terça-feira, 25 de abril de 2017

Sport-Billy - Cromos Autocolantes Circulares (1982)


Tenho a certeza que foram alguns destes cromos autocolantes redondos do Sport-Billy que adornaram a porta do nosso antigo frigorífico, revestido a cromos de outras celebridades como a Pantera Cor de Rosa, Topo Gigio, etc.
Esta colecção da Disvenda era composta por 70 cromos autocolantes circulares, com cada carteirinha surpresa a custar 5 escudos (5$00). Seria o equivalente hoje a 2,5 cêntimos, quando cada carteirinha actualmente ronda os 60 cêntimos de euro.
Alguns anos antes - 1978 - Sport Billy já tinha tido direito a uma colecção de cromos mais tradicionais com imagens directamente retiradas da série animada, também da Disvenda: "Sport-Billy" (1978).


Detalhe da carteirinha:
Detalhe de alguns dos cromos - com os protagonistas a praticar desportos diferentes - e do brinde, pastilhas elásticas ou rebuçados...

Anúncio retirado da revista "Sport Billy" Nº 8 (de 1982). Imagem editada por Enciclopédia de Cromos. Créditos ao uploader original.

A excelente base de dados BDPortugal tem uma imagem da capa da caderneta de cromos onde estes círculos podiam ser guardados:
BD Portugal.


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segunda-feira, 24 de abril de 2017

Festival da Eurovisão 1982


por Paulo Neto

Estamos a poucas semanas da edição deste ano do Festival do Eurovisão e por isso, nada como recordar aqui edições passadas. Em Março passado, falámos sobre o Festival da Canção de 1982, onde o "Bem Bom" das Doce saiu vitorioso, por isso impõe-se recordar a respectiva edição Festival da Eurovisão onde esta foi a canção representante de Portugal.



O 27.º Festival da Eurovisão realizou-se a 24 de Abril de 1982 na cidade inglesa de Harrogate, que tinha um moderno e recém-inaugurado centro de conferências. Tal era desconhecimento sobre esta cidade do condado de North Yorkshire que a abertura do espectáculo foi precisamente com um mapa da Europa e a frase "Onde fica Harrogate?" escrita nas diversas línguas dos países participantes. Devido à vitória no ano anterior com os Bucks Fizz, o Reino Unido acolhia o Festival pela sétima vez, apesar de só ter ganho quatro vezes até então. A apresentação esteve a cargo de Jan Leeming. Fialho Gouveia fez os comentários para a RTP.



Apenas 18 países participaram nesta edição, devido à ausência da Grécia e da França, que tinham participado no ano transacto. Apesar de ter uma canção escolhida e de ter sido sorteada para actuar em segundo lugar, a Grécia acabou por decidir não participar. Já a TF1, a estação de televisão francesa que emitia o Festival da Eurovisão, recusou a participar nesse ano alegando a perda de qualidade do evento, com o seu director de entretenimento tendo mesmo dito que o certame era um "monumento à estupidez". Mas o público francês discordou e perante várias reclamações, a França regressaria em 1983, sob a égide da Antenne 2.

Foi uma edição comparativamente sóbria do Festival da Eurovisão, com um pequeno palco, sem actuações musicais para além das canções e nem sequer os Bucks Fizz, vencedores do ano anterior, estiveram presentes para entregar o troféu ao intérprete da canção vencedora. 
Antes de cada actuação, foi exibido um pequeno postal ilustrado de cada país que começava com a respectiva bandeira e um excerto do hino nacional, seguindo-se imagens de paisagens do país ao som de uma canção popular local (no caso de Portugal, imagens de um porto piscatório ao som de "Coimbra É Uma Lição") e, caso existisse, do videoclip da canção, terminando com a aparição de cada intérprete junto stand de exposição do respectivo país, geralmente acompanhado de uma jovem com um traje típico do país (no caso português, uma noiva do Minho).

Como é habitual, abordaremos cada uma das canções por ordem inversa à classificação.

Kojo (Finlândia)

Brixx (Dinamarca)

Há sempre um país que tem de ficar em último e em 1982, a lanterna vermelha coube à Finlândia, que ainda por cima, não obteve nenhum ponto. Timo Kojo interpretou o tema "Nuku Pommiin" (literalmente "dormir com as bombas", uma expressão finlandesa para quem tem um sono pesado) e a canção até era interessante. Mas talvez a letra que falava sobre a ameaça nuclear tenha melindrado os júris por essa Europa fora (estávamos num dos auges da Guerra Fria) e o facto de Kojo dar alguns murros na cabeça enquanto cantava também não ajudou e a Finlândia foi corrida a zeros.

Em 17.º lugar com cinco pontos ficou a Dinamarca, o que é pena pois tratava-se de um tema bem eighties, "Video Video" do grupo Brixx. Como o título indica, a canção era sobre uma das maravilhas da tecnologia da altura, o videogravador que como diz a letra, dava para ver e gravar tudo de filmes de Humphrey Bogart ao tenista Bjorn Borg a jogar em Wimbledon. O problema é que o vocalista Jens Brixtofte também cantava que esse vídeo-vício custou-lhe o namoro com uma tal de Suzanne.
Os Brixx terminaram pouco depois da sua participação eurovisiva, mas um dos seus membros John Hatting, regressou ao certame em 1986 com uma nova banda.  

