"Bana e Flapi" (1979), um dos êxitos do nosso pequeno ecrã nos anos 80, foi a adaptação para anime de um livro dos anos 20, pela mão do estúdio de sucesso Nippon Animation ( "Dartacão", "Conan, o Rapaz do Futuro", etc) e narrava a história do pequeno esquilo órfão "Bana" ("Puschel" no livro e anime original, e "Puchi" na segunda dobragem portuguesa, em finais dos anos 80), criado por uma gata numa quinta e que depois de um incêndio regressa à floresta, onde vive aventuras e faz amigos entre os animais. Uma cena particular deu origem a um dos mais hilariantes programas da "Caderneta de Cromos" de Nuno Markl, ouçam: "Caderneta de Cromos Nº 147 - Bana e Flapi [Ouvir/download Mp3]".
Ora, um sucesso na TV, significava - entre outro merchandising - o lançamento de vinis com as músicas:
"Bana e Flapi - Banda Sonora Original da Serie da TV"
Na capa frontal, uma bonita ilustração da parelha de protagonistas da série, "Bana" com o seu coletinho verde e guizo ao pescoço, e "Flapi" com uma flor na cabeça.
A capa traseira, com os créditos das músicas:
A Wikipédia refere que no relançamento de 1989, sob o nome "Puchi, O Esquilo", a adaptação da canção do genérico esteve a cargo do cantautor José Mário Branco.
Porém, nesta versão anterior, o trabalho de elaborar a versão portuguesa coube a ToZé Brito ("Abelha Maia", "Super-Homem Português", etc). Apesar da ausência de menção no disco, os sites de referência de nostaliga que andam há mais tempo nisto do que eu, dizem que o genérico foi cantado por Armando Gama ("Esta Balada Que Te Dou"). Como não tenho um gira-discos funcional, não posso confirmar qual das versões é, ou quem é o cantor, mas voto na do primeiro vídeo, igual à que foi incluida na compilação "As Melhores Canções Infantis" (2005) e que refere ToZé Brito nos créditos. Se prestarem atenção, nos coros ouvimos "Banner y Flappy", a canção espanhola, bem diferente da canção original japonesa.
"Bana e Flapi" Tema Principal, várias versões:
Lado 1 (Tema principal da série da tv - Bana e Flapi)
"Bana e Flapi" (Cesare De Natale/Juan Hidalgo/Susan D. Smith/Guido e Maurizio De Angelis)
Lado 2
"O Avô Mocho" (Cesare De Natale/Juan Hidalgo/Susan D. Smith/Guido e Maurizio De Angelis)
Segundo a letra da música, Bana, ao contrários dos outros esquilos que comem sementes, fruta ou insectos; também caça ratinhos. Imagino que é o que acontece ao ser adoptado por uma gata.
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Por coincidência, esta é a segunda publicidade a pasta dentífrica desta semana na Enciclopédia. A anterior apostava na pasta em forma de estrela, com brilhantes e etc para atrair a criançada; esta PepsodentFlúor optou por outra estratégia com resultados comprovados: oferecer brindes. Em troca de duas tampinhas de PepsodentFlúor e 100$00, recebia-se em casa o livro das aventuras dos Estrumpfes (Smurfs), neste caso o livro "O Estrumpfo-nauta".
Publicidade retirada da revista Almanaque do Patinhas Nº 19, de 1981. Uploader original desconhecido. Imagem Editada e Recuperada por Enciclopédia de Cromos.
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Mais um aniversário que se assinala desde a abertura desta "Enciclopédia de Cromos", "mais um post de estatísticas" pensa o leitor, revirando os olhos. E é isso mesmo caro leitor! Prometo ser rápido. Começo por mostrar o banner retoquei para o blog e a página de Facebook:
Espectacular, hã? Principalmente o KITT versão Tron carro do Automan, com um aspecto manhoso. Prometo que assim que tiver tempo faço uma versão melhor. Note-se que é a segunda promessa que faço em três parágrafos, e nem sou político.
Pronto, não custou nada! Viram como cumpro o que prometo? Contem com mais estatísticas de hoje a um ano! Em nome dos meus colegas da Enciclopédia, um grande obrigado a todos os leitores, colaboradores e amigos. Que continuem a espalhar as boas recordações!
