segunda-feira, 30 de setembro de 2013

Marujinho - Chocolate


Uma reportagem do iOnline informa que o Marujinho "nasceu" em 1985 e descreve-o do seguinte modo: "A felicidade tinha um preço: 20 escudos. O Marujinho era um chocolate pequeno, recheado de mentol – tipo After Eight – numa embalagem branca com marujos desenhados."
Um chocolate que descobri tardiamente, mas do qual que fiquei fã, comprando grande quantidade numa mini-mercado perto de casa. Adorava comer as barrinhas de Marujinho com pacotes de batas fritas, para fazer um contraste gastronómico explosivo. Foi daquelas coisas que desapareceram das prateleiras discretamente, mas que depois recordamos com saudade.E por ser barato dava para comprar vários de uma vez! Não me importava nada que voltasse!

Este cromo ficou nos rascunhos durante cerca de oito meses, visto que enviei um e-mail a pedir mais informações à Imperial, e até ao momento não recebi resposta. Entretanto encontrei uma imagem por acaso na Internet: "Distrobidos".

Se conseguirem encomendar uma caixa de Marujinhos, avisem a malta!

Cromo sugerido pelo leitor João Craveiro.

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sábado, 28 de setembro de 2013

Caixa Alta (1989/1990)

por Paulo Neto

A RTP Memória proporcionou-me a oportunidade de rever uma série, da qual pouco me lembrava mas que por alguma razão nunca me tinha esquecido. Essa série é "Caixa Alta", exibida na RTP entre 18 de Novembro 1989 e 7 de Janeiro de 1990.



A série foi o primeiro papel como actriz de Helena Laureano, que em 1988 foi 1.ª Dama de Honor, Miss Fotogenia e Miss Simpatia no concurso Miss Portugal, tendo sido a nossa representante no concurso Miss Mundo desse ano onde ganhou o prémio de Miss Personalidade. 




Helena Laureano encarnava Francisca, uma bonita e astuta jornalista do jornal "A Cidade" que um dia tem a oportunidade de entrevistar Franz Shteller (Brian Bowyer), um industrial alemão que é um dos homens mais ricos do mundo e que se acaba de mudar para Sintra. Porém, a entrevista é apenas um pretexto para que Francisca investigue o paradeiro dos irmãos de Shteller, que acredita que fugiram da Alemanha durante a Segunda Guerra Mundial e passaram por Portugal. Francisca começa a investigar com a ajuda do fotógrafo Xavier (Jorge Gonçalves) mas depressa se apercebem que não só há quem esteja disposto a tudo para os impedir de descobrir o quer que seja como desvendam importantes ligações entre a extracção de volfrâmio em Portugal e as relações entre Hitler e Salazar durante a Segunda Grande Guerra. 
A investigação leva-os a lugares como São Tomé & Príncipe, Marrocos e Moncorvo, onde Alda (Adelaide João), uma idosa meio senil, vive num asilo será a chave do mistério. Ao longo da trama, nota-se alguma atracção mútua entre Francisca e Xavier mas ambos preferem manter a relação no campo da amizade.



A série teve sete episódios e foi realizada por Tozé Martinho (e aliás reunia a mesma equipa de autoria e produção de "Os Homens da Segurança") e foi filmada em locais como Sintra, Trás-Os-Montes, São Tomé & Príncipe e Marrocos. Do elenco também faziam parte Morais e Castro, Luís Mata, Maria das Graças, Cristina Homem de Mello, Mila Ferreira, Linda Silva e um então pouco conhecido João Baião, no papel de Pisco, o jornalista responsável pela secção de Cultura do jornal onde trabalha Francisca. Pelo que pude rever, a trama até nem era má e tinha momentos interessantes, sobretudo devido à química entre os dois protagonistas. Porém a execução deixou muito a desejar, com performances amadoras e muitas falhas técnicas. Elementos esses que não escaparam ao olhar atento dos Gato Fedorento para a sua rubrica de "Tesourinhos Deprimentes".



Seja como for, "Caixa Alta" fica para a história como o primeiro trabalho na representação de Helena Laureano que viria a tornar-se uma das actrizes mais famosas da nossa praça. Eu não fazia ideia quem era o protagonista masculino, Jorge Gonçalves, mas o IMDB indica que ele tem feito várias participações em telenovelas como "Dei-te Quase Tudo" e "Doce Fugitiva" e séries como "Inspector Max" e "Conta-me Como Foi".      

Genérico:



Obrigado ao site Brinca, Brincando pelas fotografias e informação adicional.