Bill Van Dijk (Holanda)
Neco (Turquia)

A Holanda reuniu oito pontos, o que lhe valeu o 16.º lugar. Bill Van Dijk cantou "Jij en ik" ("tu e eu") e teve a particularidade de se fazer acompanhado em palco por uma banda feminina. Foi particularmente divertido ver Bill interagir com a cantora de coro Lisa Boray, uns bons palmos mais alta que ele. Entre os diversos trabalhos de Bill Van Dijk, destacam-se as vozes que fez para a versão holandesa da "Rua Sésamo".

O representante da Turquia foi Nejat Özyilmaz, mais conhecido como Neco, um cantor já bastante veterano, tendo iniciado a sua carreira em 1964. O tema que levou a Harrogate, "Hani" ("onde") misturava sonoridades turcas com ritmos de disco-sound e ficou em 15.º lugar com 20 pontos.

Aska (Jugoslávia)
Doce (Portugal)

A Jugoslávia fez-se representar pelo trio feminino sérvio Aska, composto por Snezana Miskovic, Snezana Stamenkovic e Izolda Barduzija. As três cantaram o tema "Halo Halo" que ficou em décimo quarto lugar com 21 pontos. Esta foi a primeira de três participações consecutivas de Izolda Barduzija no Festival da Eurovisão, tendo em regressado em 1983 como bailarina e cantora de coro de Danijel ao lado da sua irmã Eleonora e em 1984 em dueto com Vlado Kalember. Snezana Miskovic viria a ter posteriormente mais sucesso no seu país com a banda Viktorija.

Portugal foi por diversas vezes subvalorizado no Festival da Eurovisão e em 1982 não foi excepção. Digam lá se o "Bem Bom" das nossas Doce não era melhor do que algumas das canções que ficaram melhor classificadas esse ano. Mas feitas as contas, Portugal não conseguiu amealhar mais de 32 pontos (o Luxemburgo, com 7 pontos, foi o país mais generoso), valendo o 13.º lugar. Fá Padinha, Laura Diogo, Lena Coelho e Teresa Miguel tiveram porém a honra de iniciar o desfile das canções e tal como no Festival da Canção desse ano, actuaram vestidas de mosqueteiras, com até o director de orquestra Luís Duarte a surgir envergando um chapéu à D'Artagnan. Uma das cantoras do coro era uma então jovem Mila Ferreira. Apesar do resultado, "Bem Bom" tornou-se por cá um dos clássicos incontornáveis da pop nacional elevando a já bem gloriosa carreira das Doce. E a prestação das nossas Spice Girls ficou nos anais da história da Eurovisão, tendo sido utilizada nas retrospectivas das galas dos 50 e 60 anos da Eurovisão.

Anita Skorgan e Jahn Teigen (Noruega)
The Duskeys (Irlanda)


Na posição logo acima de Portugal com quarenta pontos ficou a Noruega com um dueto entre dois intérpretes já bem experientes nestas andanças, Anita Skorgan e Jahn Teigen. Ela já tinha participado em 1977 e 1979 e ele em 1978. Juntos interpretaram "Adieu", uma balada romântica a que não era estranho o facto de os dois serem um casal na altura. Jahn voltou a ser o representante da Noruega no Festival no ano seguinte, com Anita nos coros. Os dois foram casados entre 1984 e 1988, tendo uma filha em comum e continuam bem activos na cena musical norueguesa. (Actualização: Jahn Teigen morreu em 2019)  

A representação da Irlanda nesse ano ficou em família, pois o grupo The Duskeys era composto pelos irmãos Dan e Nina Duskey e as suas primas Sandy Kelly e Barbara Ellis. Ao contrário das baladas que este país costumava levar, este ano optaram por um tema mais animado "Here Today, Gone Tomorrow", que ficou em 11.º lugar com 49 pontos.

Lucía (Espanha)
Mess (Áustria)

A vizinha Espanha apresentou-se em tons de tango, com o tema "El" na voz da sevilhana Lucía, então com 18 anos, alcançando o 10.º lugar com 52 pontos. Na canção, ela mostrava indecisão entre dois pretendentes (o "ele" do título e o "tu" para quem ela canta), mostrando uma certa preferência pelo "tu" que quer uma relação mais casual ao "ele" que quer algo mais sério. A acompanhá-la em palco estavam três bailarinos de tango, com um deles a ser o partenair da própria Lucía. Hoje em dia, Lucía (de seu verdadeiro nome Maria Isabel Lineros) é apresentadora na televisão regional de Sevilha.

A Áustria foi o país que levou a canção mais pueril, "Sonntag" ("domingo") interpretado pelo duo Mess, composto por Michael "Fritz" Scheikl e Elisabeth "Lizzi" Engstler. Obteve o nono lugar com 58 pontos.
Chips (Suécia)

Bardo (Reino Unido)

Em oitavo lugar ficou a Suécia com 67 pontos. A canção "Dag Efter Dag" ("dia após dia") foi interpretada pelo duo Chips, composto por Kikki Danielsson e Elisabeth Andreasson. Curiosamente, três anos mais tarde, as duas regressariam à Eurovisão mas desta vez como rivais, com Kikki Danielsson pela Suécia e Elisabeth Andreasson como membro de outro duo, Bobbysocks, pela Noruega, que viria a ganhar.

