por Paulo Neto
No Verão de 2001, um dos filmes que tinha mais expectativa em ver era "Pearl Harbor". Em teoria, tinha tudo para ser o blockbuster do ano e ser o novo "Titanic". Relatava um período marcante da história, o bombardeamento japonês à base naval americana de Pearl Harbor no Havai no dia 7 de Dezembro de 1941 (assinalavam-se então os 60 anos do ataque) que marcou o início do envolvimento dos Estados Unidos na Segunda Guerra Mundial, através de uma história de amor, o elenco tinha muitos nomes sonantes, prometia acção trepidante e até tinha também uma balada épica como tema principal. E nem sequer o nome de Michael Bay na realização levantava muitas suspeitas, já que então vinha de uma tripla de grandes blockbusters ("Os Bad Boys", "O Rochedo", "Armageddon"). No entanto, na prática não foi bem assim.
Mas primeiro a história: amigos desde infância, Rafe McCawley (Ben Affleck) e Danny Walker (Josh Hartnett) são tenentes do Exército sob o comando do Major Doolittle (Alec Baldwin). Durante um exame médico, Rafe engraça com a enfermeira Evelyn Johnson (Kate Beckinsale) e os dois não tardam a iniciarem um romance, que é interrompido quando ele informa que foi escolhido para integrar o Esquadrão Águia e que está de partida para uma missão na Europa. Durante essa missão, o seu avião é atingido e Rafe é dado como morto.
Desolada, Evelyn é apoiada por Danny e os dois acabam por se envolver. No dia antes do ataque japonês, Evelyn fica estupefacta quando Rafe surge à sua porta, tendo sobrevivido ao ataque do seu avião e na clandestinidade da França ocupada pelos nazis. Rafe fica indignado quando descobre que ela e Danny namoram mas antes que as coisas fiquem esclarecidas, na manhã seguinte o exército ataca a base de Pearl Harbour, semeando o terror entre a população. Uma das vítimas mortais é Betty (Jamie King), uma enfermeira amiga de Evelyn.
Comercialmente, "Pearl Harbor" não se saiu nada mal, sendo o sexto filme mais rentável de 2001 e foi nomeado para quatro Óscares, vencendo o de Melhor Edição de Som. Porém as críticas foram maioritariamente negativas, sobretudo no respeito ao argumento, ao ritmo da acção e às incorreções históricas. E quando vi o filme, embora achasse que me entreteve o suficiente, tive de concordar que a parra era bem mais que a uva: o desempenho dos actores (excepto Kate Beckinsale) não passou da mediania, a narrativa principal do triângulo amoroso não foi muito convincente, as outras histórias secundárias, como a de Dorie Miller, foram muito residuais, o ritmo era lento e a cena do ataque japonês era uma salganhada de explosões e efeitos especiais que seria paradigma da obra de Michael Bay, e o resto do filme após o ataque pareceu-me demasiado rápido. (E isto sem falar nos inevitáveis tons ultrapatriotistas made in USA.) Não pude deixar de sentir que havia potencial para muito mais. Hoje por hoje, a opinião de geral sobre "Pearl Harbor" está muito dividida, há quem goste muito e quem não goste nada, mas creio que não é tão recordado entre os filmes mais marcantes desta altura como poderia ter sido.
E quando é lembrado, é sobretudo por causa do tema principal, "There You'll Be" interpretado por Faith Hill, que apesar de não ser nenhum "My Heart Will Go On" (aliás consta que foi também proposto a Céline Dion que recusou), cumpria bem a função de balada épica de blockbuster e tornou-se o maior hit desta cantora country na Europa. A canção foi nomeada por o Óscar, o Globo de Ouro e um Grammy e foi n.º 1 nos tops de Canadá, Suécia e...Portugal. No Reino Unido em 2008, devido à interpretação de uma concorrente no programa "X Factor", "There You'll Be" regressou ao top 10.
Trailer:
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