Pelo título em Portugal parece que vamos falar de uma aventura de Enid Blyton, mas não, trata-se de uma série baseada na obra de outra autora inglesa, Edith Nesbit (1858-1924), que assinava a maioria dos seus livros como E. Nesbit.
E. Nesbit
Originalmente publicado em 1902 com o título "Five Children And It", o livro tornou-se rapidamente um clássico da literatura juvenil e tem desde então sido adaptado para televisão, cinema, anime, teatro musical e banda desenhada. Foi o primeiro livro de uma trilogia protagonizada por cinco jovens irmãos no início do século XX que encontram seres míticos e artefatos que lhes concedem desejos. Os outros volumes da trilogia foram "The Phoenix And The Carpet" e "The Story Of The Amulet".
Em 1991, a BBC adaptou a obra para uma série de seis episódios que foi exibida na RTP1 com o título "Cinco Mais Um", no espaço infantil das manhãs de Domingo, creio que em 1992.
Cyril, Jane, Anthea, o "Cordeiro" e Robert
A série conta as aventuras de cinco irmãos que conhecem um estranho ser mágico. Oriundos de Londres, os irmãos Cyril (Simon Godwin), Anthea (Nicole Mowat), Robert (Charles Richards), Jane (Tamzen Audas), assim como o irmão mais novo, um bebé a quem eles chamam de "o Cordeiro" (Alexander e Lewis Wilson), vão passar as férias na casa de campo do seu tio na região de Kent.
Um dia, ao brincarem num monte de cascalho, descobrem uma estranha criatura chamada Psammead (voz de Francis Wright), uma espécie de génio da areia. Rezingão e irascível, Psammead tem o poder de conceder um desejo por dia a crianças, sendo que esse desejo acaba ao pôr do sol. Aparentemente, ele é um dos poucos sobreviventes dessa espécie feérica, que existe desde a Idade da Pedra.
Psammead
Entusiasmadas com essa descoberta, os petizes decidem pedir-lhe vários desejos, a que o génio concede, frequentemente a contragosto. No entanto, os desejos acabam por metê-las sempre em encrencas, ou por falta de reflexão na hora de pedir, ou porque Psammead tende a levar à letra aquilo que desejam.
Por exemplo, quando os irmãos desejam ser mais bonitos, os guardas da casa do tio não os reconhecem e impedem-nos de entrar; quando as crianças desejam ter muito dinheiro, o génio entrega-lhes muitas moedas que já estão fora de circulação; quando eles pedem para o "Cordeiro" ser mais velho, ele transforma-se num homem adulto mas ainda com mentalidade de bebé; e quando, farto de ser atormentado pelo filho do padeiro, Robert deseja ser mais alto, Psammead transforma-o num gigante.
Entre aventuras e desventuras, Cyril, Anthea, Robert e Jane aprendem lições sobre responsabilidade e prudência, além de se sentirem mais unidos. No fim, eles concluem que não precisam de magia e de desejos para serem felizes, e despedem-se de Psammead.
Em 1993, houve uma nova série, chamada "The Return Of The Psammead", que embora recuperasse a personagem titular e tendo um novo grupo de crianças que lhe pedem desejos, não era diretamente adaptada dos livros de E. Nesbit. Creio que esta série também passou em Portugal, pois eu me lembro de um episódio em que uma das raparigas pediu o desejo de ter uma irmã gémea, que se revela uma peste intratável, que eu julgava ser da série anterior, mas segundo o IMDB é um episódio desta série. Outro episódio curioso da nova série foi um em que um dos desejos dos petizes era viajar para o futuro e acabam por ir parar ao ano de 1993.
Uns muito jovens Freddie Highmore e Jonathan Bailey na adaptação cinematográfica de 2004
Em 2004, "Cinco Mais Um" teve uma adaptação para cinema com uns bens jovens Jonathan Bailey e Freddie Highmore nos papéis de Cyril e Robert, respetivamente. Existe ainda uma variação moderna de 2012, "Four Children And It" escrita por Jacqueline Wilson, onde quatro crianças do século XX encontram Psammead e que teve a sua própria adaptação para filme em 2020.