Em sétimo lugar ficou a canção do país da casa, o Reino Unido, que se fez representar pelo duo Bardo, composto por Stephen Fischer e Sally-Ann Triplett. Os dois interpretaram o tema "One Step Further" no meio de uma frenética coreografia. Apesar do sucesso dos Bardo ter ficado limitado a este tema, que chegou ao n.º 2 do top britânico, a relação amorosa de Fischer e Triplett durou mais alguns anos e até gerou um filho. Sally-Ann Triplett já tinha participado no Festival em 1980, como membro do grupo Prima Donna.

Svetlana (Luxemburgo)

Anna Vissi (Chipre)



O Luxemburgo foi representado pela francesa Claire De Loutche, cujo nome artístico Svetlana evocava as suas ascendências russas. A sua canção "Cours Après Le Temps" ("corre atrás do tempo") evocava o descontentamento pelo capitalismo e a corrida desenfreada pelo dinheiro e pela glória. O grão ducado ficou em 6.º lugar com 78 pontos.

Chipre participava no Festival da Eurovisão pela segunda vez, tendo-se estreado no ano anterior. Anna Vissi já tinha representado a Grécia em 1980 e agora cantava pelo seu país de nascença com o tema "Mono I Agapi" ("só o amor"). Obteve um muito honroso quinto lugar com 85 pontos, ainda hoje o melhor resultado de Chipre no Festival, igualado em 1997 e 2004. (Actualização: Chipre ficou em segundo lugar em 2018.) Anna Vissi tornou-se uma das cantoras mais populares das pátrias irmãs de Grécia e Chipre. Em 2006, quando o Festival da Eurovisão teve lugar em Atenas, foi expressamente escolhida para voltar a representar a Grécia.

Stella (Bélgica)

  
Arlette Zola (Suíça)

Avi Toledano (Israel)


Stella Maessen, a representante da Bélgica, era uma veterana das andanças eurovisivas. Em 1970, representou a Holanda, o seu país de nascença, juntamente com as suas irmãs Patricia e Bianca no grupo Hearts Of Soul. Em 1977, as três irmãs representaram a Bélgica com o produtor Luc Smets sob o nome de Dream Express. Agora Stella apresentava-se a solo, e depois do holandês em 1970 e do inglês em 1977, cantou nesse ano em francês "Si Tu Aimes Ma Musique", melhorando os sétimos lugares das suas participações anteriores e alcançando o quarto lugar com 96 pontos.

Com apenas mais um ponto, a Suíça ficou em terceiro lugar na voz de Arlette Zola. Activa desde os anos 60, "Amour On T'Aime" foi também o maior sucesso da carreira de Zola, de quem se dizia ser a Juliette Gréco helvética.

Em segundo lugar ficou Israel com um tema intitulado de "Hora", a célebre dança de roda judaica, interpretado por Avi Toledano, natural da cidade marroquina de Meknes. A canção transmitia toda a energia e alegria de todas as festividades onde é dançada a hora e obteve uma centena de pontos. No ano seguinte, Israel voltaria a ficar em segundo lugar com uma canção escrita por Toledano.

Nicole (Alemanha)

Porém nesse ano, desde muito cedo que ficou claro que a Alemanha obteria a sua primeira vitória no Festival da Eurovisão, vencendo de forma esmagadora com 161 pontos e nove pontuações máximas de 12 pontos entre dezassete possíveis. Tudo graças à jovem e angelical Nicole Hohloch que foi a última a subir ao palco para de guitarra na mão interpretar o tema "Ein Bisschen Frieden" ("um pouco de paz"). A singela balada sobre a paz e as inseguranças da juventude, ainda para mais numa Inglaterra então em guerra com a Argentina por causa das Ilhas Faukland, acabou por ter grande impacto. Durante a reprise da vitória, Nicole interpretou a canção numa versão quadrilingue em alemão, inglês, francês e holandês.

Nicole com Ralph Siegel e Bernd Meinunger,
respectivamente o compositor e o letrista da sua canção

Foi também um triunfo para o compositor alemão Ralph Siegel, famoso por escrever várias canções para o Festival (14 da Alemanha, três do Luxemburgo, uma da Suíça, uma do Montenegro e cinco de São Marino- incluindo a deste ano!) e que acompanhou Nicole ao piano durante a sua actuação. "Ein Bisschen Frieden" tornou-se desde então um dos grandes clássicos da Eurovisão e foi um sucesso comercial nas diferentes línguas em que foi gravado (além das quatro já referidas, Nicole também gravou a canção em espanhol, italiano, dinamarquês e russo). Por exemplo, a versão em inglês "A Little Peace" ficou na história como o 500.º single a chegar ao n.º 1 do top britânico. Embora não voltasse a repetir o êxito internacionalmente, Nicole continuou a sua carreira com bastante sucesso na Alemanha nos anos 80 e 90. 

