quinta-feira, 31 de outubro de 2013

Passatempo Pedro Abrunhosa (1995)

"E tú e eu o que temos que fazer? Talvez concorrer, talvez concorrer!". Bem, já vai tarde caro leitor, o "Passatempo Pedro Abrunhosa" terminou em Agosto de 1995. Neste passatempo não bastava responder a uma simples pergunta. O desafio era escrever uma letra de música original, para se poder habilitar a 25 livros e 20 jogos para PC, ambos "...do Pedro Abrunhosa, é claro!".

O livro "Pedro Abrunhosa e os Bandemónios" (editora Civilização):
 O jogo de Computador "É Preciso Ter Calma":

Uma foto melhor - que encontrei na Net - da capa do livro:

Algum dos nossos leitores concorreu e ganhou alguma coisa? Contem, contem!

Publicidade retirada da revista Super Jovem nº 121, de 8 a 14 de Agosto de 1995.

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quarta-feira, 30 de outubro de 2013

Passatempo Batman Forever (1995)

Página de anúncio do Passatempo Batman Forever. O prémio - para os 50 primeiros leitores a acertar na questão - era t-shirts do filme. No fundo da página o cupão para enviar com a resposta e os dados pessoais (preenchido com letra legível!). A pergunta era "Quem ajuda Robin a convencer Batman para que este o aceite como seu companheiro?". Não vou rever o filme, mas aposto no Alfred. Onde está a minha t-shirt??


Publicidade retirada da revista Super Jovem nº 121, de 8 a 14 de Agosto de 1995.

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terça-feira, 29 de outubro de 2013

Frisumo (1995)


Patrocinador dos CDs musicais oferecidos pela revista "Super Jovem", esta página dupla no inicio da revista exibe as latas de "Frisumo", nas variedades ananás, laranja e tropical.
 O anúncio tem em destaque a mascote Tampinhas:

 E usa uma linguagem dirigida aos jovens: "Agora o Tampinhas dá-te um grande baile!"; "Curte aí este novo som..."


Publicidade retirada da revista Super Jovem nº 121, de 8 a 14 de Agosto de 1995.

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sábado, 26 de outubro de 2013

A Indomada (1997)

por Paulo Neto

Vamos a mais uma telenovela? Confesso que esta foi uma das minhas preferidas da década. Aguinaldo Silva voltava a usar a sua fórmula vencedora que já tinha usado em títulos como "Tieta", "Fera Ferida" e "Pedra Sobre Pedra": o imaginário do Nordeste rural brasileiro, humor, misticismo e sensualidade. Era uma receita que continuava a funcionar mas que já estava a ficar muito vista, pelo que desde então as telenovelas do autor têm sido maioritariamente urbanas.



Exibida no Brasil e em Portugal (via SIC) em 1997, "A Indomada" transportava-nos para Greenville, uma pequena cidade fundada por ingleses imigrados no Brasil, que fazia com que os seus habitantes misturem costumes nordestinos e ingleses, sobretudo no falar ("Ôxente, my god!") e não dispensem o chá das cinco. A encabeçar o elenco, estava Adriana Esteves, em dois papéis: Eulália e mais tarde a filha desta Lúcia Helena.



Numa primeira fase da história, Eulália Mendonça de Albuquerque apaixona-se por Zé Leandro (Carlos Alberto Riccelli) um trabalhador da plantação de cana de açúcar, propriedade do seu irmão Pedro Afonso (Cláudio Marzo). Mas tanto este como a sua pérfida esposa Altiva (Eva Wilma), recusam-se terminantemente a que alguém da mais rica família de Greenville se case com um simples peão e fazem tudo para afastar os dois amantes. Eulália engravida e dá a luz Helena, e anos depois o casal é reunido. Mas a felicidade dura pouco pois Eulália e Zé Leandro morrem num acidente de barco e Helena fica a viver com os tios, não sem antes ter aprendido com o seu pai o valor da terra.

Eulália e Zé Leandro

Entretanto, Teobaldo Faruk (José Mayer), outro pretendente de Eulália rejeitado pelos Mendonça de Albuquerque, apercebendo-se das dívidas de jogo de Pedro que ameaçam arruinar a sua família, põe em marcha a sua vingança. Compra todos os bens dos Mendonça de Albuquerque e permite que eles vivam mantendo as aparências, mas em contrapartida terão de aceitar que ele case com Helena.
Helena vai estudar para Inglaterra, mas quando regressa, revela-se uma mulher determinada e indomável, que se recusa a ser apenas uma peça neste jogo de interesses. Como prometido, Helena casa-se com Teobaldo, mas recusa-se a consumar a união. Mas com o tempo, surge uma atracção mútua entre ambos, embora os dois sejam orgulhosos demais para o admitir. Conseguirão estes dois indomados deixar-se domar por amor?

