terça-feira, 3 de fevereiro de 2015

Spice Girls "2 Become 1" (1996)

por Paulo Neto



É assaz incontornável falar das Spice Girls quando se fala nos anos 90. Quando o quinteto britânico se estreou em 1996 com o viciante e algo esquizofrénico "Wannabe", foi todo o início de uma explosão e durante os dois anos seguintes, as canções e os rostos de Emma Bunton, Melanie Brown, Melanie Chisholm, Geri Halliwell e Victoria Adams-Beckham estavam em todo o lado. 
A receita do sucesso era simples: o preenchimento de uma lacuna na indústria musical para grupos pop femininos (em contraponto à overdose de boybands da altura), uma mão-cheia de canções orelhudas e uma atitude irreverente que apelava a ambos os géneros e a várias idades. Se para um rapaz era desconfortável assumir que se gostava das canções das boybands, havia menos complexos em assumir o gosto pelas Spice Girls. Sempre se podia dizer: "Elas são gajas boas".  
O problema com o repertório das Spice Girls é que é demasiado filho do seu tempo, com uma sonoridade tão anos 90 que após o final da década, já soava demasiado datado. O que de certa forma explica que a tournée de reunião em 2007 e o álbum de greatest hits editado nesse ano tenham ficado aquém do esperado.



Entre os temas das raparigas especia(r)i(a)s que melhor envelheceram está o meu preferido, a balada "2 Become 1". Era o terceiro single do grupo e seguia a regra não escrita no marketing da música pop que após dois singles mais mexidos, convém que o terceiro seja uma balada. E assim foi, após "Wannabe" e "Say You'll Be There" (ou como certa vez ouvi uma miudita trautear "sei de um bidé"), surgiu "2 Become 1" um tema calminho e fofucho ideal para a quadra natalícia de 1996.
"2 Become 1" foi escrito pelos cinco membros do grupo com Richard Stannard e Matt Rowe, e foi alegadamente inspirada na ligação amorosa que Rowe e Geri Halliwell tinham na altura. Pelo título, dá para ver que a letra fala sobre o acto de fazer amor, confirmado quando no refrão elas ronronavam "wanna make love to ya, baby". E na recta final, existe mesmo uma referência ao sexo seguro, quando Emma Bunton canta "be a little bit wiser, baby, put it on, put it on", sendo que o "it" é obviamente um preservativo.
Mas apesar das referências ao sexo, o tema não deixa de ser bem meloso e fofinho como uma balada pop deve ser, perfeito para casais dançarem agarradinhos e/ou levarem a cabo uma sessão de curte. 

Quem comprou o álbum "Spice", notará que a versão de "2 Become 1" aí incluída é diferente da versão de single e do videoclip. No álbum, uma parte da segunda estrofe é cantada por Geri Halliwell e soa assim: "Any deal that we endeavour, boys and girls feel good together" e na versão single, essa parte é cantada por Victoria que diz: "Once again if we endeavour, love will bring us back together". Alegadamente, a mudança deu-se por duas razões: porque Geri não conseguia cantar num tom mais agudo e para confirmar que Victoria cantava qualquer coisa, ela que foi sempre apontada como aquela que tinha menos contribuição vocal.



Além disso, o respectivo videoclip da canção é também sobejamente recordado, com as cinco Spice no meio de imagens aceleradas de Nova Iorque. Na verdade, elas foram filmadas num estúdio em Londres diante de um ecrã verde de croma e só depois as imagens de Nova Iorque foram sobrepostas.

Como não podia deixar de ser, "2 Become 1" foi mais um grande hit para as Spice Girls, sendo o n.º 1 do top britânico no Natal de 1996 e vendendo mais de um  milhão de cópias só no Reino Unido. Foi também n.º 1 em Espanha e na Irlanda.

Apesar dos seus dias gloriosos já terem passados, o legado das Spice Girls permanece bastante vivo e as cinco moçoilas continuam bastante activas, entre a televisão, a moda, a representação e os ocasionais discos a solo.             

