segunda-feira, 7 de novembro de 2022

Vereda Tropical (1984-85)

 Recordando mais uma telenovela brasileira dos anos 80, desta vez "Vereda Tropical", a primeira com autoria de Carlos Lombardi ("Quatro Por Quatro", "Bebé A Bordo", "Uga Uga"), originalmente exibida na Rede Globo entre 1984 e 1985. Por cá, estreou na RTP1 a 7 de Abril de 1986 para a faixa da hora do almoço e o seu sucesso justificou que também passasse à noite na RTP2 a partir de 2 de Junho desse ano. Eis aqui a promoção à estreia na RTP, com a referência de que era "da mesma equipa de A Guerra Dos Sexos", devido ao facto de vários actores dessa telenovela também entrarem em "Vereda Tropical" e que o respectivo autor Sílvio de Abreu tivesse exercido aqui as funções de supervisão de texto. (A RTP também utilizaria essa referência para promover telenovelas como "Sassaricando" e "A Rainha Da Sucata")

A trama da telenovela explorava a complexidade das relações familiares e amorosas, abordando também o mundo do futebol. 



Silvana Rocha (Lucélia Santos) é uma jovem humilde, que tendo perdido os pais muito nova, foi criada pela sua avó Maria Da Paz (Norma Geraldy). Silvana apaixona-se por Vítor (Lauro Corona), o herdeiro da CPP, uma conceituada fábrica de cosméticos, que tinha renegado ao futuro que lhe era destinado de comandar a empresa. Mas quando Silvana engravida, Vítor abandona-a e acaba por morrer num acidente de automóvel. Meses depois, a jovem dá a luz um menino, Zeca (Jonas Torres). 

Vicente Oliva (Walmor Chagas), pai de Vítor, destroçado com a perda do filho, tenta por todos os meios conseguir a custódia do neto para que ele lhe suceda nos negócios. Por causa disso, Silvana e o filho têm andado foragidos durante oito anos para que Oliva não lhes siga o encalço. Porém Oliva consegue por subterfúgio que Silvana e Zeca se instalem em São Paulo, onde a jovem passará a trabalhar na CPP.

Além de Vítor, Oliva tem três filhas: Catarina (Marieta Severo), mulher fria e exclusivamente focada nos negócios que não se conforma com o facto de que, em vez dos produtos de luxo, o grande sucesso da CPP seja uma linha de produtos económicos, nomeadamente o perfume Vereda Tropical; Verónica (Maria Zilda), que se entretém com futilidades e jogos de sedução; e Gabi (Cristina Pereira), a filha adoptiva, irreverente e sarcástica, cuja língua afiada lhe mete por vezes em sarilhos.

Silvana vai morar para a Vila dos Prazeres, onde rapidamente trava amizade com as gentes locais, sobretudo com Bina Travatti (Geórgia Gomide), a dona da cantina La Tavola Di Michele. Bina tem quatro filhos, Marco (Paulo Betti), Luca (Mário Gomes), Angelina (Angelina Muniz) e Francesco (Paulo Guarnieri). Luca é um futebolista que apesar do seu talento, nunca progrediu na carreira por causa do seu feitio tempestuoso em campo. Apesar das relutâncias da rapariga, Luca consegue chegar ao coração de Silvana e os dois se apaixonam. Mas há outras que também disputam Luca, sobretudo Verónica que, certa de que se apaixonou pela primeira vez, fará de tudo para o ter. 

Quem também vive em Vila dos Prazeres é Jamil Beirut (Gianfrancesco Guarnieri), um perfumista que é o responsável pela receita secreta da Vereda Tropical. No passado, Jamil e Oliva foram rivais e o empresário nunca se conformou em depender do inimigo para o sucesso da fábrica. Jamil torna-se o grande aliado de Silvana e os dois chegam a casar-se quando Oliva leva a disputa da custódia de Zeca à justiça.

Há ainda Téo (Marcos Frota), o filho de Catarina, que, abandonado pelo pai e negligenciado pela mãe, vive com medo do mundo e refugia-se na sua imaginação onde cria um alter-ego heroico, o Super-Téo. A sua tia Gabi é a única que consegue se aproximar do rapaz e encorajar a sua criatividade.

Catarina revela-se a grande vilã quando, ao saber que o pai nunca lhe dará a liderança da empresa, interna-o num manicómio, tomando o seu lugar no comando da CPP e na disputa do processo por Zeca. Verónica aproveita a situação para chantagear Luca, prometendo testemunhar contra a família caso ele case com ela. Quando o tribunal decide a favor de Catarina e Luca rejeita casar com Verónica no dia do casamento, tudo parece perdido para Silvana e não lhe resta outra solução senão fugir com Zeca e Luca. Mas eis que um regenerado Oliva resolve a situação, denunciando a filha.

Devido à decisão de Catarina de acabar com a produção da Vereda Tropical, a CPP vai à falência e no fim, os Oliva Salgado mudam radicalmente de vida: Oliva vai viver com Bina, por quem entretanto se apaixonou, Verónica decide retirar-se para um convento e Catarina acaba como prostituta. Já Silvana, Zeca e Luca ficam por fim livres para começar uma vida juntos. Além disso, Luca finalmente realiza o seu sonho de jogar no Corinthians. 

Silvana, Zeca e Luca


Catarina, Verónica, Gabi e Oliva
quando descobrem que estão falidos

Como já foi dito, "Vereda Tropical" teve bastante sucesso durante a sua transmissão em Portugal, não só justificando a sua exibição nos dois canais da RTP, mas gerando algum merchandising como uma coleção de calendários e até deu nome a vários estabelecimentos comerciais, em especial um restaurante em Coimbra, na Rua Alexandre Herculano. 

Genérico de abertura (tema interpretado por Ney Matogrosso):


Reportagem sobre a cena final 
com Mário Gomes a aparecer num jogo real do Corinthians




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