sábado, 30 de novembro de 2013

My Holiday Girl - Mini Pop (1974)

Anúncio ao single "My Holiday Girl", o último lançado pelo quarteto juvenil "Mini Pop", e definido como "um êxito perigoso". Imagino que o "perigoso" seja para combinar com o sinal de trânsito com que os petizes foram fotografados. E com umas belas fatiotas, acrescente-se!

My Holiday Girl - Mini Pop:


O próprio videoclip no Youtube fornece informação sobre o grupo "Mini-Pop", que - quais Pokemons - "evoluiram" para os "Jáfumega" (Latin'America, La Dolce Vita).

Reproduzo na integra o texto que acompanha o video ( que é uma variação do texto da Wikipedia):
"Mini-Pop foi um grupo infantil que iria dar origem aos Jáfumega. O conjunto , composto por 4 elementos, de idades compreendidas entre os 7 e os 11 anos de idade, formou-se no ano de 1969. O grupo dos irmãos Barreiros (Pedro, Mário e Eugénio)e do amigo Abílio foi dinamizado pelo Pai Mário Barreiros. Mais tarde veio a juntar-se ao agrupamento (1977) o ainda jovem idoso Vitor Barbosa, mais conhecido como o "Cambraia". Esta nova aquisição veio impulsionar e dar um novo fôlego à musica nacional portuguesa, com uns insequecíveis "brilharetes" de guitarra neo-rockabilliana de retoques barrocos mas sempre eclécticos. A guitarra usada por este génio da guitarra foi uma Fender Stradivarius americana com Texas Special assim como uma Gibson Les Paul Standard gold top.
Gravaram dois singles para a editora Zip-Zip. O maior sucesso foi uma versão de "A Casa" (Era Uma Casa Muito Engraçada).
Ao vivo o repertório do grupo nunca foi tão comercial como em disco. Actuaram com bastante sucesso no Festival de Vilar de Mouros de 1971.
Passaram para a Movieplay onde gravaram um primeiro single com os temas "Delta Queen" e "Beggars Can't Be Choosers".
Participaram depois no Festival RTP da Canção de 1973 com "Menina de Luto".
Lançaram o single "Days Of Summer/Vaya Con Dios". Gravaram novo single, "My Holiday Girl", com temas de Paulo de Carvalho e Mike Britton.
Durante 10 anos de carreira gravaram sete singles e participaram em cerca de 300 espectáculos. Também tentaram entrar em Espanha como "Tanga", o nome escolhido para a internacionalização.
Após o fim do grupo transformaram-se nos Jafumega, uma das bandas que marcou a década de 80 em termos musicais. Um dos elementos (Abílio) integrou a banda rock Roxigénio."

Mais algumas músicas do grupo:

Ladrar à Lua (1971):

Menina de Luto (1973) Festival da Canção 1973:


Publicidade retirada da revista Tele Semana nº 56, de 15 de Fevereiro de 1974.

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sexta-feira, 29 de novembro de 2013

Aparelhagem de Ginástica Kettler (1974)

A maquineta para fazer exercicio que ilustra o anúncio á Aparelhagem de Ginástica "Kettler" parece uma tábua de passar a ferro mas com a possibilidade de deixar o seu usuário preso pela cintura enquanto a esborracha. Ou se calhar é só a minha imaginação...

Publicidade retirada da revista Tele Semana nº 56, de 15 de Fevereiro de 1974.

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quinta-feira, 28 de novembro de 2013

Pedro Malagueta


Encontrando esta capa do disco no Instagram, pesquisei para saber quem era este cantor conhecido pelo singelo nom de guerre "Pedro", qual Prince português do Ultramar. Pegando no título do single, "Somewhere This Summer" rapidamente cheguei ao nome "Pedro Malagueta". Imediatamente, o meu sentido-de-aranha titilou, o nome não me era estranho. Olhando melhor à espartana página de Wikipédia,  mistério resolvido: Este Pedro é o Pedro Malagueta que nos encantou nos anos cromos com a bela versão portuguesa de "Era Uma Vez O Espaço..." - que confessso, está semrpe comigo no leitor de mp3. Anos atrás, no meu Youtube, coloquei um video com essa música, segui as confiáveis "fontes" da Internet que indicavam que o cantor do tema era o famoso Paulo de Carvalho. Pareceu-me bem, e assim indiquei na descrição do vídeo, até ter sido corrigido por um utilizador atento. Aproveito para pedir desculpa por durante alguns dias/meses ter contribuido para espalhar o "boato" de que era Paulo de Carvalho que cantava a música.

Voltando a Pedro Malagueta, nasceu em 1951 em Angola, podem ver a lista de singles e prémios na Wikipédia: "Pedro Malagueta". Ainda é mencionada a sua participação em vários grupos, um dos quais - "Férias" - participou no Festival RTP da Canção de 1977.
Foto: Site "Festivais da Canção".
O grupo ficou em 7º lugar nessa edição do certame. Na foto acima, Pedro Malagueta com a t-shirt da letra "I". Curiosamente, em 1º lugar ficou o grupo "Os Amigos", constituido entre outros por... Paulo de Carvalho! A foto e a informação retirada do excelente site "Festivais da Canção", vale a pena visitar!


 Uma actuação com o grupo "Heartbreakers Soul Band":


Se encontrarem mais videos, partilhem nos comentários!