Link: Caixa Alta - Retroescavadora, RTP Memoria - Canais TV - RTP

A série está disponível no portal de arquivos da RTP.

Estamos Nessa (1983-84)

 
Regra geral, evito abordar aqui no blog assuntos em que a informação disponível (na Internet, revistas, etc) é escassa ou pouco diversificada. Mas não pude resistir a falar de "Estamos Nessa", um programa de televisão, do qual não tenho memória, mas encontrei uma singela menção na página de programação de uma revista de 1983. Ao colocar essa página online no Facebook, em busca de algum leitor com melhor memória que eu, fui pesquisando no Google. Assim que, da paupérrima informação disponivel online, reparei que uma das suas apresentadoras definiu o programa como "execrável" (sic). Ora, o meu "alarme" soou, e  fiquei curioso para saber como seria algo que a agora famosa Júlia Pinheiro - apresentadora de pérolas requintadas como "Peso Pesado" ou "Quinta das Celebridades" - chamava de execrável. No entanto, nem um miserável vídeo está online, sobre este programa de estreia de Júlia Pinheiro na televisão, na RTP em 1981 (segundo a própria), onde esteve quatro meses.

Mas então o que era o "Estamos Nessa"?

Citando Júlia Pinheiro:
"...há 30 anos, num programa execrável chamado Estamos Nessa. Foi resultado de um megacasting feito pelo país todo pelo jornal Se7e, que alinhou com a RTP para arranjar novos apresentadores de televisão para um novo programa de divulgação musical, hoje uma espécie de Top+. Era para substituir o ViváMúsica...".
in Público - Life & Style

"Apesar da convicção de que tudo iria correr bem, a verdade é que Estamos Nessa acabou "por ser mau que doía"..."
in SicGold

Ou o site da Infopédia:
"Estamos Nessa" - programa dedicado aos jovens que passava telediscos, notícias relacionadas com música pop e apresentava atuações de grupos ao vivo em estúdio. Contudo, o programa não conheceu grande sucesso e acabou por ser retirado da programação ao fim de algumas semanas de emissão.

Até agora não consegui apurar quem seriam os outros apresentadores, nem uma imagem do programa emitido aos Sábados, ás 15:30. Mas o mais interessante, veio por acaso quando ao pesquisar por vídeos no Youtube, deparei-me com um sketch do "O Tal Canal" chamado "Estamos Nesta" (já mencionado pelo Paulo Neto no cromo do "O Tal Canal". Ler aqui.). O dito sketch era uma paródia a um "magazine musical para novos valores musicais como Tozé, o líder da banda rock Creolina". "O Tal Canal" estreou em 1983 - bastante tempo depois do cancelamento de "Estamos Nessa" - mas parece-me evidente qual foi a inspiração. Ou então a data de 1981 está errada e os dois programas eram contemporâneos...(1)

O vídeo merece ser visto e revisto. "O Tal Canal - Estamos Nesta":

Uma hilariante compilação dos irritantes tiques da malta "moderna". E pensar que passados 30 anos ainda vemos tanto disto por ai...
Vamos lá caros leitores, lembram-se deste programa? Era uma aberração assim tão grande? Contem tudo!


(1) Actualização: Entretanto confirmei as minhas suspeitas, e "Estamos Nessa" foi contemporâneo de "O Tal Canal", aliás estrearam no mesmo dia, 22 de Outubro de 1983, e ainda segundo o "Diário de Lisboa", as emissões prolongaram-se até ao dia 3 de Março de 1984. As opiniões do responsável dos comentários televisivos do jornal sobre programa não são das mais abonatórias:

Recortes do "Diário de Lisboa" entre 21 Outubro de 1983 e 3 de Março de 1984.

"A música jovem num programa que é já considerado uma das apostas goradas do novo mapa-tipo."
"... deste programa que se quer juvenil e está velhíssimo"
Destaco a emissão do dia 4 de Fevereiro em que foi apresentado o histórico videoclip do single "Thriller", de Michael Jackson.

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segunda-feira, 23 de setembro de 2013

Manuela Moura Guedes "Foram Cardos, Foram Prosas / Flor Sonhada" (1981)

por Paulo Neto

Com Manuela Moura Guedes de regresso à televisão, nada como recordar os tempos em que usava a voz para dizer algo mais do que "Boa noite, eu sou a Manuela Moura Guedes!" e não parecia uma sósia da Maga Patalójika. Aliás, por um breve espaço de tempo, MMG foi mesmo a leading lady do pop-rock nacional. Tudo graças a um single campeão de vendas em 1981. 