Genérico:
Os episódios da série, excepto o terceiro, estão disponíveis em inglês no YouTube:
Para aqueles da minha geração, ainda parece que o início da SIC foi ontem, mas a verdade é que faz hoje 33 anos que a primeira estação privada portuguesa começou as suas emissões.
Há uns anos, analisámos um programa especial do segundo aniversário da SIC, quando já provava os primeiros sabores da liderança de audiências. Desta feita, vamos debruçar-nos sobre o primeiro aniversário da SIC.
Ao fim de um ano de emissões, a SIC ainda voava baixinho, com a RTP ainda segura na liderança e a TVI ainda discreta a procurar o seu rumo. Porém, praticamente desde o seu início, a SIC ia demonstrando que havia outra forma de fazer televisão em Portugal que não aquela que se conhecia ao longo de mais de 35 anos de RTP. Paulatinamente, a estação foi capturando os desejos e as mudanças de um país que entrava numa fase de rara prosperidade e, mesmo ao fim de apenas um ano, já dava sinais que se estaria na vanguarda audiovisual das transformações socioculturais no país nos anos 90. Aliás, nessa rentrée de 1993, a SIC estreou alguns dos seus programas mais icónicos como "Ora Bolas, Marina", "Na Cama Com..." e sobretudo, "Chuva de Estrelas".
Era pois com confiança e optimismo que a SIC celebrava o seu primeiro aniversário, a 6 de Outubro de 1993. Ao longo desse dia, uma presença constante foi este separador em que pessoas em várias atividades fazem círculos com as mãos, em alusão ao sempiterno logótipo circular da SIC, enquanto se ouve cantar:
Parabéns a você Por gostar de nos ver Com a sua preferência Conseguimos vencer
(Escusado será dizer que o ponto alto do separador é a peixeira que faz rodar uma enguia.)
Segundo o jornal "A Comarca de Arganil" esta foi a programação nesse dia.
Nesse dia a SIC abriu a emissão às oito da manhã, algo ainda pouco habitual para altura, uma vez que nos dias de semana, o canal só iniciava a sua emissão às 16 horas e só seria bem por 1994 adentro que passaria a ter emissões regulares de manhã nesses dias. Para começar, uma longa-metragem do "Babar", depois um programa com o hipnotizador Andrew Newton. Seguiu-se os prémios de magia "Magic Star" e um especial sobre a telenovela "Renascer", então em exibição na SIC.
Este especial foi apresentado pela actriz Christiane Torloni, que na altura vivia em Portugal, onde procurou refúgio depois da morte de um dos seus filhos. Por cá, fez teatro e alguns trabalhos de apresentação para a SIC, como por exemplo, preâmbulos sobre os filmes exibidos no espaço "Os Dias Do Cinema" e a promoção da telenovela "Renascer". Neste especial, Torloni conversou com vários actores da telenovela, nomeadamente António Fagundes que era o protagonista. Claro está que no final, os actores não deixaram de deixar os seus votos de parabéns para a SIC.
Ao longo do dia, foram também mostrado segmentos filmados um pouco por todo o país, com as sempiternas caras da SIC Ana Marques e José Figueiras visitando várias escolas e conversando com os alunos, dos mais pequenos aos mais crescidos, sobre as suas opiniões sobre a SIC. Pelo meio, houve também segmentos onde Rita Seguro, então o deslumbrante rosto do "Portugal Radical", deu o ar da sua graça.
Para o resto do dia estavam previstos outros especiais, como uma apresentação dos programas da nova grelha, um especialíssimo episódio de "Falas Tu Ou Falo Eu" com Amália Rodrigues (que viria a falecer daí a exatamente seis anos), a transmissão da festa do primeiro aniversário da SIC na Quinta de Manique e a terminar, a cerimónia dos MTV Video Music Awards desse ano.