No Myspace do artista podem ouvir um tema de 2007: "Puro Cubano".
Como não consegui encontrar um video ou áudio do tema do single, recordo aqui o belo genérico de "Era Uma Vez O Espaço":


O tema foi composto por Michel Legrand e na versão francesa interpretada por Jean-Pierre Savelli [ouvir]. Prefiro a "nossa" versão!

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quarta-feira, 27 de novembro de 2013

Helene Curtis (1974)

Anúncio aos champôs/shampoos da marca "Helene Curtis", "usados pelas mulheres mais belas do mundo". E sim, leram bem, podemos encontrar a variedade "Go Gay" entre outras variedades como Ovo, Framboesa, Limão ou Morango. Duvido que a brigada do politicamente correcto deixasse passar essa hoje em dia!

Publicidade retirada da revista Tele Semana nº 56, de 15 de Fevereiro de 1974.

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terça-feira, 26 de novembro de 2013

Vidas Em Jogo (1984)

por Paulo Neto

Creio que nem mesmo George Orwell poderia prever no seu tempo que o ano de 1984 a quem ele conferiu toda uma mitologia seria um dos anos mais emblemáticos da cultura pop. Por exemplo, poucos anos podem se gabar de uma lista tão extensa de filmes e músicas que hoje são considerados verdadeiros clássicos. E o filme que hoje analisamos, deixou a sua marca em ambas as frentes. 



Confesso que este é daqueles filmes que nunca vi do princípio ao fim, mas que fui apanhando aos pedaços, sempre que algum canal de televisão (sobretudo o Hollywood) o exibia. Na sua estreia, "Vidas Em Jogo" ("Against All Odds" no original) já tinha diante de si toda uma grande promoção atrás de si. Para começar o realizador era Taylor Hackford, que vinha do sucesso de "Oficial e Cavalheiro", a comunicação social tinha amplamente divulgado os principais ingredientes do filme - acção, intriga e erotismo e numa prática na altura ainda não muito vista, o tema principal do filme "Against All Odds (Take A Look At Me Now)", interpretado por Phil Collins, já era um hit e vinha acompanhado de um videoclip que era basicamente um trailer para o filme. 




"Vidas Em Jogo" é um dos mais célebres exemplos de uma breve tendência em Hollywood de modernizar clássicos da era do film noir com a estética dos anos 80 e uma generosa dose de erotismo. O outro famoso exemplo é "Noites Escaldantes" que readaptou o clássico noir "Pagos A Dobrar". No caso de "Vidas Em Jogo", a inspiração foi o filme "O Arrependido" ("Out Of The Past", 1947) com Robert Mitchum, Jane Grier e Kirk Douglas. 



Terry Brogan (Jeff Bridges) é um jogador de futebol americano no ocaso da sua carreira. Falido e dispensado da sua equipa, Terry aceita a proposta de um seu conhecido, Jake Wise (James Woods), um dono de um bar nocturno envolvidos em negócios obscuros. Wise contrata-o para encontrar a sua namorada Jessie Wyler (Rachel Ward, no seu primeiro papel após a série "Pássaros Feridos") que lhe roubou 50 mil dólares e fugiu sem deixar rasto. Coincidentemente, Jessie é também a filha da nova dona da antiga equipa (Jane Grier, a protagonista feminina de "O Arrependido"). 



Terry descobre Jessie no México, mas intrigado por ela, não a denuncia imediatamente. Após um breve jogo de gato e rato, Terry e Jessie tornam-se amantes e vivem momentos idílicos e sensuais naquele cenário paradisíaco (incluindo sexo no interior de uma pirâmide azteca). O idílio termina abruptamente quanto são surpreendidos por Hank Sully (Alex Karras), o antigo treinador de Terry, que foi contratado por Jake para os encontrar. O confronto termina com Jessie a matar Sully, o que leva Terry a terminar a relação e voltar para Los Angeles.



Quando regressa, Terry fica estupefacto ao ver Jessie de novo com Jake como se nada tivesse passado, descobre que Ben Caxton (Richard Widmark), o sócio da mãe de Jessie, é o líder da rede de corrupção desportiva em que Jake está envolvido e que é o alvo de uma cilada para o incriminarem da morte de um advogado corrupto. E mais do que nunca, Terry e Jessie vêem as suas vidas em jogo…


Onde a história de "Vidas Em Jogo" mais diverge de "O Arrependido" é no final, bem menos trágico ainda que não seja o mais feliz para os protagonistas.


Pelo que pude ver do filme, ele ainda hoje cumpre plenamente a função de entretenimento. Bridges e Ward formam um par extremamente sensual (até pelos cânones actuais) e cheio de química e James Woods consegue habilmente que a sua personagem fuja do vilão estereotipado. Richard Widmark,  antiga estrela do noir e dos filmes de gangsters, é um secundário de luxo. Além das cenas quentes entre os protagonistas, ficou  também na retina uma frenética cena de corrida automóvel entre as personagens de Bridges e Woods ao volante de um Porsche e de um Ferrari respectivamente pelas ruas de Los Angeles. E como em vários outros casos, o efeito de nostalgia e "cápsula do tempo" também têm jogado a favor do filme.



Como é óbvio, o tema principal do filme, na voz de Phil Collins, também ajudou ao sucesso do filme e ainda hoje é visto como um dos pontos altos do repertório de Collins. E o videoclip-trailer é um dos mais emblemáticos do género, com Phil Collins a cantar no meio de uma plataforma luminosa rodeado de água e com uma cascata atrás dele. Curiosamente a banda sonora também incluía temas a solo de Peter Gabriel e Mike Rutherford, dois colegas de Collins nos Genesis. Também fizeram parte da banda sonora temas de Stevie Nicks, Big Country e Kid Creole & The Coconuts, sendo que estes últimos também aparecem no filme.



