segunda-feira, 9 de dezembro de 2013

Eddy Grant "Gimme Hope Jo'anna" (1988)

por Paulo Neto

Com o falecimento de Nelson Mandela, o mundo recorda a sua luta pelo fim do apartheid, a política de segregação racial na África do Sul que durou décadas. Existem muitas canções que denunciavam o apartheid como um colectivo de artistas conhecidos, "Artists Against Apartheid"  que gravou o tema "Sun City" (1985), dizendo a cantar que nunca iriam actuar nessa luxuosa estância sul-africana (tida como a Las Vegas de África) onde actuavam outros nomes da música pagos a peso de ouro.
Já em 1984, os Specials editaram o rotundo "Free Nelson Mandela" e Johnny Clegg, cantor e antropologista a quem chamavam-no do "Zulu branco", gravou em 1987 "Asimbonamga (Mandela)", o tema que se tornou a banda sonora da libertação de Nelson Mandela em 1990.



Mas aquela que será talvez a mais famosa canção anti-apartheid não menciona directamente Nelson Mandela, nem sequer era interpretada por um sul-africano. O artista reggae Eddy Grant, natural da Guiana, já era conhecido por temas como "I Don't Wanna Dance" e "Electric Avenue" mas o seu maior hit surgiu em 1988 com "Gimme Hope Jo'anna", um tema de ritmo dançável cuja letra falava sobre o apartheid.



Eu lembro-me de gostar muito do tema na altura, mas como ainda não dominava o inglês, eu pensava mesmo que Eddy Grant estava a falar sobre a sua relação com uma Joanna qualquer (tal como a "Joana" do Marco Paulo, editado no mesmo ano). Só anos mais tarde é que descobri que se tratava de um diminutivo da cidade de Joanesburgo e mais concretamente que a Jo'anna da canção é como uma personificação das forças pró-apartheid, que manipulam a imprensa e a comunicação social, financiam o comércio ilegal de armamento, interferem nos conflitos de outros países (como na guerra civil de Angola)  e como diz a canção, satisfaziam apenas uma quantas pessoas da privilegiada minoria branca e não queriam saber do resto. Como disse antes a canção não falava em Nelson Mandela mas mencionava o Bispo Desmond Tutu ("the Archbishop who's a peaceful man") outra grande figura da causa anti-apartheid.
Com uma forte mensagem e um ritmo reggae que convidava a dar ao pezinho, o tema deu uma no cravo e outra na ferradura e foi um sucesso mundial, chegando ao n.º 1 dos tops em Espanha e na Holanda. Apesar da proibição governamental, o tema também foi amplamente tocado na África do Sul.



Eddy Grant continua no activo, tanto na sua carreira musical como nas suas causas activistas, mas nunca mais repetiu o sucesso que teve nos anos 80. A última vez que fez mossa nos tops foi com um remix de 2001 de "Electric Avenue". Quanto a "Gimme Hope Jo'anna", ainda vai tocando de vez em quando nas rádios. E provando que talvez a sua forma fosse mais forte que o seu conteúdo, o tema tem sido alvo de algumas curiosas reformulações, como por exemplo para um anúncio britânico de iogurtes.

sábado, 7 de dezembro de 2013

Dinky Dog (1978-1981)


Mais um cartoon com um genérico inesquecível: um adorável cãozinho que cresce, cresce e cresce!! Os episódios de "Dinky Dog", o maior cão do Mundo - produzidos pela incansável Hannah-Barbera - tinham apenas 11 minutos de duração ( e originalmente faziam parte - nos EUA - do “the All-New Popeye Hour” e mais tarde - graças ao sucesso - o seu próprio horário de meia hora, com dois episódios emitidos de seguida ) exibidos entre 1978 e 1981.
O genérico inicial, que certamente vai fazer sorrir os nossos leitores ao recordar este divertido desenho animado:



Consegui confirmar que em Portugal foi emitido - pelo menos - em 1985 nas terças-feiras, às 19:30 na RTP2, na rubrica de meia hora "Desenhos Animados" - o nome mais óbvio de sempre (ou será que foi o programa que popularizou a expressão?).
Quem dava a voz original ao cão Dinky era o temível Megatron (dos Transformers), isto é, o actor de voz Frank Welker. Devido ao enorme tamanho de Dinky, o caos e destruição seguem-o e as suas donas, a loura Sandy (Jackie Joseph, que entre outros, actuou nos dois Gremlins, e em dois filmes da saga "Academia de Policia") e a morena Monica (Julie Bennett, uma das vozes de Lois Lane na série animada dos anos 60, "The Superman/Aquaman Hour Of Adventure"), vêem-se constantemente em apuros para pagar as despesas causadas ao tio Dudley (Frank Nelson) com que moram. Mais adiante, as desventuras de Dinky passaram a acontecer em todos os continentes, durante uma viagem pelo Mundo na companhia das donas.







Mais info: Wikipedia - "Dinky_Dog" (inglês)

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sexta-feira, 6 de dezembro de 2013

TMN - Número Amarelo (1997)



Hoje um anúncio mais recente que o habitual, já perto do final dos anos 90. O reclame é da TMN, e promove o número 2118, o "número amarelo" pelo qual o cliente pode descobrir o nome através do número de telemóvel, ou vice-versa. Clientes TMN, este número ainda está em funcionamento?

A imagem foi enviada pelo meu caro sócio do CINE31, o Bruno Duarte. Já agora, visitem o site dele, o Grand Temple, onde ele fala de cinema e tem "Videos Caseiros de Qualidade Duvidosa". Palavras dele!

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quinta-feira, 5 de dezembro de 2013

Nelson Mandela



A maioria dos meios de comunicação há meses que devem ter preparado o obituário de Nelson Mandela, desde que o seu estado de saúde se deteriorou. Eu como gosto de improvisar, deixo sempre tudo para a ultima da hora, e parece que - depois dos falsos alarmes de Junho passado - Nelson Mandela faleceu, aos 95 anos de idade.
Mais detalhes: Público - Morreu Nelson Mandela: A liberdade como obra

Nem vou tentar abordar todos os aspectos desta personalidade sobre a qual nas ultimas décadas tanto se falou, escreveu, filmou. Depois de o jovem advogado liderar a resistência não violenta, e ser aprisionado pelo regime racista da África do Sul, tornou-se famoso a nível mundial e a cara pela luta contra o Apartheid, o racismo legalizado pela minoria branca da África do Sul, também combatido com métodos não "não violentos". Depois de encarcerado quase 30 anos, o seu discurso era menos radical e mais conciliador das facções em confronto, que culminou com a sua eleição como o primeiro presidente negro da África do Sul, carinhosamente apelidado de Madiba.
A Wikipédia tem um bom resumo da sua controversa vida politica e pessoal : 'Nelson "Madiba" Mandela'.


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Jogos de Verão (1989)


"Jogos de Verão" foi um programa dos Domingos à tarde no Verão de 1989, apresentado por uma presença assídua no ecrã da tv pública durante esta década: Luís Pereira de Sousa. Em pleno Verão, enquanto os colegas iam de férias, o jornalista e apresentador trabalhava onde os outros se divertiam: ao Sol das praias do nosso país. Os nossos caros leitores no Facebook recordam Luís Pereira de Sousa - enquanto apresentador - assim: "O deus da TV"; "O rei dos enganos linguisticos e dos tropeções nos fios dos microfones." ou "E não esquecer o constante engano no enquadramento da camera, geralmente ele falava para o boneco, para uma camera que nunca era a que estava a gravar no momento.". A minha memória não é assim tão boa, mas acredito nos leitores (na maioria das vezes).
Segundo o que apurei, a primeira emissão de "Jogos de Verão" foi a  9 de Julho de 1989, no horário das 17 horas, substituindo o Clube Amigos Disney. O último programa foi ao ar a 17 de Setembro do mesmo ano. Os programas duravam cerca de duas horas, "aquecendo" o público para o programa das 19 horas: o mítico "O Justiceiro" e a partir de 23 de Julho, "Os Maníacos do Desporto".

