segunda-feira, 24 de dezembro de 2018

A Minha Agenda RTP 1988






"Olá! Cá estou eu de novo, a tua inseparável amiga nos 365 dias do ano. Aqui me tens para sugerir brincadeiras, recordar datas, ensinar truques e, acima de tudo, para ouvir, sempre calada, os segredos mais importantes que quiseres confiar-me. Quando os anos passarem e um dia te lembrares de me abrir outra vez, aqui irás encontrar, fielmente guardadas, as tuas melhores recordações deste ano de 1988. E, como sabes, recordar é viver."

Era assim que "A Minha Agenda RTP" de 1988 se apresentava ao sortudo petiz que a segurava nas mãos, depois de a desembrulhar na Véspera ou na manhã do Dia de Natal, e folhear nas páginas anteriores o clássico "Esta Agenda Pertence A:" (com campos para a morada e o nome dos pais!), o calendário dos a nos 1988 e 1989 e o Horário Escolar. Para mim "A Minha Agenda" parecia tão inacessível como o Castelo de Grayskull, nunca me foi colocada no sapatinho, não sei se seria assim tão cara ou se nunca expressei interesse  em ter uma... Em 2015 o Paulo Neto já tinha recordado esta mítica agenda, da Editorial O Livro e  licenciada pela RTC (o braço comercial da RTP).
Boa sorte para tirarem o jingle da cabeça!

Na primeira página da Agenda propriamente dita, o padrão que se repete pela totalidade dos 12 meses: 9 pequenos rectângulos, 8 deles com seis linhas cada, para as anotações diárias, e outro em branco para as "Notas" semanais. Depois em destaque nas duas páginas, a área com a sugestão de brincadeiras, receitas, etc. Neste caso, na primeira semana de Janeiro o destaque é "Dia Mundial da Paz" e as instruções para a construção de uma pomba da Paz em papel de lustro e cartolina.

Como um electrodoméstico ou gadget "A Minha Agenda RTP" incluía sugestões para a utilização da própria, como se vê na página da semana seguinte: 
"Começa por copiar, para esta agenda, o teu horário escolar, bem como as actividades em que habitualmente participas fora da escola: ginástica, natação, dança, música,... Regista depois os vários períodos de férias e o que planeias fazer em cada um deles: os locais onde pensas ir, os livros que tencionas ler, os amigos que pretendes encontrar, etc. Copia igualmente os números dos telefones dos teus familiares e amigos, bem como as datas dos seus aniversários"



Além do rectângulo para cada dia do ano, a Agenda incluía secções para fazer isso mesmo, o horário escolar, a lista telefónica, que veremos mais à frente.
Avançando, uma saudável receita de salame de chocolate:


Espaço ainda para a etiqueta, com o "comportamento à mesa", o que seria do agrado dos pais, visto que ninguém desejava criar um pequeno selvagem que não sabe em que lado do prato ficam os talheres ou levantar da mesa sem pedir licença. 

Instruções para a construção do "Cubo Mágico" em cartão. Mas não o Cubo Mágico que estão a pensar...

Depois da magia, não esperava encontrar dicas de coleccionismo, como este dedicado à colecção de caricas (lembram-se quando as caricas traziam no interior jogadores de futebol, o Tintin do Sumol ou o Homem-Aranha do Fruto Real?) quando ainda tinham fundo de cortiça?

Mais algumas dezenas de fotos depois deste link:

sábado, 22 de dezembro de 2018

"Fairytale Of New York" The Pogues & Kirsty MacColl (1987)

por Paulo Neto

O chavão de que o Natal é um tempo para partilhar a felicidade e o amor ao próximo e onde mesmo aqueles que atravessam um período menos feliz na vida podem encontrar algo com que minorar as suas agruras lá terá a sua verdade. Contudo, não há como negar que para muitas pessoas a quadra natalícia pode ser um tempo bastante duro e depressivo, com todo o aparato a servir apenas para exacerbar mais as suas infelicidades. Por isso, faz sentido que uma das canções de Natal mais amadas aborde esse lado menos feliz do Natal, sem no entanto tornar tudo lúgubre e depressivo e sobretudo, sem deixar de ser agradável de ouvir nesta quadra.