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Recentemente recuperei antigas gravações em VHS do final dos anos 90/início do século XXI, entre as quais uma reportagem da TVI sobre Futebol Feminino e o Mundialito de Futebol Feminino, ou Algarve Cup [realizado desde 1994, no Algarve, com a participação das melhores selecções do mundo] e as estrelas dos relvados da época, com destaque para a superestrela Mia Hamm, a "Ronalda" como foi baptizada pelo canal, por referência ao astro Ronaldo (não o Cristiano, o "outro" Ronaldo, conhecido hoje por "Ronaldo Gordo").
Como já referi antes, os meus conhecimentos de futebol terminaram na altura em que o Chalana jogava no Benfica; portanto convidei para falar um pouco sobre o assunto uma assídua espectadora, a minha irmã, Ana Maria Martins, jogadora federada de futsal no "GDC Machados", campeãs distritais na época 2014/2015.
Passo-lhe então a palavra:
"A poucos dias do inicio de mais um Algarve Cup, a sua 22ª edição, relembro-me que desde a 7ª edição [ano 2000], corro os mais variados estádios algarvios. Outrora com 17 anos, de comboio, com amigos, por vezes sozinha, mas com o foco no que me fazia delirar a cada vez que via Mia Hamm e Carla Couto tocarem a maravilhosa bola. Entre faltar às aulas ou tirar dias de férias no trabalho, o que fosse, para ver na única oportunidade que existia e nas poucas que continuam a existir, as melhores do mundo ao vivo, a escassos metros de mim. Recordo a primeira vez que as vi pisarem os "nossos" relvados, com a emoção do passado - as #9 que sempre admirei e continuo a admirar passados tantos anos."
O vídeo da reportagem da TVI, pós-Mundialito de 1998 em que falava da "crise profunda" da modalidade em Portugal, na época com menos de 1000 atletas federadas, e das dificuldades da Selecção Nacional, que terminou o Mundialito em sétimo lugar, e que se preparava em seguida para o Campeonato da Europa de 2000. Também foi incluida na peça uma entrevista de 1997 à Seleccionadora Nacional, Graça Simões e a jogadora Bé.
Em contraste com o panorama nacional, em que "o futebol feminino é o parente mais pobre do desporto-rei, noutros países movimenta milhões e multidões", e no vídeo pode-se ver também uma retrospectiva dos primórdios da modalidade até aos tempos actuais, ao som do "Song 2" dos Blur (que me valeu logo um aviso do Youtube) e em mais detalhe, o mais profissional futebol feminino inglês, com mais de 1300 equipas e 21500 jogadoras federadas .
14 de Março 2000, Estádio S. Luís, em Faro. Com Mia Hamm.
14 de Março 2000, Estádio S. Luís, em Faro. Mia Hamm.
18 de Março 2000, Loulé. Com Carla Couto.
"Muitos anos passaram, e não tanto como quem ama futebol gostaria, mas muito mudou, felizmente. Este ano, com a participação da seleção do Brasil, espera-se a presença de mais assistência nos estádios para ver as melhores do mundo nas mais variadas seleções nacionais. Espera-se, pois às horas e dias de decorrer da competição, não é fácil ter mais assistência nos estádios. Mas a quem puder, fica o desafio, apareça para disfrutar de bom futebol e apoiar o futebol feminino!! Vamos acima de tudo apoiar as mulheres que defendem as cores da nossa nação! Eu cá, estou ansiosa por mais uma edição da Algarve Cup."
Sem dúvida que o futebol praticado por mulheres tem actualmente mais condições e destaque a nível global - ainda a distâncias astronómicas das contrapartes masculinas - mas ainda se nota muito o desinteresse dos meios de comunicação social tradicionais, como é exemplo o nosso país, com canais de tv e jornais desportivos que apenas percebem como desporto o futebol de homens e pouco mais. Mas, sempre há a Internet!
Agradeço à Ana a sua participação especial neste post, espero que volte para outros! Entretanto, se gostam de desporto, visitem o blog da equipa, "GDC Machados Futsal Feminino" (ou a página de Facebook), onde aAna escreve e até podem ver algumas colaborações gráficas minhas.
