domingo, 31 de março de 2019

Festival da Eurovisão 1979

por Paulo Neto

Na virtude da vitória de Netta Barzilai na edição do ano passado em Lisboa, este ano o Festival da Eurovisão realiza-se pela terceira vez em Israel, desta feita em Telavive. Por isso, faz todo o sentido recordar uma das duas edições previamente realizadas em solo israelita, em 1979 e 1999. Decidi optar pela primeira, não só porque já falei resumidamente da edição de 1999 no texto "20 coisas que aconteceram há 20 anos (1999)" como também porque ainda não tinha abordado nenhuma edição dos anos 70 e porque musicalmente gosto bem mais da edição de 1979.



O 24.º Festival da Eurovisão teve lugar no Centro Internacional de Convenções de Jerusalém, a 31 de Março de 1979. Foi a primeira vez que o certame realizou em território geograficamente não europeu e a última vez que decorreu no mês de Março (desde então foi sempre em Abril ou Maio). 
Dos vinte países participantes no ano anterior, apenas a Turquia esteve ausente porque, apesar de ter uma canção escolhida ("Seviyorum" interpretada por Maria Rita Epik & 21. Peron), esse país acabou por ceder à pressão de outros estados árabes e não viajou para Israel. (No entanto, refira-se que a Turquia participou sem problemas em Jerusalém em 1999).



A apresentação esteve a cargo de Daniel Pe'er e de Yardena Arazi, sendo que esta tinha sido representante de Israel em 1976 e voltaria a sê-lo em 1988. Antes de cada actuação, foi exibido um postal ilustrado de recorte humorístico onde um grupo de actores representava em mímica algo característico do país em questão. (No caso de Portugal, vestiram-se de pescadores que deitavam a rede a uma garrafa de vinho de Porto ao som de "Uma Casa Portuguesa"). Os comentários para a RTP estiveram a cargo de Fialho Gouveia e o porta-voz dos votos de Portugal foi João Abel Fonseca. Além dos dezanove países concorrentes, o Festival foi exibido na Turquia, Islândia, Roménia, Jugoslávia e Hong Kong.

Como é hábito, segue-se uma descrição das canções por ordem inversa da classificação:

Christina Simon (Áustria)
Micha Marah (Bélgica)


Nesse ano, as dores do último lugar foram partilhadas entre dois países, cada um recebendo somente cinco pontos. A Áustria tentou apostar na diferença e no apelo aos anfitriões, com "Heute in Jerusalem" ("hoje em Jerusalém"), um tema jazz interpretado por Christina Simon, que ostentava um espectacular penteado. Porém ficou-se pelas intenções, com o último lugar e sem nenhum ponto de Israel.
Também em último ficou a Bélgica, cuja campanha até Jerusalém foi tão controversa que até o simples facto de Micha Marah subir ao palco para interpretar "Hey Nana" já foi espantoso. Isto porque a cantora (de seu verdadeiro nome Aldegonda Leppens), que tinha sido seleccionada para interpretar todas as canções da pré-selecção belga, não escondeu que tinha uma clara preferência por outra canção e o seu descontento quando "Hey Nana" foi escolhida, recusando-se a gravá-la em disco (a única gravação que existe é a do autor da canção). Diz-se que ela até tentou que a dita fosse desclassificada e fez tantas ameaças de que não iria a Israel cantar essa canção que a televisão belga chegou a recrutar outra cantora para a substituir caso Micha concretizasse as ameaças. Mas no fim, Micha Marah acabou por demonstrar o seu profissionalismo e interpretou a canção usando dois pendentes em forma de caracteres hebraicos que formavam a palavra "khai" ("viva") e pela sua cara e postura alegre em palco, ninguém diria que era uma canção que ela detestava. Mas depois de tanto mau karma, o fraco resultado foi algo evidente.

Ted Gardestad (Suécia)
Laurent Vaguener (Mónaco)


A Suécia ficou em 17.º lugar com 8 pontos. Ted Gardestad interpretou o tema "Satellit", que gerou algumas acusações de plagiar "Hold The Line" dos Toto, das as semelhanças com o solo de guitarra. Porém nenhum queixa foi levantada. Infelizmente, Gardestad faleceu em 1997 aos 41 anos.
Na posição acima ficou o Mónaco, que se fez representar pelo francês Jean Baudlot sob o pseudónimo Laurent Vaguener, com o tema "Notre vie c'est la musique". O facto de ter usado um pseudónimo terá sido por Baudlot ser mais conhecido como compositor para outros artistas como Joe Dassin. Nos anos 80 e 90, produziu música para jogos de vídeo e actualmente faz música para documentários. Esta foi a última participação do principado do Mónaco no Festival ao fim de vinte anos (incluindo uma vitória em 1971), tendo regressado apenas brevemente ao evento entre 2004 e 2006.
    
