Este blogue já dedicou diversos artigos a essa instituição de todos os Natais que é "O Natal dos Hospitais", essa clássica telemaratona presente na história da RTP desde os anos 70 e que tem decorrido todos os anos desde então sem interrupção, se bem que com umas e outras alterações (por exemplo nos anos COVID, foi no estúdio da RTP e não numa instituição hospitalar como era hábito) pelo caminho. E se actualmente o programa não tem a mesma mística de outras quadras natalícias, para quem cresceu nos anos 80 e 90, era mais um dos vários ingredientes que tornavam tão apetecível a quadra natalícia rumo à noite da Consoada.
No início deste ano, o portal de arquivos da RTP disponibilizou algumas edições de "O Natal dos Hospitais" e eu pensei em analisarmos uma delas, a saber a de 1985, que foi transmitida no dia 20 de Dezembro desse ano com o palco principal no Hospital Militar de Lisboa, mas que contou com ligações ao Porto, à Madeira e aos Açores. Como era habitual, esta iniciativa do jornal "Diário de Notícias" que contava com o apoio da Philips portuguesa, bem como o da RDP e da RTP. (No segmento do Porto, Ivone Ferreira referiu que nesse ano fazia dez anos que a RTP transmitia o "Natal dos Hospitais", pelo que a primeira transmissão televisiva terá sido em 1975.)
Eu não me recordo desta edição mas de certeza que o meu eu de cinco anos deve ter visto com a Dona Corina, a senhora madeirense que foi como a minha terceira avó.
Parte 1: https://arquivos.rtp.pt/conteudos/natal-dos-hospitais-parte-i/
O primeiro bloco é no arquipélago dos Açores, mais precisamente na Horta na ilha do Faial, com a participação dos artistas locais, a quem a ausência de um apresentador impediu de serem identificados: um rancho folclórico, grupos musicais com músicas de Natal e cantigas tradicionais, uma jovem a declamar um poema natalício e uma cantora cuja cara não me é estranha mas que não me vem o nome.
Parte 2: https://arquivos.rtp.pt/conteudos/natal-dos-hospitais-parte-ii-2/
Já na ligação à Madeira, houve dois apresentadores: Rui Barreto e Arminda Abreu.
- A começar, o coro infantil do Colégio de Santa Terezinha com uma cantiga de Natal.
- Seguiu-se João Fernandes, uma figura habitual nos palcos e casas de fado madeirenses, com a sua versão de "Os Meninos de Huambo" acompanhado pelo conjunto de guitarras de Fernando Silva.
- Dirigido pelo professor João Atanásio, o Coro do Conservatório de Música da Madeira.
- O Grupo Folclórico da Cruz de Carvalho trouxe "O Baile dos Romeiros".
- Maria Aurora declama o poema "Serenidade" de Raúl de Carvalho.
- Com instrumentos típicos madeirenses, os Algozes cantam "Da Serra Veio O Pastor".
Parte 3: https://arquivos.rtp.pt/conteudos/natal-dos-hospitais-parte-iii/
Passa-se agora a ligação ao Hospital de São João no Porto (mais concretamente no Salão de Estudantes da Faculdade de Medicina), onde sob condução de Ivone Ferreira e Álvaro Nazaré, desfilaram artistas da Cidade Invicta.
- Para começar a cantora de origem suíça Gabriela Schaaf, famosa pelo seu hit de 1979 "Um Homem Muito Brasa", que cantou "Posta Restante".
- Depois o eterno casal Maria José e José Carlos Gorgal, que é como quem diz, os Broa De Mel, com o seu hit em que tentavam adivinhar "Será Menino? Será Menina?"
- Desde 1980 que os Raízes se dedicavam a recolher e a interpretar cantares minhotos, como este "Diabo do Belho".
- Já Fernando Pedro trazia uma canção novinha em folha, "A Nossa Melodia".
- Com 25 anos de actividade e mais de 200(!) discos gravados, o Trio Boreal com "Força de Amar".
- O Grupo de Cantares da Faculdade de Porto com um cantar transmontano, "Marião".
- O Dr. Miguel Matos, director do Hospital de São João, deixa a sua mensagem.
