sexta-feira, 11 de dezembro de 2015

A Árvore Dos Patafúrdios (1985)

por Paulo Neto

Antes da mítica série "Os Amigos Do Gaspar", já João Paulo Seara Cardoso e a sua equipa tinham criado uma série marcante e bem colorida, cheia de personagens divertidas e para tal bastava um único cenário: uma árvore numa quinta qualquer algures em Portugal, "A Árvore dos Patafúrdios".



Nessa árvore habitam vários pássaros alegres e comilões, os Patafúrdios, que sonham poder ser como as outras aves e voar, mas não o podem fazer por terem grandes barrigas de tanto comerem esparguete. São eles a simpática Eulália (voz de Regina Castro), o sábio ancião Vinte E Quatro (voz de Mário Moutinho) que fala sempre a rimar, a poética Salomé (voz de Ana Queirós) mãe zelosa de três Patafurdinhos (vozes de Catarina Costa e Maria João Pires), Filipe Adão (voz de João Paulo Seara Cardoso) hábil construtor de máquinas, Canelão (voz de Mário Silva) que cultiva o esparguete do qual os Patafúrdios se alimentam e o Murcão (voz de Raimundo Tavares) cujo nome diz tudo. Existem ainda os Bichos da Fruta (vozes de Mário Moutinho e Zé Carlos Meireles) que estavam para a Árvore como o Statler e o Waldorf estavam para os Marretas, sempre a comentar e a fazer troça dos outros.

Eulália

Tomé
Salomé

Vinte E Quatro
Filipe Adão

Canelão
Murcão

Patafurdinhos
Bichos Da Fruta

Mas apesar da vida dos Patafúrdios estar limitada à sua Árvore e o seu redor, havia sempre algo a acontecer e a agitar vida destes bichos. Como aliás se relata na mais famosa canção da série:

Por incrível que pareça
Por incrível que pareça
Não há nada, não há nada
Que não nos acontece
Ó sorte malvada,
Que vida desgraçada!
Ai ai ai
Ai ai ai

Um desses acontecimentos que vem revolucionar a vida dos Patafúrdios é o choque do carro do caixeiro-viajante Tomé (voz de Raúl Constante Pereira) contra o tronco da árvore. Mas depois desse percalço, Tomé torna-se amigo dos Patafúrdios chegando mesmo a iniciar um romance zoófilo (porém puramente platónico) com Eulália.      

Produzida em 1984, a série foi exibida pela primeira vez na RTP entre 17 de Fevereiro e 12 de Maio de 1985, num total de onze episódios (sendo que o último era um resumo de cenas do episódios anteriores), tendo sido reposta diversas vezes. O tema do genérico era cantado por Sérgio Godinho.



A série valeu a João Paulo Seara Cardoso a oportunidade de fazer um curso com Jim Henson, o criador dos Marretas. Consta que Henson terá adorado o estilo naïf da série. Essa workshop foi sem dúvida valiosa para Seara Cardoso que aplicou no seu projecto seguinte: o grande sucesso "Os Amigos Do Gaspar" onde houve pelo menos dois piscares de olhos à "Árvore Dos Patafúrdios": o Tomé surge num dos episódios de "Os Amigos Do Gaspar" e o quarto do Gaspar tinha um planeta terra semelhante ao do genérico da "Árvore dos Patafúrdios".





João Paulo Seara Cardoso viria a produzir mais duas séries para a RTP: "Mópi" (1990) e "No Tempo Dos Afonsinhos" (1991). Infelizmente a sua obra nunca mais teve continuidade na televisão, tendo Seara Cardoso dedicado-se exclusivamente ao Teatro de Marionetas do Porto até ao seu falecimento em 2010.

1.º episódio





"Por Incrível Que Pareça"


Nota: Os 11 episódios estão (por) agora disponíveis no "Arquivo RTP": "A Árvore dos Patafúrdios".

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4 comentários:

  1. Um dos melhores programas infantis da RTP, a "Árvore dos Patafúrdios", do qual a minha mãe gosta imenso e do qual a minha mãe me tem falado muitas vezes.
    Acho que em breve a RTP/Memória, com a sua nova grelha, há-de repor a série em questão. Não sei bem quando, mas acredito que é possível.

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    Respostas
    1. Era giro reporem depois de terminar Os Amigos de Gaspar :)

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    2. Não era mal pensado, caro amigo. Talvez um dia destes, pois com esta nova grelha da RTP Memória, tudo é possível e nada é impossível.

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  2. Muitos parabéns Alberto péssimo abraço de antigo aluno seu Miguel Pereira


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