Matia Bazar (Itália)

Katri Helena (Finlândia)

A Itália é um dos países mais habituados aos lugares cimeiros mas não foi o caso nesse ano, ficando-se pelo 15.º lugar com 27 pontos (incluindo oito de Portugal). O grupo genovês Matia Bazar foi formado em 1975 e já tinha três álbuns no repertório quando chegaram a Jerusalém para interpretar "Raggio di luna", tema interpretado pelos vocalistas Antonella Ruggiero e Carlo Marrale. A actuação da Itália fez também história na Eurovisão por ser a primeira vez que não foi utilizado qualquer tipo de orquestração, apenas os instrumentos tocados pela banda. Nos anos 80, os Matia Bazar conheceram algum sucesso internacional, sobretudo com o single de 1985 "Ti Sento". Actualmente o grupo ainda existe mas já sem nenhum dos membros originais. Antonella Ruggiero tem uma carreira a solo desde 1996.
A Finlândia fez-se representar por uma das suas cantoras mais célebres, Katri Helena. Com uma carreira de mais cinquenta anos, é a intérprete feminina finlandesa que mais discos vendeu no seu país. Em Jerusalém, cantou "Katson sineen taivaan" ("vejo o céu azul"), que obteve 38 pontos e o 14.º lugar. Katri Helena regressaria a Eurovisão em 1993.

Jeane Manson (Luxemburgo)
Xandra (Holanda)

Uma vez mais, o Luxemburgo recorreu à importação para o seu representante na Eurovisão, e neste ano a escolha recaiu sobre Jeane Manson, uma americana radicada em França. Nascida em Cleveland, Manson entrou em alguns filmes e foi a Playmate de Agosto 1974 da Playboy. Nos anos seguintes, mudar-se-ia para França, onde fez carreira como cantora e actriz. O tema com que representou o grão-ducado chamava-se "J'ai dejá vu ça dans tes yeux" ("já vi isso nos teu olhos"), uma balada que ecoava influências blues e country do seu país natal, alcançando o 13.º lugar com 44 pontos. Em 1991, Jeane Manson integrou o elenco da telenovela "Riviera", uma produção de vários países europeus que pretendia emular as soap operas americanas, que passou na RTP.   
A cantora Sandra Reemer representou a Holanda pela terceira vez, depois de 1972 em dueto com Dries Holten (como Andres & Sandra) e depois a solo em 1976. Desta vez, usando o nome Xandra, esta cantora de origem indonésia interpretou "Colorado", composto pelos irmãos Rob e Ferdi Bolland que viriam a ser compositores e produtores de renome nos anos 80 e 90, ficando em 12.º lugar com 51 pontos. Sandra Reemer faleceu em 2017 de cancro da mama.

Anita Skorgan (Noruega)
Peter, Sue & Marc (Suíça)

Anita Skorgan, a representante da Noruega, também era repetente nestas andanças, tendo já representando o seu país dois anos antes, obtendo o quarto lugar. Desta vez, cantou um tema slow-disco "Oliver" envergando um vestido cor-de-rosa a fazer lembrar Karen Gorney, a protagonista de "Febre de Sábado À Noite" ao lado de John Travolta mas ficou-se pelo 11.º lugar com 57 pontos. Anita Skorgan regressaria à Eurovisão em 1982 e 1983, ao lado do seu futuro marido Jahn Teighen. 
Outros habituados à Eurovisão era o trio suíço Peter Reber, Sue Schell e Marcel Dietrich, ou simplesmente Peter, Sue & Marc. Esta já era terceira vez que participavam pelas cores da Suíça e curiosamente, sempre numa língua diferente: francês em 1971, inglês em 1976 e desta feita em alemão para cantar "Trödler und Co.", acompanhados por outro trio, Pfuri, Gorps & Kniri. Estes contribuíam fazendo sons a partir de objectos como mangueiras, ancinhos, regadores, panelas, sacos de plástico e tesouras de podar. (O que deve ter sido passar aquilo tudo pela alfândega israelita!). Obtiveram 60 pontos, valendo o 10.º lugar. Peter, Sue & Marc regressariam uma quarta vez à Eurovisão em 1981, e novamente numa língua diferente, o italiano.

Manuela Bravo (Portugal)
Elpida (Grécia)

