sábado, 14 de dezembro de 2019

Colectânea Número 1 (1994)

por Paulo Neto

Quando se fala das colectâneas da série "Número 1" que entre 1991 e 1996 reuniam os grandes hits da época e vendiam-se que nem pãezinhos quentes, vem a memória a figura do Fido Dido, a famosa mascote da 7Up, que ilustrou alguns dos volumes da série. Mas no volume editado por ocasião do Natal de 1994, foi outro lendário e simpático boneco que adornou a capa.



O Natal de 1994 foi marcante para mim pois foi quando recebi uma aparelhagem com CD que eu andava a pedir há meses aos meus pais. Era uma aparelhagem da Grundig (eu teria preferido da Sony, mas a cavalo dado não se olha o dente!) com leitor de CD, cassete e rádio que foi parar à nossa sala nessa véspera de Natal. Durante a aquisição da aparelhagem no Entroncamento (na mesma loja onde ele tinha comprado o nosso videogravador cinco anos antes) o meu pai também me deu dinheiro para comprar um CD para levar e optei pelo volume 27 da série britânica de compilações "Now That's What I Call Music", cujos tomos importados encontravam-se à venda em Portugal antes e ainda alguns anos depois da criação da série NOW portuguesa, que eu algum tempo já namorava na loja da Fotocor em Torres Novas. Uns dias depois, com algum do dinheiro que tinha recebido nesse Natal, comprei também este volume da série "Número 1", desta feita editado pela BMG com o apoio de outras editoras, e que tinha na capa o Sonic, a famosa mascote da SEGA! Foi a única vez que o célebre ouriço azul adornou um tomo dessa série de compilações.
Eram vinte e quatro as faixas incluídas neste volume (doze em cada CD) e vamos agora analisá-las por ordem do alinhamento (links para o YouTube nos negritos):     