Trailer:













Nail Control (1974)

Este "Nail Control" anuncia-se como a solução para quem tem o hábito de roer as unhas. Não quero imaginar o que estará dentro deste produto para pincelar as unhas. "Verá que nunca mais as tornará a roer a partir dai." Eu nunca roi unhas, dava cabo delas com os próprios dedos, portanto isto não iria funcionar comigo. Mas já há muitas anos que parei de fazer isso. Troquei foi por outro hábito bem pior...


Publicidade retirada da revista Tele Semana nº 56, de 15 de Fevereiro de 1974.

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Tele Cor (1974)

Engenhoca americana para ver televisão a cores seis anos antes das emissões a cores começarem em Portugal; através de um "filtro para o ecran, que matiza e restitui as cores originais." Além dessa maravilha, prometia tornar "a erva mais verde e o céu mais azul. Além disso suaviza os contrastes, reduz  deslumbramento e descança a vista.". Havia algo do género na casa de um vizinho, mas não me pareceu nada impressionante. Sempre tenho ouvido dizer que isto era uma banhada, algum leitor confirma em primeira mão, como era o resultado de um destes filtros?

Publicidade retirada da revista Tele Semana nº 56, de 15 de Fevereiro de 1974.

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segunda-feira, 25 de novembro de 2013

Avis Rent A Car (1974)

Anúncio à empresa de aluguer de automáveis "Avis".

Publicidade retirada da revista Tele Semana nº 56, de 15 de Fevereiro de 1974.

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sábado, 23 de novembro de 2013

Gente Fina É Outra Coisa (1982-83)

por Paulo Neto

Depois de ter posto Portugal a rir em 1981 com o mítico "Sabadabadu", César Oliveira voltou à carga no ano seguinte criando uma das melhores sitcoms portuguesas de sempre, "Gente Fina É Outra Coisa". O elenco, tão luxuoso que se fosse um hotel seria o Ritz, seria suficiente para garantir a qualidade da série, mas a verdade é que, graças à oportunidade de revê-la de novo na RTP Memória, confirma-se que o humor tem resistido à passagem do tempo.



Com 12 episódios originalmente exibidos na RTP entre 5 de Novembro de 1982 e 28 de Janeiro de 1983, a série contava as desventuras da mui nobre família Penha Leredo y Solomon Bentorrado Corvelins. A família vive numa outrora luxuosa mansão familiar, agora a cair aos bocados, e vê-se à beira da falência. Para resolver o problema, decidem transformar a mansão numa estalagem de luxo em que os hóspedes terão a oportunidade de conviver com "gente fina". Para evitar que Dona Matilde (Amélia Rey Colaço), a matriarca da família, saiba dos planos, que certamente lhe fariam morrer de choque e desgosto, os seus familiares inventam que os hóspedes que chegam à mansão Penha Leredo são primos de ramos afastados da família e fazem tudo para que ela não saia do seu quarto.



Os restantes membros da família são: Afonso (Carlos César) o único membro da família que trabalha e que tem a ideia de transformar a mansão em estalagem; Guilherme (Ruy de Carvalho) fanático pela aeronáutica que se entretém em simular voos numa carcaça de avião; Piedade (Luísa Barbosa), uma viúva antipática, sensaborona e orgulhosa; Isabel (Margarida Carpinteiro), filha de Piedade, uma solteirona bem disposta; Leonor (Simone de Oliveira), a segunda mulher de Guilherme; Tiago (Luís Esparteiro), filho do primeiro casamento de Guilherme, secretamente atraído pela madrasta; Marta (Filipa Trigo), filha de Guilherme e Leonor, herdou o lado pragmático do tio Afonso. Os fiéis criados da família são Emília (Mariana Rey Monteiro), a cozinheira, principal confidente de D. Matilde e Horácio (Nicolau Breyner) o mordomo que apesar da sua dedicação aos patrões, nunca se faz rogado em lhes mandar umas bocas. Eram precisamente Emília e Horácio quem durante anos sustentaram a família com as suas economias e é precisamente por estas se terem esgotado que Afonso sugere o plano do turismo à família, com Isabel, Tiago e Marta também a fazerem de criados e os restantes membros a fazerem de anfitriões. Para tal contam com a ajuda de António Cavalheiro (Luís Pavão), o dono da agência que recruta hóspedes para a mansão. Ah! Falta falar na Ludovina, a cabra de estimação dos Penha Leredo e que por vezes os mete em encrencas.


Interpretando os papéis dos hóspedes que se instalam na mansão estavam nomes como Fernanda Borsatti, António Montez, José Jorge Duarte, Carlos Wallenstein, Lídia Franco, Tozé Martinho, Rosa Lobato Faria, Varela Silva e a brasileira Betty Faria. Mas o episódio mais famoso será aquele que contava com a participação de Ivone Silva no papel de Madame Estrelita, uma falsa vidente que se recusa a sair da mansão e que se convence que tem poderes reais ao confundir Dona Matilde com um fantasma. O resto da família decide então disfarçar-se de fantasmas para a afugentar.