- Para terminar, o Coral Ligeiro da Academia de Musical de Vilar do Paraíso canta "Petersburger Schlittenfahrt", mais conhecido como "Schöne ist in Winter" (ou como eu em petiz achava, "Felice Vita"), cuja versão de 1976 pelo coro alemão Fischer foi ubíqua nos Natais do início dos anos 80, sobretudo nas vinhetas da RTP.
Parte 4: https://arquivos.rtp.pt/conteudos/natal-dos-hospitais-parte-iv/
E eis-nos por fim no palco principal em Lisboa, mais concretamente no anexo de artilharia do Hospital Militar Principal. Eládio Clímaco e a saudosa Alice Cruz são os apresentadores principais que nos dão as boas-vindas. Após a mensagem do Diário de Notícias lida por Eládio, iniciou-se o desfile dos artistas:
- Para começar, o Coro Juvenil do Clube TAP dirigido por Teresa Paula Ferreira, com "Arco-Íris". uma canção que assim que eu ouvi, lembrei-me vagamente dela ("espuma de luz, íris de sabão, olha as sete cores que lindas que são").
- Após a mensagem da RDP lida pela lendária apresentadora Maria Leonor, uma actuação do violinista Vasco Barbosa acompanhado ao piano por Grazi Barbosa, seguindo-se a actriz Carmen Dolores com dois poemas natalícios: "Natal" de Fernando Pessoa e "Canto de Natal" de Manuel Bandeira e dos bailarinos da Companhia de Bailado de Lisboa, Sílvia Nevjinsky e Benvindo Fonseca, no pas de deux de "Cinco Cantos do Mar". No final deste bloco, Maria Leonor chama ao palco todos os artistas que acabaram de actuar.
- Outro elemento habitual era o sorteio de televisores Philips para vários hospitais e estabelecimentos de saúde pelo país fora. Para uma distribuição mais igualitária de televisores pelo país, cada um dos doze potes continham subscritos com instituições de dois ou três distritos. Neste ano, com alguns dos pacientes do Hospital que estavam presentes no anexo em pleno palco, estes participaram nos sorteios, como foi o caso de Armando, 39 anos, natural de Moçambique e o de António, 23 anos, da Ponte de Sôr que sortearam televisores respectivamente para o Lar de Terceira Idade de Monção e para o Hospital de Chaves. Artur Agostinho apresentou o bloco seguinte.
- A Banda Tribo cantou "Andas Loquinha Por Mim". Este grupo é sobretudo conhecido pela sua participação no Festival da Canção de 1984 com o tema "A Padeirinha de Aljubarrota", acompanhados por Ana Sofia Cid, filha de José Cid. O vocalista Gonçalo Tavares, ele próprio sobrinho de José Cid, enveredaria mais tarde por uma carreira a solo que dura até hoje.
- Os então muito jovens irmãos Nuno e Henrique Feist com "Tão, Tão, Tão". Nesse ano, eles tinham ficado em terceiro lugar no Festival da Canção com "Meia de Conversa".
- Eles ainda estavam a três anos da sua mais célebre obra conjunta, o filho Bernardo que viria a ser conhecido como Agir, mas aqui Paulo de Carvalho e Helena Isabel uniram vozes para cantar "Já Pode Ser Tarde", canção que participou no Festival da Canção de 1984, sob a designação de "Quinteto Paulo de Carvalho" num agrupamento que além deles os dois tinha também André Sarbib, Carlos Araújo e Miguel Braga.
- Mas claro, 1985 foi o ano em que Paulo de Carvalho teve um dos maiores picos da sua carreira com o álbum "Desculpem Qualquer Coisinha", sobretudo com o hit "Os Meninos do Huambo" (mais conhecido como "os meninos à volta da fogueira"), pelo que não podia faltar Paulo de Carvalho levar também esta canção, acompanhado por Alcino Frazão e Mário Pacheco.
- Vitorino levou a "Leitaria Garrett", faixa-título do seu álbum de 1984. Precisamente nesse mês de Dezembro de 1985, saía o álbum seguinte "Sul".