Nascida no Cadaval a 23 de Dezembro de 1956, estava no último ano do curso de Direito quando em 1978, é uma das seleccionadas para ser locutora de continuidade na RTP, numa fornada que também providenciaria outros rostos lendários da televisão como Ana Maria Cordeiro, Fátima Medina, Helena Ramos, Isabel Bahia e Margarida Andrade (futuramente Mercês de Melo). Sob o nome de Manuela Matos, além da locução, apresentou o Festival da Canção de 1979. Com o virar da década adoptou o nome Manuela Moura Guedes, e por entre os trabalhos na RTP, teve tempo para dar uma perninha como cantora, sendo o seu momento de glória um single de 1981 com duas excelentes faixas: "Foram Cardos, Foram Prosas" e "Flor Sonhada". Ambas tinham letra de Miguel Esteves Cardoso e música de Ricardo Camacho. Era o seu terceiro single, pois Manuela já tinha editado anteriormente "Conversa fiada" (1979) e "Sonho Mau" (1980).



"Foram Cardos, Foram Prosas" é o tema mais conhecido, onde se notam algumas influências de Joy Division (a que não era estranho o facto de Miguel Esteves Cardoso residir então em Inglaterra e de estar a par da cena indie-rock britânica). Desde logo o refrão "Será sempre a subir, ao cimo de ti, só para te sentir" ficou gravado na jukebox mental dos portugueses. 


A outra faixa do single é "Flor Sonhada", que inicialmente até estava prevista ser o lado A. Mas dado o experimentalismo do tema e como "Foram Cardos..." parecia ser mais radio-friendly, optou-se por dar mais destaque a este. Em "Flor Sonhada", a voz de Manuela parece ficar em segundo plano, diante do fabuloso conteúdo instrumental, começando numa longa introdução em sintetizador que dá lugar a uma batida dançável e terminando num solo de guitarra a la Pink Floyd.



Com 35 mil exemplares vendidos, foi o single nacional mais vendido de 1981. Em 1982, surge o seu único álbum, "Alibi", cuja parte musical esteve a cargo dos recém-formados GNR, mas que não alcançou o sucesso do single anterior. O disco foi reeditado em CD em 2007, incluindo "Foram Cardos, Foram Prosas" e "Flor Sonhada", que não faziam parte do alinhamento em vinil.



Deixando a música de lado, Manuela Moura Guedes acaba por se dedicar exclusivamente à televisão, primeiro no entretenimento com, por exemplo, "Berros e Bocas" (1983, com Luís Filipe Barros) e o Festival da Canção de 1984 e depois na informação. 



Em 1991, quando se torna a pivô principal do Telejornal da RTP, deixa para a história o seu lendário bordão "Boa noite, eu sou a Manuela Moura Guedes!". Também em 1991, "Foram Cardos, Foram Prosas" voltou de novo a ser um hit, na versão dos Ritual Tejo. Aliás, foi esta a primeira versão do tema que eu conheci e lembro-me de ficar espantadíssimo quando uns anos mais tardes, ao ver o single por entre os discos de vinil em casa de um amigo, descobri que tinha sido MMG a intérprete do original. Entre outras versões do tema, destaque para a dos Amor Electro de 2011.

Versão dos Ritual Tejo:




Versão dos Amor Electro:


Bónus: MMG a cantar "Summertime" na série "Zé Gato" (1979):




   

quinta-feira, 19 de setembro de 2013

A Caixa de Cartão

Não sou apologista do "no meu tempo é que era" porque tenho consciência que diferentes gerações lidam com o seu ambiente diferente de formas diferentes das gerações anteriores.
No entanto, não deixa de ser interessante ver como gerações com menos recursos brincavam na sua juventude. Decerto muitos ouviram os pais ou avós dizer que "no meu tempo faziamos uma bola com peúgas e jogávamos o dia todo na rua". Desde cedo que não aprecio futebol, mas nasci já com TV em casa, ao contrário dos meus pais. Além do fascinio da TV, sempre li e desenhei muito, hábitos que infelizmente fui perdendo com a idade. Mas quando mais novo, como muitos dos nossos leitores, aposto - também construi os meus próprios brinquedos. E hoje ao navegar pelo Facebook encontrei uma imagem que imediatamente partilhei na página da Enciclopédia de Cromos. Hoje recordo o brinquedo mais barato de todos os tempos: a caixa de cartão!