CD1
1. Youssou N'Dour & Neneh Cherry "7 Seconds": Começamos com aquela que é sem dúvida de uma das canções marcantes do ano de 1994, o sumptuoso dueto entre o senegalês Youssou N'Dour e cantora de origem sueca Neneh Cherry. Na altura, ele era um dos artistas africanos mais celebrados internacionalmente, tendo por exemplo colaborado com Peter Gabriel, ela desde 1988 somava hits como "Buffalo Stance", "Manchild", "Buddy X" e uma inovadora versão de "I've Got You Under My Skin". O título refere-se ao tempo que um recém-nascido leva a aperceber-se dos problemas do mundo. Cantado em inglês, francês e wolof, um idioma da África Ocidental, "7 Seconds" foi número 1 durante 16 semanas em França, tendo também chegado ao lugar cimeiro em Finlândia, Islândia, Itália e Suíça além de ter ganho o prémio de Melhor Canção nos primeiros prémios MTV Europe. Infelizmente, a versão incluída neste CD não inclui o belíssimo solo de violino. O David Martins já falou aqui sobre esta canção, que faz parte das suas memórias do seu trabalho de Verão numa oficina de automóveis. Em 2012, Youssou N'Dour tentou candidatar-se à Presidência do Senegal, mas acabou como Ministro do Turismo, cargo que ocupou durante um ano. Neneh Cherry continua no activo embora longe do sucesso que conheceu nos anos 80 e 90, mas a sua filha mais nova Mabel é uma das cantoras pop do momento. 
2. Aerosmith "Crazy": Após mais de vinte anos no activo e após muitos altos e baixos, os Aerosmith gozavam então o auge da carreira com o álbum "Get A Grip" de 1993. O último single "Crazy" tornou-se uma das suas baladas mais emblemáticas e o videoclip ficou famoso por reunir as actrizes Alicia Silverstone (que tinha aparecido em dois videoclips anteriores da banda "Cryin'" e "Amazing") e Liv Tyler, filha do vocalista Steven Tyler, quando ambas ainda eram adolescentes, no papel de duas colegiais em fuga.
3. Roxette "Crash! Boom! Bang!": Recentemente tivemos a triste notícia da morte de Marie Fredriksson, a voz feminina dos Roxette, sem dúvida um dos mais bem-sucedidos grupos suecos pós-ABBA. Embora igualmente poderosa nos temas mais roqueiros, sem dúvida que a voz de Marie era mais emblemática nas baladas do grupo, como "It Must Have Been Love", "Spending My Time", "Listen To Your Heart" e esta, que dava título ao então novo álbum dos Roxette, que também incluía hits como "Sleeping In My Car" e "Vulnerable".
4. Crash Test Dummies "Mmm Mmm Mmm": Assim de repente, parece impossível que uma canção com um título impronunciável e que falava sobre crianças que ficaram grisalhas durante um acidente, com manchas por todo o corpo ou que assistem a uma inexplicável desbunda numa igreja, tenha sido um êxito internacional. Mas foi o que aconteceu em 1994 com este tema da banda canadiana Crash Test Dummies. "Mmm Mmm Mmm" ajudou às vendas do álbum "God Shuffled His Feet" (incluindo em Portugal) mas este permaneceria como o único momento mainstream da banda. Após algumas pausas para projectos solos e afins, a formação original da banda reuniu-se em 2017 e em 2018, fizeram uma digressão pelo Canadá e Estados Unidos para celebrar os 25 anos do seu mais famoso álbum.
5. Bryan Ferry "Your Painted Smile": Um dos homens mais estilosos do rock, quer à frente dos Roxy Music quer na carreira a solo, o inglês Bryan Ferry editou em 1994 o seu primeiro álbum em sete anos, intitulado "Mamouna" (não, não era sobre a Patrícia), para o qual colaboraram vários do seus colegas dos Roxy Music, incluindo Brian Eno. Este foi o primeiro single, com influências da "trip hop".
6. Eros Ramazzotti "A Mezza Via": Embora desde muito cedo a sua carreira tenha tido repercussões fora do seu país, foi com o álbum de 1993 "Tutte Storie" que o italiano Eros Ramazzotti se afirmou como uma estrela internacional. Portugal foi sem dúvida um dos países onde o álbum foi campeão de vendas, tendo passado mais de um ano no top 30 nacional (embora apenas uma em n.º 1) e canções como "Cose Della Vita" e "Un Altra Té" tocavam incessantemente nas rádios nacionais. Este foi o quinto single, "A Mezza Via". 