No último episódio ficava-se a saber que Dona Matilde não era tão ingénua como todos pensavam: não só esteve sempre a par dos planos da família e da origem dos diversos "primos" que os visitavam, como consegue ganhar bastante dinheiro para a família, ludibriando uns descendentes dos Romanoff viciados no jogo com um baralho viciado.        



Como eu só tinha dois anos quando a série foi exibida pela primeira vez, só me lembro de vê-la durante as suas reposições em 1986, 1990 e 1994. Na altura o que achava mais divertido era o genérico que começava com uma música suave e um plano de Horácio a executar uma tarefa qualquer, para sem mais nem menos desatar numa guitarrada rock e planos repentinos e sucessivos da cabra Ludovina e dos quadros do cenário. A premissa da série tinha o seu quê de premonitório pois embora tivesse sido originalmente exibida numa altura em que o país passava por dificuldades financeiras, caracterizava toda uma classe de novos-ricos surgida essencialmente após a adesão de Portugal à CEE, ansiosa de "apagar" as suas origens mais plebeias, de adquirir algum status nobiliárquico e de ser vista como gente fina. 





Com um argumento divertido e um excelente desempenho do elenco (quase todo recém-saído da telenovela Vila Faia), "Gente Fina É Outra Coisa" ficou para a história da teledramaturgia nacional. E para muitos, foi a única oportunidade de conhecer essa lenda do teatro português que foi Amélia Rey Colaço, naquele que foi o seu único trabalho em televisão, e que aos 84 anos conseguiu demonstrar todo o seu talento.

Excerto do 5.º episódio "Dona Estrela" com Ivone Silva:


BASF (1974)

A fita magnética numa caixa de plástico trânslúcida ilustra metade da página às cassetes virgem "BASF", com a "mecânica especial SM", prontas para gravação. "Luz verde para a gravação!".


Publicidade retirada da revista Tele Semana nº 56, de 15 de Fevereiro de 1974.

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sexta-feira, 22 de novembro de 2013

Pitralon (1974)

O aftershave (ou "depois da barba" como diz a embalagem) "Pitralon" - de origem alemã -  era para "os homens de bom tom!", o quer que isso fosse. Depois do ardor de ser aplicado na pele recentemente agredida por uma lâmina afiada, Pitralon "refresca e revigora a pele, evita a irritação, elimina as borbulhas e outras impurezas". Deste não me recordo, visto que nos anos cromos ainda não tinha barba para cortar, mas o meu pai confirmou que usava desta marca.


Publicidade retirada da revista Tele Semana nº 56, de 15 de Fevereiro de 1974.

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quinta-feira, 21 de novembro de 2013

Grundig de 61 cm (1974)

Não é só actualmente que se busca o maior ecrã de TV possível. Neste anúncio de 1974 faz-se publicidade aos modelos "Grundig" com écran de 61cm, "a melhor dimensão de imagem. A garantia da sua perfeita estabilidade deve-se ao alto grau de transistorização de todos os circuitos e ao sistema protector de interferências de sinal." Bem, acho que foi a primeira vez que lia a palavra "transistorização".

Publicidade retirada da revista Tele Semana nº 56, de 15 de Fevereiro de 1974.

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quarta-feira, 20 de novembro de 2013

Trilogia trágico-conjugal de Ágata (1993-1997)

por Paulo Neto

Por muito que não se queira admitir, foi o maior fenómeno no panorama discográfico português dos anos 90: a explosão de um género que pode ser fácil de identificar mas que é algo complexo de definir, como tal foi criado um termo algo simplista porém bastante prático, o Pimba. Era pois um termo vasto, abrangendo artistas oriundos do antigo nacional-cançonetismo (como Marco Paulo) a nomes da música brejeira (como Quim Barreiros). A chamada música pimba conheceu uma perfect storm em meados dos anos 90: com um mercado discográfico nacional mais próspero que nunca, com um público mais apto a consumir todos os tipos de géneros e produtos musicais e programas de televisão a servir de plataforma para a promoção dos artistas do género, sobretudo o Made In Portugal e o Big Show SIC, a música pimba rapidamente tornou muitos desses artistas em campeões de vendas e preencheu o imaginário nacional, tanto pelos adeptos como os ódios que gerou.
O apogeu do género verificou-se sensivelmente entre 1994 e 1998, embora conheça ainda hoje muito sucesso mas numa escala comparativamente menor.

Apesar do vasto número de artistas que conheceram a glória do boom da música pimba, podia-se dizer sem grandes discussões que havia um rei e uma rainha do género nesse espaço de tempo. O rei era Emanuel ou não fosse ele o autor do tema de 1995 que deu nome ao movimento. A rainha era Ágata, que alcançou esse estatuto essencialmente devido a uma trilogia de hits que contavam um drama trágico-conjugal.


Maria Fernanda Pereira de Sousa nasceu em Lisboa a 11 de Novembro de 1959. Lançou o seu primeiro disco em 1975, cujo título "Heróis Trabalhadores" não deixava margens para dúvidas quanto à temática. Ingressou depois no Curso de Artistas da Emissora Nacional e durante a década de 70, gravou o tema em português da "Abelha Maia"um dueto com Art Sullivan e formou o grupo Cocktail com Rita Ribeiro e Maria Viana. Nos anos 80, participou no Festival da Canção de 1982 com o tema "Vai Mas Vem" e foi a Doce suplente, substituindo Lena Coelho e Fá Padinha no grupo durante as gravidezes destas. Em 1986, adopta o nome artístico de Ágata (segundo ela por ser fã dos livros de Agatha Christie e depois de também considerar os stagenames Natacha e Romana, tendo a sua famosa sobrinha ficado com este último) mas é só em 1993, ao assinar com a editora Espacial, com o álbum "Perfume de Mulher" que conhece o êxito.