Videoclip:


Versão do álbum:


Versão em espanhol:


Toddy Pronto (1982)

O clássico chocolate em pó  "Toddy" lançava este "Toddy Pronto" numa nova embalagem em 1982, "p'rá pequenada que p'rá escola vai lançada como o Toddynho não há.". Uns anos mais tarde, na minha escola primária tinhamos direito a um pacotinho de leite com chocolate para o lanche, mas não me recordo a marca que nos era oferecida. Por volta da mesma altura, pelo menos no Brasil, o "Toddy Pronto" era vendido numa latinha ["Propagandas Históricas"]. A ilustrar o anúncio, a criançada diverte-se em corridas de patins, abastecida de Toddy Pronto, claro.

Publicidade retirada da revista Almanaque do Patinhas Nº 28 , de 1982. Uploader original desconhecido. Imagem reparada e editada por Enciclopédia de Cromos.

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domingo, 1 de fevereiro de 2015

Sex Appeal (2000-2002)

por Paulo Neto

Basicamente quando se fala da sexualidade em Portugal, existem duas formas preponderantes: ou com demasiada vergonha e cerimónia, ou à laia da ordinarice e da piada bacoca. Mas no ano 2000, um programa ousou falar dos diversos matizes da sexualidade optando por um meio-termo, de forma informal, esclarecida e sem fazer didactismos ou juízos de valor.
Já havia anteriormente programas anteriores, nomeadamente os de Júlio Machado Vaz nos anos 90 na RTP como "Sexualidades" e mais tarde aqueles conduzidos por Marta Crawford, mas em "Sex Appeal" a voz principal era mesmo a dos portugueses.

Da autoria e produção de Felícia Cabrita e Júlia Pinheiro, "Sex Appeal" teve duas temporadas de vinte episódios cada, exibidas na SIC às sextas-feiras à noite entre 2000 e 2002. Além da temática, o programa ajudou a celebrizar Elsa Raposo. Uma das mais requisitadas modelos nacionais nos anos 80, Elsa Raposo foi (re)descoberta pelo grande público aos 36 anos com este programa, apresentando-se ainda então como uma mulher deslumbrante.



Cada programa tinha um tema específico. O do primeiro programa foi, como não podia deixar de ser, a primeira vez. Como podem ver neste vídeo, o programa inquiriu famosos e anónimos quanto à sua primeira vez. 


Conforme o tema, variavam as perguntas. (O que é um orgasmo? Para que lado "arruma" o seu pénis? Já teve uma erecção na praia?
Também recordo que algumas pessoas na rua eram inquiridas sobre o significado de certos termos onde se ficou a saber, em pleno 2000, que muitos portugueses ainda não sabiam o que queria dizer heterossexual (a resposta de um senhor "não sei, não ligo a esses desvios") e que achavam que a posição de missionário era de joelhos.
Também houve aqueles que davam os seus depoimentos sobre o tema em discussão na tranquilidade de um estúdio. Alguns dos quais se despiam tanto de roupas como de preconceitos, como foi o caso de um concorrente do reality-show "O Bar da TV" cujo nome não me recordo. 

Outra rubrica que eu me recordo era de um segmento em que duas figuras públicas conversavam sobre sexo e outras experiências não menos ibidem enquanto viajavam num carro. Entre esses duetos imprevistos contavam-se dois elementos dos Excesso, Melão e Duck, emparelhados respectivamente com a actriz Rita Ribeiro e a poetisa Adília Lopes, Fátima Lopes (a estilista) com Olavo Bilac e Helena Sacadura Cabral com Virgílio Castelo.

O segmento mais polémico era o do videoclip erótico semanal, geralmente realizado por Diamantino Ferreira (que também dirigiu, por exemplo, o telefilme "O Lampião da Estrela"), que mais não eram que curtas-metragens eróticas (mas não explícitas). Uma delas acabou por causar grande polémica: isto porque era sobre o tema do 25 de Abril e que mostrou Otelo Saraiva de Carvalho (vestido) a rebolar no chão repleto de cravos com a actriz Julie Sargeant (nua). 

Reportagem do Público sobre o programa e os testemunhos das autoras. Ler aqui.

