Percebo nicles de instrumentos musicais, mas gosto do aspecto tradicional destas guitarras clássicas Keller fabricadas pela firma Custódio Cardoso Pereira, nas variantes Infante e Almeria.
Publicidade retirada da revista Almanaque do Patinhas Nº 28, de 1982.
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"Spril Sports", "a loja dos campeões". Um discurso publicitário dirigido aos mais jovens, como o tenista da foto: "Veste o equipamento de campeão e faz desporto. Um lindo fato de treino, calção, camisola, meias e um saco, tudo isto pode ser teu!", pela módica quantia de 2300$00.
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Hoje em dia há muitos protestos por causa de tantos programas das estações generalistas conterem o apelo aos telespectadores para ligarem para um número de telefone começado por 760 e, em tempos de crise, gastarem 60 cêntimos mais IVA em cada chamada por uma vaga hipótese de ganharem uma quantia em dinheiro em cartão de débito ou barras de ouro.
Nos anos 90 porém a situação era decididamente outra, pelo que foi nesta década que surgiram no nosso país as chamadas de valor acrescentado. Se bem se lembram, inicialmente estas requeriam o indicativo 506 para Lisboa e Porto e 0670 para o resto do país e mais tarde uniformizou-se o indicativo 0641 para todo o país. Mesmo gastando mais de 200 escudos (1 euro) por minuto, foram muitos os portugueses que não se fizeram rogados em digitar (ou quiçá ainda discar) esses números. Eram três os serviços mais comuns oferecidos através dessas linhas: os de concursos (foi através dessas chamadas que eu ganhei alguns prémios, incluindo uma Super Nintendo, como já referi, e uma assinatura trimestral da revista Super Jovem), os das linhas eróticas (quem não se recorda do famoso bordão "Me liga, vai!"?) e as linhas esotéricas, através das quais muitos quiseram saber o que os astros ou as cartas de tarot lhes reservavam.
Alguns nomes conhecidos do panorama esotérico nacional aderiram estes serviços como Paulo Cardoso, Maya, o senhor do Oráculo de Bellini cujo nome não me recordo e o ex-coreógrafo dos Onda Choc António Miguens (que também entrou na telenovela "Palavras Cruzadas" no papel de Miguel).
E houve também uma senhora que entrou para o imaginário nacional graças aos seus anúncios no período áureo das chamadas 0641. Tudo graças aos seu apelo: "Não negue à partida uma ciência que não conhece". O seu nome: Alcina Lameiras.
O meu agradecimento mais uma vez ao canal do YouTube Lusitania TV por divulgar na internet esta pérola da publicidade de 1996. Filmada naquele que parece ser o seu consultório, Alcina Lameiras convidava-nos a ligar para a sua linha de tarot, afirmando que nos queria ajudar a encontrar a felicidade e que através da sua experiência, podia tornar a nossa vida num verdadeiro sucesso. Tudo isto pela módica quantia mínima divulgada em rodapé de 371$62 (cerca de 1,85 euros), a 202 escudos por minuto. Apesar de toda a sua retórica ao longo do anúncio, bastou a primeira frase para que Alcina Lameiras se tornasse um ícone do esoterismo 0641.
Recordo-me também que havia outro anúncio de Alcina Lameiras, mas este ainda não encontrei na internet. Nesse anúncio, Alcina Lameiras surgia de minissaia sentada numa cadeira diante de um cenário estrelado e de uma roda astrológica, promovendo a sua linha de astrologia. Mais uma vez, Alcina afirmava convictamente que através da sua linha astrológica, especializada em compatibilidade amorosa dos signos, "os casados poderão melhorar a sua relação e os 'livres' encontrar o seu par ideal".
Também me recordo de que Alcina Lameiras, no auge da sua fama, chegou a ser convidada para alguns programas de televisão como por exemplo, numa das emissões da Volta a Portugal (cuja cobertura na altura pertencia à SIC), creio que para dizer quem os astros indicavam que seria o ciclista vencedor.