Falo, é claro, de "Fairytale Of New York" dos irlando-britânicos The Pogues em que o vocalista Shane McGowan (que - nem de propósito!- nasceu no dia de Natal de 1957) fez dueto com a cantora Kirsty MacColl, originalmente editado em 1987.




Os The Pogues formaram-se no início dos anos 80, ainda inseridos no movimento punk, ou não fosse o nome inicial da banda Pogue Mahone, uma versão anglicizada de póg mo thóin ("beija-me o rabo" em gaélico irlandês) antes de abreviarem para The Pogues. Mas desde logo souberam sobressair do resto da cena punk pelas demarcadas sonoridades celtas e pelas letras políticas que davam voz aos problemas vividos pela diáspora irlandesa, sobretudo em Inglaterra e nos Estados Unidos ao longo dos fluxos emigratórios da Irlanda que remontam a meados do século XIX.
Shane McGowan era o líder carismático, célebre por três características: uma boca que indiciava que ele provavelmente nunca se sentou numa cadeira de dentista, um estado de embriaguez quase permanente (reza a lenda que nos concertos até se faziam apostas para ver quantas canções é que MacGowan aguentaria até ao blackout) e uma voz que sabia cantar como poucas a alma do povo irlandês. A formação da banda no seu auge integrava ainda Spider Stacy, Jem Finer, James Fearnley, Andrew Ranken, Darryl Hunt, Terry Woods e Philip Chevron.

Depois de dois álbuns aclamados na cena independente, os Pogues finalmente alcançaram o sucesso mainstream em 1987, primeiro com uma colaboração com os The Dubliners para uma versão do clássico irlandês "The Irish Rover" e depois com "Fairytale of New York" que seria o primeiro avanço para aquele que seria o mais celebrado álbum da banda: "If I Should Fall From Grace With God", editado no ínicio de 1988.



Em "Fairytale Of New York", Shane MacGowan e Kirsty MacColl dão voz a um casal de imigrantes irlandeses em Nova Iorque que se apaixona numa véspera de Natal, e a letra vai sobrepondo as memórias dos primeiros tempos em que ambos eram jovens, apaixonados e cheios de sonhos a quem os sinos natalícios pareciam repercutir essa felicidade e a cruel realidade do presente, repleta de miséria, ressentimento e frustração, onde não falta uma lendária troca de insultos. Esta combinação agridoce das duas faces do Natal aliada ao excelente instrumental tornou "Fairytale Of New York" num clássico de Natal instantâneo. O tema chegou ao n.º 1 do top irlandês e n.º 2 do top britânico.

Em 1991, o alcoolismo de MacGowan tornou-se tão incomportável que foi despedido do resto da banda, com o flautista Spider Stacy promovido a vocalista principal. Foi já nesta fase que eu me recordo de ouvir pela primeira vez uma canção dos Pogues, "Tuesday Morning" de 1993. No ano seguinte, vim a saber que o tema "Festa" dos Despe & Siga (o tal da garrafa de Casal Garcia) era uma versão de "Fiesta!" dos Pogues, o outro hit de "If I Should Fall From Grace With God". Entretanto, Shane MacGowan formou outra banda a que chamou Shane MacGowan & The Popes, numa óbvia alfinetada à sua banda anterior. 

No início deste século, o repertório dos Pogues entrou mais a fundo na minha vida devido a duas pessoas: um dos meus professores na Universidade de Coimbra que era irlandês e como uma das cadeiras que eu tive com ele foi a de Estudos Irlandeses, ele apresentava-nos algumas canções dos Pogues. E anos mais tarde, fiquei amigo de um fanático dos Pogues, ao ponto de ter um PM de "Pogue Mahone" tatuado no braço, o seu nome no Facebook ser Shane e de me chamar Paulie cada vez que nos encontramos.