Helena e Teobaldo

Entretanto Altiva continua a fazer jus ao nome, achando-se superior a toda a gente e infernizando a vida de quem se mete com ela. A única que lhe consegue fazer alguma frente é a criada Florência (Neuza Borges), que sabe do seu segredo: Altiva é mãe de Artémio (Marcos Frota), um rapaz aparentemente acolhido por caridade pelos Mendonça de Albuquerque mas que na verdade resultou de um malvado esquema dela para separar a sua irmã Santinha (Eliane Girardi) de Richard (Flávio Galvão), o dono do British Club, a casa de jogo local. Invejosa do amor deles, Altiva seduziu Richard e acabou por engravidar de Artémio, a quem sempre renegou e maltrata sempre que pode.

Scarlet

Uma das minhas personagens preferidas era Scarlet Mackenzie Pitangui (Luiza Tomé), a primeira dama da cidade. Sob uma aparência de uma dondoca fútil, é na verdade uma mulher inteligente, ou não fosse a única a pôr na linha o seu pai Pitágoras (Ary Fontoura), um político corrupto e principal cúmplice de Altiva, e o seu marido Ypiranga (Paulo Betti), o prefeito da cidade, cheio de ideias megalómanas e estapafúrdias. Scarlet também é uma mulher fogosa e ninfomaníaca, sempre louca para "nanar" com o marido.

Egídio e Mirandinha


Carolaine e Felipe

A inimiga fidagal do prefeito é juíza Mirandinha (Betty Faria) que é quem trava os seus projectos loucos. A juíza acabará por não resistir aos avanços do seu assistente Egídio (Licurgo Spínola), um homem mais novo. O filho de Mirandinha, Felipe (Matheus Rocha), não aprova a relação, mas também ele vive um romance proibido pois namora Carolaine (Nívea Stelman), filha de Ypiranga e Scarlet.

Zenilda
Dorothy e Artémio
Delgado Motinha


Entre outras personagens, há que destacar Zenilda (Renata Sorrah), a dona da Casa de Campo, o prostíbulo local, que chama as suas meninas de Camélias; Dinorah (Carla Marins), a prostituta que sonha em casar de véu e grinalda; Dorothy (Flávia Alessandra) a tímida irmã de Scarlet por quem Artémio se apaixona; o delegado Motinha (José de Abreu), que numa das cenas mais famosas da novela, cai num buraco da praça empurrado por Altiva e regressa casado com uma japonesa, pois foi até ao Japão que ele foi parar na queda do buraco; e Emanuel (Selton Mello), o filho de Teobaldo, que parece sofrer de problemas mentais mas que se revela ser uma figura angelical que influenciará a vida de muitas personagens. Um dos mistérios da novela foi sobre quem era o Cadeirudo uma figura estranha que perseguia as mulheres em noite de lua cheia. Veio-se a descobrir no último episódio que era a beata Lurdes Maria (Sônia de Paula), que assim punia as mulheres que saíam sozinhas à noite. 


Eva Wilma brilhou como a vilã Altiva

Mais uma vez, a fórmula de Aguinaldo Silva resultou e "A Indomada" conquistou o público em ambos os lado do Atlântico. Por exemplo, eu ouvia pessoas a começar frases com "Well...", tal como fazia Altiva ou a dizer que qualquer coisa era um "must", como repetia amiúde Scarlett. Todo o elenco deu óptima conta do recado, mas sem dúvida que quem brilhou mais foi Eva Wilma, cuja sua Altiva tornou-se uma das memoráveis vilãs da teledramaturgia brasileira. Numa altura onde a controversa telenovela "Xica da Silva" também era exibida em Portugal, "A Indomada" também teve a sua dose de sexo e sensualidade, mas de forma mais subtil e romântica. Por exemplo, sempre que um par romântico fazia amor pela primeira vez, surgiam duas luas cheias no céu que só eles os dois podiam ver.

Ainda uma nota sobre as referências a outras telenovelas de Aguinaldo Silva em "A Indomada". Não só Greenville era localizada entre Serro Azul (localidade referida também em "Pedra Sobre Pedra") e Tubiacanga (onde passava a acção de "Fera Ferida"), como Lima Duarte fez uma breve aparição como Murilo Pontes, a sua personagem de "Pedra Sobre Pedra". 

De referir por fim que, tal como em Isadora Ribeiro em "Tieta", a modelo que surge no genérico de "A Indomada" também faria carreira como actriz de telenovelas. Tratava-se de Maria Fernanda Cândido, que no genérico, transformava-se nos quatro elementos para ultrapassar obstáculos e que anos mais tarde, seria a revelação da telenovela "Terra Nostra".

Genérico:




  

    

terça-feira, 22 de outubro de 2013

Encontros Imediatos (1992-1994)

por Paulo Neto

Num tempo em que redes sociais, sites de encontros e speed datings eram algo que só havia em Portugal nas imaginações mais férteis, não havia muitas maneiras de juntar dois seres de coração desimpedido. Mas em 1992, com o arranque da SIC, surgiu mais uma: o programa "Encontros Imediatos".