Contudo, passado o seu breve período de fama, nunca mais se ouviu falar de Alcina Lameiras e hoje nem sei se a senhora ainda é viva. Quero pensar que sim, que continua activa nas suas consultas de tarot e astrologia no mesmíssimo consultório onde foi filmado o anúncio e que um dia fará um glorioso comeback apresentado na televisão um programa de tele-esoterismo, semelhante àquele da D. Maria Helena na SIC ou o daquelas senhoras nas altas horas da TVI. Seja como for, para sempre deixou o bordão "Não negue à partida uma ciência que não conhece" para eternidade.
Existem filmes que tornaram certas canções em clássicos, mas por vezes o inverso também acontece e é por causa de uma canção que alguns filmes ainda são bem recordados. É o caso de "Mentes Perigosas" de 1995, realizado por John N. Smith e produzido por Jerry Bruckheimer, com Michelle Pfeiffer no papel de uma ex-marine que recorre a métodos de ensino pouco convencionais para captar a atenção de uma turma de alunos problemáticos de uma zona pobre e racialmente segregada de Los Angeles. Apesar de más críticas, "Mentes Perigosas" tornou-se um êxito de bilheteira, inspirando mesmo um filme-paródia "High School High - Mentes Pirosas" em 1997 com Jon Lovitz e uma efémera série televisiva.
Contudo arriscaria dizer que "Mentes Perigosas" continua a ser lembrado sobretudo por incluir na banda sonora um dos temas que marcaram os anos 90, "Gangsta's Paradise" de Coolio.
Nascido Artis Ivey Jr, a 1 de Agosto de 1963 em Compton, California, Coolio iniciou a sua carreira como rapper em 1987, notabilizando-se pela sua abordagem mais humorística e menos pesada à temática violenta do sub-género gangsta rap.
"Gangsta's Paradise" foi o primeiro single do seu segundo álbum, do mesmo título, e é basicamente uma recuperação do tema de 1976 "Pastime Paradise" de Stevie Wonder. Consta que Stevie Wonder só aprovou que a canção fosse usada depois de Coolio alterar a letra para que esta não contivesse palavrões. O impacto dos acordes do sample e do coro gospel, a mensagem da letra sobre um jovem que lamenta ter enveredado pela vida de gangsta e o forte refrão cantado pelo cantor L.V. (que viria a gravar a sua própria versão do tema em 1996), não só encaixava no espírito do filme como atingiu outros públicos para além dos fãs do rap.
"Gangsta's Paradise" foi n.º1 dos tops em praticamente todos os países e só nos Estados Unidos, Reino Unido e Alemanha o single vendeu cinco milhões de cópias, tornando-se um dos singles mais vendidos de sempre e vencido um Grammy.
Coolio capitalizou no sucesso do tema, somando outros hits do álbum como "Too Hot" e "1,2,3,4 (Sumpin' New)". Também interpretou temas para bandas sonoras de outros filmes como "C U When U Get There" do filme "Nada a Perder" e fez parte de um colectivo all-star de rappers (com LL Cool J, Busta Rhymes, Method Man, B-Real) para o tema "Hit'em High (Monstars Anthem)" de "Space Jam".
Embora desde então nunca mais alcançou semelhantes níveis de sucesso, Coolio continua a ter uma carreira activa. Em 2009, aquando da sua participação na versão britânica do "Big Brother Famosos", "Gangsta's Paradise" voltou a entrar no top britânico. Também teve uma paródia do incontornável Weird Al Yankovic, intitulada "Amish Paradise".
Tintas e parafernália de pintura "Humbrol", "um espectáculo de côr".
Publicidade retirada da revista Almanaque do Patinhas Nº 8, de 1980.