Alguma informação sobre a edição de 2015, realizada entre 4 e 11 de Março:
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Já há algum tempo que a Enciclopédia de Cromos não analisa blocos de anúncios televisivos. Por isso mesmo, hoje recuamos até 1991 para recordarmos alguns dos "reclames" que passaram na RTP nesse ano, alguns deles que ficaram na memória.
0:00 Vinheta RTC
0:08 A Iglo lançava uma gama de produtos sob o nome de Preceitos, evocando a tradição artística e cultural portuguesa.
0:38 A princípio parece que é um anúncio culinário mas o prato de peixe no forno é apenas o mote para a questão de como limpar a sujidade que ficou no forno. A solução? Forza Fornos!
0:59 Depois das aulas, um grupo de miúdos reúne-se em casa de um deles para tomarem um ChocDrink, o produto com o qual a Alsa, a mítica marca de mousses de chocolate, aventurava-se na altura no aguerrido mercado dos achocolatados solúveis. Impagáveis as reacções de êxtase dos petizes, em especial do rapaz mais rechonchudo, após ingerirem o divino néctar achocolatado.
1:29 Num mosteiro, um afinado coro de monges ensaia o conhecido cântico litúrgico "Mentholyptus". Um deles porém não só está atrasado como se debate com problemas de rouquidão. Felizmente que outro monge ali perto lhe oferece uma embalagem Halls Mentholyptus, que lhe permite chegar ao ensaio a dar largas aos seu vozeirão de tenor.
1:58 Um anúncio mítico: vemos de costas e em plano aproximado uma loira escultural com leggings pretos. Eis que surge um homem que lhe passa o braço pelos ombros e uma voz que diz: "O português gosta de curvas". Quando ele vira a cara para a câmara, descobre-se que esse português é o Paulo Pires! Tudo isto para anunciar os pneus Mabor.
2:14 Um dos muitos anúncios da marca campeã dos detergentes para a loiça de então: Sonasol.
2:23 Promoção do Cola-Cao onde se podia ganhar viagens a Barcelona para ver os Jogos Olímpicos de 1992, toda ela ilustrada com imagens de atletas em plena acção desportiva.
2:39 Na altura, os anúncios das fraldas Ausónia eram protagonizados por um simpático hipopótamo roxo. Este anunciava que a marca tinha fraldas para todos os momentos do crescimento do bebé, dos recém-nascidos aos mais crescidinhos.
2:58 Um anúncio ao chocolate Mars com vários sketches num cenário citadino. Não me recordava do sketch em que dois homens apanham sem querer o mesmo táxi, mas lembrava-me daquele em que uma bonita rapariga de longos cabelos e mini-saia tenta entrar num elevador com uma enorme pilha de livros e papéis a quem um cavalheiro possibilita a entrada dela ao impedir que as portas do elevador se fecham. O gentleman vai ao ponto de lhe segurar na enorme pilha, mas creio que eu não conseguiria mais que um Mars como recompensa.
3:19 Os champôs 2 em 1 surgiram em Portugal no início da década e não tardaram a vencer. Quem não se lembra de ouvir amiúde "Usar champô e amaciador em separado? Não!". Era essa uma das frases dos anúncios da marca Vidal Sassoon, como este protagonizado por uma mulher num ginásio com a devida indumentária de lycra a condizer.
3:39 Depois do lava-loiças Sonasol, eis um anúncio dos seus principais concorrentes da altura, o Sunlight, onde duas donas-de-casa (uma delas interpretada pela conhecida actriz Maria Emília Correia) louvam a eficácia, a economia e a não-agressão às mãos do dito detergente.
4:09 Também me recordo bem desta série de anúncios do arroz Caçarola onde a actriz Rosa Castro André fazia de consultora sentimental que respondia a supostos dilemas dos telespectadores, nos quais a solução passava sempre por um prato com arroz Caçarola. Este é o mais conhecido, onde uma tal de Maria João se queixava que o marido já não lhe abraçava como dantes e a consultora sentimental dizia para ela preparar um arroz de polvo, que os braços do marido dela seriam poucos para a abraçar. Porém se o marido da Maria João fosse como eu, que sempre detestei polvo, duvido que a reacção dele não fosse a mais desejada.
