grupo, contava uma história marcada pelo medo da Guerra Fria, de como inocentes balões podiam desencadear uma guerra nuclear...
O tema não me era estranho, apesar de eu ser muito pequeno quando saiu à venda, mas só tive consciência dele depois de ter sido integrado na banda sonora do filme Watchmen (2009), numa cena romântica deste filme passado nos anos 80 de uma realidade alternativa. 
Até pesquisar para escrever este texto, julgava que Nena era apenas o nome da cantora, e  não da banda, mas segundo a Wikipedia, a vocalista Gabriele Kerner também responde por esse alias. Gabriele continua em actividade, enquanto que a banda "fechou loja" em 1987. Os restante integrantes eram Uwe Fahrenkrog-Petersen, Carlo Karges, Jürgen Dehmel e Rolf Brendel.

O video de "99 Luftballons":
  

O video de "99 Red Balloons": 


Já no século XXI, assistimos a mais versões, a de 2009, com versos em francês:


E a versão anterior, de 2002:


A letra em alemão e inglês: Nena - 99 LuftBallons

Texto adaptado do Minicromo: 99 Luftballoons

sexta-feira, 23 de novembro de 2012

O Menino de Ouro (1986)

por Paulo Neto

Eddie Murphy já tinha demonstrado em "24 Horas" e "O Caça-Polícias" que conseguia aliar o seu talento para a comédia com o cinema de acção, mas em "O Menino de Ouro" ("The Golden Child") de 1986 levou essa dicotomia a novos limites, ao subverter a seriedade de um thriller sobrenatural com um desempenho que parece fazer troça do próprio filme.


No filme realizado por Michael Ritchie, Murphy é Chandler Jarrell, um assistente social especializado em encontrar crianças desaparecidas. Durante uma das suas investigações, Chandler é abordado por uma bonita e misteriosa tibetana, Kee Nang (Charlotte Lewis), que lhe diz que ele é o escolhido para salvar o Menino de Ouro, um rapaz com poderes místicos, que foi raptado por um demónio, Sardo Numspa (Charles Dance). A princípio, Chandler é muito céptico diante do discurso místico de Kee e sobretudo de Kala (Shakti Chen), uma estranha mulher que se esconde atrás de um biombo (que se vem a descobrir ser metade mulher, metade dragão!). Porém, à medida que se vai envolvendo no caso, ele não só reconhece a ajuda de Kee como surge uma atração entre os dois, que começa durante uma viagem ao Tibete para buscar um punhal sagrado.


As coisas complicam-se, quando de volta à América, Chandler e Kee são atacados por Numspa e seus esbirros, e Kee é aparentemente ferida de morte com uma flecha. Chandler lança-se então numa corrida contra o tempo para resgatar o Menino de Ouro (para que este salve Kee) e derrotar Numspa.


Inicialmente Mel Gibson estava escalonado como protagonista e John Carpenter como realizador (optaria antes por realizar o filme "As Aventuras de Jack Burton nas Garras do Mandarim"). Com a indisponibilidade  de Gibson, Eddie Murphy foi a escolha seguinte e como tal, optou-se por transformar o filme numa comédia de acção. No filme, o desempenho de Murphy parece estar sempre a desmanchar o tom sério do filme. Por exemplo, compraz-se mais a envergonhar o vilão (a quem lhe chama de "Numsy") do que a hostilizá-lo. Ou nesta famosa cena em que ele trata o rolo de um tempo sagrado como um disco.





Outra cena que me ficou na memória quando vi o filme pela primeira vez, é aquela em que o Menino de Ouro (que na verdade era interpretado por uma menina, Jasmine Reate) transforma uma lata de Pepsi num desenho animado.



Ainda hoje, "O Menino de Ouro" é um filme que entretém bastante. Lembro-me que o vi pela primeira vez no vídeo cá de casa, numa espécie de mini-ciclo dedicado a Eddie Murphy, com o meu pai a alugar este filme e "Um Príncipe em Nova Iorque" de uma assentada.