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Eu nunca li nada da famosa saga de Adrian Mole e muito menos vi a respectiva série (porque como já referi aqui algumas vezes, vivi os doze primeiros anos da minha vida virtualmente sem RTP2). No entanto, houve outro adolescente igualmente neurótico e socialmente desastrado que se tornou um dos meus heróis da adolescência. O seu nome era Pedro Dores, protagonista do livro "Diário de um Adolescente com a Mania da Saúde", que recebi dos meus pais como presente do meu 12.º aniversário.
A versão original do livro data de 1986, sob o título "Diary of a Teenage Health Freak" e foi escrito por Aidan McFarlane e Ann McPherson, dois renomeados psiquiatras britânicos que se notabilizaram pelo seu trabalho com adolescentes. A edição portuguesa surgiu em 1990 pela editora Europa-América, traduzida pelo conhecido pedopsiquiatra Mário Cordeiro, amigo dos autores originais. Mais do que uma simples tradução, o Dr. Mário Cordeiro optou por fazer uma adaptação para a realidade portuguesa. Por isso, em vez do very british Peter Payne da versão original, a edição portuguesa narra as desventuras de Pedro Dores, um jovem tipicamente português de 14 anos que vive em Lisboa com os seus pais, as suas irmãs Cristina e Susana e o cão Tejo.
Tudo começa numa aula de Biologia, quando Pedro argumenta um hipotético problema cardíaco para não fazer a aula de Educação Física, ao que a professora reage dizendo-lhe que ele sofre de hipocondríase. Não sabendo o que quer dizer esse termo, ele recorre a um Dicionário Médico para descobrir que basicamente quer dizer a mania de ter doenças. A partir daí, sempre que confrontado com alguma questão de saúde, Pedro recorre ao Dicionário Médico para tirar dúvidas e ao seu diário para documentar as suas descobertas. Além disso, ao longo de um ano, o diário será um fiel confidente de Pedro sobre todas as suas aventuras e desventuras: o primeiro cigarro, a primeira bebedeira, um acidente de bicicleta, as turras com a irmã Susana, a conturbada vida amorosa e sexual da irmã Cristina, as discussões dos pais, as peripécias com os amigos Roque e João "Macaco" e as infrutíferas tentativas de conquistar Inês, a rapariga de quem ele gosta. Isto para além de abordar várias questões que preocupam a adolescência como as transformações corporais, a droga, as doenças sexualmente transmissíveis e a menstruação.
Uma passagem do livro que se destacou particularmente e com a qual fiz sucesso na escola quando levei o livro para mostrar essa parte aos meus colegas foi aquela onde havia uma lista de termos de calão para os órgãos genitais e actividades escatológicas. Foi aí que eu e a maioria dos meus colegas nos deparámos pela primeira vez com termos como "ás-de-copas" ou "boca-do-corpo", que aí figuravam a par de todos os palavrões que conhecíamos.
Este "Diário de um Adolescente com a Mania da Saúde" tornou-se um dos livros que definiram a minha adolescência, até porque me revia bastante no Pedro Dores de tal forma que quase que poderia ter sido eu a escrever certas passagens.
Nesse Natal, recebi a sequela, "Também Tenho a Mania da Saúde" (1991), onde a protagonista era Susana Dores, a irmã de Pedro, agora com dezasseis anos, que conferia a sua perspectiva feminina das vicissitudes da adolescência, abordando temas como a contracepção, a depressão, os distúrbios alimentares, o assédio sexual, a preocupação com o futuro profissional e claro, os sempiternos sexo, drogas, álcool e problemas familiares, escolares e amorosos.
Também dos mesmos autores, tive os livros "Eu e a Malta" (1993), onde seis jovens contam a sua versão dos acontecimentos durante e após uma festa da escola que terminou em embriaguez geral e "Como Sobreviver Em Viagem" (1994) onde um grupo de quatro amigos (incluindo duas personagens de "Eu e a Malta") fazem uma viagem pela Europa, onde por entre as inevitáveis aventuras, vão conversando sobre os problemas da transição da adolescência para a idade adulta.