Kirsty MacColl 1959-2000


Infelizmente, a 18 de Dezembro de 2000, Kirsty MacColl faleceu aos 41 anos no México, ao salvar o filho mais velho de um barco a motor que entrou na área restrita do atol onde ela e os filhos nadavam, morrendo no embate. "Fairytale Of New York" será o seu momento mais marcante mas MacColl teve alguns hits nos anos 80 e 90, como "There's A Guy Works Down The Chipshop Who Swears He's Elvis", "A New England"e uma versão de "Days" dos The Kinks. Tendo sido casada de 1984 e 1994 com o célebre produtor Steve Lillywhite, MacColl interveio nos trabalhos deste para outros artistas, fazendo coros nas gravações. No ano da sua morte, Kirsty MacColl tinha editado o álbum "Tropical Brainstorm", que como o nome indica, era influenciado por música latino americana e caribenha e o single "In These Shoes" chegou a ter algum destaque.  


Entretanto Shane MacGowan e os restantes Pogues lá se voltaram a entender e reuniram-se para várias digressões entre 2001 e 2014 mas nenhum material novo resultou desta reunião, com apenas algumas compilações a serem editadas entretanto. Em 2005, "Fairytale Of New York" foi reeditado como single por alturas do Natal desse ano, permitindo que uma nova geração o redescobrisse. Desde então, com a era digital e mais tarde, a dos serviços de streaming, firmou-se definitivamente como um dos clássicos natalícios, tendo entrado no top 40 britânico todos os anos desde então. Talvez porque num mar de tantas canções alegretas de Natal cheias de sinos e guizos, ouvir algo mais agridoce tem o seu quê de confortante. 

Vídeos bónus dos The Pogues

"Irish Rover"


"Fiesta"


"Tuesday Morning"


Vídeos bónus de Kirsty MacColl

"A New England"


   "In These Shoes"



     

domingo, 16 de dezembro de 2018

Keri (1990) Publicidade a Roupa para Criança


Três jovens com um visual que não destoaria na capa de um disco dos Onda-Choc, e um cão com um enorme laçarote na publicidade ás vestimentas da marca Keri.
"Nós adoramos vestir roupas Keri. Keri marca o teu estilo!"


Imagem Digitalizada da revista "Pateta & Companhia" Nº 162 (10 Abril 1990) e Editada por Enciclopédia de Cromos.

Como sempre, o leitor pode partilhar experiências, corrigir informações, ou deixar sugestões aqui nos comentários, ou no Facebook da Enciclopédia: "Enciclopédia de Cromos"Visite também o Tumblr: "Enciclopédia de Cromos - Tumblr".

sábado, 15 de dezembro de 2018

7UP - Claro Numa Nice (1990) Publicidade

Na década de 90, Fido Dido, a mascote da "7Up" (licenciada em 1987 para a PepsiCo, apesar de criada em 1985) teve a sua figura estampada um pouco por todo o lado, desde as colectâneas em vinil e CD "Número 1", autocolantes, T-shirts, e claro nas publicidades ao próprio 7Up, neste caso com o famoso slogan: "Claro numa "nice"!". Muita gente não deve ter ficado contente com a divulgação de mais um anglicanismo na língua portuguesa. Ainda uso "nice" ocasionalmente, mas nunca serei tão cool como o Fido Dido no skate a rasgar literalmente as páginas da revista.



O curioso é que nesta revista exactamente o mesmo anúncio foi imprimido em 3 páginas: no verso da capa, no interior e no verso da contracapa. Esta campanha deve ter saído barata, deve...


Tenho em alguma das minhas cassetes um reclame com o Fido Dido desta época, espero brevemente colocá-lo online.