4:40 Um caldo Knorr voa directamente da embalagem para um frango à jardineira que fica logo mais apurado e provoca uma reacção quase orgásmica a uma mulher que provou uma garfada.
5:20 Ah, os tempos onde as marcas promoviam concursos onde se enviavam rótulos pelo correio e podia-se ganhar um automóvel. Era o caso da lixívia Neoblanc que na altura promovia um segmento quinzenal no concurso "Casa Cheia".
5:36 E novamente o anúncio do Sonasol.
5:45 Para terminar, uma chamada para a estreia da mini-série "O Mandarim", adaptação da obra de Eça de Queiroz protagonizada por Vítor Norte.
0:00 Umas breves imagens do que parecem ser os "Jogos Sem Fronteiras"
0:01Expomusical
0:08"Gaspar e Mariana", uma obra de Maria Teresa Maia Gonzalez, um dos nomes mais credenciados da literatura infanto-juvenil nacional, autora da famosa colecção "O Clube das Chaves" e do best-seller "A Lua de Joana".
0:17 Um elaborado anúncio para a "1.ª Conta" do antigo Banco Português do Atlântico num poderoso jingle interpretado por Nucha e Gustavo Sequeira.
0:46 Recordo-me bem deste anúncio do leite achocolatado Agros onde um grupo de miúdos começa a ver reflexos deles próprios nos vidros (a rapariga é nada menos que a actriz Patrícia Tavares, que aqui devia ter 14 anos) mas com roupas diferentes. O slogan é "Faz da vida uma emoção", mas a julgar pelo anúncio, o leite Agros achocolotado parecia sim fazer da vida uma alucinação.
1:07 Isabel Capelo, outra voz incontornável dos jingles nacionais, canta neste anúncio do TriNaranjus protagonizado por um gang de ciclistas liderado por uma bela miúda de cabelo curto que aterrorizam um pacato empregado de esplanada.
1:36 A febre sobre mais, mais, mais... Mas Panadol apareceu e a febre desceu!
1:46 Um célebre anúncio dos pensos higiénicos Evax ao som de "Don't Worry Be Happy". Diz uma bonita jovem de trança que "é o mais parecido com não ter o período." (Por razões óbvias, não sei dizer se isso seria verdade.)
2:11 Uma chamada da RTP para a estreia em Portugal de "Os Simpsons" (ou como dizia o meu irmão, na altura com apenas três anos, "Os Chispem"). Depois dos sketches iniciais no "Tracy Ullman Show" (que passou nos primórdios da SIC), as personagens criadas por Matt Groening ganharam série própria em 1989, estreando pois em Portugal dois anos mais tarde e claro está, conquistaram logo tugas de todas as idades. E quem diria que, mais de 25 anos depois, Bart, Homer, Marge, Lisa e Maggie continuariam a ser tão icónicos e irreverentes como então? Num dos famosos eufemismos das promoções da RTP de então, a voz-off descreve os Simpsons era uma família "onde nem sempre as relações são pacíficas".
0:00 Vinheta RTC
0:07 Anúncio ao adoçante Canderel onde uma jovem mulher depois de mordiscar num morango, ajuda um pobre homem a libertar-se literalmente das algemas que o impediam de pôr açúcar no café.
0:18 Os anos 80 e inícios dos anos 90 estavam cheios de anúncios automóveis que enchiam o olho com manobras impressionantes e/ou belas paisagens como é o caso deste anúncio ao Opel Astra.
0:49 Um divertido anúncio ao Lego Duplo, aquele das peças maiores adaptadas aos mais pequenos. Três petizes divertem-se a construir uma enorme torre com blocos Lego, terminando mesmo antes da mãe entrar no quarto desconfiada.
1:18 Em 1991, viviam-se tempos de facilidades em financiamentos bancários. Neste anúncio ao Banco Bilbau Vizcaya (actual BBVA), um pai surpreende a família ao abrir um escritório em casa, no meio de grande regozijo e lençóis a taparem os móveis.