Seja como for, "Sex Appeal" revelou que apesar de haver ainda muita relutância em Portugal de se falar abertamente de sexo, já se verificava o desaparecimento de alguns tabus e de que entre passos à frente e atrás, os portugueses em geral já abordavam o tema muito mais abertamente do que noutros tempos.

Quanto a Elsa Raposo, a sua imagem de mulher fatal que cultivou na condução do programa ajudou-a tornar-se conhecida do grande público mas nos anos que se seguiram, acabou por ser notícia sobretudo na imprensa cor-de-rosa pela sua atribulada vida amorosa. 




sábado, 31 de janeiro de 2015

Uma Aventura (1982)



Logo no ínicio da "Caderneta de Cromos" fui vasculhar as tralhas dos anos 80 e 90 que tenho cá por casa, e reencontrei uma das poucas "sobreviventes" da infância e juventude, a colecção de aventura e mistério escrita por Ana Maria Magalhães e Isabel Alçada, com as ilustrações de Arlindo Fagundes, publicadas pela Editorial Caminho: "Uma Aventura". Não confundir com a mais antiga série "A Aventura", de Enid Blyton, que decerto serviu de inspiração, junto a outros clássicos do género, mas adaptados á realidade portuguesa dos anos 80 até aos nossos dias.


É portanto uma das colecções que recordo com mais carinho. Quer dizer, além de recordar, ainda por vezes releio números antigos ou consigo alguns dos números novos. Já há muito que não faço parte do público-alvo, mas não posso resistir a acompanhar as novas aventuras destes amigos de juventude, que - tal como para milhares de leitores - foram meus companheiros na resolução de mistérios, e que já conhecia tão bem.


"Uma Aventura nas Férias de Natal" [8ª edição] foi o meu primeiro volume da colecção Uma Aventura, oferecido - num aniversário ou Natal - e um dos responsáveis por me consolidar como um devorador de livros. Notem nas fotos que alguns deles estão "ratados", de tanto uso. Algumas destas fotos já havia publicado em 2009 no meu blog de colecções: "Livros - Uma Aventura e Viagens no Tempo".

A capa de "Uma Aventura nas férias do Natal":

Nas primeiras páginas interiores, a lista dos volumes já publicados e a publicar:

As ilustrações no estilo inconfundivel de Arlindo Fagundes ("Viagens no Tempo", "Asa Delta"): 

 A capa traseira, que manteve o mesmo esquema de apresentação ao longo dos anos, com a indicação do próximo volume a publicar:

Além dos tradicionais retratos com o nome dos heróis da série "Uma Aventura": Teresa, Luísa e Caracol, Pedro, João e Faial, e Chico:

Teresa e Luísa:
As irmãs gémeas idênticas - em quase todos os detalhes - que pensam e agem em sincronia, quase a beirar a telepatia. Creio que ainda não foi revelado o pequeno pormenor que as distingue.

Pedro:
O cérebro do grupo, inteligente mas sem ser convencido. Eu ainda não era "caixa-de-óculos", mas desde o início que me identicava com este pacato e bom alu

Chico
Descrito pelas autoras como "abrutalhado", o mais forte fisicamente, sempre pronto a partir para a acção e aplicar uns belos sopapos na bandidagem, mas de bom coração.

João
Filho de emigrantes, vive com a avó. É o mais pequeno do grupo e tem uma afinidade especial com os animais. 

Antes do Inspector Max, dois fiéis caninos ajudavam os donos:

Faial:
Um corajoso pastor alemão, sempre pronto a agir segundo às ordens do dono, João. O Faial é muitas vezes instrumental em deter os vilões, trincando a ocasional canela.  

Caracol:
Apesar do pequeno porte do caniche das   gemeas, foi várias vezes instrumental na resolução do mistério  em que o grupo de detectives amadores se encontra envolvido.  


Comparação entre o visual clássico e o moderno das personagens principais:

Ao longo destas mais de três décadas de aventuras, os cenários para estas têm sido bem diversos, explorando os cantinhos de Portugal e também do estrangeiro. É notória, tanto na acção do livro como nos anexos, que as autoras investigam e até viajam aos locais para descobrir informação interessante, História, lendas, curiosidades e costumes, mas sem sobrecarregar ou ser "pedagógico demais". Além de roubos misteriosos, o leitor acompanha estes jovens emcaças ao tesouro, em luta contra doenças mortais, OVNIs, raptores, etc.
No meu TOP de "Uma Aventura" estão: o "Uma Aventura nas Férias do Natal", "...na Falésia", "..em Viagem", "...no Egipto", "..no Deserto", "..no Palácio da Pena", "...nas Ilhas de Cabo Verde".