Imagem Digitalizada da revista "Pateta & Companhia" Nº 162 (10 Abril 1990) e Editada por Enciclopédia de Cromos.

Como sempre, o leitor pode partilhar experiências, corrigir informações, ou deixar sugestões aqui nos comentários, ou no Facebook da Enciclopédia: "Enciclopédia de Cromos"Visite também o Tumblr: "Enciclopédia de Cromos - Tumblr".

segunda-feira, 3 de dezembro de 2018

Love Actually - O Amor Acontece (2003)

por Paulo Neto

O cinema do século XXI ainda não tem muitos clássicos de temática natalícia, pois não? Assim de repente só me lembro do "Grinch" versão Jim Carrey, "Elf", "The Polar Express" e o filme que hoje é abordado. "Love Actually" (título português "O Amor Acontece") continua pois a ser a principal referência deste subgénero nos últimos anos. Este filme de 2003 marcou a estreia na realização de Richard Curtis, o célebre argumentista de séries como "Black Adder", "A Vigária de Dibley" e "Mr. Bean" e filmes como "Quatro Casamentos e um Funeral" e "Notting Hill". Trata-se de um filme com dez histórias interligadas, ora divertidas ora mais dramáticas, sobre diferentes formas de amor por alturas da quadra natalícia (lembro-me de alguém dizer que parecia "Magnolia" versão positiva) e dizer que o elenco é luxuosíssimo é dizer pouco: Hugh Grant, Emma Thompson, Colin Firth, Liam Neeson, Laura Linney, Alan Rickman, Keira Knightley, Andrew Lincoln, Chiwetel Ejiofor, Martine McCutcheon, Bill Nighy, Martin Freeman, Rowan Atkinson, Rodrigo Santoro e a nossa Lúcia Moniz. E isto é só para começar...




Em Portugal, por razões óbvias, o cartaz do filme tinha a imagem de Lúcia Moniz no lugar de Martine McCutcheon.




Eis as histórias:


- Billy Mack (Nighy), uma antiga estrela rock, decide gravar uma versão de "Love Is All Around" na tentativa de chegar ao n.º 1 do top e promove essa campanha com a ajuda do seu manager pachorrento Joe (Gregor Fisher), chegando a prometer que se isso acontecer, vai actuar nu na televisão. Quando inesperadamente isso acontece, Mack conclui que em vez de celebrar à grande e à francesa o momento de glória, o seu lugar na Consoada é ao lado de Joe, que para o melhor e para o pior, foi o único que sempre esteve do seu lado. 



- Peter (Ejiofor) e Juliet (Knightley) casam-se umas semanas antes do Natal. Mark (Lincoln), o melhor amigo do noivo, assume as funções de padrinho e cameraman do evento e surpreende o casal com uma actuação de uma banda na igreja a cantar "All You Need Is Love". Mais tarde, Juliet pede a Mark pelo vídeo do casamento e descobre que a aparente antipatia que ele sentia por ela vinha do facto de Mark estar apaixonado por ela e não poder fazer nada por ser noiva do melhor amigo. Na noite de Natal, Mark confessa-lhe todos os seus sentimentos mas por respeito à amizade de Peter e ao amor entre este e Juliet, vai seguir em frente.



- Depois do casamento de Peter e Juliet, Jamie (Firth), um escritor de policiais, descobre que a namorada e o irmão estão a ter um caso. Destroçado, Jamie refugia-se numa casa de campo no sul da França onde Aurélia Barros (Moniz), uma imigrante portuguesa, trabalha como empregada doméstica. Embora ele não saiba falar português e ela inglês, um clima de romance nasce entre ambos. De volta a Inglaterra, Jamie decide aprender português e no Natal, regressa a França onde num português atabalhoado, pede Aurélia em casamento diante do pai (Hélder Costa) e da irmã  (Carla Vasconcelos) desta, bem como de toda a comunidade portuguesa da vila, que entretanto se aglomerou toda pelo caminho. A própria Aurélia entretanto também tinha estado a aprender inglês e aceita o pedido. 