A faixa-título narrava o conto de Ágata a descobrir a traição da sua cara-metade através das diversas pistas, sobretudo o perfume da outra mulher. O tema rapidamente andou na boca de povo, que trauteava quer por gosto, quer na paródia (na altura, se alguém dissesse "Sai", teria provavelmente como resposta a cantoria "Sai da minha vida!"). Mas tão mítico como o tema era o videoclip que passava todos os domingos no "Made In Portugal", repleta de cenas famosas como Ágata a discutir com o marido, representado por um tipo de bigode (que pelo que me lembro chamava-se Óscar e era um dos músicos da sua banda) e dar-lhe uma chapada; Ágata ora a rasgar a foto do tipo de bigode ora a juntar os pedaços tipo puzzle; Ágata a definhar de depressão pós-separação numa elegante lingerie vermelha; e Ágata lavada em lágrimas, provavelmente por alergia, pois ou muito me engano ou o perfume da outra lambisgóia não devia ser Chanel N.º 5, mas sim algum desodorizante ranhoso. 



O segundo tomo da trilogia surge em 1995, com a faixa que dá título ao novo álbum "Maldito Amor". Tanto na canção como no vídeo, Ágata faz as pazes com o tipo de bigode, mas a reconciliação parece desde logo condenada ao fracasso.



A parte final da trilogia aconteceu em 1997, com o álbum "Escrito no Céu" e o tema "Comunhão de Bens". Aqui, Ágata e o tipo de bigode estão em processo de divórcio litigioso e disputam a guarda do filho de ambos. De novo o vídeo ilustrava cabalmente a canção e incluía o tipo de bigode a levar mais uma chapada de Ágata (com o miúdo a ver), os dois no tribunal e splistcreens do petiz com a mãe e a passar os fins de semana com o pai. Mais uma vez, o refrão entrou na jukebox mental do povo e não havia quem não cantasse: "Podes ficar com as jóias, o carro e a casa, mas não fiques com ele..."

Claro que os hits de Ágata não se resumiam a esta trilogia e é há que também mencionar "Chora No Meu Colo", "Sou Mãe Solteira", "Escrito No Céu" e "Abandonada" (com que representou Portugal no Festival da OTI de 1997) a que mais tarde se juntaram, entre outros, "De Hoje Em Diante", "Sozinha" e "Conselho De Mãe". O apogeu da carreira de Ágata terminaria em 1998, não com um novo disco, mas sim com um novo parto, o do seu segundo filho Francisco, que a própria chegou a equacionar ser transmitido em directo na televisão. Mas mesmo sem o sucesso de outrora, Ágata continua bem activa tanto a gravar como a actuar pelo país fora, nas comunidades emigrantes e em programas de televisão (chegou a ter o seu próprio reality-show, "O Meu Nome É Ágata", exibido na SIC em 2002). Mas bastaria a sua mítica trilogia trágico-conjugal para ficar escrita a letras de ouro no imaginário cromo português.      

Para terminar, eis um episódio da "Retroescavadora" da RTP Memória sobre a presença de Ágata em 1996 no programa "Todos Ao Palco", onde canta uma canção sobre sexo, acompanhada por um grupo de miúdos a dançar.




A Serpente de Ouro (1974)

Creio que foi o primeiro anúncio a um filme com que me deparei nas revistas que tenho andado a digitalizar. O filme em questão é "A Serpente de Ouro" (Le Serpent), de 1973, realizado por Henri Verneuil, segundo o anúncio em exibição no Tivoli, com a indicação "Um êxito sensacional em 3ª semana". Do elenco faziam parte nomes como Yul Brynner, Henry Fonda, Dirk Bogarde, Philippe Noiret, Virna Lisi e Michael Bouquet. 
Esta produção francesa, alemã e italiana encaixa-se no género de espionagem/thriller político, sobre um coronel do KGB (Brynner) que deserta durante uma viagem a França, e que tem consigo uma lista dos agentes duplos soviéticos. Bogarde é um agente do MI6 e Fonda um agente da CIA.
O trailer em inglês, com o título "Night Flight From Moscow":


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terça-feira, 19 de novembro de 2013

Miniaturas Coca-Cola

A provar que o tamanho não é importante, este anúncio exibe as 6 diferentes miniaturas de garrafas de Coca-Cola. Para coleccionar cada uma das 6 versões diferentes (correspondentes a um país) bastava comprar uma garrafa de 1,5 L ou 2L de Coca-cola, Sprite ou Coca-Cola sem Cafeína. Para conseguir a mini-grade para guardar as mini-garrafas, tinha que se comprar 2 garrafas. Sempre adorei miniaturas, mas infelizmente nunca tive estas. Caros leitores: algúm de vós completou esta colecção?

Detalhe: Garrafas Miniaturas e a Mini-Grade.