Coloquei a imagem acima no Facebook com a seguinte legenda:


Assim que pus os olhos em cima da imagem, uma torrente de recordações de infancia jorrou. Tantas brincadeiras que sem mais acessórios além de uma simples caixa de cartão e a imaginação proporcionavam horas de diversão. E de dor também, consta que cai várias vezes do sofá enquanto brincava dentro de um caixa a servir de automóvel ou avião.

Mas não era estranho a outros materiais de construção! Na ilha onde passávamos férias, eu e a minha irmã, com uma caixa de esferovite (daquelas de acondicionamento de motores fora de borda), uma corda e um tijolo a fazer de âncora lancávamos à água o nosso barco, que rapidamente se desfazia e esburacava, até não mais suportar à tona de água o nosso peso. Não se preocupem que na ilha a maré é quase sempre baixa! Em plena febre "Guilherme Tell" construi uma rudimentar besta, com madeira que apareceu a boiar na ilha e alguns elásticos brancos largos. Voltando a "veículos", uma pequena mesa desdobrável com umas toalhas por cima transformava-se num bunker, num tanque ou um submarino. E devo ter perdido várias carrinhos e  figuras de heróis e robots na areia da praia, mas que logo eram substituidos pelos vários personagens e veículos que eu pintava e recortava em cartão ou papel grosso. Ainda tenho comigo alguns desses sobreviventes, entre Tartarugas Ninja e Transformers (que se transformavam!). 

Alguns dos meus bonecos de papel sobreviventes! Reconhecem?
 Lembro-me bem de uma caixa de plástico para a fruta ter sido "reciclada" na Arca (a nave) dos Transformers, com paredes revestidas a papel com todos os computadores, motores e equipamentos desenhados e pintados á mão.
Não sei com o que a malta mais nova se entretém quando não está absorvida pelos tablets, consolas de jogos e outras coisas sofisticadas, mas aposto que num dia sem electricidade ou Internet também serão capazes de usar a imaginação e uma caixa de cartão para criar fantásticas aventuras!


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terça-feira, 17 de setembro de 2013

Genérico de "Tempo dos Mais Novos" (1983/84)

por Paulo Neto

Graças ao canal do YouTube Lusitania TV, tive a oportunidade de expiar por fim uma imagem televisiva que me ficou na memória e que tanto medo me causara na ternura e incipiência dos meus três anos. 

Durante a primeira metade dos anos 80, o espaço infantil da RTP durante os dias da semana tinha o apropriado nome de "Tempo dos Mais Novos". Aliás na altura, era precisamente com esse programa que abriam as emissões da RTP, pois entre Outubro de 1983 e Maio de 1985, de segunda a sexta, a RTP 1 só começava a sua programação às 17 horas e a RTP 2 ás 19 horas. Sim, não havia nada na televisão nos dias de semana! Isto porque nessa altura vivia-se a maior crise económica pós-25 de Abril e uma das medidas do Governo de então para diminuir a despesa pública foi reduzir a emissão da RTP.

O "Tempo dos Mais Novos" era pois algo que aguardava todos os dias com ansiedade e temor. Se por um lado, significava que vinham dali o arranque da programação da RTP e uma mão-cheia de desenhos animados, por outro lado, tinha que levar com este genérico que abria esse espaço de programação. Segundo o próprio responsável do canal Lusitania TV, este genérico foi gravado pelo seu pai no dia em que ele nasceu (11 Janeiro de 1984). 





Num cenário espacial, vê-se um rapaz de camisola ás riscas sentado num planeta, quando de repente surge uma nave espacial saída de qualquer filme da Guerra das Estrelas, lança um raio de luz sobre o miúdo e transporta-o para o seu interior, fechando depois o seu portal. Depois vê-se a nave a partir mostrando a sua traseira formada por letras coloridas que compunham o título do programa. Se isto já impressionava o meu eu de tenra idade, o toque final era dado com uma voz, que se pressupunha ser a do rapaz, a dizer "TEMPO DOS MAIS NOVOS!" com um tom amplificadamente assombroso, e ainda haver uns segundos a ver a nave ir-se embora, com o mesmo som sinistro que se ouve ao longo de todo o segmento. A duração demorada (cerca de 1 minuto e 15 segundos) e o facto de não se ouvir nada além dos sons da nave e da voz amplificada do rapaz contribuíam ainda mais para o travo tenebroso do genérico. Que ainda por cima tinha de gramar duas vezes por dia, no início e no fim do programa.