- David (Grant) é o novo primeiro-ministro britânico. Entre o seu staff no n.º 10 de Downing Street está a jovem Natalie (McCutcheon), que desde logo lhe capta a atenção. Mas após uma cena inapropriada por parte do Presidente dos Estados Unidos (Billy Bob Thornton) e achando que a sua atracção pela moça será uma distracção para o seu trabalho, David decide transferir Natalie para outro emprego. Mas na noite de Natal, ele decide procurá-la e após uma série de acontecimentos, o beijo de ambos torna-se bem público.



- Karen (Thompson), a irmã de David, tem um casamento feliz com Harry (Rickman), dono de uma empresa de design gráfico, com quem tem dois filhos. Mas ultimamente, Harry parece estar receptivo aos avanços da sua secretária Mia (Heike Makatsch). Infelizmente, na noite do Natal, Karen descobre que o Harry lhe é infiel quando o marido lhe oferece um CD de Joni Mitchell em vez do colar que ela o tinha visto a comprar (e que numa cena paralela vê-se Mia a usá-lo). A minha cena preferida de todo o filme é porventura a mais triste quando Karen vai para o quarto para dar largas ao desgosto enquanto ouve "Both Sides Now".


- Sarah (Linney), que trabalha na empresa de Harry, está há muito tempo apaixonada pelo seu colega Karl (Santoro). Quando este finalmente lhe corresponde e tudo parece encaminhar para uma noite de paixão, um telefonema de Michael (Michael Fitzgerald), o irmão de Sarah que sofre de problemas mentais e vive numa instituição, rompe com o encanto.



- Recentemente viúvo, Daniel (Neeson) é agora responsável pelo seu enteado Sam (Thomas Sangster) que vive as suas primeiras angústias amorosas. Apaixonado por Joanna (Olivia Olson), uma colega de escola com grande talento para o canto, o rapaz decide aprender a tocar bateria para a impressionar na festa de Natal. Depois de uma breve decepção, Daniel encoraja Sam a ir ter com Joanna ao aeroporto antes que esta embarque para a América e lhe revele os seus sentimentos. Enquanto isso, Daniel conhece Carol (Claudia Schiffer), a mãe de um dos colegas do enteado, que é parecidíssima com a sua mulher de sonho: Claudia Schiffer.



- Frustrado pelas britânicas não lhe ligarem nenhuma, Colin (Kris Marshall) decide rumar aos Estados Unidos, certo que as americanas irão se derreter pelo seu sotaque britânico, apesar do seu amigo Tony (Abdul Salis) achar que ele está completamente iludido. Mas não é que ele mal aterra no Wisconsin, o seu sotaque deixa logo quatro beldades americanas - Stacey (Ivana Milicevic), Jeannie (January Jones), Carol Ann (Elisha Cuthbert) e Harriett (Shannon Elizabeth) - todas embeiçadas?


- John (Freeman) e Judy (Joanna Page) são contratados como body doubles para as cenas de sexo de um filme e desde logo surge uma química. Mas se para eles é fácil interagirem enquanto nus e a simular diferentes posições sexuais, confessarem os seus sentimentos são outros quinhentos. 


Destaque ainda para Rufus (Atkinson), personagem inicialmente pensada como uma espécie de Anjo de Natal que ajudaria as várias personagens ao longo da trama, mas que acabou apenas como o funcionário da loja em que Harry compra o colar, muito talentoso (e muito lento) a embrulhar presentes.