Apesar de já estarem bastante datados (já o eram um pouco na altura em que eu os li), creio que estes quatro livros ainda podem ser lidos pelos adolescentes de hoje, pois apesar dos milhões de voltas que o mundo já deu desde então, existem certas coisas que sempre serão marcantes na vida de um adolescente.
A versão inglesa teve um adaptação para série televisiva "Teenage Health Freak", exibida na velha Albion entre 1991 e 1994.
Cândida Maria Soares Coelho, conhecida como Cândida Branca Flor, nascida em Beringel (concelho de Beja) a 12 de Novembro de 1949, foi uma das cantoras nacionais mais marcantes dos anos 70 e 80, que apareciam em todos os programas de televisão e deixaram um largo número de hits nacionais.
Mas apesar dos seu vasto repertório, do qual fazem parte temas como "Trocas e Baldrocas", "Vinho do Porto, Vinho de Portugal" e "Um, Dois, Três (Agora Ou Nunca)", para mim a sua obra-prima foi editada em 1985, com um álbum que compendiava muitas das cantilenas infantis que qualquer tuga aprende de cor e trauteia desde muito petiz. Falo evidentemente de "Cantigas da Minha Escola".
Além de compilar as cantigas da infância de todos nós, o disco deixaria também para a posterioridade um excelente tema infantil inédito até então, que não era outro senão a faixa que dava nome ao álbum e que abria o disco. Quem se lembra do refrão?
"São as cantigas, são as cantigas da minha escola.
Alegremente há tanta gente que as cantarola.
Quem quer cantar - lá lá uh, lá lá uh,
Braços no ar - lá lá uh, lá lá uh,
Bater palminhas na brincadeira.
Quem não souber - lá lá uh, lá lá uh,
Pode aprender - lá lá uh, lá lá uh,
Vamos cantar estas canções a vida inteira."
Este era o alinhamento do álbum:
1. Cantigas da Minha Escola
2. O Ratinho Foi Ao Baile Medley (O Ratinho Foi Ao Baile/ Papagaio Loiro/Atirei o Pau ao Gato/Era Vez Um Cavalo/Hop Hop Vamos a Galope/Cantigas da Minha Escola)
3.Os Patinhos Medley (Os Patinhos/O Nosso Galo/Eu Conheci Um Leão/As Pombinhas da Catrina/ Três Pombinhas a Voar)
7. Cantigas da Minha Escola Medley (Cantigas da Minha Escola/Dó Ré Mi Fá/O Jardim da Celeste/O Balão do João)
8. Parabéns a Você Medley (Parabéns a Você/Machadinha/A Loja do Mestre André/Lá Em Cima Está o Tiroliroliro/Ó Rosa Arredonda a Saia/Indo Eu A Caminho de Viseu/Cantigas da Minha Escola/O Mar Enrola na Areia)
Com uma produção certeira, "Cantigas da Minha Escola" tornou-se uma referência nos discos infantis, deixando um legado que ainda hoje se pode verificar na quantidade de discos pensados para o público infantil. Cândida Branca Flor voltaria a este tipo de repertório com o álbum de 1991 "Olá Miudagem - Cantigas da Minha Escola 2" e em 1993 com "O Melhor de Cantigas da Minha Escola".
Infelizmente, como é sabido, após problemas na sua vida privada e de um gradual apagamento da sua carreira (sofrendo com o aglutinamento do nacional-cançonetismo pelo fenómeno da música pimba),
Cândida Branca Flor terá posto termo à vida a 11 de Julho de 2001. O seu funeral contou com a presença de muitos fãs e nomes do mundo do espectáculo. Mas para sempre fica o seu repertório com várias canções que o povo ainda hoje trauteia.
O refrigerante mais icónico ao redor do Mundo, a "Coca-Cola", não podia deixar de estar associado ao evento do Mundial de Futebol de 1982, e este reclame além de ilustrações das caricas premiadas inclui o desenho da mascote do Mundial de 82 na Espanha, o odiado e amado Naranjito.