Depois de três anos consecutivos no top 10 entre 1971 e 1973, Portugal regressou novamente a essas altitudes (que como se sabe, é algo raro para o nosso país) pela quarta vez com umas das nossas canções eurovisivas mais célebres. Na altura, Manuela Bravo tinha 21 anos e dividia-se entre a sua carreira musical e os estudos de Direito quando foi escolhida para representar as cores nacionais com "Sobe, sobe, balão sobe" da autoria de Carlos Nóbrega e Sousa. Nesse ano, Portugal foi o primeiro país a actuar e bem se pode dizer que abrimos com chave de ouro, obtendo 64 pontos* e o nono lugar. "Sobe, sobe, balão sobe" tornou-se um dos nossos maiores clássicos eurovisivos e a canção-assinatura de Manuela Bravo, que continua activa na música.
* Durante a transmissão, o quadro de pontuações mostrou Portugal com 68 pontos, devido a uma confusão com a divulgação dos votos de Espanha, que parecia ter dado dez pontos a Portugal e Israel. O erro foi corrigido depois do espectáculo, mas os quatro pontos a menos de Portugal não alteraram a classificação final. 
Elpida Karaiyannopolou foi a representante da Grécia que interpretou "Sokrati", cuja letra, como o título indica, era um louvor ao famoso filósofo Sócrates, considerando-o um superstar e lamentando a injustiça do seu julgamento e suicídio forçado. A actuação grega obteve o oitavo lugar com 69 pontos (incluindo 10 de Portugal). A versão em inglês obteve algum sucesso internacional, incluindo Portugal. Elpida regressaria à Eurovisão em 1986 representando o Chipre mas ficaria em último lugar. 
Black Lace (Reino Unido)
Tommy Seebach (Dinamarca)

Se Portugal era (é) um país pouco habituado ao top 10 na Eurovisão, na altura o Reino Unido só tinha falhado os dez primeiros lugar pela primeira vez no ano anterior. Felizmente para as terras de Sua Majestade, nesse ano voltou tudo ao normal com o sétimo lugar e 73 pontos graças ao tema "Mary Ann" interpretado pelos Black Lace (um tema que pessoalmente acho que não merecia tanto). Os Black Lace viriam obter mais sucesso nos anos 80, quando Alan Barton era o único membro de entre os que estiveram em Jerusalém que continuava na banda, com temas kitsch como "Agadoo" de 1984, que em 2003 a revista "Q" considerou a pior canção de sempre. 
A Dinamarca ficou em sexto lugar com 76 pontos com uma daquelas canções que o título explica tudo: "Disco-Tango" interpretado por Tommy Seebach. Esta fusão de tango e disco-sound até era deveras interessante. Entre os membros do coro esteve Debbie Cameron que em 1981 participaria em dueto com Seebach representando a Dinamarca. Tommy Seebach teve uma terceira participação na Eurovisão em 1993 e faleceu em 2003.

Cathal Dunne (Irlanda)

Dschinghis Khan (Alemanha)

Cathal Dunne cantou a balada "Happy Man" dando à Irlanda o quinto lugar com 80 pontos. Na altura, Dunne era sobrinho do primeiro ministro daquele país, Jack Lynch. Dunne vive actualmente nos Estados Unidos em Pittsburgh. 
Com 86 pontos, a Alemanha pode ter ficado no quarto lugar mas deixou um dos mais históricos clássicos da Eurovisão, "Dschinghis Khan" interpretado pelo grupo com o mesmo nome. Canção essa que - surprise, surprise! - era sob o mítico líder mongol Gengis Khan, enaltecendo tanto os seus dotes de guerreiro como de reprodutor (um dos versos dizia que ele fez sete filhos numa só noite). No entanto, Gengis Khan que esteve em palco (de seu verdadeiro nome Louis Hendrik Potgieter) exibiu os seus dotes de bailarino rodopiando agilmente pelo palco enquanto os restante cinco membros cantavam em uníssono. Foi também a primeira vez que se viram torsos masculinos desnudados na Eurovisão, que os quatro elementos masculinos do grupo orgulhosamente exibiram. 
"Dschinghis Khan" foi um sucesso comercial em vários países bem como o single seguinte "Moskau", que foi n.º 1 na Austrália em 1980. Potgieter, que era de origem sul-africana, faleceu de SIDA em 1993 e outro membro da banda, Steve Bender faleceu de cancro em 2006. Actualmente parece que existem duas bandas que actuam usando o nome Dschinghis Khan: uma que inclui as duas vocalistas da banda, Edina Pop e Henriette Strobel, e outra liderada por outro membro original da banda, Wolfgang Heichel. Na segunda semifinal do Festival de 2018 em Lisboa, durante um segmento de dança com as quatro apresentadoras, Sílvia Alberto dançou "Dschinghis Khan".

Anne-Marie David (França)
Betty Missiego (Espanha)

Em 1973, Anne-Marie David venceu o Festival da Eurovisão representando o Luxemburgo com "Tu te reconnaitras" e agora, seis anos volvidos, procurava nova vitória agora pelo seu país, a França. Não ganhou mas andou lá perto, chegando ao 3.º lugar com 106 pontos com "Je suis l'enfant-soleil" que contava a trágica história de amor entre uma jovem e um forasteiro que é acolhido pelo pai dela, que mais tarde vem-se a saber que é um fugitivo da prisão. Anne-Marie David retirou-se da música e da vida pública nos finais dos anos 70, mas desde 2003 que tem actuado em eventos relacionados com a Eurovisão.
Pela terceira vez na década, a vizinha Espanha ficou em segundo lugar (116 pontos) e desta vez, o sabor de uma terceira vitória espanhola esteve mesmo muito perto pois antes da última votação, precisamente o do júri espanhol, Espanha liderava sobre Israel por um ponto. Mas ao dar dez pontos a Israel, Espanha deu um tiro no pé. Nesse ano, nuestros hermanos estavam representados por Betty Missiego, cantora de origem peruana (tendo representado este país no Festival da OTI de 1972), com "Su canción". Betty surgiu em palco acompanhado por um coro de quatro crianças: Javier, Alexis, Beatriz e Rosalía, que no final da actuação empunharam faixas com a palavra "obrigado" em espanhol, francês, inglês e hebraico. Sem dúvida que a petizada foi o ponto forte da actuação, já que a postura e os movimentos robóticos de Betty Missiego faziam-na parecer mais uma bruxa má que uma fada-madrinha. 