Quem me forneceu esta publicidade foi o Paulo Gomes, que além de colaborar na Enciclopédia, tem uma página no Facebook que aconselho a visitar: "Ulisses31".
Os meus agradecimentos também a Peter Gunn, que teve a gentileza de enviar para a Enciclopédia uma série de fotos da sua colecção pessoal destas miniaturas Coca-Cola! Podem vê-las em maior detalhe abaixo:






Caro leitor, pode falar connosco nos comentários do artigo, ou no Facebook da Enciclopédia: "Enciclopédia de Cromos"Visite-nos também no "Tumblr - Enciclopédia de Cromos".

domingo, 17 de novembro de 2013

Arco Íris (1985-1987)



"Arco Íris", concurso da RTP para - e com - os mais pequenos, apresentado por Carlos Ribeiro, exibido aos Domingos à tarde, antes da "Primeira Matinée". 

Graças à LUSITANIA TV, o Youtube tem este excerto de uma emissão:


No video, Carlos Ribeiro recorda que na próxima série do "Arco-Irís", os pais também vão concorrer. Na segunda parte do video assistimos ao treino da equipa de Infantis de Andebol da Liga de Algés. E também podemos ver Carlos Ribeiro a marcar um golo espectacular a uma criança.

De inicio, pouco mais consegui apurar sobre este concurso. Sei através de uma revista que estava em exibição em 1987, e que tinha o seguinte cupão - para inscrever a equipa de três elementos no concurso - que retirei de uma "Maria" de Janeiro de 1987:


Curiosamente, no IMDB, o Arco Íris está listado como exibido entre 1982 e 1983.
Entretanto, cheguei ao excelente site "Brinca Brincando" - que recomendo a visita - que tem bastantes mais detalhes e fotos. Segundo essa informação, o video acima é do Verão de 1986, no final da primeira temporada, que começou em Novembro de 1985. A segunda temporada anunciada no video, e para a qual os espectadores se podiam inscrever com o cupão acima, começou em Outubro de 1986 e prolongou-se até Julho de 1987. No total foram exibidas 68 emissões. Curiosamente, as equipas tinham que ser mistas. ainda segundo o "Brinca Brincando", as provas consistiam em jogos de perguntas e respostas, teatro, provas desportivas, de trabalhos manuais, etc. Claro que além destes desafios, havia mais animação, com música, dança e humor. Visitem o site do "Brinca Brincando" para verem mais curiosidades do concurso, como algum do merchandising gerado (Bolachas Chocobom, Hexágono Mágico e disco de vinil).
Encontrei online várias imagens de produto do "Arco Íris", o autêntico "Prato Chinês", produzido e distribuído pela Disvenda:



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quinta-feira, 14 de novembro de 2013

Quicky Computer Game (1995)


Continuando com os jogos de computador com mascotes de produtos alimentares, o simpático coelhinho Quicky protagoniza o jogo de plataformas "Quicky Computer Game", um "super-jogo com 15 níveis e 5 bónus". Na descrição é dito que o Quicky "precisa da tua ajuda para juntos vencerem os inimigos: o cientista maluco, vespas gigantes, pinguins, caranguejos e cobras de arrepiar, sem falar nos furacões, naves e temíveis robots."

Para conseguir o jogo, tinha que se enviar 6 pontos Nesquik pó,4 pontos ou 8 códigos de barras Nesquik pronto a beber, e um cheque de 500$00.

Detalhe do jogo:

As embalagens de Nesquik e Nesquik instantâneo:
"A Busca Sensacional! O Computer Game Irresistivel!". Algum dos nossos caros leitores teve este jogo?

Publicidade retirada da revista Super Jovem nº 121, de 8 a 14 de Agosto de 1995.

Actualização:
O leitor da Enciclopédia, Filipe Queiros, enviou foto da disquete do jogo "Quicky Computer Game":

O pormenor de a disquete vir embalada numa embalagem semelhanto ao dos CDs é muito bom!

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quarta-feira, 13 de novembro de 2013

Concurso Croustibat entra em acção (1995)


Raramente associamos produtos ultracongelados a jogos de computador. Mas em 1995 os panadinhos de peixe Croustibat da Findus passaram para o mundo virtual com este jogo, que cabia numa única disquete. Para se habilitar a ganhar um exemplar, bastava enviar um código de barras. Ou então, para saltar o sorteio e receber o jogo ao domicilio, era preciso enviar um cheque de 500$00 para a Nestlé.

Em detalhe, um screenshot do jogo:
Os requisitos mínimos eram um PC com 4MB de RAM e DOS.

Publicidade retirada da revista Super Jovem nº 121, de 8 a 14 de Agosto de 1995.

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terça-feira, 12 de novembro de 2013

Passatempo Michael Jackson (1995)

Mais um passatempo organizado pela revista "Super Jovem", desta vez dedicado ao Rei da Pop, Michael Jackson (como coincidência arrepiante, no momento em que escrevi o nome dele, na TV ao lado do meu computador tocou um excerto do Billie Jean....). A tarefa consistia em "escrever um pequeno texto (não mais de 20 linhas) sobre o Rei da Pop". Para distribuir entre os vencedores, 25 relógios e 30 bonés alusivos ao álbum "HIStory: Past, Present and Future, Book I". Alías, esta página está decorada com a estátua da capa desse álbum, o 9º e penúltimo álbum de estúdio de Michael Jackson.



Publicidade retirada da revista Super Jovem nº 121, de 8 a 14 de Agosto de 1995.