Trailer: 

Lim-dex (1985)

Acne juvenil, um flagelo que afecta a espécie humana desde tempos imemoriais! Mas, os rapazes ( e raparigas) das cavernas não tinham produtos modernos (em 1985) como o "Lim-dex", para resolver o problema da acne, borbulhas e pontos negros. O reclame inclui um cupão para enviar e receber um conjunto Lim-dex.



Publicidade retirada da revista Crónica Feminina nº 1482, de 18 de Abril de 1985.

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quinta-feira, 22 de novembro de 2012

Slender (1985)

A obsessão em perder peso rapidamente já vem de longe, como mostra este anúncio ao Centro de Controle de Peso* "Slender", que alega ajudar a perder até 3kg numa semana, com um método aplicado apenas 10 minutos por dia.
* para homens e senhoras.


Publicidade retirada da revista Crónica Feminina nº 1482, de 18 de Abril de 1985.

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quarta-feira, 21 de novembro de 2012

Giorgio Villani - Colecção Primavera/Verão 85 (1985)


Clique sobre as imagem para poder ler o texto sobre a Colecção Giorgio Villani Primavera/Verão 85, e outros pormenores que podem interessar quem gosta de Moda.



Publicidade retirada da revista Crónica Feminina nº 1482, de 18 de Abril de 1985.

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terça-feira, 20 de novembro de 2012

Moviflor (1985)


Anúncio a uma marca clássica do mobiliário para a casa dos portugueses: "Moviflor", aqui a promover uma campanha da Páscoa de 1985. Clique sobre a foto para a aumentar e recordar o tempo que podia mobilar um quarto de casal por menos de 15 contos!


Publicidade retirada da revista Crónica Feminina nº 1482, de 18 de Abril de 1985.

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Genéricos de Álvaro Patrício (Pat)

por Paulo Neto

Há cerca de um ano fui mencionado pela primeira vez na "Caderneta de Cromos". Tudo por causa deste vídeo, onde Markl tentava questionar qual era a música que se ouvia na segunda metade deste vídeo e sobretudo, como era esta célebre canção. Na família Markl tinha-se estabelecido que era "Filinto Elísio" mas vários fãs de Caderneta tinham as mais variadas teorias e no respectivo cromo, uma das referidas foi minha de que o que se cantava era italiano: "Felice vita, felice vita!". Veio-se a confirmar que a canção era "Petersbugh schlittenfahrt (Petersburg sleigh ride)" na versão do Fischer Choir e que a famosa frase é "schon' ist im winter".


Ora, estes separadores que animaram a RTP durante o Natal de 1984 e o réveillon de 1985 foram apenas umas das diversas animações feitas que o famoso ilustrador e animador Álvaro Patrício (a.k.a. PAT) criou para televisão nos anos 80 e 90. Infelizmente a internet não disponibiliza muita informação sobre ele. Descobri apenas no seu perfil do Facebook que ele estudou na Escola de Artes Decorativas António Arroio. Além da animações, fez ilustrações para imprensa, como no Jornal "O Se7e" e a revista do "Fungagá da Bicharada"!


Jornal "O Bisnau" (1983)


Entre os diversos genéricos, separadores e animações de Álvaro Patrício, há que destacar o do mítico programa de Júlio Isidro, "O Passeio dos Alegres" de 1981.


Este genérico também é célebre: é o do programa "Parlamento" (que ainda hoje vai para o ar na RTP2) e que na altura, dava no 1.º Canal aos sábados à tarde era uma daquelas secas que tínhamos de gramar antes de ver coisas mais interessantes. Mas a bem ou mal, ficou o genérico na memória.

 

Mais divertidos foram estes 12 segmentos animados que antecederam cada uma das canções do Festival de Canção de 1981, que como se sabe, foi ganho nesse ano pelo saudoso Carlos Paião com "Playback".




As Eleições Autárquicas de 1985 são as primeiras de que me lembro. E para tal, contribuiu este genérico (que mais tarde seria recuperado para o programa "País, País").