Investigando pela Internet, a descrição mais longa com que me deparei foi a da página da Wikipédia dedicada a Luís Pereira de Sousa:

"Programa semanal transmitido pela RTP em 1989, nas tardes de Sábado, durante o Verão. A acção decorria em praias espalhadas por Portugal, recebendo o apresentador concorrentes que tinham que jogar diversos jogos desportivos, como, por exemplo, a corrida dentro de um saco."

No entanto, o programa era emitido aos Domingos e não aos Sábados como indicado no excerto acima.

Infelizmente, a minha nebulosa memória não contém recordações deste concurso/competição da RTP1 que também contava com actuações de variados artistas. Mas imagino que além de correr dentro de um saco, muitos jogos seriam possiveis de fazer numa praia, principalmente coisas que envolvessem corridas e muitas quedas na areia ao longo de 11 semanas de programas. Conto com a memória dos nossos leitores, e sugiro que partilhem as vossas recordações do programa - se viram na TV, passou na praia da vossa terra ou se participaram no concurso - nos comentários deste artigo, ou no Facebook da Enciclopédia.

Curiosamente, o único video do programa que encontrei online, não foi passado numa das "praias espealhadas por Portugal", mas na lendária Feira Popular de Lisboa. O excerto consiste numa actuação da cantora Ana, com o seu êxito "Só Mais Um Beijo" (1989):


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terça-feira, 3 de dezembro de 2013

Toyota Corolla 1200 (1974)

Anúncio ao compacto da Toyota, o Corolla 1200, que tenta destacar o elemento de economia de combustivel: "o Corolla anda mais consumindo menos". "vai mais longe...e volta".

Publicidade retirada da revista Tele Semana nº 56, de 15 de Fevereiro de 1974.

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segunda-feira, 2 de dezembro de 2013

Quem é Quem?

por Paulo Neto

Todos os anos, um dos primeiros sinais do arranque da quadra natalícia é a overdose de anúncios a brinquedos na televisão. Quando era petiz e assistia aos espaços de desenhos animados da RTP em finais de Novembro e ao longo do mês de Dezembro, era certo que nos intervalos iria levar com um bombardeamento de jogos e brinquedos que me deixavam em êxtase e com esperanças de receber alguns deles pelo Natal. Obviamente que eu me interessava mais por aqueles essencialmente direccionados aos rapazes (Playmobil, Lego, Transformers, Micro Machines, carros telecomandados, as pistas de automóveis, os jogos de tabuleiro, as consolas de jogos) e só a custo suportava os milhentos anúncios de Barbies, Nenucos e Barriguitas.

Infelizmente não recebi a grande maioria dos brinquedos anunciados que eu cobiçava, como por exemplo, os carros telecomandados Nikko, a estação de serviço de cinco andares da Galp ou os jogos Pulgas Na Cama e Traga-Bolas. Claro que na hora da verdade acabava por não ficar decepcionado pois lá recebia aquele Playmobil que me deixava de olhos arregalados quando o via numa loja ou outros brinquedos menos célebres a quem eu dedicava a mesma atenção que dedicaria aqueles anunciados na TV.  



Um dos jogos que muitos, incluindo eu, sonhavam receber a cada Natal era o "Quem É Quem"? Como não podia deixar de ser, o jogo tinha um anúncio mítico: "Acertei! E ganhei no Quem É Quem!"


O jogo era simples, consistindo apenas em dois tabuleiros, cada um com um lote de divertidas personagem com caras mais ou menos cómicas com nomes anglo-saxónicos. Estranhamente no lote de personagens, pelo menos na versão comercializada em Portugal, não figurava o Jack, a personagem que o miúdo do anúncio adivinha. Através de perguntas com resposta de Sim ou Não, cada jogador tinha de descobrir qual era a personagem escolhida pelo adversário antes que este descobrisse a sua. Por exemplo, se tinha chapéu, cabelo louro, nariz grande, bigode... Consoante as respostas, os jogadores iam eliminando hipóteses baixando os painéis com as personagens excluídas. Quando só tivesse duas ou três hipóteses finais em aberto, o jogador era obrigado a arriscar.  
Lembro-me que ninguém gostava quando lhe calhava uma mulher pois eram apenas cinco mulheres (na primeira versão, chamavam-se Anita, Anne, Claire, Maria e Susan) e os homens eram bem mais. Por isso, habitualmente estabelecia-se uma regra de que não se podia perguntar logo qual o sexo da personagem. 