O programa era uma adaptação do concurso americano "The Dating Game", que datava dos anos 60, mas que para o Portugal de 1992, o conceito ainda não deixava de ter o seu quê de inovador. A dinâmica era a seguinte: separados por uma parede, um rapaz colocava perguntas às três suas pretendentes que estavam do outro lado da parede. Sem saber o aspecto dela, ele teria de escolher uma delas baseado apenas nas respostas que elas deram à sua pergunta e só depois é que podia ver a sua escolhida. Na segunda parte do programa, repetia-se o processo, mas com uma inversão de géneros: desta vez era uma rapariga a escolher de entre três rapazes. Eis aqui um exemplo:


Os dois casais recém-formados ganhavam uma quantia em dinheiro (creio que 100 contos) ou vales de compras de igual montante e tinham direito a um encontro romântico. Inicialmente esses encontros resumiam-se a uma ida a um espectáculo no Casino Estoril, mas na última temporada iam de viagem aos Açores.




"Encontros Imediatos" era transmitido aos domingos à tarde, e estreou logo na primeira semana de emissões da SIC. Teve três temporadas exibidas entre 1992 e 1994. A primeira temporada foi apresentada pela actriz Manuela Maria, mas depois foi Maria Vieira quem assegurou a condução do programa, dando-lhe uma grande dose de humor. Lembro-me que ela chegou a apresentar alguns programas encarnando personagens como uma empregada de limpeza natural de Carrazeda de Ansiães ou Maria Consoada, a mulher do Pai Natal.




Mas não se pense que o concurso estava apenas limitado a jovens. Neste tesourinho dos Gato Fedorento, as almas livres mais maduras também participavam ocasionalmente:







Não tardou a que a surgissem imitações e/ou paródias do concurso um pouco por todo o país, sobretudo em escolas e colectividades recreativas locais. Por exemplo, quando eu estava no 7.º ano, houve uma recriação dos "Encontros Imediatos" com alunos do 8.º ano durante a festa do Dia dos Namorados. 

Genérico e introdução do primeiro programa:


domingo, 20 de outubro de 2013

Casa Cheia (1990 - 1997)


"Casa Cheia" foi um popular concurso da RTP1 - na altura Canal 1 - apresentado inicialmente por Fernando Pereira, mais tarde por Carlos Ribeiro e finalmente por Serenella Andrade. A mecânica do concurso era simples, e ao longo dos seus sete anos de emissões, os três concorrentes tinham que acertar nas questões para irem preenchendo os números no “cartão”; sendo que o finalista ia a solo com o apresentador até preencher uma linha de números.


Genérico inicial do concurso, na fase com Carlos Ribeiro:


Sessão com convidados VIP, Herman José, Teresa Guilherme e Carlos Cruz



Uma promo de 1991


Um reclame de 1997, da fase de Serenella Andrade:


Um reclame de 1995:

Na  foto abaixo, podem ver um cupão usado para inscrições no concurso, retirado de uma revista Maria de 1991. Reparem no pormenor, que além dos dados pessoas tradicionais, o cupão ainda pede o Nº da Licença do televisor!
Na mesma revista é possivel ver que no inicio de 1991 a emissão do programa era aos Sábados à noite, mas também foi exibido aos Domingos. Infelizmente não consegui encontrar videos da fase apresentada pelo inimitável imitador Fernando Pereira.

Existia também uma revista à venda para o espectadores se poderem habilitar a ganhar "prémios de casa". Gostava também de chamar a tenção para os valores desses prémios monetários, que envergonham os actuais concursos televisivos!



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sexta-feira, 18 de outubro de 2013

Cantigas da Rua (1996-1999)

por Paulo Neto

Continuamos com o mês SIC aqui na Enciclopédia de Cromos, agora para recordar outro programa mítico dos anos 90, "Cantigas da Rua". Como em outros programas, o sucesso deveu-se à conjugação de vários factores presentes na época: o boom dos karaokes em Portugal, a possibilidade de levar a televisão a vários pontos do país e a apresentação a cargo daquele que era na altura a nossa maior estrela da música nacional, Miguel Ângelo dos Delfins, que viviam a sua fase mais dourada graças ao seu álbum best of campeoníssimo de vendas "O Caminho da Felicidade".



Aliás, na altura, os Delfins coleccionavam tantos discos de platina que até o cabelo do próprio Miguel Ângelo era platinado.


A dinâmica era simples. Cada programa tinha lugar numa cidade portuguesa diferente, geralmente na sua praça mais ampla. Num palco rodeado por uma massiva multidão, os diversos concorrentes subiam para cantar a sua parte da canção. Isto porque, ao longo de cada canção cantavam à vez três concorrentes. Eis aqui dois exemplos ao som de "Spaceman" dos 4 Non Blondes e "Não Voltarei a Ser Fiel" dos Santos & Pecadores

  

No final de cada programa era escolhido um vencedor que se apurava para a finalíssima. O vencedor absoluto ganhava um automóvel.