Galit Atari e Milk And Honey (Israel)

Mas foi mesmo Israel que venceu em casa, sendo portanto o terceiro país a ganhar a Eurovisão em dois anos consecutivos (Espanha em 1968 e 1969, Luxemburgo em 1972 e 1973). E tal como "A-ba-ni-bi" do ano anterior, Israel venceu com mais uma canção que ficou para os anais do Festival da Eurovisão, "Hallelujah", um colaboração da cantora Galit Atari com o trio Milk And Honey. E era sem dúvida um tema contagiante e pegadiço, em crescendo até ao final apoteótico e mesmo quem não percebia patavina de hebraico podia facilmente trautear com alguns "aleluias" de premeio. A versão em inglês de "Hallelujah" foi n.º 1 na Irlanda, Finlândia, Suécia e Noruega. Em Portugal, a versão em português dos Maranata rivalizou em popularidade com o original. Quando o Festival da Eurovisão regressou a Jerusalém em 1999, no final todos os concorrentes, apresentadores e bailarinos reuniram-se em palco para cantar "Hallelujah" em memória das vítimas do conflito que na altura assolava as Balcãs, sobretudo no Kosovo. Galit Atari regravou a canção em 2018 com Eden Ben Zaken para as comemorações do 70.º aniversário do Estado de Israel.

Festival da Eurovisão 1979 (transmissão da TV israelita, sem comentários):





segunda-feira, 25 de março de 2019

Top Música 14 Janeiro 1989

TOP Música Singles e LPs.

Fonte: TV Guia Nº 519, de 14 a 20 de Janeiro de 1989.

Nota: Dados Fornecidos pela UNEVA. Sob Licença da RTC.




O "Top Música" do inicio de 1989 é povoado por êxitos do ano anterior. Destaque para a tripla de Tracy Chapman, com 1 LP e 2 singles na tabela. No Top de singles nem um artista nacional, ao contrário do Top dos LPs, com os Ministars e Onda Choc. Os outros êxitos portugueses da época ficaram relegados para as compilações. No Jackpot 88, Hit Parade e Superdisco encontramos UHF, Afonsinhos do Condado, Xutos e Pontapés, Trovante, Ban e mais alguns, entre uma multidão internacional.


SINGLES

1- Yes - Tim Moore (Nota: Tema Internacional da novela "Selva de Pedra", tema do par "Simone & Cristiano") [vídeo]

2- A Groovy Kind Of Love - Phil Collins (Da Banda sonora de "A Grande Golpada" ) [vídeo]

3- You Came - Kim Wilde [vídeo]

4- Desire - U2 [vídeo]

5- Fast Car - Tracy Chapman [vídeo]

6- The Only Way Is Up - Yazz [vídeo]

7- Till I Loved You - Barbra Streisand com Don Johnson. O Crockett de "Acção em Miami" [vídeo]

8- Yeke Yeke - Mory Kante. O primeiro single africano a vender mais de 1 milhão de cópias [vídeo]

9- Here I Am - Dominoe [vídeo]

10- Talkin' 'bout a Revolution - Tracy Chapman [vídeo]






LPs

1- Delicate Sound Of Thunder - Pink Floyd.

2- Jackpot 88 - Vários [vídeo]

3- Na Minha Idade - Onda Choc

4- As Mais Belas Canções Napolitanas - L. Pavarotti

5- Hit Parade - Vários

6- Love Songs - Placido Domingo

7- Money For Nothing - Dire Straits

8- É Altamente - Ministars

9- Tracy Chapman - Tracy Chapman.

10- Superdisco - Vários

Mais detalhes:
Fonte: TV Guia Nº 519, de 14 a 20 de Janeiro de 1989.





segunda-feira, 18 de março de 2019

A saga Academia de Polícia (1984-1994)

por Paulo Neto





"Academia de Polícia" é uma das mais prolíficas sagas cinematográficas da comédia americana. Decerto que quando o primeiro filme estreou em 1984 sobre um grupo de excêntricas personagens que ingressam na academia e contra todas as expectativas se tornam destemidos agentes da polícia, nunca se imaginaria que se seguiriam mais seis filmes, além de duas séries (uma de animação, que passou na RTP no início dos anos 90, e outra de live action em 1997).

