domingo, 9 de novembro de 2014

Rical - Refrigerante



Uma marca de refrigerantes, com bastante varidade de sabores, mas da qual não me recordo de ter consumido. Porém, depois de receber esta foto enviada pelo leitor Luis Filipe Ramos, decidi pesquisar mais um pouco:

A imagem do topo do artigo retirei de um calendário da minha colecção pessoal: Calendário Rical (1989).
Nele podemos ver as variedades dos sabores do refrigerante: gasosa, pêssego, ananás e laranja.

Reclame ao refrigerante, publicado online pelo blog Santa Nostalgia: "Rical - Sem corantes nem conservantes".
"Cada fruto seu sabor, cada sabor seu paladar"
Este anúncio acrescenta á lista o sabor a tangerina.
Segundo o blog Garrafas Pirogravadas,  o nome original da empresa era Frutidor, e nos anos 60, ao fundir-se com várias empresas da zona de Santarém mudou a designação para "RICAL - Empresa Produtora de Refrigerantes Rodrigues, Irmão e Cª Lda". Dois anos depois mudou o nome para "Rical - Empresa Produtora de Refrigerantes e Águas" e em 1989  foi adquirida pela Unicer, que actualmente comercializa a gasosa Rical.

Saibam mais detalhes sobre o vasilhame da marca no blog "Garrafas Pirogravadas - Rical".

Mais algumas garrafas Rical que encontrei em sites de vendas-online:



E até uma arca portátil:


Decerto muitos dos nossos leitores foram consumidores destes refrigenrantes!


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sábado, 8 de novembro de 2014

Capas TV Guia - Parte 2


Continuamos a revisitar as capas dos primeiros tempos de existência da revista "TV Guia". ["Parte 1 - Núm. 1 a 8"; "Parte 3 - Núm. 17 a 24"].

TV Guia Nº 9 - 7 a 13 de Abril de 1979
Uma capa em cores escuras, talvez de luto pela não-vitória de Portugal no Festival da Eurovisão 1979, que foi ganho por Gali Atari e o seu "Aleluia", como discutimos em post anterior. Nota para a participação de Roy Rogers, o "Rei dos Cowboys" no "The Muppet Show" ("Os Marretas"), mais concretamente o episódio 22 da 3ª série. Vejam o video: The Muppet Sow S03E22.
Mas o destaque da capa vai para um trio de protagonistas de "O Astro": Francisco Cuoco (Herculano Quintanilha), a falecida Dina Sfat (Amanda) e Stepan Nercessian (Alan). Este último, que na foto tem ar de mafioso italiano, actualmente é político na vida real. Só quis dizer...

TV Guia Nº 10 - 7 a 13 de Abril de 1979
 Neste número, nova nota a recordar a emissão da mini-série "Holocausto" agora no 1º Canal, depois da estreia em Fevereiro no 2º Canal. Noticia da adaptação televisiva da obra (depois do filme de 1963) do escritor Fernando Namora "Retalhos da vida de um médico", que estrearia na RTP em 1980, protagonizada por José Peixoto. [ver episódio]. Esta capa sobressai das restantes pela utilização de um auto-retrato e não uma foto como habitual. A figura em questão é Rui Guedes, "um profissional da comunicação portuguesa. Dedicou-se à literatura como historiador e coordenador de biografias." Ainda segundo a Wikipédia: "Em 1979 começou a apresentar o programa de Topo Gigio na RTP. É o autor das canções do programa conjuntamente com José Cid".