Nesta promoção da Coca-Cola os prémios vinham indicados nas caricas das garrafas pequenas com desenhos de jogadores de quatro equipas para coleccionar: as selecções de Portugal, Brasil, Espanha e Argentina e organizar 2os teus próprios Mundiais de Futebol-carica". Os prémios eram blusões desportivos, porta-chaves com o símbolo do "Mundial 82", estádios de futebol (imagino que em cartão, e não de tamanho real) e televisores a cores. Os blusões e as TVs tinham que ser levantados em qualquer delegação do Concessionário de Coca-Cola e os porta-chaves e estádios no "fornecedor habitual, ou nas camionetas de distribuição e delegações de Coca-cola."
Leitores, contem nos comentários que prémios ganharam, ou se pelo menos jogaram muito a Futebol-carica!
Publicidade retirada da revista Almanaque do Patinhas Nº 19, de 1981.
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Geralmente na Enciclopédia de Cromos, as telenovelas costumam ser do departamento do Paulo Neto, mas tendo em consideração que já fiz o Mini-Cromo no Tumblr, gravei os genéricos na RTP Memória, e até tenho acompanhado alguns episódios da reposição que terminou hoje; decidi ser altura de integrá-la nas páginas virtuais da Enciclopédia.
"Palavras Cruzadas", telenovela portuguesa do horário nobre de 1987, com 120 episódios gravados no ano anterior.
"Diário de Lisboa 12 Janeiro 1987"
O primeiro episódio foi para o ar a 12 de Janeiro de 1987, uma segunda-feira; e a terminou a 29 de Junho do mesmo ano, sendo substituída pela série brasileira "Dona Santa".
"Diário de Lisboa 29 Junho 1987"
Segundo a Wikipédia foi criada por Ana Maria Magalhães e Isabel Alçada (a dupla de autoras dos livros “Uma Aventura”, da série "O Anel Mágico") e o site "Brinca Brincando" indica Ângela Sarmento (pseudónimo de "Tareka", a mãe de Ana Maria Magalhães e Tozé Martinho) e Céu Roldão na escrita. No genérico de abertura, apenas Ângela Sarmento é creditada como "ideia original". O Imbd indica também o filho desta, Tozé Martinho como co-autor, e a mulher deste, Ana Rita Martinho como revisora de diálogos. E foi realizada por Nicolau Breyner ("Origens", "Verão Quente", etc). Além de ser a primeira produção da Atlântida Estúdios de Tozé Martinho ("Homens da Segurança"), sucedeu à novela portuguesa "Chuva na Areia" (1985). No elenco, alguns nomes consagrados ao lado de novatos, como podemos ver no genérico:
Armando Cortez, Manuela Maria, Tozé Martinho, Carlos César, Luísa Barbosa, Jacinto Ramos, Morais e Castro, Rita Ribeiro, Rosa Lobato Faria, Curado Ribeiro, Natalina José, Tareka, Manuela Marle, Maria João Lucas.
E ainda: Carmen Mendes, Rui Luís, Luís Mata, José de Caralho, Álvaro Faria, Isabel Mota, Manuela Carlos, David Silva, Jorge Nery, Lia Senna, Célia David, Cláudia Cadima, Cristina Oliveira, João Manuel, Filomena Gonçalves, Rosa do Canto. Apresentação de Gonçalo Ferreira, Manuel Maria, António Miguens.
No genérico final, o créditos dos actores e a equipa técnica:
Tenho imensa pena de nunca ter sido bom em algum desporto. Aliás, sempre fui péssimo em qualquer tipo de actividade física e o único desporto que pratiquei com alguma regularidade fora das aulas de Educação Física foi natação no 6.º ano, e mais para aprender a nadar como deve ser do que por ambições competitivas. Por isso, sabia que os meus sonhos de ser um atleta olímpico estavam bem para lá da utopia. No entanto, acabei por conseguir o mais parecido com esse sonho que estava nas minhas possibilidades quando em 2013 tive a honra de representar Portugal na Sessão da Academia Olímpica Internacional para jovens participantes, em Olímpia na Grécia, junto do local onde se realizaram os Jogos Olímpicos da Antiguidade. Pode-se dizer que me qualifiquei para essa sessão através do meu verdadeiro desporto, a escrita.