Actuação de Nicole após a vitória (versão quadrilingue):


Actuação de Nicole na gala do 60.º aniversário da Eurovisão (2015):



Festival da Eurovisão 1982 na íntegra (comentários em inglês)


     

sábado, 22 de abril de 2017

A Lagoa Azul (1980) Parte 2



Começo por esclarecer que este cromo não é sobre a sequela do filme de êxito dos anos 80, mas uma adenda ao artigo do Paulo Neto "A Lagoa Azul" / "The Blue Lagoon" (1980). E como o Paulo recordou, este clássico foi a terceira adaptação ao cinema do romance "The Blue Lagoon" [1908, pelo escritor Henry De Vere Stacpoole]. Não li o livro nem vi as versões anteriores [o mudo "The Blue Lagoon" (1923) e "The Blue Lagoon" (1949)] por isso não faço ideia do nível de fidelidade, ou não, da narrativa. Esta versão de 1980, "The Blue Lagoon", repetida vezes sem contas na TV, ficou conhecido pelas cenas mais atrevidas, mas de um erotismo inocente, envolvendo os dois jovens protagonistas. Mais tarde, em 1991, foi feita uma sequela, "Return to the Blue Lagoon" (1991). E em  Junho de 2012 estreou o telefilme "Blue Lagoon: The Awakening", que novamente reconta a história, mas agora ambientada nos tempos actuais. Recomendo ainda a leitura do artigo sobre o "primo" menos conhecido d'"A Lagoa Azul": "Paraíso Azul" (1982). Voltando à "Lagoa Azul", a polémica em redor do filme está relacionada com as cenas de nudez dos jovens actores. Brooke Shields até teve que testemunhar numa comissão de inquérito do Congresso norte-americano que foram usadas duplas para algumas das cenas de nus.



Lembrei-me de continuar este artigo depois de ler que no Brasil "A Lagoa Azul" viu a sua classificação etária ser aumentada para Maiores de 12 anos. Fiquei curioso para saber qual a classificação que terá recebido na sua estreia em território português, no dia 16 de Janeiro de 1981.

Vasculhando os arquivos do "Diário de Lisboa", encontrei um poster do dia de estreia marca o filme como "Não Aconselhável a Menores de 13 Anos". Quem diria que alguns anos depois toda a família o veria nos pequenos ecrãs dos Domingos à tarde da RTP. Creio que já no tempo das TVs privadas passava de noite. Mas, não tenho a certeza...


Vale a pena ver a descrição do texto do poster, que tentava capitalizar no principal atractivo do filme: corpos nus numa ilha paradisíaca. O texto aliás é traduzido do poster em inglês [aqui], ao qual é acrescentado o parágrafo (a partir de outra versão do poster):

"Nadam nús por entre recifes de coral. Correm numa catedral de arvoredo. E a brisa acariciadora, a lua dos trópicos e as sedosas areias conspiram para os enlear."

E rematam com a frase: "Aquele amor que a natureza realmente concebeu."

Os posters da 2º e 4º semana de exibição:
O crítico do jornal não é nada meigo para a película, elogiando no entanto o inegavelmente belo trabalho de fotografia. 

Não recordo a banda sonora, mas sendo do grande Basil Poledouris ("Conan", "Robocop", "Starship Troopers") não seria nada de deitar fora.

Para quem domina inglês, um pequeno documentário sobre as filmagens:

Um excerto de uma entrevista da época com Brooke Shields e Christopher Atkins:



Mais uma entrevista com a jovem Brooke Shields:


Um curto documentário recente sobre o filme:




Já há muito que não revejo este coming of age, tenho curiosidade para o rever com "olhos adultos" e ver que tal se safa. No IMDB tem uma nova bem baixa... Creio que tenho o VHS algures...

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quinta-feira, 20 de abril de 2017

Camilla-Milla (1985)

"Inspirada" nas bonecas de sucesso internacional "Cabbage Patch Kids", a empresa italiana de brinquedos Sebino conseguiu um êxito com a sua própria boneca de cara rechonchuda e roupinha fofinha: "Camilla" que também foi exportado e licenciado para outros países. Por exemplo, no Brasil - licenciada para a Estrela - ganhou o nome "Quem Me Quer" (Saiba mais no Blog "Brinquedos Inesquecíveis"). O blog Freak Magazine adianta que existiram também vários modelos que representavam diversas etnias do Mundo. Em Portugal, ficou conhecida pelo nome italiano "Camilla-Milla" e o cog-nome "A Boneca do Passaporte", visto que as várias versões da boneca com cabelo de lã vinham equipadas com um passaporte pendurado ao pescoço, como podem ver nesta publicidade nacional de 1985:

Esta publicidade tentava os possíveis clientes com um concurso, que como habitual na época, tinha um prémio em grande: uma viagem à Disney World para três pessoas, durante uma semana.


Algumas publicidades italiana da "Camilla la tua bambola col passaporto.":
Fonte: Internet.

Fonte: Internet.


Imagem do topo digitalizada da revista "Disney Extra" Nº 4 (29/11/1985) e Editada por Enciclopédia de Cromos.

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terça-feira, 18 de abril de 2017

A Gala dos Bigodes de Ouro (1992)

por Paulo Neto

O bigode é uma instituição em declínio. Ainda não há muito tempo, era expectável que todo o homem português com mais de trinta anos trouxesse orgulhosamente uma acumulação peluda entre o nariz e o lábio superior, fosse ela farfalhuda ou rala. Hoje em dia porém, pode-se dizer que reinam duas correntes em termos de pilosidade facial: a de aqueles que primam pela ausência de pêlos na cara (senão mesmo no corpo inteiro) e a de aqueles, que como eu, que preferem ter a barba completa. Os tempos mudaram de tal forma que até figuras públicas nacionais que outrora tiveram um bigode como imagem de marca já há algum tempo que o dispensaram, como por exemplo António Sala e Fernando Pereira.



