Artigo reciclado de um artigo anterior de 2012
- Um dos nomes incontornáveis da publicidade dos anos 80, o televisor Sony Black Trinitron, que de tanto aparecer na televisão, fazia-me parecer o Rolls Royce dos televisores. E claro está, no final lá vinha a famosa voz masculina a dizer "It's a Sony!". A marca japonesa era tão credenciada nos anos 80 e 90, que por exemplo, quando pude comprar o meu primeiro walkman, só havia uma marca possível a considerar.
- Uma das diversas marcas que elevavam a fasquia da virilidade e elegância masculina. As camisas Victor Emanuel! (não, não é o actor de "Os melhores anos" e que fazia a voz do burro Pavarotti na "Quinta das Celebridades").
- Um dos clássicos presentes de Natal para as mães: o mini-aspirador portátil Black & Decker. Este anúncio não é o que contem o famoso jingle "Não tem fio e não tem pilhas", relatando em vez disso o afã de uma dona de casa a limpar a sala antes da iminente visita da sogra.
- Célebres marcas nacionais que (julgo eu) já foram à vida #1: os pneus Mabor!
- Carlos Cruz profere os votos de Festas Felizes do arroz Caçarola (que anos mais tarde, iria aparecer proeminente na primeira encarnação do concurso "O Preço Certo", apresentado por Cruz).
- Além do esfregão Bravo tradicional, os encarregados de lavar a loiça do almoço de Natal tinha um novo: o esfregão Bravo Inoxidável. E como miúdo tótó que se deixava levar por tudo que via na TV como eu era, lembro-me de chegar a pedir à minha mãe para comprar este esfregão só para saber se era mesmo tão fofinho como a actriz do anúncio declarava que era. (Pelo que me lembro, nem por isso.)
- Uma das minhas prendas do Natal desse ano: o álbum "Muita Lôco" dos Ministars, oferecido por uns tios. Os arqui-rivais dos Onda Choc tinham surgido no início desse ano com o primeiro álbum homónimo (que tinha recebido nos meus anos em plena convalescença de papeira) e agora voltavam a ser campeões de vendas no Natal, versionado temas como "Contentores" dos Xutos & Pontapés, "I Wanna dance With Somebody" de Whitney Houston e "Lover Why" dos Century
- Um curioso anúncio da gasolina Mobil de que já não me lembrava com um senhor em dificuldade em subir uma ladeira virtual até atestar com Mobil Superpower.
- Uma boa prenda para os dias frios de Dezembro: o termo-ventilador Braun, portátil e "pendurável".
- Uma sugestão de prenda mais cultural: o livro "Cerâmica Portuguesa e outros estudos" de José Queiroz.
- Célebres marcas nacionais que (julgo eu) já foram à vida # 2: cafés A Brasileira - Porto. Eles são (eram?) café.
- Depois do termoventilador, a Braun sugere-nos agora a força do vapor com o ferro de engomar Braun Vapor 6000 (ainda do tempo em que nenhum electrodoméstico digno do seu nome podia prescindir de ter um número - sobretudo "não sei quantos-mil" atrelado)
- Eternos inevitáveis na publicidade natalícia eram os anúncios a perfumes. Neste vemos uma mulher tipicamente eighties a representar o perfume Quartz, "o presente que nenhuma mulher pode recusar".
- Um anúncio teaser com um estranhíssimo boneco (aqueles cornos pareciam ser braços de gente) que se dizia ser "o Bafo da Sorte" e que escrevia "6/47" num vídeo previamente "bafejado". Mais tarde vir-se-ia a saber que era uma campanha de promoção ao Totoloto, que brevemente passaria ter 47 números para escolher em vez dos iniciais 45.
- Anúncio cheio de semi-megalomania eighties às baterias e pilhas Tudor.
- Outro anúncio que me ficou gravado na memória: o do espumante Raposeira onde, numa festa, um homem e uma mulher escapuliam-se para debaixo de uma mesa com uma garrafa de espumante e dois flûtes. Lembrava-me bem deste anúncio devido à parte em que ela não resiste em fazer chocar os flûtes, ao que ele responde com um "sssh" para não chamar atenções.
- Célebres marcas nacionais que (julgo eu) já foram à vida # 3: o óleo Tianica.
- Também este anúncio de Natal da Sumol com um coro infantil ficou-me na memória porque sempre que dava na televisão, a minha mãe dizia que eu era parecido com o miúdo de casaco amarelo e cachecol branco que segura uma cartolina que foram a letra O de Sumol. (Aos 5:19, o segundo a contar da direita na fila de cima).
- Interessante anúncio ao Volkswagen Golf, com um carro a ser magicamente montado peça a peça, condutor incluído. Mítico o slogan: "Não é um carro, é um Volkswagen!"
- Mais uma sugestão livreira: "África Negra" de Paula Costa e Susana Marta.
- Mais uma sugestão livreira: "África Negra" de Paula Costa e Susana Marta
- Eis que surge Madonna herself, que acabava de editar o álbum "You Can Dance" que continha remisturas de vários dos seus êxitos e um tema inédito: "Spotlight".
- Mais um livro, desta vez um clássico moderno da literatura portuguesa, "Um Amor Feliz" de David Mourão Ferreira, que já ia na quarta edição. O livro, que relata a relação amorosa entre um escultor viúvo e uma mulher espanhola casada, chegou a ser adaptado para uma mini-série que passou na RTP no início dos anos 90, com Rui Mendes no principal papel.
- Um anúncio ao espumante Freixenet Carta Nevada, em tons tão dourados que não sei como não houve retinas feridas quando dava este anúncio na televisão.
- Um grão de café fantasiado de Pai Natal dá os votos de Boas Festas em nome da Delta Cafés.
- Uma variação do anúncio da Mobil de há cinco minutos atrás, desta vez com um senhor num camião.
- Para terminar, um anúncio do Grupo Amorim, dedicado à indústria da cortiça.
Extras:
Mais dois intervalos do mesmo dia
Inclui a programação para o dia seguinte (Véspera de Natal)
Momento de continuidade com Helena Ramos (onde esta esclarece que não existia o 51.º capítulo da telenovela "Roque Santeiro")
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