1:39 Outro anúncio do chocolate Mars desta vez protagonizado pela inigualável Rosa Mota. Embora assim de repente o Mars não seja dos alimentos que se imagine que faria parte da dieta alimentar da nossa campeoníssima atleta.
1:49 Outro tipo de anúncios que na altura primavam pela sofisticação eram os anúncios de whisky. É o caso deste anúncio ao Chivas Regal onde um elegantíssimo casal dirige-se para uma elegantíssima festa. No caminho, ele (que parece um sósia de Richard Gere) prega uma partida à parceira dizendo que se esqueceu de trazer o Chivas e àquela hora já está tudo fechado. Quando a dama já estava a definhar a pensar na vergonha que iria passar, o cavalheiro revela a elegante caixa do dito whisky que claro está faz logo sucesso entre os convivas. Tudo isto enquanto uma voz feminina canta "Heaven" de Bryan Adams.
2:20 Anúncio ao livro "A Aventura Portuguesa" sobre a nossa gesta de descobridores e povoadores. Durante a cena em que uma família se reúne para ler o livro, a actriz Sandra B. faz o papel de mãe. E para aguçar ainda mais a aquisição do livro, havia um sorteio de dois automóveis. (Ai os loucos anos 90 onde qualquer empresa oferecia automóveis como quem oferecia rebuçados. Até me espanta que a minha família nunca tenha ganho nenhum!)
2:49 Aquilo que parece ser o início do famoso anúncio ao Pudim Danone. (Ver aqui na íntegra)
2:51 Outro estiloso anúncio a uma bebida alcóolica, desta vez ao Porto Offley, onde um senhor de blazer verde e uma mulher de blusão de cabedal trocam olhares sedutores numa vernissage enquanto bebericam um cálice do dito néctar.
3:22 Anúncio a um disco famoso pianista loiro Richard Clayderman, "As Minhas Canções Favoritas"
3:29 Os olhos de um auto-retrato de Van Gogh dão o mote a este anúncio à revista Valor.
3:38 A Leopoldina ainda não tinha sido chocada do seu ovo, mas os anúncios natalícios às promoções de brinquedos nos hipermercados Continente (que na altura deviam ser menos que meia dúzia) já enchiam o olho à petizada.
4:03 Chamada de promoção ao filme "Rambo 3", o tal tomo da série em que Rambo sozinho transformava o exército soviético em carne para canhão.
4:16 Vinheta da mítica "Sessão da Noite", o espaço de cinema das noites de sexta-feira do ínicio dos anos 90 no canal 1 onde eram exibidos grandes êxitos da sétima arte. Conforme aparece assinalado, neste dia, o filme exibido era nada menos que "A Guerra de Estrelas".
0:00 Vemos uma nova vinheta RTC numa mais sofisticada animação 3D.
0:10 Anúncio natalício da Opel que adverte "Conduza com Segurança".
0:26 O Círculo de Leitores publicita o livro "Conversas à Quinta-Feira" com a colaboração de nomes tão díspares como Carmen Dolores, Álvaro Cunhal e Rui Veloso.
0:41 Umas simpáticas e atarefadas formiguinhas carregando moedas e uma sensual cigarra protagonizam este anúncio ao Crédito Sotto Casa (mais uma vez, prometendo a possibilidade de ganhar um automóvel) do Banco Pinto & Sotto Mayor.
1:01 Outro anúncio a whisky desta vez ao Passaport Scotch. Este anúncio ficou-me gravado na memória pelo estiloso fundo verde e pela música que o ilustrava. Infelizmente, por questões de direitos de autor, a música não se ouve neste vídeo. Mas trata-se de "Moments In Love" dos The Art Of Noise, algo que só descobri há uns anos quando o bizarro videoclip passou no VH1.
2:00 Ser professor é sem dúvida uma profissão que provoca a sua dose de dores de cabeça. Mas a professora deste anúncio confia no alívio rápido de Tylenol.
2:26 Chamada da RTP para o concurso Casa Cheia, no qual os telespectadores também podiam ganhar dinheiro com as grelhas que vinham na revista TeleJogos. Naquela semana o valor em jogo para os telespectadores era de 10 mil contos (quase 50 mil euros).
