terça-feira, 29 de setembro de 2015

Bia, A Pequena Feiticeira (1974-75)

por Paulo Neto

"b-a b-e ba be, b-i ba be bi, b-o ba be bi bo, b-u ba be bi bo bu". Não, não estava a escrever em código. É assim que soava o tema da série animada japonesa "Bia, A Pequena Feitceira", que foi exibida pela primeira vez em Portugal em 1990, na RTP 2 no famoso espaço infantil da altura "Recreio do 2". De título original "Majokko Megu-Chan", era uma série anime dos conhecidos estúdios Toei de 1974, sendo por isso uma das séries animes mais antigas exibidas em Portugal.




Reza assim a história da série: Bia e Nádia são duas jovens feiticeiras que disputam o título de Rainha dos Feitiços. Como parte do seu treino e do processo de competição, as duas terão de passar algum tempo na Terra antes da disputa final.



Bia é alegre e bem-disposta e integra-se facilmente no mundo dos humanos. É acolhida por Ana, uma antiga feiticeira que renunciou à hipótese de ser Rainha dos Feitiços por amor a Paulo, com quem casou e teve dois filhos Zeca e Lena. Ana enfeitiça a sua família para que eles encarem Bia como parte da família e apesar de algumas tropelias, Bia fica perfeitamente integrada no seio da família Cardoso e comporta-se como uma típica humana adolescente de 15 anos (com tudo de positivo e negativo que isso significa). Bia também integra-se na sua escola onde faz duas grandes amigas, a caixa-de-óculos Rita e Ema, com dois novelos na cabeça e que no primeiro episódio onde aparece, sofre de uma maldição que leva inexplicavelmente as pessoas a agredirem-na, isto apesar dos maus bocados que Mário, o bully local, lhe faz passar.





Por seu turno, Nádia é uma rapariga fria e distante que despreza os humanos. É acolhida na Terra por Olga, que tal como Ana, também renunciou a ser feiticeira para se casar. No entanto, Olga arrepende-se do casamento com o pacato artista Gil e vê em Nádia uma hipótese de conseguir através dela a sua oportunidade perdida de ser a Rainha dos Feitiços.



Para complicar ainda mais a situação, existe Choné, um feiticeiro encarregado de monitorizar o treino das jovens feiticeiras. Só que Choné não esconde a sua preferência por Nádia e faz tudo para prejudicar Bia com a ajuda dos suas mascotes, o corvo Crácrá e a gata Frufru. Mas apesar da sua ambição, Nádia quer vencer a rival de forma justa, pelo que recusa os incentivos de Olga e os estratagemas de Choné para fazer jogo sujo. Inclusivamente por vezes, Bia e Nádia unem esforços para enfrentar certas ameaças mais poderosas.

Com o tempo, Bia vai se tornando mais madura e tomando consciências dos seus poderes e da responsabilidade que eles acarretam, e Nádia vai se sentindo cada vez mais à vontade entre os humanos e percebendo que parte do seu dever como feiticeira é protegê-los. Também são reveladas as intenções secretas de Choné: ele encontra-se ao serviço de Satúrnia, uma feiticeira malvada que pretende ser Rainha dos Feitiços e que vê as duas jovens, sobretudo Bia, como os principais obstáculos aos seus intentos. 


Com doses equilibradas de humor, drama e fantasia e uma pitada de sensualidade - havia muitas cenas em que Bia surgia de roupa interior ou de roupão transparente - "Bia, A Pequena Feiticeira" tornou-se uma série marcante que ainda hoje muitos recordam. Outro factor para o sucesso da série foi o excelente trabalho de dobragem que contou com nomes como Cláudia Cadima (Bia), Helena Isabel (Nádia), Fernanda Montemor (Ana), Ermelinda Duarte (Zeca e Olga), Adriano Luz (Choné e Gil), António Semedo (Paulo), Henriqueta Maia (Rita e Ema), Joel Constantino (Mário e Crácrá) e Margarida Rosa Rodrigues (Lena e Frufru). A RTP adquiriu a versão italiana com 65 episódios dos 72 originais. Os sete episódios em falta foram censurados em Itália por abordarem temáticas demasiado sensíveis como o suicídio ou algum conteúdo mais tétrico. O site Brinca Brincando faz uma análise mais detalhada sobre esses episódios censurados. 

Em certos países, além da respectiva colecção de manga, foi editada em certos países uma revista de banda desenhada ao estilo ocidental com novas histórias e uma colecção de cromos. "Bia, A Pequena Feiticeira" é aponta como tendo influenciado outras séries anime como "A Navegante Da Lua".

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