- Hoje são conhecidos pelo grande hit "Yolanda", um dos hinos do boom do kizomba por estas bandas nos anos 2000, mas nesta encarnação de 1985 os Irmãos Verdade alinhavam mais numa onda pop-r&b a fazer lembrar os Jacksons ou os Five Star com este "Eu Aposto No Amor".
- Rui Veloso cantou a "Balada da Fiandeira" do álbum "Fora de Moda" de 1982.
- Após novo recap dos artistas que actuaram, Carlos Pinto Coelho deixa a sua mensagem de Natal. Segue-se novo sorteio conduzido por Alice Cruz de um televisor a cores (sim, ainda estávamos no tempo em que importava referir que era "a cores") Philips, com um paciente natural de Vila Nova de Gaia (e com sotaque a condizer) a sortear um dito aparelho para o Hospital de Arganil e outro oriundo de Viseu para...o Hospital de Vila Nova de Gaia.
- Actuação da pequena Sara Margarida, acompanhada pelo Coro Saltitão, que cantam sobre "o David que caiu e rasgou o seu calção".
- Após um plano da então Primeira Dama Manuela Eanes presente na assistência, uma rábula de humor com os actores Vítor Rosado e um bem jovem José Raposo. O primeiro afirma que o segundo andava a falar dele por aí e quer dar-lhe a oportunidade de lhe dizer tudo na cara, mas na verdade nem sequer lhe dá a chance de lhe abrir a boca, interrompendo-o a todo o momento (e até se queixa que o outro é que não para de falar)!
- Ainda faltavam uns bons anos até ter sido eleita por Jesus Cristo para lhe ditar mensagens e livros, e nem sequer ainda esteva no seu primeiro momento de fama televisiva como apresentadora dos programas "Jaquitá" e "Estude-O", mas Alexandra Solnado marcou presença cantando "Odeon" (referido aqui como "O Chourinho"), tema interpretado por Nara Leão para a abertura da telenovela brasileira "A Sucessora", que passara na RTP2 nesse ano.
- Ainda vivendo o auge da carreira com o grande hit "Uma Árvore, Um Amigo" em 1984, Joel Branco trazia "São Quase Dois Mil Anos".
- Antes de actuar, António Sala também quis deixar a sua mensagem de Natal e fazer um momento de stand up comedy, ou pelo menos o mais parecido isso em 1985.
- E depois, sim é a vez de António Sala cantar acompanhado da esposa Elisabete Sala, o "Aleluia" que não só foi um hit de quando ambos integraram o grupo Maranata como, claro, é uma versão em português da canção vencedora do Festival da Eurovisão de 1989 por Israel, interpretado pelo grupo Milk & Honey.
- Após o agradecimento de Eládio Clímaco ao Hospital Miltar e a figuras de proa das Forças Armadas pela organização do evento, tempo para a música africana com Hilário Bioce, ele próprio um ex-paciente do Hospital Militar, e "Gri Gri", acompanhado pelo grupo de dançarinas As Cumbucas.
- António Calvário, essa lenda do mundo artístico nacional, interpreta "Amanhã Saberás",
- Alexandra foi uma das cantoras portuguesas mais proeminentes nos anos 80 (e só há pouco tempo descobri que tal como eu, ela também festeja o seu aniversário a 25 de Abril). A este "Natal dos Hospitais", levou o seu então mais recente single "Só Para Mim".
- A fechar este bloco e esta parte da transmissão, mais um momento de dança folclórica com o "Pregão do Baile" do Grupo Cultural e Desportivo do Banco Pinto & Sotto Mayor.
Parte 5: https://arquivos.rtp.pt/conteudos/natal-dos-hospitais-parte-v/
Antes de analisar esta parte, achei curioso que nesta edição "Natal dos Hospitais" haver tanta proximidade entre os artistas e os doentes hospitalizados, com alguns destes colocados à volta do palco, ao contrário do que era costume eu ver noutras edições, com um palco elevado onde actuavam os artistas e os pacientes em baixo na assistência. E também fiquei meio sentido com os relatos de alguns pacientes que estavam já há anos internados e com os apresentadores visivelmente divididos, querendo lhes desejar rápidas melhoras mas também intuindo que a condição daqueles pacientes deveria ser bastante séria.