Segundo Curtis, havia mais quatro histórias pensadas e duas delas chegaram a ser gravadas como a da directora do colégio de Sam e a sua companheira moribunda. Entre as cenas cortadas incluídas nos extras do DVD, estão duas pequenas cenas filmadas em África que demonstram que até mesmo aí o amor e o humor podem ser vividos de forma semelhante à dos países ditos mais desenvolvidos e uma divertida cena em que o filho de Karen (William Waldham) escreve uma redação em que dizia que o seu desejo de Natal era que as flatulências de toda a gente fossem visíveis (até as da Rainha Isabel II!). E a cena de Sam a correr no aeroporto era suposto ter momentos de autêntico parkour. 

Apesar de gostar bastante de "Love Actually" (é o único filme que comprei tanto em VHS como em DVD), concordo com a opinião geral da crítica de que o filme sofre do complexo "Rossio na Betesga" ou seja quer ser e fazer tanta coisa ao mesmo tempo que é inevitável que algumas histórias sofram com isso e acabem por não ter a profundidade suficiente. (Também era dispensável aquele retrato dos portugueses como coscuvilheiros parolos.) Além disso, com o tempo foram apontadas umas críticas às perspectivas androcêntricas das histórias (na maioria delas, o homem está numa posição de poder superior à da mulher e as mulheres são vistas por uma lente idealizada das personagens masculinas).
Ainda assim, o sempre presente travo agridoce do humor britânico e o desempenho de todo o elenco ajudam a colmatar os aspectos negativos. E o que é certo é que "Love Actually" foi um enorme sucesso comercial e rapidamente juntou-se à lista do inevitáveis clássicos a ver por alturas da quadra natalício. Foi nomeado para dois Globos de Ouro e Bill Nighy ganhou o BAFTA para Melhor Actor Secundário. "Love Actually" também gerou uma espécie de franchising, com alguns países como a Polónia, Holanda e o Japão a criarem filmes semelhantes.

Outro triunfo do filme foi a banda sonora (que também adquiri) com as canções a adequarem-se perfeitamente às diferentes cenas. Vários canções foram editadas em single como as versões de "Jump (For My Love)" pelas Girls Aloud, "Love Is All Around" por Bill Nighy (sob o nome da sua personagem) e "All I Want For Christmas Is You" por Olivia Olson, bem como os inéditos "Too Lost In You" das Sugababes, "The Trouble With Love Is" de Kelly Clarkson e "I'll See It Through" dos Texas.



Em 2017, por ocasião do Red Nose Day, evento bianual de beneficência em terras britânicas, foi filmada uma curta-metragem como sequela com grande parte do seu elenco a recuperar os seus papéis, incluindo Lúcia Moniz.   

Trailer:



Selecção de cenas cortadas


A directora e a sua companheira




Redacção sobre flatulências



Cenas em África







domingo, 2 de dezembro de 2018

Ganha Portugal - Concurso 1996


Por pura coincidência, no dia que a lendária veterana do atletismo, Rosa Mota ganhou a mini-maratona de Macau, encontrei nos arquivos da Enciclopédia o anúncio  uma campanha de 1996 da Delta Cafés que contou com o apoio de Rosa Mota e Rui Costa.




"Tendo como tema os jogos Olímpicos de Atlanta em 1996 a Delta Cafés lançou uma Campanha de apoio à Selecção Portuguesa. A campanha contou com a colaboração da Rosa Mota e de Rui costa que personificavam a selecção nacional. 
Nesta promoção destacam-se os seguintes prémios: 16 viagens, com bilhetes e estadia, aos Estados Unidos da América para assistir aos jogos Olímpicos de Atlanta, 16 viagens, com bilhetes e estadia, a Inglaterra para assistir ao Campeonato Europeu de Futebol de 96 e 1 Automóvel Mercedes Benz.
Criou-se uma dinâmica comercial no ponto de venda que possibilitou aos nossos clientes habilitar-se ao sorteio dos prémios. 
A comunicação da campanha foi feita no ponto de venda e em imprensa, rádio e televisão."

Além das viagens e automóvel o anúncio indica ainda como prémios televisores. vídeos e Hi-fi.
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