TV Guia Nº 11 - 21 a 27 de Abril de 1979
A "mulher de Tony Curtis", isto é, a personagem Mercedes - casada com o vilão Fernand Mondego (Tony Curtis) - foi interpretada por Kate Nelligan, na adaptação de 1975 do "O Conde de Monte Cristo". Ainda neste número, informação sobre a "super produção da RTP", o filme "Bárbara" de Alredo Tropa. [vídeo] A 2º série de "Raízes" refere-se decerto á sequela da mini-série "Roots" (1977), a série em sete capitulos "Roots: The Next Generations" (1979). E no mini-poster, Rubens de Falco, o Samir Hayalla da novela "O Astro".
TV Guia Nº 12 - 28 de Abril a 4 de Maio de 1979
Nesta edição, uma entrevista a Joaquim Letria, que nesta altura apresentava o programa "Directíssimo" (produzido pelo próprio e por Thilo Krassman), que precisamente nesta semana recebeu os vencedores da Festival Eurovisão 1979. "Mata e Esfola", uma mini-série musical com Ana Zanatti ("O Lugar do Morto", "Nico d'Obra") e Zita Duarte ("O Rei das Berlengas", "Crónica dos Bons Malandros"). Obrigado ao leitor Rui Craveiro pelas informações.
TV Guia Nº 13 - 5 a 11 de Maio de 1979
Com direito a foto na capa, "Eu Cláudio" (1976 - "I Claudius") série da BBC que adaptou as novelas "Eu, Claudius, Imperador" (1934) e "Cláudio, o Deus" (1935) do escritor Robert Graves. Ente os actores,  Derek Jacobi e George Baker (na foto). A revista trazia ainda informação sobre os filmes portugueses presentes no MIP 79 em Cannes, o Mercado Internacional de Programas de Televisão. Quase no rodapé, a "Eleição de Miss Portugal 1979". A vencedora foi Marta Mendonça Gouvêia, que foi uma das misses que caiu no buraco do palco que colapsou no final da emissão da Miss Universo 1979, na Austrália. 

TV Guia Nº 14 - 12 a 18 de Maio de 1979
Esta mini-série "Os Maias" já tinha tido destaque de capa na TV Guia Nº 7. Neste número, o realizador da mini-série, Ferrão Katsenstein "escreve sobre Os Maias". O muito jovem Camané "é superstar", visto que venceu a Grande Noite do Fado desse ano (a vencedora feminina foi uma Marina Mota de 16 aninhos de idade). Anunciava-se também um novo concurso para a RTP-2: "Écran Mágico", centrado no mundo do cinema e apresentado por Rui Mendes (o futuro protagonista de Duarte & Companhia), que também participou em "Os Maias".
TV Guia Nº 15 - 19 a 25 de Maio de 1979
A capa mais atrevida das TV Guia vintage que vi até agora, com destaquede foto para a actriz Maria das Graças ("Caixa Alta", "Ricardina e Marta", "Sinhazinha Flô"), a "Santa" da novela "Escrava Isaura".
"Anna Karenina" mais uma adaptação do clássico de Tolstoy, provavelmente a versão BBC de 1977, protagonizada por Nicolla Pagett. Assinalou-se também o 25º aniversário da União Europeia de Radiodifusão (UER), responsável por eventos como o Festival Eurovisão da Canção.
 
TV Guia Nº 16 - 26 de Maio a 1 de Junho de 1979
A beldade que ilustra a capa, é nada mais que Marta Mendonça Gouvêia, a Miss Portugal 1979, visto que neste número estava incluido o artigo "Como se faz uma Miss". A outra foto não tem uma beldade, mas o humorista Agildo Ribeiro, encarnando a personagem "Andorinha" que - como recorda Rui Craveiro - "era uma das personagens que (...) seria mais tarde resgatada em outras sitcoms e séries de comédia da Globo como "A escolinha do Prof. Raimundo"".
Além disso, anuncia-se ainda a primeira participação portuguesa nos "Jogos Sem Fronteiras", pela equipa de Braga.


Leia ou recorde: Capas TV Guia - Parte 1; Capas TV Guia - Parte 3, Capas TV Guia - Parte 4, Parte 5.


Ainda mais capas da TV Guia brevemente! Novamente, os nossos agradecimentos ao leitor Miguel Meira, que gentilmente forneceu o seu espólio de capas desta revista.

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sexta-feira, 7 de novembro de 2014

Mistura Fina (1991)

por Paulo Neto

Naquele período de início dos anos 90, antes da génese das televisões privadas que levariam o panorama audiovisual português a novas velocidades, houve um programa exibido no Verão de 1991 que hoje parece algo incipiente mas que eu me lembro de ver com muito agrado e que para a época cumpria plenamente a sua função de entretenimento. Falo de "Mistura Fina", um programa concebido e produzido por Júlio Isidro e apresentado por Ana Maria Lucas.



Na sua condução do  programa, Ana Maria Lucas tinha dois assistentes. Reconhecem o rapaz da direita, de camisa branca? Sim, é um mui jovem Francisco Mendes, filho de Ana Maria Lucas e Carlos Mendes, que em anos vindouros, também seguiria as pisadas da mãe na apresentação.


Cada programa tinha três personalidade conhecidas do público que ao longo programa disputariam um variado número de jogos e desafios. As imagens que acompanham este texto (gentilmente cedidas por Miguel Meira) são do terceiro programa onde os três convidados foram Cândida Branca-Flor, Jorge Palma e São José Lapa.