- Júlio Isidro conduz o próximo sorteio de televisores Philips, fazendo referência ao Live Aid, um dos acontecimentos mais marcantes desse ano de 1985. Um 1.º Sargento do staff do Hospital Militar e um paciente chamado Amadeu (internado no hospital há cinco anos!) tiraram os envelopes correspondentes às Santas Casas da Misericórdia de Cabeço de Vide e Pinhel.
- Será eternamente recordada como um dos mais célebres rostos de apresentação e locução de continuidade da RTP nos anos 80, mas na altura Ana Paula Reis também teve uma breve incursão como cantora, sobretudo com o single "Utopia" de 1984. Mas aqui, levou outro tema, "Espelho Meu" acompanhada por três bailarinos.
- Seguiu-se o cantor madeirense Luís Filipe com "O Mundo".
- Tempo agora para o fado, com Luz Sá Bandeira (aparentemente não usa o "da" no nome artístico) a cantar "A Balada do Encantamento". Apesar de então já ter 48 anos e de cantar fado há vários anos, só no ano anterior é que a fadista (que é tia da actriz Sofia Sá da Bandeira) tinha gravado o seu primeiro disco. À guitarra estava o célebre virtuoso Fernando Alvim (o músico, não o apresentador da "Prova Oral").
- Ainda no fado, seguiu-se Nuno da Câmara Pereira com "Pode Ser Saudade". Ao contrário de Luz Sá da Bandeira, Nuno da Càmara Pereira já tinha então alguma considerável discografia, em especial o álbum homónimo editado nesse ano. Mas o seu maior auge comercial viria no ano seguinte com o álbum "Mar Português" que incluía os hits "Meu Querido, Meu Velho, Meu Amigo" e "Estou Velho".
- Já na altura era uma presença imprescindível em cada "Natal Dos Hospitais" e como tal, Marco Paulo veio ao palco com "Se Deus Quiser", tema do seu álbum "Romance" de 1984, que incluía também "Só Falei Para Dizer Que Te Amo", versão em português de "I Just Called To Say I Love You" de Stevie Wonder.
- Infelizmente foi nesse ano de 1985 que faleceu Milo MacMahon do Duo Ouro Negro, pelo que Raúl Indipwo (aqui apresentado como Raúl Ouro Negro) se apresentou sozinho para cantar "À Beira Mar".
- Depois foi tempo de aquecer com as Doce e o seu último grande hit "Quente, Quente, Quente". Com Fátima Padinha a deixar o grupo nesse ano, em seu lugar esteve Fernanda de Sousa, ou seja, a artista futuramente conhecida como Ágata. Mas o destaque foi para Laura Diogo a sensualizar para uma câmera.
- Fernando Pereira num número musical que incluiu uma versão de "Feelings" que a certa altura resvala para referências gastronómicas.
- Depois de Eládio Clímaco chamar de novo ao palco todos os artistas que actuaram neste bloco, tempo para mais um sorteio de televisores Philips, desta vez conduzido por Carlos Cruz, que foram para a Santa Casa da Misericórdia de Torres Vedras, o Lar de Idosos de Alhos Vedros e a Fundação Dr. Francisco Cruz da Praia do Ribatejo.
- Regresso às actuações, agora com um grupo de bailarinos da Oficina Coreográfica na "Suite das Castanholas".
- Os Trio Odemira perguntaram cantando "Quem É O Louco?"
- É mais conhecido como actor, mas Carlos Quintas sempre também teve um pé nas cantigas. Aqui cantou "Ó Ai O Linda", acompanhado ao piano por Jorge Machado.
- Maria Armanda (a fadista, não a jovem cantora de "Eu Vi Um Sapo" do mesmo nome) cantou "Violeta Do Chiado".
- Acompanhado por um grupo de crianças, Carlos Paião levou o seu então mais recente single "Arco-Íris". (Quem diria que infelizmente ele estava então a menos de três anos de deixar este mundo!)
- Cândida Branca-Flor não trouxe nenhum tema do seu aclamado disco "Cantigas Da Minha Escola", lançado nesse ano, mas sim "A Nossa Serenata", com dois bailarinos clássicos no fundo.