Apesar da sua simplicidade, o "Quem É Quem" era a cada Natal um dos presentes mais desejados, tanto por rapazes como por raparigas. Eu só o tive bem mais tarde, já no final da adolescência, ao comprar a versão "jogo de viagem" mas ainda assim eu, o meu irmão e até a minha mãe ainda nos divertimos a jogar, o que prova que o apelo do "Quem É Quem" transcendia idades.

Pelo que sei, o "Quem É Quem" continua a ser comercializado mas num anúncio que eu vi recentemente, parece que agora está todo electrónico e XPTO, com luzes e botões. 


sábado, 30 de novembro de 2013

My Holiday Girl - Mini Pop (1974)

Anúncio ao single "My Holiday Girl", o último lançado pelo quarteto juvenil "Mini Pop", e definido como "um êxito perigoso". Imagino que o "perigoso" seja para combinar com o sinal de trânsito com que os petizes foram fotografados. E com umas belas fatiotas, acrescente-se!

My Holiday Girl - Mini Pop:


O próprio videoclip no Youtube fornece informação sobre o grupo "Mini-Pop", que - quais Pokemons - "evoluiram" para os "Jáfumega" (Latin'America, La Dolce Vita).

Reproduzo na integra o texto que acompanha o video ( que é uma variação do texto da Wikipedia):
"Mini-Pop foi um grupo infantil que iria dar origem aos Jáfumega. O conjunto , composto por 4 elementos, de idades compreendidas entre os 7 e os 11 anos de idade, formou-se no ano de 1969. O grupo dos irmãos Barreiros (Pedro, Mário e Eugénio)e do amigo Abílio foi dinamizado pelo Pai Mário Barreiros. Mais tarde veio a juntar-se ao agrupamento (1977) o ainda jovem idoso Vitor Barbosa, mais conhecido como o "Cambraia". Esta nova aquisição veio impulsionar e dar um novo fôlego à musica nacional portuguesa, com uns insequecíveis "brilharetes" de guitarra neo-rockabilliana de retoques barrocos mas sempre eclécticos. A guitarra usada por este génio da guitarra foi uma Fender Stradivarius americana com Texas Special assim como uma Gibson Les Paul Standard gold top.
Gravaram dois singles para a editora Zip-Zip. O maior sucesso foi uma versão de "A Casa" (Era Uma Casa Muito Engraçada).
Ao vivo o repertório do grupo nunca foi tão comercial como em disco. Actuaram com bastante sucesso no Festival de Vilar de Mouros de 1971.
Passaram para a Movieplay onde gravaram um primeiro single com os temas "Delta Queen" e "Beggars Can't Be Choosers".
Participaram depois no Festival RTP da Canção de 1973 com "Menina de Luto".
Lançaram o single "Days Of Summer/Vaya Con Dios". Gravaram novo single, "My Holiday Girl", com temas de Paulo de Carvalho e Mike Britton.
Durante 10 anos de carreira gravaram sete singles e participaram em cerca de 300 espectáculos. Também tentaram entrar em Espanha como "Tanga", o nome escolhido para a internacionalização.
Após o fim do grupo transformaram-se nos Jafumega, uma das bandas que marcou a década de 80 em termos musicais. Um dos elementos (Abílio) integrou a banda rock Roxigénio."

Mais algumas músicas do grupo:

Ladrar à Lua (1971):

Menina de Luto (1973) Festival da Canção 1973:


Publicidade retirada da revista Tele Semana nº 56, de 15 de Fevereiro de 1974.

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