Quem se lembra de um concurso apresentado por Luís de Matos no início dos anos 90, chamado "A Caça do Tesouro"? Dois concorrentes munidos de computadores jogavam um misto de jogo de tabuleiro com jogo de vídeo de RPG onde tinham de descobrir uma combinação de símbolos que revelavam onde estava escondido o tesouro que dava o prémio principal. Se bem me recordo, dava às sextas-feiras de manhã e era filmado nos estúdios da RTP Porto. 



Para terminar, eis o genérico do "Hermanias" (1984) o programa que se seguiu ao "Tal Canal" em foto-animação.




No canal de YouTube de Álvaro Patrício, podem encontrar mais genéricos, por exemplo para o TV Rural, o Boletim Meteorológico,  as comemorações dos dez anos do 25 de Abril, a mini-série "A Relíquia" e "Sem Limites", o programa que pretendia ser a resposta da RTP ao "Portugal Radical" da SIC.

Além da imprensa e da televisão, PAT também fez alguns cartazes institucionais como este que promovia o leite escolar:





Cromo n.º 832 (29.11.2011) da "Caderneta de Cromos" - Música de Natal Filinto Elísio: http://podcastmcr.clix.pt/rcomercial/cdc_291111_1.mp3



domingo, 18 de novembro de 2012

Lengalengas


Lengalenga (lenga-lenga) pode ser descrita como "uma cantilena transmitida de geração em geração na qual se repetem determinadas palavras ou expressões." [Ecolenet
Cá por casa sempre ouvi algumas que me disseram ser bem mais antigas, por exemplo:

Uma lengalenga cantada pela minha avó à minha mãe e tios, e que seria algo assim:


- Senhor Doutor, estou doente!
- Diga lá menina, o que é que sente.
- Dói-me a barriga, doutor, e dói-me um dente. O senhor doutor é que cura a gente!
- Purgue-se menina, com óleo da lapa, que dessa doença ninguém escapa.
A moça purgou-se, e suou bastante, 
e ao fim de nove meses nasceu um moço todo galante.
Desconheço quem inventou esta lenga-lenga (de sentido muito dúbio!), ou se existem outras versões, mas se o leitor conhecer mais sobre o assunto, partilhe connosco nos comentários!

A minha mãe lembrou-se de mais algumas:
Tlin-tlin, dá-me um beijinho
Tlin-tlin, não posso dar;
Tlin-tlin, dá-me um beijinho
Que amanhã vou-me casar
Uma versão do Lagarto pintado, recordado pela minha mãe:
Pinta lagarto
quem te pintou?
Foi uma velha
que aqui passou.
Debaixo da eira
a fazer poeira,
puxa lagarto
pela tua orelha!
Uma que ouvi contar muitas vezes ( ler com voz de criança):

-Bichano gato, que comes tu?
- Sopinhas de mel.
- Não me guardaste?
- Sim, te guardei.
- Com que tapaste?
- Com o rabo do gato,
Sape sape sape!

Espero que tenham gostado! Acho interessante partilhar este tipo de historinhas, antes que se percam no tempo.

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sexta-feira, 16 de novembro de 2012

Miquel Brown e Sinitta

por Paulo Neto

Os casos de mães e filhas com sucesso na música não são assim muitos, pelo menos comparados com os casos de pai e filhos/filhas musicais. Os exemplos mais conhecidos são os de Whitney e Cissy Houston e de Elis Regina e Maria Rita, e em Portugal, tivemos a fadista Helena Tavares e a sua "Doce" filha Lena Coelho.
Mas a dupla mãe e filha com o legado mais cromo é sem dúvida Miquel Brown e Sinitta

Nascida em Montreal, no Canadá, com somente catorze anos, Miquel (pronuncia-se como "Michael" Brown) deu à luz duas filhas gémeas, Greta e Sinitta, tendo a primeira sido adoptada por outros familiares. Além de ter uma vasta carreira na representação, sobretudo no teatro musical e no cinema (teve pequenos papéis em "Rollerball" e "Super Homem"), Brown teve uma breve carreira como cantora de disco e Hi-NRG, da qual o seu momento mais alto foi "So Many Men, So Little Time" (1983), que pela letra, parece um hino às ninfomaníacas. E graças ao vídeo, também tornou-se um hino gay.