Entre as várias personagens que surgiram ao longo da saga, há que destacar dez: Carey Mahoney (Steve Guttenberg), o protagonista dos quatro primeiros filmes, um vigarista matreiro de coração de ouro que é obrigado a entrar na Academia para evitar ir para a prisão e que descobre que a sua esperteza de rua é mais eficaz se utilizada no lado da Lei; Moses Hightower (Bubba Smith), um ex-florista cuja impressionante estatura e força descomunal escondem um ser extremamente bondoso; Eugene Tackleberry (David Graf), o agente obcecado por armas e como tal nunca sai à rua sem um bom arsenal a tiracolo; Zed McGlunck (Bobcat Goldthwait) o vilão do segundo filme que apesar da voz estridente e do aspecto tresloucado, no fundo até nem é mau rapaz; a diminuta e tímida Laverne Hooks (Marion Ramsey) que na hora do aperto revela sempre a sua grande coragem; a sensual e implacável Sargento Debbie Callahan (Leslie Easterbrook); o Comandante Eric Lassard (George Gaynes) que tem tanto de adorável como de pateta; o Capitão Harris (G.W. Bailey), o antagonista em cinco filmes, bruto e antipático mas que cai sempre na chacota de Mahoney e companhia e seu esbirro Carl Proctor (Lance Kinsey) que volta e meia, vai para inadvertidamente ao Bar Ostra Azul; e last but not least, o meu preferido, Larvell Jones (Michael Winslow) com a sua espantosa habilidade para imitar os mais diversos sons, que se revela muito útil não só para capturar bandidos mas sobretudo para pregar partidas.

Os seis primeiros filmes foram estreados anualmente entre 1984 e 1989, ao passo que o sétimo data de 1994. Desde 2006 que existem conversas sobre um oitavo filme, quer numa nova sequela com os mesmos actores, quer num reboot com um novo elenco, mas as coisas têm estado em águas de bacalhau. Em 2018, Steve Guttenberg anunciou que um oitavo filme vai acontecer, pelo que veremos em que moldes.

Eis os sete filmes ao momento, por minha ordem de preferência:

7.º Academia de Polícia: Missão Em Moscovo (1994)


Dirigido por Alan Metter, este é até ao momento o último filme da saga e apesar de ser o sétimo filme, a Warner Bros. achou que a saga já estava grande demais para continuar a ser numerada pelo que tecnicamente não tem o número 7 no título.
Neste tomo, o comandante policial russo Alexander Rakov (Christopher Lee) pede ao Comandante Lassard para que as autoridades americanas o ajudem a capturar o mafioso Konstantin Konali (Ron Perlman) e neutralizar o seu esquema diabólico: um jogo semelhante ao Tetris que desactiva os controlos de segurança de cada computador em que o jogo for jogado, permitindo vários roubos e esquemas de lavagem de dinheiro a nível mundial. Jones, Tackleberry, Callahan, Harris e o jovem cadete Kyle Connors (Charlie Schlatter), que quer provar o seu valor como polícia apesar do seu medo de alturas são os agentes enviados a Moscovo para capturar Konali e o seu bando.
Este foi o único filme da saga em que Marion Ramsey e Bubba Smith não apareceram como Hooks e Hightower, ao passo que George Gaynes, Michael Winslow e David Graf são os únicos actores a aparecerem nos sete filmes. Este foi também a estreia em cinema da actriz Claire Frolani como Katrina, uma agente russa e interesse amoroso de Connors.
Pergunto-me se o colapso da União Soviética foi o motivo pelo qual foi preciso esperar cinco anos pelo sétimo filme, enquanto os outros foram feitos praticamente um a seguir ao outro. Apesar de ser um dos primeiros filmes americanos a terem permissão para serem filmados na Rússia, a Warner Brothers fez uma distribuição muito escassa do filme nos cinemas pelo que é de longe o filme menos rentável da saga. E a opinião geral (incluindo a minha) é que este é o mais filme mais fraco da saga.



6.º Academia de Polícia 6: Cidade Sitiada (1989)

No sexto filme da saga, realizado por Peter Bonerz, a cidade de Wilson Heights está a ser assolado por uma onda de roubos minuciosamente calculados. Perante a incapacidade do Capitão Harris e de Proctor e sobre pressão do Governador e queixas dos munícipes, o Mayor (Kenneth Mars) da cidade decide pedir auxílio ao Comandante Lassard, para que com a ajuda do seu sobrinho Nick (Matt McCoy) e dos agentes Jones, Hightower, Tackleberry, Hooks, Callahan e Fackler (Bruce Mahler) investiguem quem está por trás desses roubos. Os agentes descobrem que os três membros do gang que tem feito os assaltos são burros demais para elaborarem crimes tão bem delineados e estarem sempre um passo à frente da polícia e que existe alguém bem superior por detrás disto tudo, uma figura misteriosa conhecida como Mastermind, que parece ter conhecimentos dos planos da polícia.
As coisas parecem perdidas quando Lassard é incriminado num roubo de jóias e a investigação dos agentes é arquivada. Ainda assim, Nick e os outros decidem continuar a investigar à revelia para limpar o nome do Comandante.
Num plot twist, fica-se a saber que o Mastermind é afinal o Mayor, que planeava baixar o valor da propriedade das zonas da cidade afectadas pelo roubo para depois obter grandes lucros na revenda.
Ausente do quarto e quinto tomos da saga, Bruce Mahler recuperou o seu papel como Douglas Fackler, um agente que inadvertidamente deixa um rasto de caos à sua volta. É também neste filme que vemos o filho de Tackleberry, Eugene Jr.