2:53 A conhecida voz-off de Carlos Duarte recordava para não nos esquecermos à meia noite de comer doze passas e brindar com Raposeira.
Como forma de diferenciar a oferta de dentífricos direccionados aos mais novos, a Colgate apresentou este "Colgate Junior", em embalagens que expulsam a pasta de dentes em forma de estrelas. "O teu sorriso tem uma estrela".
Detalhe da embalagem de cartão onde a o tudo de pasta era comercializado:
Existem online vários anúncios até mais antigos, mas gostei deste do México de 1992, logo no ínicio do vídeo:
Publicidade retirada da revista "As Melhores Histórias (escolhidas por Fernando Pereira)" nº 47, de 22 de Outubro de 1992.
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O falecimento do actor Leonard Nimoy, que - apesar de muitos outros trabalhos ao longo da sua larga carreira de actor, realizador, fotógrafo, músico e poeta - marcou eternamente a cultura pop como o enigmático e lógico Sr. Spock da saga "Star Trek" ("O Caminho das Estrelas"), fez-me vasculhar os meus ficheiros mais antigos em busca de algo relacionado e, directamente do meu arquivo que digitalizei há bastantes anos, trago-vos um grande artigo da extinta revista portuguesa de finais dos anos 90 "Heróis". Em 1996 assinalava-se o 30º Aniversário do nascimento da saga espacial.
Como sempre, cliquem sobre as fotos para as aumentar e ler melhor:
"Star Trek 1966-1996. 30 Anos-Luz! Viagens no Espaço Sideral"
A primeira página apresenta a emblemática nave "Enterprise", a navegar alta velocidade junto a um planeta.
E por baixo do título, o famoso discurso de abertura de cada episódio:
"Space: The Final Frontier. These are the voyages of the starship Enterprise. It's continuing mission to explore strange new worlds, to seek out new life and new civilizations, to boldly go where no man has gone before."
Curiosamente, esse discurso mistura as versões da série "Star Trek" original de 1966 com a de "Star Trek: The New Generation".
Na página seguinte, uma introdução à saga que naquele momento "compreende qualquer coisa como quatro séries de Televisão, uma série de desenhos animados e sete filmes":
Reparem que no rodapé da página podemos encontrar uma linha temporal - do desenvolvimento da série, filmes e outros momentos marcantes - que continua pelas próximas quatro páginas do artigo:
Na terceira, quarta e quinta páginas, continuam a descrição dos personagens principais, e a concretização do primeiro filme - um dos meus favoritos - "Star Trek: The Motion Picture" e da série que continua as aventuras, mas com uma nova Enterprise e tripulação:
Depois da "Nova Geração" e mais filmes, chegou a vez de "Star Trek: Deep Space 9":
Em 1995, a série sucessora foi "Star Trek: Voyager", a que melhor acompanhei na TV.
Na última página do artigo podemos vislumbrar os elencos das Enterprises lideradas pelo Capitão James T. Kirk e pelo Capitão Jean Luc Picard, como apareceram nas revistas de banda desenhada:
E ainda duas páginas dedicadas a parte do merchandising originado pela saga Star Trek:
Entre os produtos gerados ao longo de várias décadas estão as BDs da Abril Jovem publicadas no Brasil a partir do final de 1991 e que que chegaram a Portugal mais tarde. Incluída ainda nesta página, a lista dos filmes, sendo o último (à época) de 1994, "Star Trek: Generations".
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Eu inicialmente pretendia escrever somente sobre a canção com que Adelaide Ferreira venceu o Festival da Canção de 1985, uma vez que a cantora natural de Minde vai regressar este ano ao Festival da Canção (assim como a histórica Simone de Oliveira). Mas entretanto na passada sexta-feira, a rubrica "Mixórdia de Temáticas" da Rádio Comercial abordou precisamente essa edição do Festival da Canção, da qual foi "criado" o movimento #UmbadaNeverForget, referindo-se obviamente a uma das canções mais míticas do certame desse ano.