7. Peter Gabriel "Solsbury Hill": "Solsbury Hill" foi o primeiro single a solo de Peter Gabriel em 1977 após deixar os Genesis um ano antes e segundo consta, é sobre um momento de reflexão que Gabriel no dito lugar teve sobre recomeçar a vida e a carreira. A versão incluída nesta compilação é a do álbum ao vivo "Secret World Live", editado nesse ano de 1994 e gravado ao longo de dois concertos em Modena, Itália. Entretanto "Solsbury Hill" tem sido usado em várias séries, anúncios e trailers de filmes como "Vanilla Sky" e "À Procura de Dory". No YouTube existe uma trailer satírica do filme "The Shining" que edita o filme como se fosse uma comédia familiar ao som de "Solsbury Hill". 
8. The BC-52's "(Meet) The Flintstones": Falando em filmes, um dos maiores êxitos de bilheteira foi a adaptação da famosa série animada "Os Flintstones" em personagens de carne, osso e pedra com John Goodman, Elizabeth Perkins, Rick Moranis e Rosie O'Donnell a darem vida a Fred, Wilma, Barney e Betty. O filme marcou também a última participação cinematográfica de Elizabeth Taylor. Os The B'52's - para a ocasião renomeados The BC-52's - versionaram o famoso tema da série e também apareceram no filme.
9. Rolling Stones "Love Is Strong": Mais de trinta anos depois, Mick Jagger e companhia continuavam a rolar e em 1994 lançaram o seu 20.º álbum "Voodoo Lounge", o primeiro após a saída do baixista Bill Wymann. Este "Love Is Strong" foi o single de apresentação e ficou marcado pelo videoclip, realizado por David Fincher e que venceria um Grammy, onde os Stones e uma dúzia de modelos em tamanho gigante vagueavam por Nova Iorque.
10. Seal "Prayer For The Dying": Três anos depois do seu álbum de estreia, o inglês Sealhenry Samuel, conhecido apenas como Seal, estava de volta aos discos. Mas se o segundo álbum tinha o mesmo título do primeiro ("Seal", também designado como "Seal II" para evitar confusões), o cantor apareceu com um look renovado, rapando os dreadlocks que eram até então a sua imagem. Este "Prayer For The Dying" foi o primeiro single. O segundo foi "Kiss From A Rose" que na sua edição inicial passou algo despercebido mas no ano seguinte viria a fazer grande sucesso após a sua inclusão na banda sonora do filme "Batman Para Sempre". 
11. Everything But The Girl "Rollercoaster": Há mais de uma década que Ben Watt e Tracey Thorne produziam belos opus de sophisti-pop, sempre com grandes elogios da crítica mas apenas com ocasional sucesso comercial, como por exemplo na sua versão de 1988 de "I Don't Want To Talk About It". O álbum "Amplified Heart" marcava o regresso aos discos após Watt ter sobrevivido após ter sofrido de uma rara e grave doença (Síndrome de Churg-Strass) e o primeiro single foi este "Rollercoaster". Porém seria o segundo que daria à banda o maior sucesso da sua carreira, através de um remistura dançável: uma tal canção sobre sentir saudades de alguém como os desertos sentem falta da chuva. Os Everything But The Girl podem estar "divorciados" musicalmente desde 2000, cada um evoluindo musicalmente em carreiras separadas, mas na vida pessoal, Ben e Tracey continuam juntos, tendo três filhos e sendo casados oficialmente desde 2008. 
12. Madredeus "Vem (Além de Toda A Solidão)": 1994 foi o ano da consagração dos Madredeus. Apesar da saída do membro fundador Rodrigo Leão, que no ano anterior tinha iniciado a sua carreira a solo, o álbum "O Espírito da Paz" foi o álbum com que a banda conheceu o sucesso tanto em Portugal como além-fronteiras. Quando o álbum atingiu o primeiro lugar do top nacional, o interesse do público na discografia anterior tornou-os na primeira banda, portuguesa ou estrangeira, a terem quatro álbuns no top 30 nacional. E no ano seguinte, "O Espírito da Paz" tornou-se o primeiro disco de uma banda portuguesa a ser nº 1 em Espanha. O sucesso estendeu-se a outros países e levou os Madredeus numa tournée mundial onde o resto do mundo foi descobrindo a belíssima voz de Teresa Salgueiro. Voz essa que soa divina no single de apresentação "Vem (Além De Toda A Solidão)", incluindo neste CD. Teresa Salgueiro deixou os Madredeus em 2007, enveredando por uma carreira a solo. Desde então, Pedro Ayres Magalhães tem esporadicamente recuperado o projecto dos Madredeus com uma alinhamento rotativo de vocalistas e músicos. 