5.º Academia de Polícia 2: A Primeira Missão (1985)


No segundo filme da saga, realizado por Jerry Paris, o Capitão Pete Lassard (Howard Hesseman), irmão do Comandante Lassard, recruta Mahoney, Jones, Tackleberry, Hightower, Hooks e Fackler  para o ajudarem na sua esquadra, já que os seus agentes têm sido incapazes de deter a onda de crimes naquela zona e corre o risco de ser deposto da sua posição se as coisas não mudarem dentro de 30 dias.
Entre os crimes, os mais preocupantes são os roubos e vandalismos causados por um gang liderado por Zed McGlunck que aterrorizam os moradores locais, como o indefeso comerciante Carl Sweetchuk (Tim Kazurinsky). Além disso, o Tenente Mauser (Art Metrano) pretende sabotar os planos de Lassard para ser promovido e o novo chefe da esquadra, com a ajuda de Proctor. Entretanto, ficamos a saber que a fixação de Tackleberry por armas é um típico caso de compensação de virilidade, já que é virgem aos 28 anos. Mas felizmente, ele apaixona-se pela Sargento Kathleen Kirkland (Colleen Camp), tão obcecada por armas quanto ele, integra-se bem no seio da sua abrutalhada família e os dois casam no final do filme.
Este foi o único filme da saga em que Leslie Easterbrook não apareceu como Callahan.



4.º Academia de Polícia 3: De Volta Aos Treinos (1986)


Jerry Paris voltou a assinar o terceiro filme da saga. Devido a cortes orçamentais, uma de duas Academias de polícia - uma liderada por Lassard, outra por Mauser - será encerrada, pelo que aquela que obtiver maior sucesso no próximo curso de formação será a que vai continuar.
O Comandante Lassard chama então a Tenente Callahan e os agora Sargentos Mahoney, Jones, Hightower, Hooks, Tackleberry e Fackler para treinarem os novos recrutas. Entre eles estão Violet (Debralee Scott), a esposa da Fackler, Zed e Sweetchuk, personagens do segundo filme, Bud Kirkland (Andrew Paris), o cunhado de Tackleberry e Karen Adams (a ex-Miss Universo Shawn Weatherly) por quem Mahoney se interessa. O agente japonês Tomoko Nogata (Brian Tochi) em formação de intercâmbio chega à Academia de Mauser, mas este julgando-o incapaz, transefere-o para Academia de Lassard. Mas na verdade, não só Nogata revela-se um exímio polícia como surpreendentemente conquista Callahan. 
Para sabotar a Academia de Lassard, Mauser e Proctor conta com a ajuda de dois antagonistas do primeiro filme, os Sargentos Copeland (Scott Thompson) e Blankes (Brant von Hoffman).  Felizmente Mahoney e os outros aparam-lhe os golpes e retaliam de formas hilariantes. Mas será durante um assalto durante o baile do Governador que os cadetes formados da Academia de Lassard mostrarão a sua superioridade face aos de Mauser. 
A lendária actriz pornográfica Georgina Spelvin recuperou aqui o seu cameo do primeiro filme como uma prostituta amiga de Mahoney numa cena em que seguindo o plano deste, ela faz com que Proctor vá parar todo nu ao Blue Oyster Bar onde os clientes aparentemente costumam dançar o tango vestidos de cabedal, um gag recorrente nos quatro primeiros filmes. 



3.º Academia de Polícia 4: A Patrulha do Cidadão (1987)


Para colmatar a falta de recursos humanos e materiais das forças policiais, o Comandante Lassard decide que a sua Academia irá treinar um grupo de civis para que estes formem uma patrulha que ajude os polícias. Mahoney, Jones, Hightower, Callahan, Hooks, Tackleberry, Sweetchuk e Zed ficam encarregados de treinar os civis inscritos, que incluem a idosa Lois Feldman (Billie Bird) cujo fascínio por armas ganha a amizade imediata de Tackleberry, o obeso e sempre faminto Tommy Conklin (Tab Thacker) mais conhecido como "House", um vizinho de Hightower, dois skaters delinquentes, Kyle (David Spade) e Arnie (Brian Backer), a quem Mahoney, que reviu neles o seu passado de meliante, convence um juiz a integrá-los na formação e duas jornalistas infiltradas, Claire (Sharon Stone, sim ela!) e Laura (Corinne Bohrer) por quem respectivamente Mahoney e Zed vão se interessar. 

