11 de Setembro. Raras vezes uma data dispensa mais elaboração. Milhares e milhares de pessoas têm histórias de terror, os feridos e as famílias dos sobreviventes marcados para sempre. A minha história felizmente foi apenas o horror de ver em directo.
No inicio de 2021 o Paulo Neto fez o tradicional rebobinar do ano 2001, que obviamente incluía um texto dedicado ao atentado terrorista que mudou o Mundo (ler aqui). Quando escrevo estas breves linhas, ouço na televisão discursos e testemunhos do 20º aniversário dos terríveis atentado em 11 de Setembro de 2001. E parece que foi ontem...
Até
final dos 90s a questão da praxe era "onde estavas no 25 de Abril", mas já ouvi e
fiz muitas vezes a pergunta "onde estavas no 11 de Setembro?". No meu caso, estava perto da televisão, momentos depois de terminar o almoço de terça-feira (em Nova Iorque ainda não eram 8 da manhã) Sei que estava a guardar algo na minha mochila quando a notícia chegou, uma "acidente" de avião em Nova Iorque.
No dia das horas de transmissão em loop dos diferidos do primeiro avião a embater no World Trade Center e do directo do segundo avião e o desmoronamento das duas torres, e nos dias seguintes no Mundo Ocidental só existia um assunto na agenda da comunicação social e das conversas dos cidadãos comuns. Após horas de imagens, informações de ultima hora misturada com boatos e especulações, eu pensava que a
Terceira Guerra Mundial parecia eminente. Imagino que o desenrolar dos acontecimentos deve ter proporcionado uns flashbacks a
quem já era adulto durante a Guerra Fria e à constante ameaça nuclear. Depois de décadas de engenhos armadilhados, os terroristas transformaram aviões em armas e ceifaram as vidas de quase três milhares, quase tudo em
directo para o Mundo. A Guerra não foi mundial, mas veio e matou muitos mais civis e inocentes que os ataques ás torres; restrições de viagens aéreas foram estabelecidas; a privacidade do cidadão comum foi erodida sob a alçada do combate ao Terror, e nada se restringiu ás fronteiras dos EUA. As teorias da conspiração floresceram, como o racismo e o "patriotismo" mais bacocos semeados da revolta. E o 11 de Setembro deixou também uma marca profunda na sociedade ocidental, na sua cultura, e na sua arte e entretenimento.
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