Perfil Astrológico - Antes de começarem os jogos, Ana Maria Lucas lia aos convidados o perfil astrológico de cada um, redigido por Maria José Costa Félix.



O Puzzle: Enquanto dois dos convidados tentavam descobrir as diferenças entre um desenho original e outro que tinham diante de si, o terceiro construía um puzzle com a mesmas imagem. Neste caso, foi São José Lapa quem fez o puzzle enquanto Palma e Cândida descobriam as diferenças. 



Coisas de Casa: Os convidados tinham que exibir os seus dotes em determinadas tarefas domésticas. Neste programa, tiveram que bater claras em castelo.





Troca Por Troca e A Berlinda: Conforme um sorteio prévio, em "Troca Por Troca" dois convidados tinham que se entrevistar um ao outro e enquanto o terceiro iria estar n' "A Berlinda" respondendo a várias perguntas do público na assistência. Dado o sucesso deste último segmento, a rubrica "Troca Por Troca" foi preterida e nos programas mais posteriores, "A Berlinda" passou a integrar os três convidados de cada programa.



Um Pé de Dança: Os três convidados tinham que dançar um determinado estilo de dança em parceria com três bailarinos da Sociedade Alunos de Apolo. Entre esses bailarinos estavam uns muito jovens Armando Tinita (bailarino residente de "Dança Comigo") e Alberto Rodrigues (júri de "Dança Com As Estrelas").



Dados da Memória: Os convidados lançavam um dado e tinham que responder perguntas do tema correspondente ao número que lhes calhava. (Actualidade, Música, Desporto, Cinema...)


Opinar: Conforme o nome indica, os três convidados tinham que dar a sua opinião sobre um determinado tema.



O Cesto das Letras: Os convidados tinham de retirar uma letra dentro de um cesto e dizer o maior número de palavras começadas por essa letra. Este jogo é o mais recordado de todos devido a um Tesourinho dos Gato Fedorento revelando o critério amplamente permissivo (ou não) com que Ana Maria Lucas validava as palavras ditas pelos convidados.


Este vídeo também tem imagens de um jogo que se realizou em alguns programas, "Jogos da Feira" onde os convidados tinham de atirar setas a um alvo e de derrubar uma pilha de latas com bolas (um dos talentos que Pedro Luís dos Da Vinci não parecia possuir).



Além dos jogos, os convidados também mostravam os seus talentos naquilo em que eram bons, Os cantores cantavam duas canções do seu repertório e os actores recriavam cenas de peças em que entraram. No caso de São José Lapa, encarnou Hermínia Silva numa cena do espectáculo "Passa Por Mim No Rossio".


Embora houvesse um quadro onde se registava as pontuações dos convidado nas provas, no final isso não servia para nada, pois os três recebiam cada um uma medalha de participação. O final do programa fazia-se em tons musicais com os três convidados a cantarem uma canção. Por exemplo, no programa que serve de exemplo, Cândida Branca-Flor, Jorge Palma e São José Lapa cantaram "Pó de Arroz" de Carlos Paião. Também me recordo de uma divertida actuação de Maria Vieira, Isabel Campelo e Paco Bandeira a cantarem "O Corpo É Que Paga" com movimentos sincronizados e passos de ballet.





Esta é a lista dos convidados em cada programa:
1 - Rita Ribeiro, Raul Indipwo, Lena D'Água
2 - António Pinto Basto, Vera Mónica e Da Vinci (Pedro Luís e Iei-Or)
3 - São José Lapa, Jorge Palma e Cândida Branca-Flor
4 - António Sala, Rosa do Canto e Fernando Machado Soares (intérprete de fado de Coimbra)
5 - Maria Vieira, Paco Bandeira e Isabel Campelo
6 - Carlos Alberto Moniz, Maria Viana e Fernando Mendes
7 - Carlos Paulo, Clemente e Simone de Oliveira
8 - Guilherme Silva, Alexandra e Helena Ramos
9 - José Cid, Rita Guerra e Tó Leal
10 - Marco Paulo, Badaró e Ana Rita Reino (vocalista dos Maio Moço)
11 - Teresa Ricou, Lídia Franco e Pedro Barroso
No último programa, Júlio Isidro também marcou presença, fazendo um balanço das onze emissões do programa.