Três anos depois, foi a vez da filha Sinitta alcançar o sucesso. Nascida em Seattle mas radicada desde muito cedo em Londres, foi a primeira artista lançada pelo célebre produtor musical Simon Cowell, que viria a ficar famoso como o terrível júri desbocado de "American Idol", com quem Sinitta tinha namorado intermitentemente. Depois de algumas tentativas falhadas, incluindo uma candidatura a ser a representante do Reino Unido no Festival da Eurovisão de 1984, o sucesso finalmente chegou em 1986 com o single "So Macho", que chegou ao n.º 2 do top britânico. Tanto a canção como o vídeo dispensam quaisquer palavras.




Sinitta continuou a somar alguns hits até 1993, alguns deles com a assinatura da lendária troika Stock /Aitken / Waterman. No final dos anos 80, namorou com Brad Pitt. 


Apesar do ocaso da carreira, Sinitta continua a ser presença regular na televisão britânica, sobretudo em reality shows, quer como participante quer como júri. 








segunda-feira, 12 de novembro de 2012

Ghost - Espírito do Amor (1990)

por Paulo Neto

No cinema, é assaz difícil dar uma no cravo e outra na ferradura. Quando um filme quer ser muita coisa ao mesmo tempo, frequentemente acaba por não ser nada. Porém, há também casos de sucessos e um deles foi "Ghost - Espírito do Amor" de 1990. Com uma história que tinha tudo para ser assustadora e sombria, acabou por se tornar um conceito inovador: um thriller sobrenatural com doses proeminentes de comédia e romance.


Sam Wheat (Patrick Swayze) e Molly Jensen (Demi Moore) são um casal belo e apaixonado. Ela é ceramista, ele é bancário. Uma noite, os dois são atacados por um meliante, Willy Lopez (Rick Aviles) que acaba por matar Sam durante o confronto. 
Agora sobre a forma de um fantasma, Sam acaba por descobrir que a sua morte não resultou de aleatório assalto de rua mas sim de uma conspiração. O seu melhor amigo Carl Bruner (Tony Goldwyn) era afinal um amigo da onça: foi ele que contratou Lopez para assassinar Sam, porque Carl estava por detrás de um esquema de branqueamento de dinheiro que Sam estava a investigar.
Com Molly em perigo, Sam descobre que a (aparentemente falsa) médium Oda Mae Brown (Whoopi Goldberg) consegue ouvi-lo. Esta acaba por se tornar sua relutante aliada para proteger Molly e interceptar o esquema de Carl. Após uma frenética perseguição, Carl e Willy sofrem o castigo divino: ao morrerem, os seus fantasmas são levados para o Inferno por demónios tenebrosos e Sam, resolvidos os seus problemas, parte para o Céu, simbolizado por uma luz branca, não sem antes se despedir de Molly. 


Apesar de o suspense e temática sobrenatural serem o fio condutor da trama, não há dúvida que o sucesso de "Ghost" deve-se essencialmente aos alívios cómicos e às cenas mais românticas. Quanto à comédia, Whoopi Goldberg é exímia ao providenciar humor e humanidade à sua personagem, que facilmente poderia cair na caricatura, num desempenho que lhe valeu o Óscar de Melhor Actriz Secundária (Óscar também para o argumento original de Bruce Joel Rubin). E com a realização a cargo de Jerry Zucker que, com o seu irmão David e com Jim Abrams, esteve ao leme de várias sagas de comédia como "Aeroplano", "Aonde é que Pára a Polícia?" e "Ases Pelos Ares", era certo que o humor não faltaria.