Num programa com estes, era fácil haver momentos caricatos, sobretudo desafinanços de vários concorrentes, ou aqueles que pareciam recusar passar o microfone ao concorrente seguinte, tendo mesmo que Miguel Ângelo intervir e arredar o cantor insistente para fora do palco.
Também me lembro de outros dois episódios. Num deles, uma concorrente começa a cantar "La Solitudine" de Laura Pausini quando de repente diz que não sabe a letra de cor. A música foi interrompida e tudo só voltou aos eixos quando a concorrente reiniciou a canção segurando um papel com a letra na mão.
O outro foi protagonizado por Nelo Ribeiro que, aproveitando o facto de ser o último em palco para cantar "Tudo O Que Eu Te Dou" de Pedro Abrunhosa, prolongou a sua estadia do palco, continuando a cantar acapella bem depois da música ter acabado. 
  

Também me recordo que por lá passaram diversos concorrentes do "Chuva de Estrelas" em busca de mais uns momentos de ribalta. Também uma colega minha da Universidade também lá foi, num programa gravado na Póvoa do Varzim, onde cantou "Private Dancer" da Tina Turner (segundo ela, era a produção que escolhia as canções para os concorrentes). Mas de todos os concorrentes de "Cantigas da Rua", houve um que viria a ser bastante conhecido anos mais tarde e que durante a sua prestação centrou todas as atenções (embora não necessariamente pelos seus dotes vocais):




  
Sim, é o Fernando Rocha a cantar o "Estou Na Lua", vestido como se tivesse saído do seu part-time como bailarino de discoteca algures em Matosinhos!

Como fã acérrimo de quase toda a programação da SIC nos anos 90, "Cantigas da Rua" era mais um dos programas que eu não perdia. O único ponto negativo que eu apontava era a pouca diversidade das canções, pois era certo que em cada programa se ouviriam canções de Whitney Houston, Céline Dion, Mariah Carey e Dulce Pontes. Outra canção muito recorrente era "Jardins Proibidos" de Paulo Gonzo. Aliás o próprio afirmou que "Cantigas da Rua" foi uma das razões para o sucesso tardio do tema, originalmente editado em 1992, e que Paulo Gonzo viria a regravar em 1997 em dueto com Olavo Bilac.

Miguel Ângelo apresentou as duas primeiras temporadas do programa nos Verões de 1996 e 1997. Após um interregno, houve uma terceira série em 1999 apresentada por José Figueiras e que teve como vencedora ninguém menos que Luciana Abreu, então com 14 anos. (E no início deste século, chegou a haver um programa com um formato idêntico na RTP, apresentado pelos Anjos, creio que com o título "Nasci Para A Música")





Recordo ainda o tema do programa que era um remix do imortal "Cantiga da Rua" do filme "O Costa do Castelo", onde se ouviam várias vozes incluindo as de Miguel Ângelo e as da própria Milú.

Eis mais duas caras conhecidas que participaram no programa:

Paulo Miguel Moredo, que viria a ser conhecido como o Duck dos Excesso:



A cantora e actriz Vanessa Silva:


sábado, 12 de outubro de 2013

Adão e Eva (1995)

por Paulo Neto

Além de revolucionar o panorama televisivo no Portugal dos anos 90, a SIC desempenhou um importante papel numa pequena revolução no cinema nacional ao reconciliá-lo com o público. Mais de dez anos após o sucesso inesperado de "O Lugar do Morto", nenhum outro filme português tinha ainda visto as suas exibições serem acompanhadas do tilintar consistente das moedas nas bilheteiras. Apesar da qualidade e do reconhecimento internacional de algumas obras, a ideia que o público tinha do cinema português era de cinema aborrecido, hermético, mais virado para os umbigos dos realizadores e os elogios das elites artísticas do que para as atenções das massas. Por exemplo, se perguntássemos a algum tuga que palavra associaria ao mestre Manoel de Oliveira, provavelmente a maioria diria "seca". 



Mas o panorama mudou com a estreia de "Adão & Eva" em 1995, um filme que provou conter todos os ingredientes certos: um elenco com vários nomes conhecidos encabeçado pelas duas nossas maiores estrelas internacionais de então, Maria de Medeiros e Joaquim de Almeida; uma realização experiente e atenta de Joaquim Leitão; a banda sonora de Pedro Abrunhosa, no auge da sua fama; uma trama que falava de novos conceitos de relações amorosas e paternidade e de intriga nos bastidores da televisão; e a co-produção e toda uma eficiente campanha de marketing da SIC que suscitou a curiosidade do público.