Já o Capitão Harris acha ridícula a ideia de uma patrulha de civis a ajudar os polícias e planeia sabotar a formação e quem sabe, tomar o posto de Lassard como o director da Academia. Aproveitando a ausência de Lassard em Londres, Harris assume o controlo da formação, mas apesar de tudo, os voluntários saem-se bem nos treinos e os agentes pregam-lhe muitas e hilariantes partidas. Contudo, o programa é suspenso quando alguns voluntários desmancham um operação policial secreta mas os civis mostram o seu valor quando inadvertidamente Proctor liberta os detidos de uma cadeia durante uma visita promovida por Harris, capturando os bandidos numa louca perseguição em balões de ar quente!
O "deus" do skate Tony Hawk participou neste filme como figurante e duplo da personagem de David Spade. Este foi o único filme de saga a ser nomeado para um Razzie, o de Pior Canção. 





2.º Academia de Polícia (1984)

1984 foi um ano antológico na cultura pop, sobretudo na música e no cinema, com o primeiro filme da saga a estrear neste ano, juntando-se a um sem-fim de filmes icónicos em vários géneros que lançados neste ano. 
Reza a lenda que o produtor Paul Maslansky teve a ideia para o filme quando viu em São Francisco um invulgar grupo de recrutas policiais que à primeira vista estariam longe de ser o tipo de pessoas que se alistariam na polícia a ser repreendido por um sargento e mais tarde veio a saber que tinha sido uma medida autárquica para criar uma força policial mais diversa. Então Maslansky pensou "e se estes polícias acabassem por ser bem-sucedidos?" e assim nasceu a ideia para o filme, longe de imaginar que se tornaria uma saga tão mítica. 
Neste primeiro filme, dirigido por Hugh Wilson, a Mayor de uma cidade não identificada resolve colmatar a falta de agentes policiais permitindo que todos os candidatos interessados se alistem, independentemente das capacidades físicas e níveis de educação. Muitos dos polícias, como o Chefe Hurst (George R. Robertson) e o Capitão Harris estão descontentes com essa decisão e esperam que muitos dos aparentemente incapazes novos recrutas falhem ou desistam da formação.
Carey Mahoney, um jovem que vive de pequenos golpes, é forçado a entrar no programa da Academia para fugir à prisão e tenta por todos os meios ser expulso de lá, mas em vão. Além dos recorrentes Jones, Tackleberry, Hightower, Hooks e Fackler (que se alista contra a vontade da esposa), entre os novos recrutas estão Karen Thompson (Kim Cattrall), uma socialite por quem Mahoney se interessa e o obeso e medroso Leslie Barbara (Donovan Scott) que quer aprender-se a defender do bullying que sofre pelo seu peso e por ter dois nomes femininos. Com a ajuda de Blankes e Copeland, dois cadetes mal-intencionados, Harris tenta forçar os novos recrutas a desistir, mas Mahoney e os outros respondem a cada reprimenda com hilariantes partidas. Hightower, por atacar Copeland que proferiu insultos racistas a Hooks, e Mahoney, ao defender Barbara durante uma briga na cantina, chegam a ser expulsos mas os dois bem como os outros recrutas mostram o seu valor quando ocorre um tumulto na cidade. 







1.º Academia de Polícia 5: Missão Em Miami (1988)


Foi um pouco difícil decidir qual o meu filme preferido da saga entre o primeiro e o quinto filme, mas acabei por optar por este, talvez por ter sido o primeiro filme da saga que eu vi e também um dos primeiros filmes que a minha família viu no nosso vídeo VHS e por isso é aquele do qual guardo memórias mais afectivas. 
Este foi o primeiro filme sem o protagonista Mahoney, uma vez que na altura Steve Guttenberg filmava "Três Homens E Um Bebé". Por isso, a sua personagem foi a modos que substituído pela de Nick Lassard, interpretada por Matt McCoy, com características semelhantes, como a astúcia e o gosto para pregar partidas. 
Neste filme realizador por Alan Myerson, o Comandante Lassard ruma a Miami acompanhado por Jones, Callahan, Hightower, Tackleberry, Hooks e House para uma convenção nacional da polícia onde vai receber o prémio de Polícia da Década e onde encontra o seu sobrinho Nick. Entretanto, o Capitão Harris descobre que Lassard passou a idade da reforma obrigatória e vê a oportunidade ideal para se mostrar como o novo líder da Academia. 
Durante a viagem, o Comandante leva inadvertidamente uma mala com diamantes roubados. Os traficantes roubaram as jóias (René Auberjonois e Archie Hahn) perseguem então os polícias para recuperar os diamantes e acabam por raptar Lassard, que julga que é tudo uma simulação policial que faz parte da convenção. Os polícias lançam-se numa perseguição aos bandidos pelos Everglades da Flórida e Lassard acaba por demonstrar a sua bravura apesar da idade e de um ou outro parafuso a menos e é dispensado da reforma obrigatória, para desespero de Harris.
Três cenas divertidas que me lembro deste filme: as bolas de golfe de Lassard a lançarem o caos no aeroporto, Hooks a levantar a voz durante uma simulação de uma manifestação ao ponto de assustar os polícias participantes e fazê-los cair numa piscina e Nick a escrever "DORK" com creme bronzeador no peito um adormecido Harris que o deixa com essa palavra marcada. 