Nascido em Lisboa a 14 de Março de 1959, mas orgulhoso das suas raízes alentejanas, Fernando Pereira foi o primeiro em Portugal a transformar a capacidade de imitar vozes conhecidas numa carreira musical. Aliás foi o primeiro cantor com um relativo estatuto de estrela que eu vi a actuar num concerto ao vivo nos idos de 1987. Para além dos seus concertos, Fernando Pereira também tornou-se conhecido na televisão, por ter sido o primeiro apresentador do concurso "Casa Cheia" em 1990, e em 1993, apresentou também o primeiro programa de karaoke da televisão nacional, "Cuidado Com As Imitações". Em meados dos anos 90, o seu talento chegou aos Estados Unidos, onde durante alguns anos actuou em vários casinos americanos, incluindo um casino em Atlantic City, propriedade de um tal de Donald Trump.
Em 1991, Fernando Pereira vivia um período áureo da sua carreira, pois além dos seus trabalhos em televisão e de espectáculos no Casino Estoril e um pouco por todo o país, teve um inesperado sucesso comercial com o seu álbum de 1990 "Com Humor E Carinho" que continha hits como "Miquelina" e "Afilamentos Das Alâmpadas". Foi por essa altura que ele gravou um programa especial que viria a ser exibido na RTP a 3 de Março de 1992, terça-feira de Carnaval, e a representar Portugal no Festival Rosa de Ouro de Montreux, "A Gala dos Bigodes de Ouro". Recordo-me bem de quando vi esse programa pois esse dia de Carnaval foi um dia em cheio, porque houve uma viagem em família em que fomos almoçar à Nazaré e ficámos para ver o corso carnavalesco local e o serão foi passado a ver "A Gala Dos Bigodes de Ouro", do qual tinha umas vagas memórias, novamente aclaradas quando vi o programa disponível na internet, no Sapo Vídeos.



Se já há vários anos que Fernando Pereira dispensou o seu icónico bigode, no início dos anos 90 ele exibia-o orgulhosamente, de tal forma que se tornou símbolo desde programa especial de humor, gravado no Casino Estoril em finais de 1991, "A Gala dos Bigodes de Ouro", uma paródia aos espectáculos de entregas de prémios, onde teve a oportunidade de imitar diversas vozes conhecidas.
Pereira escreveu os textos em parceria com Luis Tomás e Mário Lindolfo, e protagonizou o programa secundado por Margarida Reis, Maria João Lucas e Óscar Branco, com participações especiais de Nucha, Paulo de Carvalho, Roberto Leal, a Miss Portugal 1991 Maria Fernanda Silva, Carlos Castro, Rui Veloso e Eusébio, além do corpo de baile de "Viva Mozart", o espectáculo então em cena no Casino Estoril por ocasião dos 200 anos da morte do lendário compositor austríaco. Entre os figurantes presentes na assistência, reconheci a actriz Margarida Martinho.  



- Ao som de "Rock Me Amadeus", os bailarinos do espectáculo "Viva Mozart" (incluindo algumas bailarinas de seios à mostra!) executam o número de abertura do espectáculo. Enquanto isso, as duas assistentes Margarida (Margarida Reis) e Bárbara (Maria João Lucas) conversam enquanto se preparam para entrar no palco, em especial sobre um serviço paralelo que Bárbara presta em privado, alegadamente por solidariedade, recebendo apenas lembranças por tal. Um dos clientes já lhe deu uma deusa da felicidade, um quadro do Menino da Lágrima, uma cabeça de javali e um atendedor de chamadas japonês.

- Fernando Pereira dá início ao espectáculo recordando anteriores galardoados dos Bigodes de Ouro como Eça de Queiroz, Einstein, Charlie Chaplin, Salvador Dali, Joseph Stalin e Zviad Gamsakhurdia, (o primeiro presidente pós-independência da antiga república soviética da Geórgia, que curiosamente já tinha sido deposto num golpe de estado quando o programa foi para o ar).

- Prémio Melhor Lançamento (anunciado por Nucha):
Saddam Hussein em "Tempestade do Deserto ou Ventinhos do Kuwait"
Eusébio a chutar com o pé que tem mais à mão
Bryan Adams em "Everything I Do (I Do It For You)" (ou seja, "Tudo O Que Faço É Por Ti E Pelos Nossos Filhos") da banda sonora do filme "O Rabinho dos Bosques", em que o baterista é atingido por uma seta.
Bryan Adams sobe ao palco para agradecer o prémio o qual dedica aos seus vários filhos e às suas pretéritas, presentes e futuras esposas. (Curiosamente na altura, o verdadeiro Bryan Adams não era casado nem tinha filhos, aliás só foi pai pela primeira vez em 2011 aos 51 anos!).

- Um homem de aspecto estranho (Fernando Pereira) entra no Casino em busca de Bárbara, pedindo informações ao porteiro (Óscar Branco).

- Prémio A União Faz A Força (anunciado por Paulo de Carvalho):
Bee Gees
Trio Odemira
Duo Yeltsin/Gorbachev
É exibido um videoclip a preto e branco de "Stayin' Alive" dos Bee Gees, onde um dos irmãos Gibb trinca uma cenora com os seus dentes de coelho.
O prémio é entregue a Artur Oliva, cantor e compositor romântico diplomado e produtor de óleos e azeites.

- Numa conversa com um empregado de bar do casino (novamente Óscar Branco), fica-se a saber que o homem estranho que procura Bárbara chama-se Diamantino e foi ele que lhe ofereceu a deusa, o javali, o Menino de Lágrima e o atendedor de chamadas da marca...Hiropito.