A história é a seguinte: Catarina (Maria de Medeiros) é uma jornalista da SIC que cede às urgências do seu relógio biológico e decide ser mãe. O problema é que não só ela desiludiu-se com os homens, como está envolvida numa relação lésbica com a temperamental Tê (Ana Bustorff), relação essa que Catarina mantém em segredo para evitar um circo mediático. Durante uma reportagem em Espanha, Catarina conhece Rafael (Karra Elejalde), um médico activista espanhol e, decidindo que ele pode ser uma fonte de bons genes para o seu filho, acaba por seduzi-lo e engravidar dele, para desgosto de Tê, que reage mal tanto à gravidez da companheira como à forma como ela engravidou, acabando com a relação e prometendo infernizar-lhe a vida. Mais tarde, Catarina envolve-se com Francisco (Joaquim de Almeida), seu colega na apresentação de um novo programa chamado "Adão e Eva" e o namoro depressa se torna sério. Mas Rafael surge em Portugal para esclarecer a sua situação face a Catarina e à criança por nascer e Tê continua inconformada... Para não falar que Helena (Cristina Carvalhal), um ex-colega de Catarina e sua arqui-rival, toma conhecimento de todos os seus segredos de Catarina e não olhará a meios para a destruir. O elenco contava ainda com Rogério Samora, Júlio César, Marcantónio Del Carlo, Filipe Crawford e participações especiais de Margarida Marante, Ana Bola e Eládio Clímaco.




Com hype raramente visto à volta de um filme português, "Adão e Eva" acabou por ser um êxito comercial e também foi o vencedor absoluto das categorias de cinema na primeira edição dos Globos de Ouro. Mas quem não viu o filme no cinema, teve a oportunidade de o ver na televisão uns meses mais tarde, quando a SIC exibiu o filme em formato de mini-série de três episódios, com algumas cenas que não foram incluídas no filme. E foi nesse formato que eu vi "Adão & Eva".
Pessoalmente, não sendo mau filme, acho que fica um pouco aquém das expectativas criadas. Sobretudo acho que o argumento acaba por ser algo superficial, tornado as personagens demasiado caricaturais, e os assuntos abordados como a bissexualidade e as novas formas de paternidade podiam ter sido mais explorados, além de um recurso algo excessivo ao factor choque. Se bem que a mim não me tenha chocado aquilo que a muita gente apontou como principal defeito do filme que foi o excesso de palavrões. Aliás, raramente a linguagem profana soou tão sedutora como quando Joaquim de Almeida e Maria de Medeiros proferem as frases mais famosas do filme, durante uma cena de sedução:



Como já referi, como se já não houvesse toda uma parada de estrelas no filme, a banda sonora esteve a cargo de Pedro Abrunhosa, que aproveitaria aliás parte dela para o seu hit "Se Eu Fosse Um Dia O Teu Olhar", que seria ouvido pela primeira vez durante o genérico da mini-série.



Mas o maior mérito de "Adão & Eva" foi reconciliar o cinema português com o público e desde então têm sido poucos os anos onde não há pelo menos um filme português a fazer sucesso comercial. Por exemplo, ainda na década de 90, títulos como "Adeus, Pai", "Mortinho Para Chegar a Casa", "Corte de Cabelo", "Tentação", "Inferno", "Pesadelo Cor de Rosa" e "Zona J" registaram grande afluência do público. 

Trailer: 

       





quarta-feira, 9 de outubro de 2013

Big Show SIC (1995-2001)

por Paulo Neto

Em mês de aniversário da SIC, continuamos a relembrar programas que marcaram a primeira década da estação de Carnaxide, e como tal, o panorama televisivo nacional. E este é sem dúvida um dos programas mais marcantes, se bem que tenha suscitado tantos adeptos como ódios de estimação.


Ao longo de seis anos de emissões (que pareceram bem mais porque o programa mantinha-se na grelha ao longo de todo o ano), o "Big Show SIC" teve vários horários e formatos. Basicamente os únicos elementos comuns ao longo de todas as emissões foi a presença de um piramidal e multinacional corpo de baile, formado por bailarinas envergando trajes bem diminutos e claro está, a apresentação hiperactiva e saltitante de João Baião, que deixou a célebre frase proferida antes de cada intervalo: "Dona Rosa, vá fazer um xixi, que a gente já volta!".
Inicialmente, o programa era transmitido nas tardes de domingo mas acabou por ser transferido para os sábados à noite, em concorrência directa com o "Parabéns" do Herman José, um dos últimos bastiões de audiência da RTP. Depois de o ter conseguido ultrapassar, o programa manteve-se nesse horário até que em 1999 foi mudado para as tardes de sábado e passou a ser transmitido em directo. Ao longo das 3/4 horas de emissão, muita coisa podia acontecer no programa.


Com a ascensão do fenómeno da música pimba (o género de música popularucho que apesar de já existir desde os anos 80, teve um boom em meados dos anos 90 e que foi definido pelo tema homónimo de Emanuel), o "Big Show SIC" tornou-se essencialmente o programa onde todos os artistas do género por lá passavam a actuar, quer os mais consagrados como Emanuel, Ágata, Quim Barreiros, Tony Carreira, Toy, Chiquita, Marco Paulo, José e Ana Malhoa ou Ruth Marlene, quer até alguns da segunda divisão distrital. E com o boom das boybands e girlbands nacionais, rara era a semana em que não fossem lá os Excesso, os Milénio, os Anjos, os D'Arrasar ou as Tentações. Isto para além de revelar nomes como o pequeno Saúl.
Mas na verdade é que também por lá actuaram outro tipo de grupos que faziam sucesso na época como os Delfins, os Pólo Norte, os Além Mar e os Santos & Pecadores e até estrelas internacionais como Laura Pausini e Ricky Martin.