CD2
1. Whigfield "Another Day": Impossível não falar de 1994 sem falar de Whigfield que pôs toda a gente a dançar ao som de "Saturday Night". A cara deste projecto de italo-dance era a dinamarquesa Sannie Carlsen que promoveu o hit um pouco para toda a Europa e Portugal foi um dos países em que ela marcou presença tendo aparecido em vários programas de televisão. O segundo single foi este "Another Day": esta colectânea continha a versão original que basicamente era "Saturday Night 2.0" mas a versão que foi mais promovida em Portugal (e que foi incluída nas colectâneas da Vidisco) era o "Bubble Gum Mix", com uma sonoridade mais techno. Anos mais tarde, questionou-se se, tal como outros projectos de italo-dance, a voz que se ouvia nas canções era mesmo a de Sannie Carlsen, havendo quem apontasse que a verdadeira cantora era a inglesa Annerley Gordon, creditada como letrista das canções e que em 1999 teve ela própria um hit internacional com "2 Times" sob o nome de Ann Lee. (Talvez seja verdade, mas eu ouvi o álbum de Ann Lee e a voz que se ouvia lá parecia-me suficientemente distinta das canções de Whigfield.) Seja como for, Sannie Carlsen continua a actuar, agora em nome próprio, e em 2018 participou no Melodi Grand Prix, o equivalente dinamarquês do Festival da Canção.   
2. Big Mountain "Baby I Love Your Way": "Baby I Love Your Way" foi originalmente gravada em 1975 por Peter Frampton - embora seja mais conhecida a versão ao vivo do seu multiplatinado álbum "Frampton Comes Alive". Em 1988, os Will II Power chegaram ao n.º 1 do top americano com uma versão que misturava a canção com "Free Bird" dos Lynyrd Skynyrd. Em 1994, a canção foi apresentada a uma nova geração graças à versão da banda reggae americana Big Mountain, incluída na banda sonora do filme "Reality Bites", que foi n.º 1 em Espanha, Suécia e Dinamarca.
3. Gabriel, O Pensador "O Resto Do Mundo": Gabriel Contino, mais conhecido como Gabriel, O Pensador foi o primeiro rapper brasileiro a fazer sucesso em Portugal, com o seu álbum homónimo de estreia a ser disco de ouro no nosso país, graças às suas faixas cheias de humor e de crítica social. O grande hit foi "Lôraburra". Mas para este CD, o tema escolhido foi um dos mais sérios, "O Resto Do Mundo" (que muita gente se lembrará melhor como "Eu Queria Morar Numa Favela"), um relato em primeira mão da pobreza extrema no Brasil, utilizando uma faixa da banda sonora do filme "A Malta do Bairro". Na Rádio Cidade, chegou a tocar uma paródia chamada "Eu Queria Um Ferrari Amarelo". E ainda faltava alguns anos até ao mega-hit "2-3-4-5-Meia-7-8". O carinho de Portugal por Gabriel, O Pensador dura até hoje, tendo o rapper visitado e actuado no nosso país incontáveis vezes e em 2016, colaborou com os D.A.M.A.   
4. Reel 2 Real "I Like To Move It": Outro tema que nos fez abanar o capacete em 1994 foi "I Like To Move It" dos Reel 2 Real, um projecto do famoso DJ Erick Morillo. Na verdade, Morillo já tinha editado alguns singles sob este avatar, mas foi "I Like To Move It", com a voz do cantor trinidadiano de dance-hall Mark Quashie a.k.a. The Mad Stuntman que atingiu um sucesso internacional, tendo sido top 5 em praticamente todos os países da Europa (n.º1 em França e Holanda). Em 2005, a sua inclusão no filme de "Madagáscar" apresentou o tema a uma nova geração e firmou-o como um dos clássicos dance dos anos 90. E não, os Reel 2 Reel não foram "one hit wonders". Por exemplo no Reino Unido tiveram mais seis singles no top 30 entre 1994 e 1996, como "Go On Move" e "Jazz It Up".     
5. Inner Circle "Games People Play": Por incrível que pareça, a banda reggae Inner Circle foi formada em 1968. Após um hiato nos anos 80, eles reformaram-se em 1986 e nos anos 90, tiveram uma trilogia de hits nacionais. Primeiro com "Bad Boys" (originalmente gravada em 1987 mas popularizada na reedição de 1993) ao ser utilizada como tema de abertura do programa "Cops", tido como uma das primeiros reality shows do estilo "telenovelas da vida real". Depois com "Sweat (A La La La Long)", uma canção tão solarenga que deu para ser banda sonora de dois Verões consecutivos (1992 e 1993) e este "Games People Play", o primeiro single do novo álbum "Reggae Dancer" e ouvido amiúde na telenovela Vidas Cruzadas/Pátria Minha. Os Inner Circle continuam no activo com praticamente quase toda a formação original.   
6. Snap! "Welcome To Tomorrow (Are You Ready)": O projecto alemão famoso por hits esmagadores como "The Power" e "Rhythm Is A Dancer" avançava para o terceiro álbum, cujo tema de apresentação era a faixa que dava o nome ao álbum. A voz era de Paula Brown sobre o pseudónimo de Summer que cantou em seis faixas do álbum e deu a cara pelas actuações ao vivo.   
7. CJ Lewis "Sweets For My Sweet": "Sweets For My Sweet" foi originalmente gravada em 1961 pelos The Drifters e em 1964, a versão dos The Searchers chegou ao n.º 1 do top britânico. O cantor reggae Steven James Lewis ou CJ Lewis apresentou a canção a uma nova geração em 1994 com a sua versão que soou maravilhosamente nesse verão. A voz feminina que se ouve na faixa é a de Samantha Depasois. Tal como os Reel 2 Real, embora hoje por hoje só se lembre de CJ Lewis só por uma canção, ele não foi uma "one hit wonder" tendo tido pelo menos mais cinco singles de destaque, como "Everything's Alright (Uptight)" e "R To The A". Embora não edite material novo desde 1998, CJ Lewis continua no activo, provavelmente nesses "Revenge Of The 90's" pelo mundo fora.