- Prémio Melhor Penteado (anunciado por Roberto Leal)
Marge Simpson
Tina Turner
Sinead O'Connor
Enquanto é exibido o videoclip de "The Best" de Tina Turner, uma nota de rodapé anuncia que a vitória de Tina Turner se deveu a uma troca de envelopes e a ligações próximas da sua prima com o produtor do espectáculo. (Ainda dizem que é das carecas que eles gostam mais...) Ao receber o seu prémio, Tina Turner congratula-se que, mais que pela sua voz, foi finalmente reconhecida pelas suas pernas.



- Margarida e Bárbara voltam a conversar sobre a actividade paralela desta, onde ela recebe todo o tipos de clientes, solteiros, casados, até senhoras. Enquanto isso, o momento musical de Willie Nelson, Julio Iglesias e uma Diana Ross insuflável é interrompido por Diamantino, disfarçado de empregado de mesa, a gritar por Bárbara.

- Segue-se mais um momento de bailado de "Viva Mozart". Disfarçado de bailarina, Diamantino neutraliza um bombeiro (outra vez Óscar Branco), para lhe roubar o disfarce. O rodapé anuncia "Tabaco só ao balcão" e "Hoje há pipis" (!?!). E ficamos a descobrir que em 1992, a RTP ainda usava o método das cruzinhas para anunciar o início de um novo programa no outro canal.

- Prémio Inocência (entregue por Carlos Castro)
Madonna
Avô Cantigas
Cicciolina
Surgem imagens do videoclip "Like A Prayer" onde Madonna torce o nariz ao cheiro dos pés do santo negro do altar. Ao receber o prémio, Madonna tenta exprimir-se em português, mas acaba por falar em castelhano.




- Prémio Mensagem (anunciado por Maria Fernanda Silva, Miss Portugal 1991)
Mário Soares (ao som de "L'Important C'est La Rose")
Cavaco Silva (ao som "Don't You Forget About Me")
Papa João Paulo II (ao som de "Ai Timor")
No entanto, o vencedor não é nenhum dos três nomeados mas sim Juan Luis Guerra com "Borbujas de Amor". No seu vídeo de agradecimento, Juan Luis Guerra reclama contra o imperialismo português na República Dominicana. (Mal sabia ele que nos anos vindouros, haveria uma invasão turística de portugueses em Punta Cana e afins).

- Prémio Operação Plástica (anunciado por Rui Veloso)
Michael Jackson
Cher
Miss Corações Solitários (personagem da telenovela "Kananga do Japão" interpretada por Karen Acioly)
Dado o empate entre Michael Jackson e Miss Corações Solitários, o primeiro ganha o desempate por moeda ao ar (ECU ou coroa?). No entanto, ao receber o prémio, Michael Jackson é vaiado pelo público e leva com um bigode e pêras (literalmente).

- Prémio Especial (entregue por Eusébio):
Amália Rodrigues que interpreta o seu êxito "São Os Caracolitos". Diamantino tenta invadir o palco com uma guitarra eléctrica mas é impedido.

- Margarida fica inconsolável quando Bárbara lhe revela que Mozart morreu. Só os bons é que se vão.

- Durante a actuação da ária "Papageno Papagena" da ópera "A Flauta Mágica" de Mozart, após mais uma desastrosa invasão de palco de Diamantino, é revelado o motivo pelo qual ele procurava desesperadamente Bárbara. Esta faz uns biscates como contabilista e ajuda pessoas como Diamantino a preencher o formulário do IRS!


- A gala termina de novo ao som de "Rock Me Amadeus" com bailarinas de seios à mostra.

Revendo o programa vinte e cinco anos depois, denotei que os momentos de humor não era tão certeiros e sofisticados como eu me lembrava, mas tive imenso gosto em redescobrir um programa que fez rir o Paulo de 1992.
Fernando Pereira continua hoje em dia a exibir o seu talento como imitador em Portugal e além fronteiras, demonstrando que quando o artista é um bom artista, não precisa de talismãs, mesmo se esse for um bigode de ouro.  

  


segunda-feira, 17 de abril de 2017

Batatas Fritas Pála-Pála (1973)



Batatas fritas catitas! Uma "tara" de sabor!
Segundo o site da PepsiCo Portugal, as batatas fritas Pála-Pála fazem as delícias dos portugueses desde 1972 - um ano antes desta publicidade - na época produzidas pela modesta empresa "Laprovar", Sociedade de Produtos Aliementares, Lda, adquirida em 1987 pela PepsiCo.

A descrição das batatas fritas e dos processo de fabrico é bastante humorado, com as primeiras frases a parecer promoção a alguma revista ou filme para adultos:
"Louras, lourinhas, gostosas!
Enxutas! Apetitosas! Cresquilíssimas!
São batatas Laprovar. São de provar e chorar por mais, e mais, e mais!
Batatas fritas Pála-Pála são de inteira confiança! Enquanto são preparadas...mãos ao alto!...ninguém toca nas Pála-Pá-la!
O "automático" é que manda!
Descasque, corte, secagem e fritura - em óleo especial para melhor paladar.
Por isso as Pála-Pála resultam sempre...cresquilíssimas!
Um pacote de Pála-Pála, marcha sempre a qualquer hora, um gosto que afugenta o tal "rato". Uma "tara" de sabor!"

Detalhe da mascote, um miúdo sardento, fisga enfiada nos calções e um boné de pala gigante:
Hoje em dia as Pála-Pála ainda estão no mercado, com o símbolo actualizado, mas apelando à nostalgia:


Imagem Digitalizada da revista "Condor (Amarelo)" Nº 65 (30/06/1973) e Editada por Enciclopédia de Cromos.