Quanto ao romance, a química entre Swayze e Moore fez com que a mais mítica cena do filme seja  aquela que envolve preliminares numa roda de oleiro a moldar um vaso em barro ao som de "Unchained Melody". Aliás, a versão usada no filme, gravada pelos Righteous Brothers em 1964, triunfou nos tops desse ano e fez com que se tornasse a versão definitiva desta famosa balada, que já conheceu milhentas versões. Desde então essa cena tem sido várias vezes imitada e parodiada. E em 2010, houve uma remake japonesa, intitulada "Ghost: In Your Arms Again"!



Outras curiosidades:
- Molly Ringwald e Nicole Kidman fizeram audições para o papel de Molly.
- O realizador Jerry Zucker não queria Patrick Swayze, a escolha do argumentista, para protagonista. Nomes como  Kevin Costner, Kevin Bacon, Nicolas Cage, Alec Baldwin, Mickey Rourke e Bruce Willis (então casado com Demi Moore) foram considerados mas todos recusaram. Uma audição de Swayze acabou por convencer o realizador.
- O som tenebroso dos demónios que levam os vilões é o som de bebés em velocidade lenta. 
- A primeira cena a ser filmada foi a da esquadra de polícia.
- Patrick Swayze referiu que durante anos, mulheres diziam-lhe "Ditto" ("idem") na rua, que é o que a sua personagem responde quando Molly dizia "Amo-te".
- Nas cenas no metropolitano, as viaturas circulam no sentido oposto ao que correriam se estivessem a funcionar.
- Num cinema no México, as mulheres que fossem ver o filme recebiam um envelope com a inscrição "Solo para mujeres" com lenços de papel.

Trailer:




domingo, 11 de novembro de 2012

As Crianças da Montanha de Fogo (1979)


Esta série será a principal responsável pelos meus frequentes pesadelos com vulcões em erupção, que tive ao longo da infância. Isso e talvez o facto que perto da minha terra existir um monte com um formato de vulcão (pelo menos para a minha mente juvenil). Durante anos de pesquisa pela Internet, pouco consegui saber, também, a minha única lembrança é que envolvia um vulcão na Nova Zelândia e jovens! 
Mais concretamente, foi assim que em 2006 pedi ajuda no "Fórum do Mistério Juvenil":
"Alguém se lembra de uma série que - julgo - passou na RTP 1 ou RTP 2 (acho foi anterior às TVs privadas) passada numa aldeia perto de um vulcão na Nova Zelândia, numa área altamente florestada e creio k até havia um lago. Uns quantos miúdos andavam sempre em aventuras. Ando há anos pela Net a tentar descobrir o nome desta série ou mini-série (talvez seja Australiana...)"

Desde essa altura, não tinha descoberto nada, até que por acaso encontrei este artigo no excelente site espanhol: "Somos Ochenteros" - "Los Niños de La Montaña de Fuego". Que me conduziu a este artigo "Clubpoopmobile" e ao nome original da série: "Children of Fire Mountain", literalmente "As Crianças da Montanha de Fogo". Apesar de não encontrar informação em português sobre a série, creio que foi exibida na RTP, porque passou na TVE em 1980, e nessa altura tinha apenas 1 ano de idade,e  não me iria lembrar dela. Ou talvez tivessem usado um título diferente da tradução do original. Algum dos nossos leitores tem uma memória mais clara que a minha?

Os créditos iniciais e excerto de um episódio:




Esta mini-série de época (inicio do séc. XX), made in Nova Zelândia, teve uma temporada, constituída por 13 episódios, realizados por Peter Sharp. No começo da série, Sir Charles Pemberton (Terence Cooper, que por este papel venceu o Feltex Television Awards para Melhor Actor), um aristocrata inglês, viaja para a Nova Zelândia por motivos de saúde. Consigo viaja também a sua neta  Sarah Jane (Rachel Weston). Sir Pemberton decide aproveitar as águas medicinais e construir um hotel/spa em terra indígena, contra o desejo dos Maori, que têm uma cultura muito ligada à natureza e um ancião maori, Te Pourini (Tamahina Tinirau) adverte que o vulcão irá explodir em retaliação. Para aumentar os conflitos entre os colonos brancos e os Maori, Doomey Dwyer (Martyn Sanderson), o vilão da série, que tem uma destilaria ilegal, vende bebida aos Maori. O grupo de "heróis" era constituído pelos jovens Tom (Paul Airey), Davie (Ian Narev), Hema (Ross Duzevich) e Kir (Melissa-Aroha Baker), que tentam trazer Dwyer à justiça. Depois da hesitação inicial, Sarah Jane pode juntar-se ao grupo e torna-se amiga de Tom. O vulcão, a "montanha de fogo" do título, só entra em actividade perto do final. Encontrei os episódios no Youtube, mas não sei se vou rever, não me apetece voltar a ter pesadelos com vulcões... talvez seja melhor ficar no passado!

Actualização: Entretanto, as minhas investigações levaram-me a uma série com o título "As crianças da montanha", exibida aos Domingos de manhã, entre 6 de Janeiro e  7 de Abril de 1992, totalizando no entanto 16 episódios, contrariando todas as fontes em inglês da série, que referem apenas 13 partes. Repetição de episódios, engano da programação? Foi substituida por uma série australiana, "Adventures on Kythera".

Alguns screenshots de episódios da série [Fonte: The Wild Boys]:





No Youtube é possível ver os episódios: Youtube: Children of Fire Mountain.

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sexta-feira, 9 de novembro de 2012

Aguia (1985)

Este pequeno anúncio no rodapé de uma página da Crónica Feminina fez-me recordar o meu tempo entre linhas, lãs e botões na retrosaria da minha tia. Lembro-me melhor de outros produtos da "Coats & Clark" (parte da multinacional Coats), mas estas linhas "Águia" eram obrigatórias para croché!



Publicidade retirada da revista Crónica Feminina nº 1482, de 18 de Abril de 1985.

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quinta-feira, 8 de novembro de 2012

Atrix (1985)

Já há tempo que não via a familiar garrafinha de Atrix loção, no canto inferior direito do anúncio (creio que em casa nunca tivemos, mas lembro-me de ver à venda). E claro, a latinha com creme, que ainda temos em casa (versão mais recente, obviamente). "Atrix para que te sintas mais perto dos outros". "Atrix creme e loção cuida e protege as tuas mãos" (quase rima!). O blog "Santa Nostalgia" tem mais informação sobre os produtos da marca: "Atrix Creme".

Vale a pena recordar este anúncio de 1983:




Publicidade retirada da revista Crónica Feminina nº 1482, de 18 de Abril de 1985.

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Cabaz do Natal (1985)


Clique sobre a imagem acima para ler os componentes do Cabaz de Natal 1985, em duas variedades, a 8 e a 9 contos. Podia ser pago em várias prestações, e por mais 80 escudos, recebia a revista "Ela". Por 6 contos havia também o cabaz direccionado aos mais pequenos: "Natal dos Meus Filhos", um cabaz de  brinquedos, chocolates, jogos, banda desenhada, etc. O Cabaz de Natal incluia desde bebidas, a bolos, lata de ervilhas, champô, brinquedos a latas de Tody. Algum dos nossos leitores recebeu este cabaz em casa?


Publicidade retirada da revista Crónica Feminina nº 1482, de 18 de Abril de 1985.

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quarta-feira, 7 de novembro de 2012

Igor Rampa - Mago Africano (1985)


Mais um anúncio a uma das charlatanice que infestavam ( e infestam!) as revistas. Desta vez, um suposto "mago africano": Igor Rampa, que tem no currículo as habilidades de cartomante, quirólogo e astrólogo (quase que aposto que também desentope retretes). Para cúmulo, com "garantia de resultados"!


Publicidade retirada da revista Crónica Feminina nº 1482, de 18 de Abril de 1985.