                                       

Embora bastasse eu ser um pouco mais velho para perceber que o genérico afinal não era assim tão assombroso, na altura era o que me bastava para deixar alvoroço. Para onde levavam o miúdo? Seriam extraterrestres? Será que o nome do programa seria o rapaz a dizer "Salvem-me, socorro!" em código? Será que andam por aí aliens a teleportar e raptar crianças? Será que serei eu o próximo? Eram questões que assaltavam a minha mente (e nem sequer chegava ao ponto de questionar o facto de como é que o rapaz tinha ido parar àquele planeta no meio do espaço!). Por tudo isso, este genérico pertencia às minhas memórias televisivas mais assustadoras de infância, apenas perdendo para o cagaço que apanhei quando vi pela primeira vez o videoclip "Thriller" do Michael Jackson que, segundo a minha Mãe, deixou-me cheio de lágrimas nos olhos e à beira de fazer xixi nas calças. 

Uns tempos depois do vídeo do genérico ter sido posto no YouTube e de eu o ter colocado na página oficial do Facebook da Caderneta de Cromos (onde descobri que estava longe de ser o único que guardava essa memória assustadora), houve um post na mesma página de nada menos que o próprio realizador do genérico, Carlos Barradas. No post, Barradas demonstrava-se espantado pelo facto de descobrir que o genérico tinha assustado tanta gente e declarou que o rapaz usado como cobaia era o seu filho. O que me levou a pensar que na altura o filho de Carlos Barradas devia ser bastante reconhecido na rua, pois entrava todos os dias nas nossas casas. Será que o rapaz era bombardeado com perguntas como: "Foste mesmo raptado por extraterrestres? Fizeram-te mal? Como é que é ser teleportado?"

Mas por muito tenebrosas que tivessem sido estas memórias, hoje em dia não consigo evitar um certo orgulho por ter vivido num tempo onde um simples genérico com um cenário espacial, um rapaz e uma nave espacial feita com garrafas de álcool (como vem num dos comentários do YouTube) era o que bastava para alvoraçar a nossa imaginação. Mais um motivo para acreditar que nós fomos uma geração valente, onde só havia televisão depois das cinco da tarde e não havia cá genéricos coloridos e fofinhos para o espaço do desenhos animados, tomem lá com um rapaz a ser raptado por extraterrestres sem qualquer explicação!

Carlos Barradas realizou diversos genéricos e programas para a RTP. Na mesma altura em que o seu genérico espacial assustava miúdos medricas como eu, também passava na televisão outro genérico bem mais aprazível (que mais parecia mais videoclip), o do programa da variedades "O Foguete" com Carlos Paião, António Sala e Luís Arriaga.

  

Também da autoria de Carlos Barradas é esta curta-metragem "A Caixinha de Música", que recordo ter passado umas três ou quatro vezes nos espaços infantis da RTP ao fim de semana. (No final há um cameo do filho do realizador, o rapaz raptado pela nave).





    

domingo, 15 de setembro de 2013

TV Color Philips (1987)

Afinal tinha mais anúncio desta revista guardado na "manga"! Vejam se reconhecem o protagonista deste reclame ao concurso para os compradores de qualquer "TV Cor Philips"!

E lembram-se deste mitico anúncio de TV, protagonizado também pelo carismático - adivinharam? - Miguel Guilherme?!


Muito bom!

Publicidade retirada da revista Maria nº 463, de Setembro de 1987.

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sábado, 14 de setembro de 2013

Tokalon Placenta (1987)

 "Tokalon" até era um nome porreiro - para um medicamento ou um robot - mas basta acrescentar a palavra "placenta" e ...bem... not so cool anymore! Então é isto, creme anti-rugas com um nome sinistro: "Tokalon Placenta". Até a senhora da foto parece um pouco embaraçada...

Detalhe da embalagem:

Este é o ultimo anúncio retirado da revista Maria 463. Mais novidades brevemente!

Publicidade retirada da revista Maria nº 463, de Setembro de 1987.

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sexta-feira, 13 de setembro de 2013

Pima - Óleo Alimentar (1987)

Anúncio ao Óleo Alimentar "Pima", 100% vegetal, que tenta o leitor com fritos de aspecto delicioso como só a publicidade consegue produzir.

Como bónus um calendário Pima de 1987:



Publicidade retirada da revista Maria nº 463, de Setembro de 1987.