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segunda-feira, 11 de novembro de 2013

Passatempo Nintendo Batman (1995)


Se há dias tivemos aqui alguns passatempos, em que para se habilitar ao prémio o concorrente tinha que criar letras de música, estes Passatempo Nintendo Batman - por altura da estreia de Batman Forever - eleva a fasquia: criar uma história em BD com 10 páginas no máximo. O prémio? Uma consola de jogos SuperNintendo e um jogo do Batman. Se repararem no fundo da imagem, cheguei a preencher o cupão de participação, mas acabei por não participar. Devo ter chegado à conclusão que dava muito trabalho fazer uma história em banda desenhada e desistido.

Publicidade retirada da revista Super Jovem nº 121, de 8 a 14 de Agosto de 1995.

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sábado, 9 de novembro de 2013

Canções da Rua Sésamo (1989-1996)

por Paulo Neto

Por entre todo o extraordinário legado deixado pela "Rua Sésamo" a toda a geração que cresceu a vê-la, sem dúvida que um dos mais memoráveis foram as diversas cantigas ouvidas aos longo das quatro séries e dos sete anos de exibição. Cantigas essas que rapidamente ficaram no ouvido e entraram na nossa jukebox mental e sempre que o YouTube ou outra plataforma nos aviva a memória, damos por nós a recordar a letra e a trautear tal como o fizemos em miúdos.

Por isso mesmo, as cantigas da Rua Sésamo merecem um cromo especial. E logo no primeiro episódio, exibido a 6 de Novembro de 1989, duas canções ficaram para a história.

Num momento de auto-reflexão, a Vaca Glória (voz de Cláudia Cadima) pensa em todos os animais que podia ter sido para concluir cantando que tem muito orgulho em ser uma vaca. Mas o que sempre adorei nesta canção são as vacas do coro a repetir "orgulho, orgulho, orgulho" e "vaca, vaca, vaca".


Também no primeiro episódio, um convite para "Ginasticar", feito por um grupo de bonecos que incluía o Gualter (voz de José Jorge Duarte) e para cantar em uníssono: "Vem ginasticar (ginasticar?)/É bom ginasticar/Vamos lá praticar/Dar mais força ao coração/Pois então, tens razão"



Ainda hoje quando alguém diz uma banana, é possível que alguém lhe responda: "Uma banana, duas bananas/Uma p'ra mim e outra p'ra ti, bananas/São três ou quatro ou ainda mais bananas/Não verás uma banana só."





Outro super-clássico é aquele número musical em que um muito cabeludo cliente entre numa barbearia e o barbeiro vê-se em palpos de aranha para cortar todo aquele cabelo, repetindo sem cessar "Corta, tesourinha!"


Henrique Feist lidera as vozes neste fantástico tema musical sobre os diversos tipos de campainhas. "Campainhas, ouço campainhas/Trrim ali, trrim aqui, todos vão ouvir as campainhas.




A bela da Polly Darton bem podia cantar "Faz mau tempo aqui aonde eu estou", mas o pobre coitado que está ao lado dela é que leva com todas as intempéries.


A sopa não costuma ser dos alimentos mais atractivos quando se é criança. Mas este tema dispôs-se a torná-la mais cativante pondo miúdos a cantar: "Eu gosto de sopa, do seu paladar/Eu gosto de sopa ao almoço e ao jantar...




Na voz de José Raposo, um boneco reflecte sobre as dificuldades de identificar os sentimentos e canta: "Pensa lá bem (pensa lá bem)/Pensa lá bem (pensa lá bem)/Se não sabes o que sentes, pensa lá bem..."



Num registo à Barry White, o Monstro das Bolachas (voz de Manuel Cavaco) canta: "Quero é comer, comer, comer-te/Quero é trincar, trincar, trincar-te/Eu vou comer, comer, comer-te/Com toda a arte mastigar-te." Um refrão que hoje seria certamente considerado politicamente incorrecto.


Outras canções que não têm de momento vídeo no YouTube (pelo menos isolado):

O primeiro dia de aulas do Conde de Kontarr (voz de Fernando Gomes): "André e Susana são os números 1 e 2/A Joana e o Artur, 3 e 4 e depois/Marta, Joaquim, Luísa, 5-6-7 eles vão ser/Quanto ao Pedro e à Adelina, 8 e 9 com prazer/Falta um e tu quem és?/João tu és o 10!"
A canção do telefone: "O telefone está a tocar/O telefone está a tocar/ Vou atender, vou saber/Quem me quer falar/Telefone, telefone, telefone está a tocar"
Como passear em segurança:"Dar um passeio, passear até/Dar um passeio, é bom ou não é?/Vamos lá então com muita atenção/Vão pelo passeio ou fora da estrada/De frente para os carros/E sempre de mão dada" 
"Vou cercar a miúda que eu amo": "Faço uma roda à volta dela/Vou cercar a miúda que eu amo/E os outros homens vou riscar se a quiserem namorar/Eu vou cercar a miúda que eu amo"

Para terminar a cantiga em que Gualter, Crespo e o Monstro das Bolachas cantam que são "Peludos e Azuis" até que aparece um bicho peludo e laranja de aspecto intimidativo que insiste em também entrar no número..    




quinta-feira, 7 de novembro de 2013

Rua Sésamo (1989-1996)

por Paulo Neto

O Sol nasceu, como está lindo o céu
Cá vou eu, vem tu daí também
Aprender como se vai até à Rua Sésamo...

Vem brincar, traz um amigo teu
E ao chegar, tu vai poder também
Ensinar como se vai até à Rua Sésamo...
Até à Rua Sésamo...