Na imprensa nacional, destaque para o inicio da colecção:
No Diário de Lisboa [24 Dezembro 1982] '"Uma aventura" para jovens dos nove aos treze anos':
"Sob o título genérico de «Uma Aventura», duas professoras de História e Português de uma escola preparatória de Lisboa decidiram produzir uma série de pequenos romances destinados a leitores dos 9 aos 13 anos."
"Proporcionar um estímulo ao exercido da leitura e ao conhe- cimento do país que é Portugal, é a preocupação fundamental das duas professoras-autoras, Isabel Alçada e Ana Maria Magalhães. Nós escrevemos a pensar no nossos alunos — diz-nos Isabel Alçada. Sentimos a necessidade de os estimular, para além da leitura que fazem nas aulas (...)  a leitura desses pequenos romances de aventuras rápidas, não complicadas, «vividas» por gente da idade deles. E, sobretudo, com princípio, meio e fim."
"Escrever aventuras para jovens dos 9 aos 13 anos começou quando as duas professoras (...) decidiram criar os seus próprios textos para tratamento de certos aspectos do programa escolar.(...) prossegue Isabel Alçada (..) Então começámos as duas, em conjunto, a escrever pequenos contos com essa finalidade. Os nossos alunos gostaram tanto que nos pediam para ler mais contos do mesmo autor, que nem sabiam quem era." "Nós tivemos a preocupação de ir ao encontro dos termos e das expressões em que os jovens desta idade se exprimem. O discurso directo torna a acção extremamente viva e permite que os leitores se projectem mais facilmente no texto."  "Foi nossa intenção transmitir a realidade portuguesa sem os agredir, mas também náo escamotear quando ela é agressiva. Assim. por exemplo. aparece urna personagem. o Chico, que é filho de um desempregado (situação que infelizmente não vai sendo invulgar)."

E sobre os lançamentos dos números 9 e 10, no "Diário de Lisboa" (9 Novembro 1984):

"Não é o prémio literário que elas buscam. É sobretudo o desejo de comunicar, de despertar no interlocutor
o prazer de ler, que anima as autoras. É esse o seu segredo."
"De salientar ainda as ilustrações de Arlindo Fagundes, cheias de imaginação, pormenor e movimento, harmoniosamente certas neste género de obra."
 
Mais recentemente, uma série derivada "Ler É Uma Aventura" é uma espécie de prequela, com os nossos heróis mais jovens em "As Gémeas Fazem Anos", "Um Presente Para O João":


 

Mas a colecção não ficou confinada ás páginas dos livros. Recordo-me de passar na TV um telefilme, "Uma Aventura em Lisboa" (de 1989, realizado por Eduardo Geada e produzido por António da Cunha Telles). Mas as gerações mais recentes devem recordar bem a série da SIC "Uma Aventura" (2000-2007), que ao longo de 5 temporadas, três elencos e 46 episódios adaptou bastantes dos livros. Em 2009, o filme "Uma Aventura na Casa Asombrada" foi lançado nos cinemas, e adaptação - muito livre - foi decepcionante a vários níveis [podem ler a crítica: "Cine31 - Uma Aventura na Casa Assombrada (2009)" ].

A "Caderneta de Cromos" de Nuno Markl abordou em 2011 a colecção de "'Os Cinco' à portuguesa", na "Caderneta de Cromos Nº 668" [ "Uma Aventura" - Ouvir/Download do Mp3].

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sexta-feira, 30 de janeiro de 2015

Pepsi (1980)

Esta dinâmica imagem estava bastante danificada e teve que passar por extensiva recuperação digital, como deve ser visivel. Não ficou perfeito, mas estou satisfeito com esta colorida recordação do inicio da década de oitenta. Nunca fui grande consumir de "Pepsi" e outras colas, mas fazem parte da memória visual da nossa civilização.