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quinta-feira, 12 de setembro de 2013

CEM - Cursos Especiais para a Mulher (1987)

"CEM - Cursos Especiais para a Mulher", mais concretamente o curso CEM de Esteticistas. Leia os detalhes no próprio anúncio acima.

Publicidade retirada da revista Maria nº 463, de Setembro de 1987.

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terça-feira, 10 de setembro de 2013

Explode Coração (1995-96)

por Paulo Neto

Várias foram as telenovelas brasileiras que agarraram Portugal ao horário nobre da SIC nos anos 90. Uma delas conseguiu fazê-lo juntando dois temas que assim à primeira vista teriam pouco em comum (e menos ainda na altura): o povo cigano e a internet. Falo obviamente da telenovela "Explode Coração" da autoria de Glória Perez (a primeira após o escândalo do assassinato da sua filha Daniela) exibida em Portugal entre 1995 e 1996, em substituição de outra telenovela marcante, "A Próxima Vítima".






Dara (Teresa Seiblitz) é uma bela e jovem cigana, orgulhosa da sua raça e da cultura do seu povo, mas que se recusa a viver sob as leis ancestrais dos ciganos. À revelia dos seus pais conservadores Jairo (Paulo José) e Lola (Eliane Giardini), Dara quer ser independente, prosseguir os estudos e até namora secretamente com Serginho (Rodrigo Santoro), um gadjô (não-cigano). Por isso, não está nada interessada na chegada de Igor (Ricardo Macchi), o noivo que lhe foi prometido em casamento quando era criança. Nem o facto de Igor se ter tornado um homem bonito e, tal como ela, um cigano progressista sem renegar às suas raízes demove Dara.

Vera, Júlio e Dara
Igor

Até porque através de um chat da internet, Dara conhece Júlio Falcão (Edson Celulari), um rico e atraente empresário com ambições políticas, casado com Vera (Maria Luiza Mendonça), cuja relação há muito perdeu o fulgor e vive apenas das aparências. Quando Dara e Júlio se encontram, não demoram a apaixonar-se mas quando ele é apanhado num escândalo financeiro, Dara, que fica grávida, não tem outro remédio senão casar-se com Igor, que aceita encobrir o facto de ela já não ser virgem e assumir a paternidade da criança. O coração de Dara fica então dividido entre Júlio e Igor. Aliás também como o público que ficou dividido no final da novela, quando Igor renuncia ao seu amor por Dara para que esta fique com Júlio e o filho de ambos, havendo muita gente que preferia ver a protagonista com o cigano. O sucesso da personagem de Ricardo Macchi foi tal que o actor chegou a ir a Portugal para fazer uma surpresa a uma fã portuguesa no programa "Surprise Show".   

De entre o núcleo de personagens ciganas, há ainda a destacar Ianca (Leandra Leal), que ao contrário da irmã, pretende casar-se o mais depressa possível; Vladimir (Felipe Folgosi), cigano apaixonado por Ianca; Pepe (Stênio Garcia) e Luzia (Ester Goés), os pais de Igor; e Mio (Ivan de Albuquerque) e Soraya (Laura Cardoso), os anciãos de ambas as famílias, que viveram em jovens um amor impossível e que hesitam entre o orgulho e a mágoa do passado e reatar o namoro agora que ambos são viúvos. 

Jairo, Ianca e Lola
Vladimir, Igor e Pepe


Outras personagens marcantes foram o casal novo-rico Mila (Zézé Polessa) e Tolentino (Cláudio Cavalcanti) que vive no mesmo prédio que a família de Dara e convive mal com os hábitos dos ciganos; Edu (Cássio Gabus Mendes), um fanático da internet que se apaixona online pela jornalista Yone (Deborah Evelyn) mas que não revela a sua verdadeira identidade; a vilã Eugénia (Françoise Fourton), prima de Vera e eterna apaixonada de Júlio; Beth (Renée de Viemond) uma mulher madura que se envolve com Serginho, que é enteado do seu ex-marido Cézar (Reginaldo Faria); Sarita Vitti (Floriano Peixoto) uma drag queen que vai acabar por ter influência na vida de muitas personagens; e os principais momentos de humor estiveram a cargo de Lucineide (Regina Dourado) e Salgadinho (Rogério Cardoso), um casal que parece que só está bem quando andam às turras.

Sarita

Serginho e Beth
Salgadinho e Lucineide


Outra trama importante foi a que envolveu Odaísa (Isadora Ribeiro), a empregada da família de Dara, que vive o drama de ver o seu filho raptado. Fundindo ficção e realidade, a novela ajudou a promover uma campanha para encontrar crianças desaparecidas em todo o Brasil, onde cerca de sessenta crianças foram encontradas antes do fim da telenovela, algumas através de fotos que apareceram nela.