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terça-feira, 6 de novembro de 2012

Broas de Todos Os Santos

por Paulo Neto

dedicado a Ana José da Cunha (1920-2002)

Graças a uma das várias ideias peregrinas do actual governo, o passado dia de Todos Os Santos será o último como feriado nacional, pelo menos até 2018. Isso levou-me a uma reflexão sobre os meus anos de petiz em que o dia 1 de Novembro era um dos dias mais ansiados por mim em cada ano. O simples facto de ser feriado e não haver escola já seria motivo suficiente para júbilo, mas no meu caso, havia uma maior aliciante. Para mim, a quadra de Todos Os Santos significava encher o bandulho com deliciosas Broas de Todos Os Santos.



Este ilustre manjar da doçaria nacional fabrica-se um pouco por todo o país nas mais diversas variações. Mas na minha região, ainda que se fabriquem e se vendam em várias variedades, quando se chega as alturas dos Todos Os Santos, a preferência vai para estes broas feitas com canela, café, erva doce, miolo de noz, açúcar amarelo e tudo o mais, por vezes com uma amêndoa no topo e obscenamente polvilhadas de açúcar. (Há aqui uma receita neste site, se bem que é a diferente da que é usada na nossa família). Também há quem chame esta variedade de brindeiras. 

Ora, os meus Todos Os Santos eram particularmente afortunados pois a minha Avó Ana era o Stradivarius das broas de Todos Os Santos. Por esta altura, quando chegava a casa da minha avó, geralmente encontrava-a na cozinha de volta de um panelão cheio de massa de broas e com a mesa com várias pirâmides de broas em travessas. Claro está, era uma questão de segundos até eu começar a comer pelo menos uma. E não se pense que era só a petizada da família que se empanturrava com este manjar divino, pois os adultos da família raramente conseguiam a resistir a comer só uma.  



Como a minha avó confeccionava broas essencialmente para a nossa extensa família e só as fazia para fora em casos pontuais e restritos, não há provas certificadas que evidenciem que as broas da minha Avó Ana eram as melhores de Torres Novas, quiçá do mundo. Mas digo sem dúvidas, que tal como nunca mais ninguém conseguiu reproduzir a arte de Antonio Stradivari em fazer violinos, mais ninguém conseguiu igualar a arte da minha avó em fazer broas de Todos Os Santos. Embora haja quem se aproxime razoavelmente, como a minha mãe.



Esta fotografia é uma das minhas preferidas da minha infância, pois é da doce matéria de que são feitas as memórias de infância. Tenho aqui para aí uns cinco anos e estou a ajudar a minha avó a dar forma às broas antes de irem ao forno. E atrás de nós: um quadro preto para escrever a giz com o Rato Mickey.  Um verdadeiro tesourinho em todos os aspectos! 




segunda-feira, 5 de novembro de 2012

Scream-Gritos (1996)

por Paulo Neto

Uma confissão embaraçosa. Como facilmente fico impressionado com imagens mais violentas, eu não consigo ver filmes de terror. Sim, eu sei que sou um menino, tenrinho, medricas, mas é assim que eu sou. E como tal, foram muito poucos os filmes de terror que vi (e isso se se considerar os dois filmes dos "Gremlins" como legítimos filmes de terror). Apesar disso, concordo que o cinema de terror seja um género tão necessário como qualquer outro e sei reconhecer os seus méritos. Por isso, não há como negar a importância de "Scream-Gritos", um dos poucos filmes do género que me atrevi a ver, e foi porque deu na televisão uma vez (e fiz zapping em algumas das cenas mais puxadas).



Em meados dos anos 90, era seguro dizer que o cinema de terror estava moribundo. Perdido entre fórmulas gastas (que geralmente seguiam directamente para o mercado de vídeo) e enésimas e estafadas sequelas de clássicos como "Halloween", "Sexta-Feira 13" e "Pesadelo em Elm Street", o género precisava de sangue novo (salvo seja!). Por isso, quando um argumento com o título "Scary Movie", escrito por Kevin Williamson, até então um actor da terceira divisão distrital, que conjugava o necessário suspense e carnificina com uma boa dose de humor, auto-crítica e subversão começou a ser disputado pelos diversos estúdios de Hollywood, ficou logo a ideia de que se estava diante de algo inovador.


