Uma confissão embaraçosa. Como facilmente fico impressionado com imagens mais violentas, eu não consigo ver filmes de terror. Sim, eu sei que sou um menino, tenrinho, medricas, mas é assim que eu sou. E como tal, foram muito poucos os filmes de terror que vi (e isso se se considerar os dois filmes dos "Gremlins" como legítimos filmes de terror). Apesar disso, concordo que o cinema de terror seja um género tão necessário como qualquer outro e sei reconhecer os seus méritos. Por isso, não há como negar a importância de "Scream-Gritos", um dos poucos filmes do género que me atrevi a ver, e foi porque deu na televisão uma vez (e fiz zapping em algumas das cenas mais puxadas).
Em meados dos anos 90, era seguro dizer que o cinema de terror estava moribundo. Perdido entre fórmulas gastas (que geralmente seguiam directamente para o mercado de vídeo) e enésimas e estafadas sequelas de clássicos como "Halloween", "Sexta-Feira 13" e "Pesadelo em Elm Street", o género precisava de sangue novo (salvo seja!). Por isso, quando um argumento com o título "Scary Movie", escrito por Kevin Williamson, até então um actor da terceira divisão distrital, que conjugava o necessário suspense e carnificina com uma boa dose de humor, auto-crítica e subversão começou a ser disputado pelos diversos estúdios de Hollywood, ficou logo a ideia de que se estava diante de algo inovador.
Depois de várias atribulações, como a relutância do lendário Wes Craven para realizar o projecto, a recusa de uma comunidade, ainda abalada por um caso de assassinatos em série, em filmar na escola local e várias alterações na montagem para alterar a classificação etária e até a incerteza da estreia na semana do Natal de 1996, o filme acabaria por fazer história, prosperando nas bilheteiras, ganhando prémios como o de Melhor Filme nos prémios MTV e revitalizando o cinema de terror.
Depois de várias atribulações, como a relutância do lendário Wes Craven para realizar o projecto, a recusa de uma comunidade, ainda abalada por um caso de assassinatos em série, em filmar na escola local e várias alterações na montagem para alterar a classificação etária e até a incerteza da estreia na semana do Natal de 1996, o filme acabaria por fazer história, prosperando nas bilheteiras, ganhando prémios como o de Melhor Filme nos prémios MTV e revitalizando o cinema de terror.
E afinal o que tinha o filme que viria a ter o título de definitivo de "Scream"?
- Uma terrífica sequência inicial onde, ao estilo de "Psico", aniquila-se logo o nome mais famoso do elenco, Drew Barrymore, não sem antes fazer-se referência a clássicos do cinema de terror. (Foi a própria Drew que teve a ideia de ser a primeira vítima, quando inicialmente estava destacada para protagonista.)
- Uma heroína vulnerável mas corajosa, Sydney Prescott, interpretada por Neve Campbell, que já conhecíamos da série "Adultos à Força".
- Um pateta adorável na personagem de Dewey, o polícia aparentemente desparafusado, encarnado por David Arquette. (Que viria a encontrar o amor na vida real com Courteney Cox, que aqui desempenha a típica jornalista metediça).
- Henry Winkler, o eterno Fonz, como o enfastiado director do liceu, que também acaba eliminado.
- Várias e sangrentas mortes, como aquela em que Rose MacGowan acaba trucidada numa porta automática de garagem. (Rose teve que ser presa à portinhola, pois ela conseguia passar por ela).
- Uma máscara inspirada pelo famoso quadro "O Grito" de Edward Munch, que se tornou um must para disfarces de Halloween.
- Uma máscara inspirada pelo famoso quadro "O Grito" de Edward Munch, que se tornou um must para disfarces de Halloween.
- Muitas referências à cultura pop e ao cinema, de terror e não só, nomeadamente a enumeração das várias regras de ouro dos filmes de terror. E uma delas é quebrada quando Sydney tem sexo e sobrevive.
- Um final que é ao mesmo tempo cliché e surpreendente.
- Um cameo de Wes Craven como o contínuo Fred, com um chapéu e camisola bastante parecidos com os de Freddy Kruger.
O resto é história. A saga já vai no quarto tomo, Kevin Williamson passou de actor terceira divisão distrital a argumentista de primeira liga, Wes Craven reestabeleceu-se como o mestre do terror e a maioria do elenco tem construído sólidas carreiras. E claro está, a partir de então o cinema de terror voltou a ser um género de topo. Afinal de contas, toda a gente precisa de soltar um bom grito de vez em quando.
Trailer:
- Um final que é ao mesmo tempo cliché e surpreendente.
- Um cameo de Wes Craven como o contínuo Fred, com um chapéu e camisola bastante parecidos com os de Freddy Kruger.
O resto é história. A saga já vai no quarto tomo, Kevin Williamson passou de actor terceira divisão distrital a argumentista de primeira liga, Wes Craven reestabeleceu-se como o mestre do terror e a maioria do elenco tem construído sólidas carreiras. E claro está, a partir de então o cinema de terror voltou a ser um género de topo. Afinal de contas, toda a gente precisa de soltar um bom grito de vez em quando.
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O meu favorito da saga é o Scream 2, que até vi antes do Scream. Acho que foi das raras sequelas melhor que o original. os 3 e o 4 ... nhé
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