E como tal, impõe-se uma análise mais detalhada ao 22.º Festival da Canção, que teve lugar no Coliseu dos Recreios. Foi, como é hábito, no dia de aniversário da RTP, 7 de Março, e apresentado por Margarida Andrade, Eládio Clímaco e Fialho Gouveia.
Foram onze as canções em concurso. A meu ver, cinco delas destacam-se por entre o resto por diversos motivos, pelo que primeiro vou falar das restantes seis por ordem numérica.
Eduarda, Jorge Silva, Alexandra, Nelo Silva e Luís Filipe
- A canção n.º 1 "Meu Amor, Minha Dor, Meu Jardim" interpretada por Eduarda, conseguiu o segundo lugar, se bem que sem nunca ameaçar a eventual vencedora. Eduarda pode assim inscrever-se ao grupo de cantores de um nome só, que tiveram o seu único momento de glória nos Festivais das Canções dos anos 80 (Isa e Joana em 1982, Sofia e a já aqui imortalizada Tessa em 1983, Marisa em 1984, Néné e Glória em 1987...) Apesar do resultado, a verdade é que a actuação é mais memorável pelas ostensivas mangas de balão envergadas por Eduarda do que pela canção em si. Por entre o coro, destaque para uma Isabel Capelo pré-Vitinho.
- Assim de repente o nome Gustavo Sequeira pouco pode dizer a muitos. Mas a sua voz é muito mais conhecida do que possam pensar, já que ele cantou inúmeros míticos jingles publicitários. Por exemplo, foi Gustavo Sequeira que nos cantou que Gilette é o melhor para o homem e que é selvagem dar uma dentada em Lion. Gustavo foi o intérprete da canção n.º 2 "Mágica (Entre Nós)" que ficou no oitavo lugar.
- Voltamos à jardinagem com Jorge Silva e a canção n.º 3 "Portugal Meu Jardim". Envergando umas magnificas calças de napa e um blazer vermelho, Jorge Silva louvou as belezas do nosso país. A acompanhá-lo esteve um coro de cinco vozes, sendo que se nota que o único membro masculino está um pouco comprometido no meio de tanta mulherada, daí que se atrapalhasse de vez em quando com a coreografia.
- Alexandra já não era uma novata nestas andanças pois já era a sua quarta participação no Festival depois de ter marcado presença em 1979, 1980, 1982 e 1983. Desta vez para interpretar a canção n.º 4 "Cantar Saudade" que ficou em sexto lugar, a popular cantora cujo nome de nascimento é Maria José Canhoto (não é de admirar que tenha optado pelo stagename Alexandra) optou por um look um tanto andrógino com um macacão branco com capa.
- Nos anos 90, Nelo Silva seria conhecido pelo grande público graças à dupla musical que formaria com a sua filha Cristiana, se bem que os seus hits mais famosos não eram propriamente sobre amor filial. Mas em 1985, era um ilustre desconhecido, ficando-se pelo nono lugar com a canção n.º 6 "Entre o Céu e o Mar". Tal como o outro Silva, Nelo apostou fortemente na napa.
- Por seu turno, o cantor madeirense Luís Filipe teve o auge da sua carreira na década de 80 e era um dos rostos mais conhecidos desta edição. Impecavelmente vestido com um smoking, cantou a canção n.º 7 "Mulher Só (Mulher Giesta)".
E agora eis-nos chegados às cinco canções mais marcantes do Festival da Canção de 1985.
- E começamos pelo fim, com a última canção a ser interpretada e aquela que tinha uma vertente mais pueril, "Malmequer, Sim Ou Não" do trio Aguarela. Enquanto de Manuel Loureiro, o terço masculino do grupo trajado de jardineiras, pouco ou nada se recorda, as duas parcelas femininas iriam tornar-se sobejamente conhecidas: Paula Fonseca (de saia amarela) deixaria a sua marca na programação infantil da RTP, primeiro como Dalola, a namorada do lendário Lecas e depois como protagonista de "Os Segredos de Mimix"; e a de saia verde era nada menos que Vanda Pereira, que hoje todos os portugueses reconhecem sob o nome Wanda Stuart (e respectiva melena azul).