Mas também os desconhecidos aspirantes a cantor também tinham a sua oportunidade de aparecer no programa, até que uma das rubricas mais habituais era a descoberta de novos talentos (por exemplo, uma muito jovem Luciana Abreu). Aliás, uma das imagens mais recordadas do programa era a do Macaco Adriano a arredar para fora do palco os candidatos que cantavam mal. Por entre os nomes daqueles que julgavam essas competições de cantores, contavam-se sobretudo Mila Ferreira, Miguel Simões, Maria Vieira e Carlos Castro.


Também recordo que durante uma temporada, o programa tinha uma competição entre as várias cidades do país, cada uma enviando um concorrente em diversas categorias, como as de cantores e as das misses locais. A cidade vencedora acabaria por ser o Seixal, que se fez representar por exemplo pela fadista Ana Margarida (que anos antes tinha sido a primeira representante portuguesa no "Bravo Bravíssimo") e pela modelo Sara Aleixo.

Muitos também recordam a rábula "A Escolinha do Professor Baião", uma adaptação da famosa "Escolinha do Professor Raimundo" de Chico Anysio, com João Baião no papel de professor e actores como Joaquim Monchique, Delfina Cruz, José Raposo, Maria João Abreu e Carla Andrino a fazerem de alunos endiabrados, se bem que a personagem mais famosa era o gay Mário Jorrrrge, interpretado pelo desconhecido Old Soares, que também era assistente de realização do programa, dirigido pelo brasileiro Ediberto Lima que já tinha abordado um conceito semelhante em "Muita Lôco".


Outra rubrica que houve foi o "Olá Princesa", onde se realizavam os pequenos desejos de meninas, normalmente de baixos estratos sociais. Cada uma delas era entrevistada por Tiago Retré (revelado na Mini Chuva de Estrelas), sendo que uma dessas entrevistas acabou por se tornar um tesourinho nacional do YouTube, com a pequena Jéssica a revelar que as suas preferências musicais eram Romana... e Marylin Manson!




Antes de terminar, convém não esquecer o DJ residente, o DJ Pantaleão, e o regresso à televisão portuguesa do Topo Gigio, que aconteceu neste programa.

Apesar de não primar pelo bom gosto, a verdade é a "TV em movimento" do "Big Show SIC" marcou toda uma época, para melhor ou para o pior.  

Abertura do programa:


"Mãe Querida" (primeiro com os artistas originais, depois na versão parodiada)



Momento "Tumba!" dos Gato Fedorento (inclui uma Mariza pré-fama no coro de Luís Filipe Reis):


"Big Show SIC" no "Tudo Incluído"




quinta-feira, 3 de outubro de 2013

Ponto de Encontro (1995-2002)

por Paulo Neto

Por ocasião do 21.º aniversário da SIC, planeio durante este mês de Outubro recordar programas míticos dos primeiros anos da estação de Carnaxide. Depois de "Chuva de Estrelas", é a vez de "Ponto de Encontro".



Numa era em que as pessoas estão mais contactáveis do que nunca e onde é cada vez mais fácil localizar por onde é que anda alguém, já nos custa imaginar que outrora vivemos num tempo onde não havia telemóveis e internet e era bastante fácil perder o paradeiro dos nossos conhecidos devido às vicissitudes da vida, muitas vezes para o resto da vida. 

Era essa a simples premissa do programa "Ponto de Encontro", estreado na SIC em 1995. Nele, familiares e amigos que levavam anos ou até décadas sem qualquer contacto reencontravam-se por fim. Por vezes sucedia que alguns dos procurados nem sonhasse com a existência daquele que os procurava. Foi o que aconteceu a uma senhora aqui da minha terra, conhecida da minha mãe, que ficou a saber que tinha um meio-irmão de quem ela nunca tinha ouvido falar, devido ao programa. 





"Ponto de Encontro" também marcou o regresso à televisão de Henrique Mendes, um dos rostos mais populares do primórdios da RTP, onde trabalhou de 1958 a 1974. Depois da Revolução, não conseguindo afastar a conotação ao antigo regime, Mendes emigrou para o Canadá onde ficou até 1979, tendo regressado para trabalhar na Rádio Renascença. O programa permitiu apresentá-lo a uma nova geração, que o encarou como uma espécie de um avô janota que entrava pela nossa casa, algo que foi reforçado quando Henrique Mendes entrou na série "Médico de Família".

Em cada programa, sucediam-se vários encontros emocionados entre ente-queridos, muitas vezes com lágrimas à mistura. Mas ao contrário de programas como "Perdoa-me" e "All You Need Is Love", não se verificava tanto uma exploração da lágrima fácil e do sentimentalismo, até porque a condução de Henrique Mendes primava por ser sóbria e séria, sem ser desprovida de empatia. Esses factores contribuíram para o prolongado êxito do programa.