E agora vocês, leitores, quais são os vossos filmes preferidos desta saga? Contem tudo nos comentários e/ou na página de Facebook da Enciclopédia de Cromos.

Bónus: Genérico da série animada



terça-feira, 5 de março de 2019

Ace Of Base - The Sign (1993)

Uma das que me lembro perfeitamente de gravar da rádio! Pois é crianças, já havia pirataria de música antes da Internet! Creio que foi gravada com o meu velho gravador de cassetes que ligava com um cabo a um rádio. Bons tempos! Julgo que ainda tenho cassetes com temas desta altura gravados assim, guardadas algures num canto da arrecadação.

Este tema de dança/pop foi um dos grandes êxitos dos suecos Ace Of Base, e single do premiado álbum “Happy Nation/The Sign”, de onde foram extraídos os outros massivos êxitos da banda: ”All That She Wants” e “Don’t Turn Around”. Acrescenta a Wikipedia que este álbum de debute foi o primeiro a enviar 3 singles Nº 1 para o TOP 40 da Billboard. 


Durante o seu breve reinado pareciam destinados a ser os novos ABBA. E os ABBA dos anos 90, que na sua formação original - que evoluiu de vários projectos anteriores sem grande sucesso, incluindo a fase techno que mais tarde seria substituída pela fusão de pop e raggae que foi a marca de diferenciação da banda - eram Ulf Ekberg e os três irmãos Berggren: Jonas (o mano mais velho, que começou a escrever letras aos sete anos de idade), Malin (a loura, agora a artista conhecida por Linn) e Jenny (a morena), estiveram em actividade, com menos e novos membros até 2013; para minha surpresa, que não dava por eles desde o "Cruel Summer" ás portas do novo milénio.



O videoclip oficial de "The Sign":




E se estavam convencidos que em Portugal tinham ouvido a versão do "The Sign" pelos Onda Choc, estão enganados. A versão portuguesa foi editada pelos "Malta Pop" com o título "Estou de Bom Humor", do disco homónimo de 1994, com arranjos de Mike Sergeant. Mas é uma confusão aceitável, consta que vários elementos dos Malta Pop tinham feito parte dos Onda Choc. Não confirmei, mas o site Discogs refere os seguintes intérpretes para o disco: Ana Luisa Santos, Ana Maria Ferreira, Bruno Correia, Carla Rito, João Rito, Marisa Ginja, Ricardo Fernandes, Susy Bastos e Tânia Sales.
Podem ver e ouvir um excerto neste vídeo, a partir dos 7:07 minutos:



Como sempre, o leitor pode partilhar experiências, corrigir informações, ou deixar sugestões aqui nos comentários, ou no Facebook da Enciclopédia: "Enciclopédia de Cromos". Visite também o Tumblr: "Enciclopédia de Cromos - Tumblr".



Texto original Tumblr: The Sign - Ace Of Base" [18/05/2013].

segunda-feira, 4 de março de 2019

Caretas de Borracha Fantoches de Dedos



Caretas de Borracha.
Quem teve? Ainda tenho uma em casa que sobreviveu à minha infância, uma cara de chimpanzé. Não me recordo se comprámos nalguma feira, loja dos 150 ou como brinde nalgum produto (Detergente? Não sei, tenho uma ligeira memória de...



Quem teve destas caretas/fantoches de dedos? Ainda tenho uma em casa que sobreviveu à minha infância, uma cara de chimpanzé. Infelizmente ainda não a consegui reencontrar para fotografar, mas era muito similar a estas que encontrei no Google: 



Não me recordo se foi comprada nalguma feira, loja dos 150 ou como brinde nalgum produto (Detergente? Não sei, tenho uma ligeira memória de vir dentro de qualquer caixa com pó…Ou então é só lembrança de uma das caixas de cartão de detergente que eu reciclava para guardar os brinquedos…) 

No verso destas caretas estavam uma série de orifícios/tubos redondos para colocar as pontas dos dedos e usar a pequenina cara como um fantoche, e durante o tempo que manipulávamos as expressões e boca da figura éramos como pequenas versões mini do mestre Jim Henson a manipular as suas criações dos Marretas ou da Rua Sésamo.
Estes modelos ainda são vendidos com o nome "Flexiface, Finger Puppets":

Quem ainda tem uma destas belezas pode fotografar e enviar as fotos para a  Enciclopédia!


Texto original, Tumblr [29/06/2017].





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