Tendo-me interessado desde muito novo pela história dos Jogos Olímpicos, custa a crer que só há pouco tempo é que eu vi aquele que vai permanecendo como o mais aclamado filme relacionado com os Jogos Olímpicos. Mas foi isso quando aconteceu quando há umas semanas por acaso, apanhei no Canal Hollywood o filme "Momentos de Glória" de 1981, realizado por Hugh Hudson. Se o título em português é bastante evidente, já o título original "Chariots of Fire" ("carroças de fogo") é bem mais enigmático: trata-se de uma referência bíblica incluída no poema "Jerusalem" de William Blake, que serve de letra de um popular hino britânico.
"Momentos de Glória" narra o percurso de dois atletas britânicos rumo às respectivas vitórias nos Jogos Olímpicos de 1924 em Paris (onde nunca é de mais referir que Portugal ganhou a sua primeira medalha). Eric Liddell (Ian Charleson), o escocês dividido entre as suas fortes crenças religiosas e a sua paixão pelo desporto, nomeadamente a corrida e Harold Abrahams (Ben Cross), o inglês judeu movido pelos seus desejos de excelência e de combate ao preconceito.
Estudante em Cambridge, Abrahams depara-se com algumas atitudes anti-semitas, especialmente por parte de dois velhos patronos da Universidade (Lindsay Anderson e John Gielgud). Ele acaba por ganhar respeito quando consegue correr à volta do pátio da Trinity College durante o bater das doze badaladas do relógio. Abrahams também faz dois bons amigos: Aubrey Montague (Nicholas Farrell), o narrador do filme, e o Lord Andrew Lindsay (Nigel Havers). Este Lord Lindsay é uma versão ficcionada de Lord David Burghley, campeão olímpico em 1928 nos 400m barreiras, que na verdade tinha sido o primeiro a conseguir esse feito de ganhar a corrida contra o relógio e que por isso recusou envolver-se no filme.
Quando Abrahams corre pela primeira vez contra Liddell, este é tão superior que Abrahams quase que decide desistir. No entanto, acaba por requerer a ajuda do treinador Sam Mussabini (Ian Holm) para melhorar a sua técnica. Além disso, ainda arranja tempo para namorar a cantora Sybil Gordon (Alice Krige).
Já Liddell vê as suas crenças religiosas cada vez mais em conflito com o seu amor pelo desporto. A sua extremamente devota irmã Jennie (Cheryl Campbell) acusa-o de descurar os seus deveres religiosos pelo desporto. E quando embarca para Paris com a equipa olímpica britânica, descobre que a sua prova principal, os 100m, estão agendados para um domingo, e devido às suas crenças, recusa participar nessa prova. A convicção de Liddell causa um diferendo com os chefes do Comité Britânico que juntamente com o Príncipe de Gales, o futuro rei Eduardo VIII (David Yelland), tentam-no convencer a mudar de ideias. O problema só se resolve quando Lord Lindsay decide ceder a Liddell o seu lugar nos 400m.
Em Paris, depois de perder para os americanos nos 200m, Abrahams vinga-se ganhando os 100m, para grande emoção de Mussabini. Já Liddell desafia o cepticismo do treinador americano para ganhar os 400m, antes de seguir em missão religiosa na China onde virá a falecer em 1945. O filme acaba tal como a história começa, no funeral de Abrahams em 1978.