"Explode Coração" fez sucesso em Portugal e no Brasil, ajudando a difundir a nova realidade da internet (então ainda em estado inicial em ambos os países) e a suscitar o interesse na cultura cigana. Por exemplo, o volume da banda sonora com temas ciganos foi disco de platina em Portugal.  







      

Flora - Óleo de Girassol (1987)

Sempre que ouço a palavra flora, tanto o nome próprio como o termo biológico, só me vem á cabeça o slogan "Flora, o sabor que o pão adora", da clássica margarina "Flora" (vendida em Portugal desde1968). Não consegui confirmar se a marca deste óleo de girassol "Flora" é a mesma, apesar de achar estranho haver duas marcas com o mesmo nome no ramo alimentar. Mas, eram os 80s, nunca se sabe!


Publicidade retirada da revista Maria nº 463, de Setembro de 1987.

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sábado, 7 de setembro de 2013

Mel & Kim "Respectable" (1987)

por Paulo Neto

A pop da segunda metade dos anos 80 foi indelevelmente marcada pela troika dos compositores britânicos Mike Stock, Matt Aitken e Peter Waterman. Parecia que o mundo só girava quando surgia um novo tema composto e produzido pelos SAW. E este trio era tão prolífico que parecia fazer para aí cinco canções por hora. Por exemplo, um dos seus êxitos mais célebres, "I Should Be So Lucky" de Kylie Minogue foi escrito em quarenta minutos enquanto Minogue esperava no estúdio. Outros artistas e grupos lançados pelos SAW foram Jason Donovan, Rick Astley, Dead Or Alive, Brother Beyond, Lonnie Gordon e Sonia, além de terem também composto para nomes firmados como Donna Summer, Bananarama, Samantha Fox e Elton John.



Quem também atingiu a fama graças aos SAW foi a dupla Mel & Kim, formada pelas irmãs Melanie e Kim Appleby, se bem que pelos menos para uma delas a fama foi bem efémera. Filhas de pai jamaicano e mãe inglesa, as duas cresceram no bairro londrino de Hackney, as duas começaram a tentar a sua sorte na música em 1985, gravando várias demos. Finalmente assinaram contracto em 1987 e pouco depois, lançavam o seu primeiro single "Showing Out (Get Fresh at the Weekend)".



O single tornou-se um sucesso instantâneo, chegando ao n.º 3 do top britânico e n.º 1 do alemão. Mas seria o single seguinte "Respectable" que seria a canção-assinatura do duo, especialmente por causa do sample sequencial do início do refrão: "Tay, tay, tay, tay, t-t-t-tay..." (Quem tem o Singstar Summer Hits que contém esta canção decerto que não pode evitar um sorriso quando alguém tem de cantar esta parte). "Respectable" foi n.º 1 no Reino Unido, Alemanha, Austrália, Nova Zelândia, Suíça e Holanda.



Ainda em 1987, saía o único álbum dupla, "F.L.M.", de onde foram extraídos mais dois singles: a faixa-título e "That's The Way It Is". Além dos hits, a imagem de marca do duo com coreografias sincronizadas (incluindo o movimento da ginga à retaguarda) e um visual essencialmente constituído chapéus de aba e fatos de poliester contribuíu para que as duas irmãs rapidamente se tornassem estrelas.

Mas a tragédia estava iminente: em Janeiro de 1987, Mel tinha sido diagnosticada com um cancro cervical que condicionou muita da promoção do álbum (elas não aparecem no vídeo de "That's The Way It Is") e impediu a gravação de material novo. Melanie Appleby viria a falecer de uma pneumonia relacionada com uma metástase a 18 de Janeiro de 1990, com apenas 23 anos. 

Apoiada pelo seu namorado de então, Craig Logan (o membros dos Bros. que não era um dos gémeos Goss), Kim decidiu continuar numa carreira a solo. O seu álbum de estreia em nome próprio continha muito do material previsto para o segundo álbum do duo. O primeiro single "Don't worry" foi um sucesso assinalável e a sua letra que fala sobre como ultrapassar um desgosto acabou por ser uma homenagem final à sua irmã Mel. Embora sem nunca mais reproduzir esse nível sucesso, Kim Appleby continua no activo. O álbum "F.L.M." já foi re-editado duas vezes em 2002 e 2010, cada qual novas versões e remisturas.