8. Jam & Spoon "Find Me": Jam & Spoon eram um duo alemão de música electrónica de Frankfurt: a "compota" era Rolf Ellmer ou Jam El Mar e a "colher" era Markus Loffel ou Mark Spoon. Os primeiros singles da dupla são de 1992, mas foi em 1994 que fizeram sucesso com o tema "Right In The Night" (Fall In Love With Music)", interpretado pela cantora americana de ascendência croata Plavka Lonich (cuja voz fazia lembrar a de Madonna). Foi também Plavka que cantou este single seguinte "Find Me" (subtitulado "Oydssey To Anyoona"). Os Jam & Spoon continuaram editar música tanto sob este nome como por outros pseudónimos como Tokyo Ghetto Pussy e Storm até à morte de Markus Loffel de ataque cardíaco em 2006 aos 39 anos (chiça, é a minha idade!). Rolf Ellmer continua no activo como DJ e produtor.   
9. Sophie B. Hawkins "Right Beside You": Em 1992, a nova-iorquina Sophie B. Hawkins (o B é de Ballantine) teve um hit global com "Damn, I Wish I Was You Lover" e dois anos mais tarde, livrou-se da etiqueta de "one hit wonder" com este primeiro single do seu segundo álbum, cujas sonoridades dançáveis surpreendeu aqueles que a tinham rotulado de roqueira. Um dos singles desse álbum, a balada "As I Lay Me Down" fez sucesso nos Estados Unidos, incluído na banda sonora do filme "Now And Then -Amigas Para Sempre". Sophie B. Hawkins continua no activo até hoje, lançando música através da sua editora independente. 
10. GNR "+ Vale Nunca": Mesmo para uma banda tão familiarizada com o sucesso como os GNR, o álbum de 1992 "Rock In Rio Douro" foi um êxito estratosférico: obteve quatro discos de platina, canções como "Sangue Oculto" e "Pronúncia do Norte" andaram na boca de toda a gente e foram a primeira banda portuguesa a encher (sozinha) o antigo Estádio de Alvalade. Depois de um sucesso destes, o que fazer? Para Rui Reininho e companhia, a resposta foi simples: continuar a serem eles próprios e em 1994, surgiu o novo álbum "Sob Escuta" que conheceu que fez assinalável sucesso, embora um pouco ofuscado pela consagração dos Madredeus e a explosão do fenómeno Pedro Abrunhosa, e deixou mais um hit clássico dos GNR, "+ Vale Nunca" (sim, com o "Mais" de sinal aritmético), que na recta final tinha um coro de crianças. A minha parte preferida é o solo do baixo de Jorge Romão. 
11. Babyface "When Can I See You": Reza a lenda que foi a lenda do funk Bootsy Collins, achando-o novo demais para a sua idade, que deu a Kenneth Edmonds a alcunha que viria a ser o seu nome artístico. Embora mais conhecido pelo seu trabalho como compositor e produtor de sucesso para outros artistas (Whitney Houston, Mariah Carey, Madonna, Toni Braxton, Boyz II Men, TLC...), Babyface também tinha a sua própria carreira como cantor desde 1986. A balada acústica "When Can I See You" foi uma das suas primeiras canções a ter alguma repercussão na Europa e valeu-lhe o seu primeiro Grammy como intérprete. (Este tema e os dos Jam & Spoon são os únicos que eu nunca tinha ouvido antes de ter este CD.)   
12. Despe E Siga "Festa": Para terminar em beleza, eis um tema para animar a festa. Nos anos 80 e inícios dos anos 90, os Peste & Sida foram uma das mais populares bandas de punk-pop nacional graças a êxitos como "Sol da Caparica". Nos seus concertos, costumavam tocar versões em português de temas internacionais e a recepção do público inspirou-os a gravar um disco com essas versões sob o nome Despe E Siga, com Luís Varatojo a liderar as vozes em vez de João San Payo. Por exemplo destacavam-se faixas como "Surf Em Portugal" ("Surfin' USA" dos Beach Boys), "Bué Da Baldas" ("Baggy Trousers" dos Madness) e este "Festa" uma versão de "Fiesta" dos Pogues que rapidamente tornou-se por cá tão ou mais popular que o original. Para a história ficou o verso "Só fico eu mais a Maria com a garrafa de Casal Garcia". Já agora, a Sandra do acordeão era Sandra Baptista, a acordeonista e parcela feminina dos Sitiados (mais recentemente integrante do projecto Señoritas). As duas bandas ainda existiram algum tempo até que com a saída de João San Payo, os restantes membros deram prioridade aos Despe E Siga, lançando mais dois álbuns onde puderam explorar outras sonoridades como o ska "("Os Primos" de 1996 com os hits "Sempre Em Pé" e "Radio Ska") e o rock alternativo ("99.9" de 1998 de onde se destacou "Manual do Gelo"). Entretanto em 2004, João San Payo recuperou os Peste & Sida com outros músicos. 

Playlist do YouTube com as 24 canções:

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2 comentários:

  1. Viva,
    Este foi um dos cds que mais ouvir nessa época-
    É possível fazer download em mp3 ou comprar o cd?
    Obrigado

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    Respostas
    1. Olá. Download desconheço, provavelmente em sites pouco legais. O CD deve aparecer de vez em quando em sites como OLX.
      cumprimentos

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