A longevidade do programa (esteve no ar até 2002 e foram gravadas mais de 200 emissões) não só dava a ideia de que metade de Portugal parecia que andava à procura da outra metade, como reflectia o facto de que apesar de sermos um país pequeno, durante muito tempo houve grandes distâncias - não apenas quilométricas - a separar as nossas diferentes regiões e populações umas das outras. E pensar que hoje basta muitas vezes apenas procurar no Facebook por velhos conhecidos…

Henrique Mendes faleceu em 2004, apenas dois anos após o fim do programa.


Promos do programa (1995): 






Excerto do programa: 






O programa na rubrica "Grandes Momentos SIC 20 anos"




terça-feira, 1 de outubro de 2013

Chuva de Estrelas (1993-2000)

por Paulo Neto

Após um ano no ar, a SIC ainda voava baixinho mas aos poucos um Portugal sedento de mudança passava de estranhar a entranhar uma nova forma de fazer televisão, tão diferente a que estava habituado. Com a TVI nos seus primórdios (quando se designava por a 4) a ser orientada pela Igreja e sem ainda sem dar muita prioridade às audiências, coube à SIC fazer frente à RTP e transformar o panorama televisivo nacional, aproveitando o zeitgeist favorável: uma maior abertura de mentalidades na sociedade, a prosperidade económica proporcionada pela União Europeia e um país que se tornava cada vez mais cosmopolita menos fechado sobre si. Por isso, bastaram mais dois anos para que a estação de Carnaxide fosse líder de audiências durante o resto da década de 90. 


Estreado a 1 de Outubro de 1993, o "Chuva de Estrelas" é tido como um dos programas cruciais para a ascensão da SIC. Ainda hoje, são poucos os que não o referem como um dos programas mais marcantes do canal de Pinto Balsemão. Misturando puro entretenimento, uma excelente produção, diverso talento musical e uma apresentadora por quem Portugal inteiro se apaixonou, o sucesso não se fez esperar.

O programa era uma adaptação de um formato originário da Holanda, "The Sound Mix Show", estreado naquele país em 1985. Em cada sessão, um punhado de concorrentes tinha a oportunidade de se transformar numa estrela da música e cantar como ela. Após as eliminatórias, tinham lugar as semifinais e a grande final onde se coroava o vencedor absoluto. 

Em Portugal, "Chuva de Estrelas" teve sete edições, exibidas entre 1993 e 2000. As duas primeiras foram apresentadas por Catarina Furtado, a terceira por José Nuno Martins e as restantes quatro por Bárbara Guimarães.


1993/1994 Ainda hoje muitos apontam como a primeira como melhor edição do programa embora tivesse o cenário mais pequeno e tivesse sido toda emitida em diferido, incluindo a final. Em cada emissão, o público da assistência escolhia um concorrente apurado para a fase seguinte e o júri de convidados outro. Pelas cadeiras do júri passaram Simone de Oliveira, Paco Bandeira e Lena D'Água na fase das eliminatória e Sérgio Godinho, Rita Guerra e Adelaide Ferreira nas semifinais. A vencedora foi Sara Tavares que imitou Whitney Houston e ainda em 1994 venceria o Festival da Canção com "Chamar a Música". Outros concorrentes notórios foram Paula Morais de Sá (4 Non Blondes), Jacinta Matos (Ella Fitzgerald), Pedro Miguéis (Righteous Brothers) e Ana Ritta (Mariah Carey, que cantaria a versão alternativa do tema dos "Olhos de Água").

Essa primeira edição também foi especial para mim porque nela concorreu um professor da minha escola...que morava no apartamento ao lado do meu. José Lucas Lemos, o "stôr Lucas", era professor de Educação Física mas tinha uma carreira paralela como cantor. Ele imitou Freddy Mercury cantando "We Are The Champions", mas apesar dos elogios não passou à semifinal.
Agora outra revelação: ainda nesse ano houve na minha escola um "Chuva de Estrelas" onde eu concorri! Como a canção que eu queria inicialmente cantar era demasiado complexa para ser adaptada ("I'd Do Anything For Love" dos Meat Loaf), foi o próprio stôr Lucas que sugeriu que eu cantasse a mesma música que ele tinha levado ao "Chuva..." e foi assim que subi ao palco como Freddy Mercury, com T-shirt de alças branca, calças verdes e bigodes e pêlos do peito pintados (pois eu ainda não era prolífico em pilosidades como agora). Apesar dos elogios que recebi, a vitória sorriu à minha colega que tinha encarnado outra estrela defunta, Janis Joplin.