Depois de várias atribulações, como a relutância do lendário Wes Craven para realizar o projecto, a recusa de uma comunidade, ainda abalada por um caso de assassinatos em série, em filmar na escola local e várias alterações na montagem para alterar a classificação etária e até a incerteza da estreia na semana do Natal de 1996, o filme acabaria por fazer história, prosperando nas bilheteiras, ganhando prémios como o de Melhor Filme nos prémios MTV e revitalizando o cinema de terror.     

E afinal o que tinha o filme que viria a ter o título de definitivo de "Scream"?
- Uma terrífica sequência inicial onde, ao estilo de "Psico", aniquila-se logo o nome mais famoso do elenco, Drew Barrymore, não sem antes fazer-se referência a clássicos do cinema de terror. (Foi a própria Drew que teve a ideia de ser a primeira vítima, quando inicialmente estava destacada para protagonista.)

- Uma heroína vulnerável mas corajosa, Sydney Prescott, interpretada por Neve Campbell, que já conhecíamos da série "Adultos à Força". 
- Um pateta adorável na personagem de Dewey, o polícia aparentemente desparafusado, encarnado por David Arquette. (Que viria a encontrar o amor na vida real com Courteney Cox, que aqui desempenha a típica jornalista metediça).


- Henry Winkler, o eterno Fonz, como o enfastiado director do liceu, que também acaba eliminado.
- Várias e sangrentas mortes, como aquela em que Rose MacGowan acaba trucidada numa porta automática de garagem. (Rose teve que ser presa à portinhola, pois ela conseguia passar por ela).
- Uma máscara inspirada pelo famoso quadro "O Grito" de Edward Munch, que se tornou um must para disfarces de Halloween.


- Muitas referências à cultura pop e ao cinema, de terror e não só, nomeadamente a enumeração das várias regras de ouro dos filmes de terror. E uma delas é quebrada quando Sydney tem sexo e sobrevive.
- Um final que é ao mesmo tempo cliché e surpreendente.


- Um cameo de Wes Craven como o contínuo Fred, com um chapéu e camisola bastante parecidos com os de Freddy Kruger.      



O resto é história. A saga já vai no quarto tomo, Kevin Williamson passou de actor terceira divisão distrital a argumentista de primeira liga, Wes Craven reestabeleceu-se como o mestre do terror e a maioria do elenco tem construído sólidas carreiras. E claro está, a partir de então o cinema de terror voltou a ser um género de topo. Afinal de contas, toda a gente precisa de soltar um bom grito de vez em quando.

Trailer:




Gold (1985)


Não foi só agora que apareceram os negócios duvidosos, que anunciam publicamente o muito dinheiro que se poderá ganhar com pouco esforço. Este misterioso anúncio não revela o esquema com o qual os interessados poderiam ganhar entre 15 a 35 contos. O preço do "Gold" - o quer que isso fosse - era 1000$ além dos 200$ enviados para portes de correio e embalagem. Algum dos nossos leitores sabe mais sobre este negócio?

Publicidade retirada da revista Crónica Feminina nº 1482, de 18 de Abril de 1985.

Como sempre, o leitor pode partilhar experiências, corrigir informações, ou deixar sugestões aqui nos comentários, ou no Facebook da Enciclopédia: "Enciclopédia de Cromos"

domingo, 4 de novembro de 2012

Armazéns de Móveis do Norte em Lisboa (1985)



A mesma marca, Armazéns de Móveis do Norte em Lisboa, com reclames em duas partes diferentes da revista.

Publicidade retirada da revista Crónica Feminina nº 1482, de 18 de Abril de 1985.

Como sempre, o leitor pode partilhar experiências, corrigir informações, ou deixar sugestões aqui nos comentários, ou no Facebook da Enciclopédia: "Enciclopédia de Cromos"
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