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quinta-feira, 13 de abril de 2017

Bandeiras Nestum

O leitor Luís Filipe Ramos fez-me recordar este brinde que vinha nos veteranos flocos de cereais Nestum (em Portugal desde 1958, com o favorito Nestum Mel a chegar só em 1971) e a nostalgia fez-me imediatamente começar a procurar material para este cromo. Que afinal é muito escasso.


Além de serem colecções bonitas e educativas, estas bandeiras - com poste e base em plástico - sempre podiam ser usadas para complementar os exércitos de Masters do Universo, dos soldadinhos de plástico ou quem sabe até ornamentar o quintal de alguma Barbie mais nacionalista.
Ainda tenho uma dessas bandeiras, que sobreviveu mais ou menos incólume ao passar do tempo, mas infelizmente não a fotografei antes de a desterrar novamente para as profundezas de alguma caixa na arrecadação.

Foto: Ana Trindade. Edição: Enciclopédia de Cromos.

Este brindes que saíram nos anos 80 ( e creio que ainda nos anos 90) existiram sobre várias temáticas: Futebol, sinais de transito, mas lembro-me melhor das bandeiras dos países.
Além da bandeira do país, um autocolante no verso da bandeira incluía informação de cada nação, como o nome, a superfície, população, capital, moeda e claro, as línguas oficiais.
Podem carregar sobre as imagens para as aumentar:




Nota: Fotos encontradas na Internet, editadas pela Enciclopédia de Cromos.

Vários vídeos a publicidades antigas do Nestum desapareceram da Internet, sobrando ainda este resistentes:

Nestum (1987):



 Os Mini-Tarzan e Jane e o Nestum Figo (1991):



Mais Nestum de 1991, a doutrinar a criançada para serem yuppies sem alma:


Como bónus, despeço-me com um video sobre "Como Se Faz - Nestum":


Como sempre, o leitor pode partilhar experiências, corrigir informações, ou deixar sugestões aqui nos comentários, ou no Facebook da Enciclopédia: "Enciclopédia de Cromos"Visite também o Tumblr: "Enciclopédia de Cromos - Tumblr".

quarta-feira, 12 de abril de 2017

Salsa E Merengue (1996-97)

por Paulo Neto

Tal como a RTP no início dos anos 90 exibiu algumas telenovelas brasileiras aos fins-de-semana (com destaque para "Felicidade", "Despedida de Solteiro" e "Araponga"), a partir de 1997 a SIC também optou por emitir algumas telenovelas aos sábados e domingos. A primeira a ocupar esse espaço da grelha foi "Salsa E Merengue", exibida no Brasil entre 1996 e 1997, que tinha a particularidade de ser a primeira telenovela escrita pelo conhecido actor Miguel Falabella (o eterno Caco Antibes de "Sai De Baixo"), em parceira com Maria Carmen Barbosa, sob direcção de Wolf Maya. Era uma telenovela pela grande dose de humor, embora também abordasse temas sérios como a corrupção e foi uma das poucas a ter um tema não brasileiro no genérico, o célebre "1, 2, 3, Maria" de Ricky Martin, o primeiro grande êxito internacional do cantor porto-riquenho. Aliás, Martin gravou uma versão especial para a telenovela em que vez de "um pasito pa'lante, Maria", cantava "baila salsa e merengue, Maria". No Brasil, há ainda quem se lembre de "Salsa E Merengue" como a "novela Uepa!".



Anabel (Arlete Salles)

Anabel Muñoz (Arlete Salles) é uma cubano-brasileira, proprietária de um salão de festas na Travessa do Vintém, um bairro típico do Rio de Janeiro. Viúva há vários anos, Anabel tem cinco filhos: o sedutor e ambicioso Valentim (Marcos Palmeira) que gere uma escola de condução, a agitada Remédios (Bia Nunes), a melancólica Amparo (Thaís de Campos), a sensual Assunção (Gabriela Alves) e o simpático António (Alexandre Barillari). Na casa de Anabel vive ainda a sua sogra Imaculada (Estelita Bell). Anabel guarda um segredo: antes de se casar com o pai dos seus filhos, teve um caso com o malfeitor Urbano (José Wilker), de quem teve outro filho que teve de abandonar no hospital por não ter condições para o criar.

Eugénio (Marcelo Antony), Madalena (Patrícia França), Valentim (Marcos Palmeira)



Amparo (Thaís de Campos), Remédios (Bia Nunes), Assunção (Gabriela Alves),
Imaculada (Estelita Bell), António (Alexandre Barillari) e Neném (Maria Gladys)


Esse filho é Eugénio Amarante Paes (Marcelo Antony), perfilhado por um casal rico, Guilherme (Walmor Chagas) e Bárbara (Rosamaria Murtinho). Para poupar o desgosto da mulher, que deu à luz um nado-morto, Guilherme decidiu levar o bebé abandonado por Anabel e fazê-lo passar pelo filho de ambos. Eugénio tornou-se um homem educado e altruísta, que não julga as pessoas apenas por aquilo que têm, e que se prepara para suceder ao pai no negócio da exploração de minérios. O seu único dissabor é Teodora Bentes da Gama (Débora Bloch), a sua ex-mulher que não se conforma com o divórcio e azucrina-lhe constantemente para retomarem a relação.