- Os irmãos Nuno e Henrique Feist são hoje nomes consagrados do panorama artístico nacional. Inclusivamente, Henrique Feist ficará para a história da cultura pop tuga como o nosso Songoku. Mas os dois irmãos foram uns autênticos meninos prodígios (Henrique já tinha sido o "Carlitos" do lendário hit cromo de 1983 de Fernando Correia Marques) e com apenas 12 e 13 anos, subiram ao palco para interpretar como gente grande a canção n.º 8 "Meia de Conversa" que ficou em terceiro lugar. Se tivessem ganho, seriam dos mais jovens intérpretes que alguma vez participaram na Eurovisão, que desde 1990 restringe a sua participação a maiores de 16 anos.
- Ficaram em último lugar, mas era ainda o princípio de um caminho de felicidade para os Delfins. Na altura, a banda de Miguel Ângelo dava os primeiros passos, já se notando em temas como "A Baía de Cascais" e a sua versão de "O Vento Mudou". Mas para o Portugal de 1985, a sua proposta neo-romântica "A Casa da Praia" era muito à frente e foi fustigada pelos júris. Mas nos anos seguintes, os Delfins rumavam a um sucesso sem precedentes que culminou em meados dos anos 90.
- E eis a canção de que se tem falado e cujo facto de não ter ido além do quarto lugar aparentemente deixou um amargo de boca a gente como Ricardo Araújo Pereira. Por exemplo, recentemente no programa "A Barca do Inferno", Marta Gautier revelou que utiliza esta canção como mantra. Jorge Fernando é hoje conhecido sobretudo pelo seu trabalho na área do fado onde deu os primeiros passos, mas nos anos 80, a sua carreira passeou por sonoridades mais pop, da qual precisamente "Umbadá" é a principal referência. Num dos episódios da "Caderneta de Cromos", Nuno Markl foi exímio em dissecar todos os ingredientes que fazem desta uma canção tão brilhantemente croma, mas nunca é de mais referir que o trio que acompanhou Jorge Fernando com a sua incrível coreografia merecerá um bom quinhão do mérito.
- Mas nenhuma das dez canções conseguiu competir com a monumental powerballad"Penso Em Ti (Eu Sei)" interpretada por uma Adelaide Ferreira com um não menos monumental penteado. Adelaide já tinha participado no Festival da Canção do ano anterior com "Quero-te, Choro-Te, Odeio-te, Adoro-te" onde ganhara o prémio de melhor interpretação e ainda em 1984, tinha alcançado a melhor classificação de sempre de Portugal no Festival da OTI, ao ficar em segundo lugar com "Vem No Meu Sonho", indícios de que a intérprete de "Baby Suicida" e "Trânsito" iria converter-se na rainha nacional das powerballads. Pessoalmente, dentro do repertório baladeiro de Adelaide Ferreira, "Penso Em Ti (Eu Sei)" é o meu tema preferido.
Para o videoclip de promoção, e da mesma forma como em 1984 Maria Guinot protagonizou um thriller psicológico na Madeira, Adelaide esteve no centro de uma intriga amorosa nos Açores, onde a vimos a passear por entre as furnas, a andar de cavalo na praia e a correr assustada com um casaco de pele aos ombros. (E decerto que aquele que fez de amante de Adelaide Ferreira no videoclip devia ser dos poucos portugueses que depilavam o peito em 1985).
Infelizmente, no Festival da Eurovisão desse ano em Gotemburgo na Suécia, uma vez mais Portugal não foi feliz. Aliás, esse ano penalizou bastante as baladas (por exemplo, a diva espanhola Paloma San Basilio não conseguiu muito melhor para o país vizinho), com os júris europeus a preferirem músicas mais animadas, como a canção da Noruega que acabaria por vencer, "La Det Swinge" do duo Bobbysocks. Portugal esteve quase sempre apenas com os dois pontos da Turquia, mas durante a votação da último país, a Grécia deu-nos sete pontos que nos permitiu escapar ao último lugar.
Mas apesar disso, Adelaide Ferreira não passou despercebida, pois foi considerada a intérprete com melhor guarda-roupa graças ao vestido de mega enchumaços e franjas nos ombros assinado por José Carlos. Uma distinção que só poderia mesmo acontecer em 1985.