Parece que foi ontem mas foi a 6 de Novembro de 1989 que a Rua Sésamo chegou a Portugal e foi como se vivêssemos nela. Aliás, já existiam várias Ruas Sésamos por esse mundo fora (quem apanhava a TVE recordará também o "Bario Sesamo") mas a versão portuguesa chegava vinte anos depois do original americano, concebido pelo pai dos marretas Jim Henson. Nos anos 70, alguns dos segmentos desse programa foram exibidos na RTP no espaço "Abre-te Sésamo", mas foi preciso esperar até 1989 para que a Sésamo fosse uma rua portuguesa, com certeza. Mas o nosso país não perdeu pela demora e a série não demorou a encantar miúdos e graúdos, com uma produção exemplar, bonecos irresistíveis e uma forma divertida de educar os mais novos e ensinar as letras, os números e muito mais. Daí que embora o público alvo inicial fossem crianças dos 3 aos 6 anos, o programa também cativava aqueles que eram mais velhos. Por exemplo, na altura eu tinha 9 anos, mas eu e os meus colegas também víamos assiduamente a série, que passava de segunda a sexta-feira duas vezes ao dia (de manhã e ao fim da tarde).
Ao todos foram quatro séries (as três primeiras de 130 episódios, a quarta de 90) emitidas entre 1989 e 1996, incluindo repetições.  


A série dividia-se entre vários segmentos. Havia as sequências com as personagens do elenco nacional: André (Vítor Norte), o mecânico faz-tudo, o casal Zé Maria (Fernando Gomes) e Carolina (Lúcia Maria nas séries 1, 2 e 3, Ana Luís na 4.ª série) donos da papelaria do bairro, Gil (Pedro Wilson) estudante de medicina e desportista, Guiomar (Alexandra Lencastre), estudante de arquitectura e fotógrafa amadora, neta do Senhor Almiro (António Anjos), dona da frutaria e a Avó Chica (Fernanda Montemor), a simpática idosa que era como fosse avó de toda a gente na rua (e até dos telespectadores), cujo talento para a culinária atraía sempre todas as personagens à sua cozinha. 
Mas sem dúvida que as personagens mais queridas não eram as de carne e osso mas sim os dois bonecos da rua: o Poupas (Luís Velez) e o Ferrão (António Pinto/Jorge David), decalcados respectivamente do Big Bird e do Oscar do original americano. O Poupas, apesar do seu tamanho, era ainda uma ave-criança, e como tal, cada episódio aprendia algo mais não só sobre letras e números, mas também sobre a vida e sobre si mesmo, através da interacção com os outros. O seu jeito simpático e altruísta cativava todos, se bem que por vezes tivesse atitudes menos correctas típicas de uma criança. O Ferrão por sua vez era um bicho rezingão e algo egocêntrico, mas com bom fundo. Era um ávido coleccionador de tralhas que guardava no seu caixote e o inventor do agripino, um vegetal misto de agrião com pepino, que tentava em vão que os outros consumissem. Apesar da sua tendência para a birra, para aborrecimento de todos, no fundo ele gostava de toda a gente e todos gostavam dele. A partir da 2.ª série, surgiu a Tita (Paula Velez), uma gata dengosa e senhora do seu nariz.


Depois havia as divertidas sequências com os bonecos da versão original que depressa ganharam lugar no coração da pequenada: Egas, Becas, Gualter, Cocas, o Monstro das Bolachas, Telmo, João Esquecido, Crespo, o Conde de Kontarr, Rosinha e a vaca Glória. As dobragens foram dirigidas por António Feio e contavam com as vozes de José Jorge Duarte, Rui de Sá, Manuel Cavaco, Cláudia Cadima, Ana Bola, Helena Isabel, José Raposo, Miguel Guilherme e José Pedro Gomes, entre outros.
Há vários sketches que ficaram na memória colectiva, mas decerto que este é dos mais recordados:
"Eeeeeeeeeeeeeee....Peixe! Peixe! Peixe! Peixe!"







Havia também segmentos animados (alguns adaptados de outros países, outros made in Portugal) a ensinar as letras, os números, as formas, os opostos (ex: dentro/fora). Por exemplo, eis a baleia Beatriz e as palavras começadas por B.


Por fim, havia sequências filmadas alusivas a vários temas por exemplo, a reciclagem do vidro dos vidrões ás novas garrafas, o fabrico do Queijo da Serra e a vida de crianças que viviam nos Açores, na Madeira, em Macau e nos países africanos de língua portuguesa. 

Além da série, a Rua Sésamo também originou um vasto merchandising que incluía vídeos, livros educativos, material escolar e sobretudo uma revista que se dividia entre uma parte com actividades para as crianças (jogos, histórias, versões em papel de alguns dos desenhos animados educativos, receitas) e um guia para os pais e educadores. Eu lembro-me de comprar a revista todos os meses, de ler as histórias ao meu irmão e jogarmos ao jogos que lá vinham. 



Tirando um breve regresso do "Abre-te Sésamo" em 2007 (que incluía novas dobragens de alguns segmentos da série) na RTP2, nunca mais o universo da Rua Sésamo foi recuperado para televisão, o que é pena. Para aqueles que cresceram com a Rua Sésamo, sem dúvida que esse universo faz parte das suas memórias de infâncias mais felizes.

Em breve, vou dedicar um cromo às canções da Rua Sésamo que ficaram na nossa memória.

Um episódio integral (disponível no canal do YouTube Miguel Unas):  



Génerico da 1.ª série:




Générico da 2.ª e 3.ª série:



Genérico 1992:





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