Eugénio, Teodora (Deborah Bloch), Clarice (Adriane Garambone),
Bárbara (Rosamaria Murtinho) e Guilherme (Walmor Chagas)



Numa viagem à estância de Roseira Santa, Eugénio conhece Madalena (Patrícia França) e os dois rapidamente se apaixonam. Para ficar mais perto de Eugénio e para expandir o seu negócio nas artes têxteis, Madalena muda-se para a Travessa do Vintém e Valentim fica interessado nela. Entretanto, Eugénio descobre tem leucemia e precisa de um transplante de medula de um familiar. É então que a verdade vem ao de cima e Eugénio descobre que não é filho de Guilherme e Bárbara. À medida que a história avança, descobre-se que o único que pode salvar Eugénio é Valentim, precisamente o seu rival pelo amor de Madalena.

Adriana (Cristiana Oliveira) e Heitor (Victor Fasano)


Ruth (Laura Cardoso) e Gilda (Ariclê Perez)


Para complicar ainda mais as coisas, existe Adriana Queiroz (Cristiana Oliveira), uma sensual manequim, disposta a tudo para subir na vida, encorajada pela sua mãe Gilda (Ariclê Perez) e a sua tia Ruth (Laura Cardoso). Como tal, envolve-se com Guilherme e alia-se ao sócio deste, Heitor (Victor Fasano) que pretende roubar-lhe a liderança da empresa. Isto para além de também estar metida com o trapaceiro Edgar (Dartagnan Júnior). E como se não bastasse, quando Adriana conhece Valentim, surge uma paixão escaldante entre ambos.

Bolla (Oswaldo Loureiro) e Marinelza (Zézé Polessa)
António e Kelly (Maria Maya)
Candinho (Marcos Oliveira) e Socorro (Stella Miranda)

Além da família Muñoz, a Travessa do Vintém é a morada de várias e divertidas personagens: a desbocada Neném (Maria Gladys) entre beijos e turras com Lázaro (Luís Salem); a doceira Dayse (Rosi Campos) que apesar da dedicação do seu jovem e bem-parecido marido Moa (Johnny Rudge), é bastante insegura; Socorro (Stella Miranda) a fofoqueira do bairro, casada com o avarento Candinho (Marcos Oliveira); Walmir Bolla (Oswaldo Loureiro), o manda-chuva do bairro, a sua fogosa esposa Marinelza (Zezé Polessa) e a sua filha Kelly (Maria Maya), eterna apaixonada de António. Igualmente divertidas eram as cenas de Teodora com a sua criada arraçada de índia Sexta-Feira (Mara Manzan).

Sexta-Feira (Mara Manzan)


Vasco (Paulo Pires) e Adriana


"Salsa & Merengue" contou ainda com a participação de dois actores portugueses, Marques D'Arede e Paulo Pires, respectivamente no papel de Rodolfo e Vasco Tavares Quintais. Rodolfo é um empresário português amigo dos Amarante Paes que acaba por se encantar por Anabel. Já o seu filho Vasco, aparentemente um rapaz exemplar, é na verdade um bandido, envolvido no tráfico de droga e vai ser mais um que se envolve com Adriana. Do elenco fizeram ainda parte nomes como Cláudio Cavalcanti (Dr. Olavo), Diogo Vilela (Caio), André Gonçalves (Walter), Ricardo Petraglia (Tito), Chico Diaz (Ramiro), Adriana Garambone (Clarice), Mônica Torres (Lídia), Jacqueline Laurence (Eglantine), Juliana Baroni (Inês), Marcos Paulo (Gaspar) e Nelson Xavier (Bento). Suzana Vieira teve uma participação especial no papel de uma actriz de telenovelas que se refugia na Travessa do Vintém após um escândalo sexual.   

A história acabou por tomar rumos diferentes do que aqueles inicialmente pensados pelos autores, já que o público preferiu Madalena com Valentim e como tal os dois ficam juntos no final. Teodora, inicialmente pensada como a vilã principal, passou a antiheroína cómica. Numa tentativa de reconquistar Eugénio, faz uma inseminação artificial para o convencer que está grávida dele, mas o plano sai furado ao dar à luz dois bebés negros! Mesmo assim, Teodora acaba de novo ao lado do ex-marido, recuperado da doença, criando juntos o casal de gémeos. Elevada a vilã principal, Adriana também acaba bem no fim: consegue a sua parte na herança de Guilherme, com quem entretanto se casara, livra-se das chantagens de Heitor e mantém Vasco como seu amante. Curiosamente o papel de Adriana era para ser de Malu Mader, mas esta recusou por motivos pessoais, sendo esta a segunda vez que Cristiana Oliveira tomava um papel original de Mader, depois da Tatiana de "Quatro Por Quatro".



Embora tenha tido tanto sucesso por cá como no Brasil, a exibição de "Salsa & Merengue" em Portugal ficou um pouco desgastada pelo arrastamento da exibição ao longo de vários meses, por vezes com episódios de três horas, o que acabou por cansar aqueles que acompanhavam a telenovela por cá. No entanto, "Salsa & Merengue" primou pelos diálogos cheios de humor, pela óptima realização e por boas interpretações do elenco. A banda sonora da telenovela gerou três discos: além dos habituais álbuns com os temas nacionais e internacionais da telenovela, foi editado ainda "Bailando Salsa E Merengue" com vários temas de...pois claro, salsa e merengue.

Genérico:


Chamada de elenco:





    
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