1994/1995 Várias mudanças ocorreram nesta série: um cenário maior (reciclado do "Mini Chuva de Estrelas"), um tema de genérico cantado por Nucha, um corpo de baile e uma final em directo do Coliseu dos Recreios, com o vencedor escolhido pelos telespectadores. Ramón Galarza e Pilar Homem de Mello (depois substituída por Rita Guerra) eram o júri residente ao qual se juntava um convidado em cada sessão. A partir desta edição, o número de concorrentes apurados em cada sessão podia ir de um a três.  
Rapando a sua cabeça para encarnar Sinead O'Connor, Inês Santos foi a vencedora desta edição. Mas esta também foi a edição de João Pedro Pais, que ficou em segundo lugar imitando os Delfins. Outros concorrentes a destacar são André Letra (dos Miguel e André, como Eros Ramazotti), Marta Plantier (Aretha Franklin), Carlos Coincas (Luís Represas) e João Portugal (Roupa Nova). Também recordo um concorrente cujo nome não me lembro que cantou "Forever Young" dos Alphaville, uma canção que até então lembrava-me muito pouco e passou a ser uma das minhas favoritas de sempre. Nesta edição, participou outro concorrente da minha cidade, Luís Filipe Lourenço, a cantar "One" dos U2, tendo chegado a uma semifinal.  



1995/1996 Com Catarina Furtado a colocar um hiato na sua carreira televisiva para estudar representação em Londres, José Nuno Martins apresentou a terceira edição e o programa passou a ser emitido ao Domingo. Rita Ribeiro e Miguel Ângelo eram os júris residentes. Outra novidade era que bandas também podiam concorrer. 
O vencedor foi  Rui Faria como Elton John, que foi o representante português na primeira final europeia dos Chuva de Estrelas onde ficou em segundo lugar. Outra concorrente notória foi Célia Lawson (Oleta Adams) que ganhou o Festival da Canção em 1997. Sofia Lisboa (Céline Dion) não passou da sua eliminatória (ao contrário da sua irmã Sónia que tinha chegado à final na edição transacta como Mireille Mathieu)  mas conheceria grande sucesso como a parcela feminina dos Silence 4. 


1997 Já com Bárbara Guimarães a conduzir a apresentação e Fernando Martins como júri residente, esta foi a edição mais curta com doze eliminatórias onde o apurado seguia directamente para a final. Jessi Leal imitando Kate Bush foi a vencedora, mas a interpretação de Pedro Bragado como Prince também ficou na memória. O actor Manuel Marques também passou  por esta edição cantando um tema de "Miss Saigon".



1997/1998 Encarnando Michael Stipe dos REM, Carlos Bruno foi o indiscutível vencedor da quinta edição e ainda por cima, também venceu a final europeia. Mas quem teve quase tão protagonismo foi a mãe do próprio Carlos, que desatava num choro semi-histérico sempre que o filho cantava, algo que foi amplamente explorado na realização do programa, até na final europeia. Lembro-me que a senhora foi muito criticada por fazer aquela figura.
Em segundo lugar ficou Paula Teixeira (Gloria Estefan) um rosto que ainda hoje reconhecemos por fazer linguagem gestual em vários programas. Sofia Barbosa (Oleta Adams), vencedora da primeira Operação Triunfo e Vanessa Silva (Amanda Marshall) também foram finalistas desta edição.


1998/1999 Ricardo Sousa e Sandra Godinho conheceram-se no casting para o programa e decidiram concorrer em dueto como Meat Loaf e Ellen Foley, e em dueto venceram. Miguel Belo, dos Lulla Bye (The Verve) e Teresa Radamanto (Barbra Streisand) também concorreram nesta edição.


1999/2000 Na última edição, vitória para Nádia Sousa, vocalista dos Spelling Nadja,  num papel químico de Edith Piaf.


Mas sem retirar nenhum mérito a José Nuno Martins e muito menos a Bárbara Guimarães, sem dúvida que eu e a maioria dos portugueses recordam sobretudo as edições do "Chuva de Estrelas" apresentadas por Catarina Furtado. Já a conhecíamos do Top + na RTP e dos blocos da MTV exibidos nos primórdios da SIC mas foi aqui que ela encantou Portugal tão ou mais que os concorrentes que cantavam (lembram-se do slogan: "Cante ou encante com o Chuva de Estrelas!"). Aliando a descontracção e irreverência próprias da sua idade (tinha 21 anos aquando da primeira edição) e uma maturidade profissional, Catarina tornou-se a estrela do programa e a namoradinha de Portugal de então, conquistando miúdos e graúdos, homens e mulheres. Juntando-se uma produção de qualidade e vários talentos descobertos por esse Portugal fora, o programa conquistou Portugal e foi peça importante na incrível ascensão da SIC a líder de audiências. 
Recordo-me de quanto os fins de tarde de sexta-feira nessa altura eram tão deliciosos para mim, com o início do fim-de-semana e um serão televisivo em cheio em perspectiva, primeiro com Catarina Furtado e o "Chuva de Estrelas" e depois Alexandra Lencastre "Na Cama Com..." quem quer fosse. E quem ainda não se recorda do tema de encerramento, adaptado do "Thank You For The Music" dos ABBA?

Vivo para a música
Canções que canto
Com a alegria e o encanto

P'ra viver sem ela
Como é que eu vou fazer
Como vai ser

Sem uma canção, uma ilusão
Por isso vivo para a música
Pelo tanto que me dá.

Genérico do programa:



Final da 1.ª temporada:


Final da 7.ª temporada





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