"Vem com Pepsi, vem". Essa frase, com pronúncia brasileira e tom meloso já soaria a outra coisa... ("me liga, vai?")

Publicidade retirada da revista Almanaque do Patinhas Nº 10 , de 1980.

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terça-feira, 27 de janeiro de 2015

Amo-te Teresa (2000)

por Paulo Neto

Até ao fenómeno Big Brother, o grande acontecimento no panorama televisivo em Portugal no ano 2000 foi um conjunto de telefilmes produzidos e emitidos pela SIC. A iniciativa, denominada SIC Filmes, foi anunciada com pompa e circunstância e consistiu na produção de doze telefilmes, cada um exibido em cada mês do ano. Ainda longe de se pensar que em Setembro desse ano, a TVI daria os primeiros passos para alcançar o ceptro da liderança que a SIC orgulhosamente ostentava, a estação de Queluz ainda reinava indiscutivelmente e esta iniciativa foi aguardada com muita expectativa, até porque o telefilme era até então um produto televisivo algo raro e pouco explorado em Portugal.
Entre os telefilmes resultantes da SIC Filmes, contam-se títulos como "Monsanto", "Facas e Anjos", "Mustang", "O Lampião da Estrela", "Aniversário" e "A Noiva". Mas o mais famoso e recordado de todos foi sem dúvida o primeiro deles todos, "Amo-te Teresa" que Portugal parou para ver no dia 11 de Janeiro de 2000.



Realizado por Ricardo Espírito Santo e Cristina Boavida (jornalista da SIC e autora do argumento), "Amo-te Teresa" narrava a história do amor proibido entre uma mulher adulta e um adolescente, interpretados por Ana Padrão e Diogo Morgado.     

Teresa (Ana Padrão) é uma médica que, após o fim de uma relação, decide trocar Lisboa pela vila alentejana onde nasceu para trabalhar no Centro de Saúde local. Apesar de guardar ressentimento sobre a reacção local a um escândalo que envolveu os seus pais, acaba por adaptar-se à vida local.
Teresa retoma a amizade de infância com Paula (Maria João Abreu) e muda-se para a casa em frente dela. Entretanto descobre que Miguel (Diogo Morgado), o rapaz que conheceu no dia da sua chegada à vila quando o avião telecomandado dele chocou contra o carro dela, é o filho mais velho de Paula. Miguel é um adolescente 15 anos, bonito e sensível, que para além da paixão pelo aeromodelismo, adora desenhar. 


Apesar da diferença de idades e dos riscos que isso implica, Teresa e Miguel desenvolvem uma forte cumplicidade e uma atracção à qual são incapazes de resistir. Os dois chegam mesmo a ter momentos de ciúmes, Teresa em relação a Sandra (Margarida Vila-Nova), uma colega de Miguel, e este face a Vítor (José Wallenstein), um amigo de Teresa que vem de Lisboa visitá-la. 

Tudo se complica quando Cândida (Isabel de Castro), a avó de Miguel que nunca gostou de Teresa, descobre desenhos de Teresa nua feito pelo neto e Paula surpreende os dois abraçados na casa dele. Escorraçada pela população, Teresa regressa a Lisboa mas Miguel não desiste da relação entre ambos, só que está tudo contra eles. Só depois de pagarem um duro preço é que Teresa e Miguel poderão ficar finalmente juntos.

Com todos os ingrediente típicos de uma telenovela condensados em 90 minutos, "Amo-te Teresa" foi um sucesso de audiência. Do elenco fizeram também parte nomes como Marcantónio Del Carlo, Sinde Filipe, Maria Emília Correia, Afonso Pimentel e Sílvia Alberto. Como não podia deixar de ser, Herman José fez uma paródia ao filme intitulada"Babo-te Teresa", onde Herman recuperava a mítica Maximiana e Maria Rueff fazia de uma mulher de 35 anos que vivia um amor proibido com um idoso de 95 anos.