Eis alguns dos intervalos da SIC nesse dia:
Mensagens de Pedro Santana Lopes, José Saramago e Joaquim Letria. Promo aos "Prémios de Magia Magic Star". Anúncios aos automóveis Lada, ao iogurte Vigor com mel, a linha de valor acrescentado onde se podia ganhar uma Sega Mega Drive, os Donuts do dia (com Afonso Vilela, Heitor Lourenço e João Didelet e jingle cantado pelo inevitável Gustavo Sequeira), a primeira Jornada Europeia da Leitura Teatral, Cola Cao Instavit, Gilette "o melhor para o Homem" (novamente Gustavo Sequeira) e Kellogg's All Bran. Promo às "Experiências Hipnóticas de Andrew Newton". Separador de aniversário e depoimentos dos portugueses na rua sobre a SIC.
Mensagens de Cunha Rodrigues (o então Procurador Geral da República), António Guterres, Herman José, Manuela Eanes e Vasco Graça Moura. Promo aos programas a preencherem a noite do aniversário: o já referido "Falas Tu Ou Falo Eu" com Amália Rodrigues, a gala de aniversário da SIC com a presença da cantora soul britânica Mica Paris e os MTV Video Music Awards. Os anúncios já referidos. Promo ao especial de "Renascer".
Mensagens de Fernando Gomes (então o edil do Porto), Aurora Cunha, António Veloso, Agostinho Roseta, Freitas Do Amaral, Padre Vítor Melícias, Ruy de Carvalho e Carlos Cruz. Promo ao "Praça Pública" sobre água imprópria para consumo. Anúncios à espuma Ultra Suave Guarnier, a campanha de promoção à iniciativa de trocas de seringas usadas nas farmácias, Sega MegaDrive, o champô Linic (onde dá para ouvir a voz de Júlia Pinheiro), a manteiga Flora, o Glassex Casa De Banho, as colorações Expression da Garnier, o Cif (com outro rei dos jingles, Tó Leal). Promo ao programa "E O Resto É Conversa" com Teresa Guilherme, o separador de aniversário e mais depoimentos.
Anúncio do Cola-Cao Instavit. Promo de "E O Resto É Conversa". Anúncios de Óleo Mobil 1, espuma brushing Graffic da Garnier, o Totoloto, um dos míticos anúncios do Azeite Gallo ao som de "Ó Rama Ó Que Linda Rama" e a esfregona Vileda. Promo de "Falas Tu Ou Falo Eu".
Outros intervalos:
Mica Paris "Never Felt Like This Before"
Um agradecimento aos canais do YouTube Máquina do Tempo e Grafismos Portugueses pelos vídeos disponibilizados.
O Outono de 1992 prometia ser dos mais quentes a nível televisivo, pois ditou o fim do monopólio da RTP, com o início de emissões das televisões privadas, primeiro a SIC logo em Outubro desse ano e a TVI uns meses depois, ambas prometendo formas de ver televisão diferentes a que Portugal estava habituado.
Por isso, para fazer parte a este inédito desafio de concorrência, a RTP puxou dos seus galões e levou a cabo uma das suas mais marcantes "rentrées" televisivas. Há alguns anos, já fizemos um artigo sobre os programas da RTP1 que marcaram essa grelha, alguns dos quais que se tornariam bastante icónicos.
Mas seria a RTP2 que então passaria por uma mudança mais profunda, a começar por uma nova nomenclatura, talvez inspirada pelo sucesso do branding da RTP1 como Canal 1 em 1990. Foi então que a 14 de Setembro de 1992, "nascia" uma nova TV, a TV2. E com ela, um novo logótipo, uma nova grelha, novos separadores, novo genérico de abertura e um novo fecho.