- Outra dupla de bailarinos, Adriana e Pedro Palma do grupo de bailado Olissipo, dançaram um salero ao som da célebre medley de El Chato.
- Por fim, outro sketch humorístico onde Nicolau Breyner está ao telefone para enviar um telegrama apaixonado mas esbarra nas inúmeras questões da telefonista (voz de Isabel Mota) e uma chamada dos artistas ao palco.
Parte 6: https://arquivos.rtp.pt/conteudos/natal-dos-hospitais-parte-vi/
E chegamos por fim à última parte.
- Melo Pereira, que era então chefe do Departamento de Programas Recreativos da RTP e, como referiu Alice Cruz, responsável pela produção do Natal dos Hospitais, foi convidado a sortear televisores Philips para o Hospital do Concelho da Povoação na Ilha de São Miguel nos Açores e o Hospital Cruz de Carvalho na Madeira. O último televisor sorteado com a ajuda de Fernando Pessa foi para o Hospital da Lagoa no Algarve.
- Fernando Pessa deixa a sua "carta ao Pai Natal" e apresenta os artistas do bloco final. (E não, não terminou com o lendário "E esta, hein?")
- Já se viu antes dois dos seus bailarinos, mas agora o grupo de bailado Olissipo actuou todo junto, dançando ao som de Carlos Paredes e Amália Rodrigues.
- O artista nascido com o nome João Maria Gorjão Jorge mas sobejamente conhecido como Rão Kyao pegou na flauta para actuar com o tema "Dança Da Folia" do seu álbum "Oásis", que sucedeu ao êxito de "Estrada Da Luz".
- "Nesta Festa Portuguesa" foi a canção trazida pela sempre jovem Tonicha.
- A cantora e atriz Maria Da Graça ficou eternizada pelo seu papel homónimo da filha da Dona Rosa no filme "O Pátio Das Cantigas". Mas se na altura do filme, ela ainda nunca tinha ido ao Brasil, em 1946 acabaria por reviver a história da sua personagem ao ir fazer um espectáculo no país-irmão e por lá fazer larga carreira. Em 1985, estava a ter um pequeno comeback em Portugal ao estrelar numa revista à portuguesa onde cantava o tema que levou a este Natal dos Hospitais, "Giestas".
- Outra lenda da música nacional, Tony de Matos, que de boina na cabeça foi "À Procura do Amor".
- E agora outro ponto alto dos "Natais dos Hospitais" da minha infância e juventude: a chegada de Herman José com um sketch humorístico e uma cantiga do seu repertório. Desta vez, veio acompanhado do habitual comparsa Vítor de Sousa que, apesar dos esforços de Herman para o mandar embora, insiste em exercitar os seus talentos de diseur recitando um poema de Natal de Miguel Torga. Por fim, Herman cantou um dos temas de Serafim Saudade, "Mentirosa", com direito até um momento de patinagem no gelo como nunca antes se viu!
- Em 1985 como em todos os anos anteriores e seguintes, não poderia haver outra forma de terminar o "Natal dos Hospitais" que não com o Coro Infantil de Santo Amaro de Oeiras, sob direcção do maestro César Batalha, a cantar "A Todos Um Bom Natal". Eu pessoalmente sempre gostei muito mais desta versão mais ritmada dos anos 80 do que aquela actual versão, instituída em 1996, e é pena que a primeira esteja praticamente desaparecida dessas internets. Em 1985, os pequenos membros do coro ainda não tinham as míticas fardas azuis e brancas e a meio da canção distribuíram flores pelos pacientes presentes em palco, ficando apenas as cinco meninas que cantavam as estrofes a solo. (Daí a poucos anos, alguns destes pequenos cantores iriam ser os membros inaugurais dos Ministars.)
Embora não me lembre desta edição do "Natal dos Hospitais" (a primeira da que terei algumas memórias terá sido a do ano seguinte), o seu visionamento trouxe-me muita nostalgia por memórias dos meus Natais de infância com sabor a coscorões e por alguns artistas que já não estão entre nós.
Outros artigos no blogue sobre "O Natal dos Hospitais"
Parte 1:
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