Embora Diogo Morgado já fosse conhecido de outros trabalhos como a telenovela "Terra Mãe", foi sem dúvida com "Amo-te Teresa" que lançou a carreira daquele que agora é mundialmente conhecido como o "Hot Jesus". Morgado entraria também noutro telefilme da SIC, "A Noiva", onde confirmou aos 19 anos a sua versatilidade fazendo de uma personagem de trinta anos, ao invés de ter feito de adolescente em "Amo-te Teresa".

Capa da novelização do filme

"Amo-te Teresa", bem com outros telefilmes que se seguiram, tiveram direito a edição em VHS e a uma novelização em livro. A iniciativa SIC Filmes foi prolongada em 2001, mas com menor sucesso. Segundo o IMDB, o telefilme foi exibido em 2005 na Hungria.

De referir ainda que a principal música do filme é "Asas (Eléctricas)" dos GNR, que também foi o primeiro single do seu álbum "Pop Less".




Trailer:



segunda-feira, 26 de janeiro de 2015

My Reason - Demis Roussos (1972)

Conforme prometido no artigo publicado no dia que se soube da morte do cantor e músico Demis Roussos [aqui], fui procurar nos arquivos e na coleção cá de casa e encontrei este vinil do artista, com a grafia Démis Roussos.
A edição é francesa, como atesta a indicação "Parade Couleurs", a capa quase idêntica ás edições de outros países. Note-se que abaixo do título "My Reason" está "Ma musique", visto que o tema inclui frases em francês.

A capa frontal:


"My Reason" a faixa do lado A do disco:

"When I'm A Kid" o lado B:


O verso da capa do disco ficou mal focada, mas a informação é escassa:

Segundo o site 45cat, esta é a informação constante no próprio vinil:
  • Faixa A - "My Reason". Compositores: S. Vlavianos, Ch. Chalkitis, H .Banks, Ch. Chalkitis. Arranjos:        Harry e Steal.
  • Faixa B - "When I'm A Kid". Compositores: S. Vlavianos, Ch. Chalkitis, B. Bergman Arranjos: Harry e Steal.
Ambas as canções foram incluidas no ano seguinte no álbum "Forever And Ever" (1973), junto a outros grandes êxitos da carreira a solo de Demis Roussos. [Mais aqui: "Demis Roussos (1946-2015)"]


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Demis Roussos (1946-2015)


No dia que em a Grécia está nas bocas do Mundo pelas decisivas eleições, o país onde nasceu a democracia perdeu um dos seus artistas mais célebres: Demis Roussos (baptizado  Artemios Ventouris Roussos) com 68 anos de idade, depois de várias semanas hospitalizado. Julgava que o senhor fosse mais velho, mas como me dizem aqui ao lado, por ser gordo parecia mais envelhecido. Conheci o cantor grego - nascido no Egipto - através da colecção de discos de vinil dos meus pais, tal como provavelmente todos os da minha geração. Há uns anos depois de ouvi-lo na rádio online Nostalgie, pesquisei e fiquei fã de alguns temas da sua fase do grupo Afrodite's Child (já antes participara nos grupos The Idols, e We Five), quando partilhou palco com outro membro do panteão musical helénico: Vangelis (com quem gravou vários álbuns depois do final da banda, incluindo uma participação especial na célebre banda sonora de Blade Runner). Mas o maior sucesso global veio mais tarde na sua fase solo de cantor romântico com o seu estilo característico de voz potente e a música com inspirações mediterrânicas e árabes. Segundo a Wikipedia, vendeu mais de 60 milhões de albuns por todo o mundo. Em 1985, foi um dos reféns do voo TWA Flight 847.
Hei-de vasculhar as compilações e singles cá de casa para partilhar alguns convosco. Demis não tinha o aspecto de um galã elegante, mas decerto vários dos nossos leitores foram concebidos ao embalo de "Goodbye, my Love Goodbye", ou "Forever and Ever". 


"Goodbye, my Love Goodbye"

"Forever and Ever" (1976)

"We Shall Dance" (1971)

"It's Five O'Clock" (1970)

"Rain and Tears" (1968)

"The Four Horsemen" (1972)

"Quand Je T'Aime" (1987)

"White Sails" (1974)

"Lovely Lady Of Arcadia" (1974)

"My Only Fascination" (1974)




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