"Mistura Fina" costuma passar ocasionalmente na RTP Memória e parece ser um dos últimos pilares da RTP do entretenimento inócuo nos últimos anos pré-SIC. Hoje em dia, um programa assim teria de envolver situações bem mais arrojadas, além de que a definição do que é uma pessoa famosa é bem mais vasta. Mas na altura, lembro-me do meu eu de onze anos gostar muito do programa. Outros tempos...

Uma vez mais quero agradecer ao Miguel Meira pelas imagens e por algumas informações sobre o programa. 


Os Sete na caça ao leão (1982)

Os personagens mais famosos da britânica Enid Blyton serão concerteza o Noddy e "Os Cinco". Mas, além d'Os Cinco, Blyton foi responsável pela criação de outros grupos de aventureiros, nomeadamente "Os Sete" ("The Secret Seven"). E, a exemplo do que aconteceu com "Os Cinco", depois da morte de Enid Blyton as aventuras continuaram, desta feita pela mão de Evelyne Lallemand, ao longo de doze volumes. O primeiro volume foi publicado em 1976: "Les Sept à la chasse au lion" e traduzido para português em 1982, mas publicado como "Os Sete na caça ao leão", o nº 2 da colecção "Novas Aventuras dos Sete".
E o caro leitor, era mais fã dos Cinco ou do Sete?

Anúncio retirado da revista "Sport Billy" Nº 1, de 16 de Julho de 1982. Imagem editada por Enciclopédia de Cromos. Créditos ao uploader original.

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quinta-feira, 6 de novembro de 2014

Os Cinco e os Ladrões de Castelos (1982)

 Não, não é um jogo do "Descubra as diferenças". Ambos os anúncios, com pouco mais de diferença da cor do fundo são publicidade ao livro das colecção "Novas Aventuras dos Cinco", ilustrada por "Os Cinco e os ladrões de castelos".

Há muitas décadas que os aventureiros criados por Enid Blyton são publicados no nosso país. No entanto, depois da morte da autora, a tradutora francesa Claude Voilier escreveu 24 livros, que apesar de não terem tanta popularidade como os originais, foram mais tarde traduzidos para inglês e outras línguas. Este volume, "Os Cinco e os Ladrões de Castelos" data de 1972 e tinha o título "Le marquis appelle les cinq".
Se estou bem lembrado, as páginas de prosa eram intercaladas com páginas de banda desenhada. Na minha colecção tenho além deste - o nº4 - também o nº 3: "Os Cinco e o Tesouro Perdido" ( "La fortune sourit aux cinq").

Anúncio retirado da revista "Sport Billy" Nº 1, de 16 de Julho de 1982. Imagem editada por Enciclopédia de Cromos. Créditos ao uploader original.

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quarta-feira, 5 de novembro de 2014

Langelot e o Arranha-Céus (1982)


 Muitos anos atrás, um vizinho ilhéu quis livrar-se da casa e deu-nos autorização para levarmos o que quiséssemos da habitação de platex. Do que me recordo, além de uns jogos de tabuleiro, fiquei com livros que escolhi, a maioria westerns que nem aprecio especialmente. E entre alguns de aventuras e mistério, um deles protagonizado por este "Langelot". Li, mas só me lembro de uma sequência a bordo de um iate ou navio.
"As aventuras de um agente secreto de palmo e meio que desvenda os mais complicados enigmas."
Pelo descrição parece que a exploração de trabalho infantil chegou aos serviços secretos, no entanto Langelot já teria 18 anos quando entrou ao serviço do SNIF (Service National d'Information Fonctionnelle). Perceberam o trocadilho? O "Tenente X" (Lieutenant X) da capa é o pseudónimo do autor francês Vladimir Volkoff. Este número em questão da série de espionagem destinada ao público juvenil, "Langelot e o Arranha-Céus" já tinha sido editado entre nós em 1974. O título original é "Langelot et le Gratte-ciel" e data de 1967. Como habitual nesta série, a ilustração da capa é de Maurice Paulin.
Segundo o site Alfarrabista, a colecção ter-se-á ficado mesmo pelos 15 títulos publicados, que na França chegou aos 40 livros. Portanto, os lançamentos da Editorial Notícias, na "Colecção Juventude" incluiam:
  1. Langelot Agente Secreto
  2. Langelot e os Espiões
  3. Langelot e o Satélite
  4. Langelot e os Sabotadores
  5. Langelot e o Arranha-Céus
  6. Langelot contra o Senhor T
  7. Langelot em Londres
  8. Ofensiva Langelot 
  9. Langelot Contra Seis
  10. Langelote os Crocodilos
  11. Langelot e a Rádio-Pirata
  12. Langelote o Submarino Amarelo
  13. Langelotna grande vida
  14. Langelot Suspeito
  15. Langelote os Cosmonautas

Anúncio retirado da revista "Sport Billy" Nº 1, de 16 de Julho de 1982. Imagem editada por Enciclopédia de Cromos. Créditos ao uploader original.