O filme tem várias discrepâncias quanto aos factos, sobretudo devido a liberdade artística e para trazer mais dramatismo à história do filme. Nomeadamente, Eric Liddell já sabia com meses de antecedência que os 100m iriam-se disputar a um domingo e por isso, os seus objectivos para Paris sempre foram os 200 e 400m, além de que ao contrário do filme, a sua irmã sempre o apoiou na sua dedicação ao desporto (aliás o filme faz-lhe um agradecimento especial nos créditos). E na realidade Harold Abrahams só conheceu a sua esposa, a cantora Sybil Evers, dez anos após a sua vitória olímpica, pelo que o namoro de ambos foi antecipado no filme para haver uma storyline romântica. No filme, há uma cena em que o atleta americano Jackson Scholtz entrega a Liddell um papel com uma citação religiosa antes deste vencer os 400m. Na verdade não só não tinha sido Scholtz - que também tem um agradecimento especial pela sua colaboração - a fazer tal gesto, como ele não era uma pessoa religiosa, pelo que foi com grande espanto seu que após a estreia de "Momentos de Glória", muitas pessoas contactaram Scholtz em busca de aconselhamento religioso.
Apesar disso, não há dúvida que "Momentos de Glória" é um belíssimo filme e uma das mais bem-sucedidas produções britânicas de sempre. O British Film Institute atribuiu-lhe o 19.º lugar dos melhores filmes britânicos de todos os tempos e venceu cinco Óscares, incluindo o de Melhor Filme.
Contudo, não existem dúvidas que o principal motivo pelo qual "Momentos de Glória" deixou a sua marca na história do cinema e da cultura pop deve-se a lendária cena da equipa britânica, que inclui Abrahams, Liddell, Montague e Lindsay, a correr na praia ao som do tema do filme, de seu título "Titles" mas conhecido como "Chariots of Fire", de Vangelis Papathanasiou. Aliás, ao utilizar-se sonoridades electrónicas num filme de época, tratou-se de uma revolução em bandas sonoras cinematográficas.
O realizador Hugh Hudson, que já admirava o trabalho do compositor grego, pretendia a utilização de duas músicas do seu álbum de 1979 "Opera Sauvage" na banda sonora do filme, mas Vangelis tinha composto alguns temas inéditos que sugeriu que fossem utilizados no filme.
Não só Vangelis ganharia o Óscar pela banda sonora do filme como o respectivo álbum foi campeão de vendas, colocando Vangelis na primeira linha dos compositores para bandas sonoras, tendo assinado entre outros a música de filmes como "Blade Runner-Perigo Iminente" e "1492 - A Conquista".
E claro está a sequência da corrida na praia ao som de "Chariots of Fire - Titles", tornou-se de tal forma icónica, que além de ter sido reproduzida e parodiada um incontável número de vezes em filmes e televisão ("Rua Sésamo", "Grinch", "Marley e Eu", "O Menino Doutor", "Madagascar"), creio que devem ter sido poucos que por qualquer motivo e circunstância, tiveram de fazer uma corrida nunca tiveram esta música a tocar mentalmente enquanto o faziam.
Em 2012, por ocasião dos Jogos Olímpicos desse ano em Londres, o tema não só foi utilizado num sketch cómico protagonizado por Rowan Atkinson na cerimónia de abertura, como foi tocado em cada cerimónia protocolar de entrega de medalhas. No mesmo ano, o filme foi adaptado a uma peça de teatro em Londres.
Para terminar, mais uma curiosidade. O produtor executivo de "Momentos de Glória" foi nada menos que Dodi Fayed, que ficaria conhecido por namorar a Princesa Diana de Gales, tendo perdido a vida juntamente com esta num acidente de viação em Paris em 1997.
"O Livro da Juventude", lançado pelas Selecções do Reader's Digest, "finalmente em Portugal".
Por 1.475$00 podia-se adquirir nas livrarias este livro de grande formato, 256 páginas e 355 fotografias e ilustrações a cores. Entre os 30 temas incluídos podíamos encontrar: A história da aviação; ficção científica: no interior do cometa; Aventuras; Raio Laser; O Rali de Monte Carlo; Como fazer uma jóia; Jogos e Passatempos.
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