Ainda quanto a "Respectable", há a destacar duas versões: uma dos Onda Choc sob o título "A Semanada" do álbum "Namoro" (1987) e outra de 2001 pela girlband Girls@Play, que a julgar pelo vídeo, eram uma espécie de versão feminina dos Village People.

"A Semanada" Onda Choc:


"Respectable" Girls@Play: 




The River Of Dreams - Billy Joel (1993)



"The River Of Dreams" é um tema do artista norte-americano Billy Joel que desde que inicou a carreira venceu 6 Grammys e terá vendido cerca de 78,5 milhões de discos (segundo a RIAA, que o indica como o 3º artista a solo mais bem sucedido nos EUA) apenas nos EUA e 150 milhões no mundo inteiro. Este ”The River Of Dreams" foi o seu ultimo grande sucesso mundial, e o primeiro single do álbum "River of Dreams”. No topo do post, a capa do single, lançado hà pouco mais de duas décadas, a 19 de Julho de 1993.

O videoclip de "The River Of Dreams":


Mais uma música soterrada nas memórias, até recentemente ouvir o tema no background de uma reportagem dos 20 anos da TVI. Fecho os olhos e parece que estou de volta aos anos 90 a ouvir a música na rádio. É engraçado como ás vezes acontecem estas inesperadas "viagens no tempo" musicais.


Texto original publicado no MiniCromo "River of Dreams".

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Korinex (1987)

Um anúncio singelo, semelhante aos milhões de cartazes de Saldos que se vêm pelo pais fora, neste caso específico os saldos de fim de Verão "Korinex". "Aproveite a nossa proposta...e ponha-se bonita!"


Publicidade retirada da revista Maria nº 463, de Setembro de 1987.

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sexta-feira, 6 de setembro de 2013

Helene Curtis (1987)

Um casal divertido na casa de banho a lavar o cabelo é o destaque deste anúncio aos champôs (ou shampoo) da marca "Helene Curtis" (que foi comprada em 1996 pelo gigante Unilever).

Detalhe com os champôs, bálsamo amaciador, fixador de mise e lacas Helene Curtis:



Publicidade retirada da revista Maria nº 463, de Setembro de 1987.

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quarta-feira, 4 de setembro de 2013

Socigrupo (1987)

Já antes tivemos na Enciclopédia publicidade ao "Socigrupo", curiosamente num anúnci posterior ao de hoje. Pode ver (ou rever) no seguinte link: "Socigrupo" (1988)


Publicidade retirada da revista Maria nº 463, de Setembro de 1987.

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terça-feira, 3 de setembro de 2013

Movigrupo (1987)

Anúncio ao Consórcio "Movigrupo", que vendia desde carros, motas, viagens, a electrodomésticos, armas e ...armas?? Pois parece que sim!

Publicidade retirada da revista Maria nº 463, de Setembro de 1987.

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domingo, 1 de setembro de 2013

Mimosa Disney - Leite com Chocolate (1987)

 Um bom modo de promover produtos novos é um concurso, de preferência com prémios atraentes. E este novo (em 1987) Leite com Chocolate "Mimosa Disney", tem vários prémios interessantes. No entanto, para receber os "prémios" preferidos, era necesssário enviar recortes numerados das embalagens do leite com chocolate e um vale de correio com o valor do prémio escolhido. O anúncio está ornamentado pelas personagens mais famosas da Disney a interagir com os pacotinhos de leite.


Detalhe com os prémios:
Os prémios a escolher: T-shirts, livros da colecção "As mais belas histórias Disney" e " Antologia Donald", Blusões, Relógios de pulso, Mochila e Bicicletas. Pela imagem a cima, as bicicletas parecem-me do género das famosas BMX, algúm leitor entendido em bicicletas esclarece?

Publicidade retirada da revista Maria nº 463, de Setembro de 1987.

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Trabalhar por Correspondência (1987)

Já tivemos cá na Enciclopédia muitos anúncios a cursos por correspondência, mas trabalho por correspondência, creio que é o primeiro! Ainda por cima com a promessa de 55 contos mensais! O que parece totalmente credível (nem por isso!), visto que não tem referência sequer ao nome da empresa, apenas um apartado para o interessado enviar dinheiro para saber mais, se estiver interessado em "desenvolver as suas actividades como AUX. DE SERVIÇOS" da empresa. Quantas pessoas terão perdido dinheiro com este esquema pré-Internet?

Publicidade retirada da revista Maria nº 463, de Setembro de 1987.

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