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terça-feira, 4 de novembro de 2014

"Don't Speak" No Doubt (1996)

por Paulo Neto

Há músicas que marcam certos períodos da nossa vida. Por exemplo, a primeira coisa que penso quando no meu 11.º ano de escolaridade, é de uma memória de uma visita de estudo a Sintra, numa visita guiada sobre um capítulo de "Os Maias", que estudávamos na altura nas aulas de Português. O autocarro estava sintonizado na Antena 3 (que logo desde a sua génese em 1993 tornara-se a estação de rádio obrigatória para quem foi adolescente nos anos 90) e quando tocou "Don't Speak" dos No Doubt, quase toda a turma cantou em uníssono: "You and me we used to be together, everyday together, always..."




Os No Doubt formaram-se em 1986 em Anaheim na Califórnia. Depois de perderem os dois primeiros vocalistas, o primeiro por suicídio e o segundo por ter decidido casar-se, Gwen Stefani, então com 18 anos, foi promovida de cantora de coro a vocalista principal. O primeiro álbum com o nome da banda surgiu em 1992 sem causar grande impacto, embora tenha recebido boas críticas devido à sua revitalização das sonoridades ska-punk. Seguiu-se em 1995 "The Beacon Street Collection" editado num editora independente.



Por fim em 1996, o álbum "Tragic Kingdom" colocou-os no mapa. Apesar de Eric Stefani, irmão de Gwen, ter estado presente ao longo da composição e gravação do álbum, ele acabou por deixar a banda para aceitar um trabalho na equipa de animação de "Os Simpsons". Daí que desde então a formação definitiva dos No Doubt se tenha fixado em Gwen Stefani, o baixista Tony Kanal, o baterista Adrian Young e o guitarrista Tom Dumont.



O primeiro single "Just A Girl" conseguiu algum sucesso internacional, seguindo-se depois "Spiderwebs". Mas foi com a balada "Don't Speak" que os No Doubt se elevaram à categoria de estrelas globais e Gwen Stefani se tornou um ícone.
Como é sabido, a canção fala do fim do namoro semi-secreto de sete anos entre Gwen Stefani e Tony Kanal. O videoclip recriava uma cena verídica, em que a banda fez uma sessão fotográfica para a revista Spin, supostamente para que todos aparecessem na capa, mas a revista acabou por ir às bancas somente com Gwen na capa. Alegadamente este episódio e outros momentos de tensão que a banda experimentou durante os primeiros laivos de sucesso e exposição levaram os No Doubt quase à beira da ruptura nos dias antes da filmagem do videoclip (que ganhou o Prémio MTV de "Melhor Vídeo de Grupo" em 1997), pelo que todos consideraram a rodagem do mesmo como uma terapia. 

  

Quando "Don't Speak" foi editado, o sucesso não se fez esperar alcançando o 1.º lugar dos tops em países como Reino Unido, Austrália, Irlanda, Holanda, Dinamarca, Suécia, Canadá, Noruega, Suíça e Nova Zelândia. Como tal, as vendas do álbum "Tragic Kingdom" dispararam e os singles anteriores foram re-editados com ainda mais sucesso, com "Just A Girl" a tornar-se desde então uma das canções ilustrativas dos anos 90, obrigatória em cada festa temática dedicada a essa década.


Os No Doubt continuaram o sucesso nos álbuns seguintes, nomeadamente com "Rock Steady" de 2002. Gwen Stefani iniciou uma igualmente bem-sucedida carreira a solo em 2004 mas em 2012, a banda reuniu-se para o álbum "Push And Shove". Os No Doubt apenas passaram por Portugal uma vez, em 2000, para actuar no programa "Herman SIC" onde quem se destacou foi o baterista Adrian Young que actuou completamente nú no programa.



Para terminar, mais um episódio que envolvendo "Don't Speak" que retive na memória. Eu estava a ver o videoclip no "Top +", quando o meu pai entrou na sala e ficou a ver também. A certa altura, ele perguntou: "Esta é nova canção da Madonna não é má!"    
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