Apesar de pessoalmente, em termos de gráficos e logótipo, eu preferir a era da RTP2 que precedeu esta (a tal com os separadores com as frutas) e que vinha desde 1990, esta também foi uma forte era nesse aspecto. Foi também nesta era que eu por fim tive a RTP 2 em minha casa, quando, pouco antes do Natal desse ano, os senhores que foram instalar uma antena parabólica na minha casa antiga também sintonizaram a RTP2 e a SIC na nossa televisão, pondo fim a doze anos em que eu estive limitado à RTP1 e apenas podendo ver o segundo canal em casa alheia.
Pelo que pude apurar, o logótipo da TV2 foi escolhido através de um concurso destinado a publicitários, tendo a escolha recaído sobre a proposta da brasileira Mónika Cabral, da agência Young & Rubicam.
A campanha desta "nova TV" começou com alguma polémica, pois o primeiro anúncio de promoção era o de uma mulher grávida que à medida que a câmara vai avançando, vê-se a forma de uma televisão na sua barriga, seguido da frase "Dia 14, nasce uma nova TV". Ao que mais tarde se seguiu outro anúncio de um homem numa maternidade ansioso para ver o seu filho recém-nascido, que vai-se a ver a cabeça é uma televisão com logótipo da TV2 no ecrã e a voz-off que diz "Já nasceu, e é a sua cara!"
Neste vídeo podem ver-se esses dois anúncios, mais um terceiro, com várias silhuetas e mãos a fazer o sinal do número 2.
Com esta nova roupagem, o segundo canal procurava reforçar a sua imagem de uma alternativa ao mainstream do Canal 1, com alguns pilares que ainda hoje se mantêm: conteúdo cultural (cinema e artes de palco), desportivo (sobretudo em modalidades que não o futebol) e infanto-juvenil, com o espaço diário dedicado a esta faixa etária a ser renomeado "Um-Dó-Li-Tá".
Segundo as suas campanhas na imprensa da época eram estes os programas em destaque na grelha inicial da TV2.
Chá Das Cinco: Um talk-show das tardes dedicado ao público feminino com cinco apresentadoras, uma para cada dia da semana: Ana Bola, Ana Maria Lucas, Dina Aguiar, Rosa Lobato Faria e Teresa Guilherme.
Barriga De Aluguer: Telenovela brasileira de 1990 que abordava o sempre controverso tema de maternidade de substituição da autoria de Glória Perez. Ana (Cássia Kiss) é um famosa jogadora de voleibol, que não podendo ter filhos, decide contratar uma mãe de aluguer para gerar o seu filho, com o apoio do seu marido Zeca (Victor Fasano), através de inseminação artificial. A escolha recai sobre Clara (Cláudia Abreu), uma jovem à deriva que vê nesse acordo uma oportunidade para melhorar de vida. Mas à medida que a gravidez avança, os sentimentos de Clara vão se alterando... Do elenco fizeram ainda parte nomes como Humberto Martins, Beatriz Segall, Wolf Maya, Vera Holtz, Mário Lago e Tereza Seiblitz. O tema do genérico "Aguenta Coração" ficou no ouvido, tanto no original de José Augusto como na versão de João Marcelo, cantor brasileiro radicado em Portugal.
Frente A Frente: Programa de debate mediado por Adriano Cerqueira (então diretor do canal) onde duas pessoas com opiniões divergentes sobre um determinado assunto esgrimiam argumentos. Não me lembro deste programa, mas algo me diz que os debates não deviam ser assim tão acirrados como seriam hoje.
Em Português Nos Entendemos: Programa dedicado aos países lusófonos, realizado em direto e em simultâneo entre Lisboa e São Paulo, com apresentação de Carlos Pinto Coelho.
Vira O Vídeo: Duas das nossas maiores rockstars nacionais, Xana dos Rádio Macau e Zé Pedro dos Xutos & Pontapés, conduziam este programa onde eram exibidos videoclips pedidos pelos telespectadores, havendo um top semanal ao sábado.
Wrestling: Depois de nos anos anteriores terem animado as tardes de fim-de-semana do Canal 1, os combates de Wrestling da WWF passavam agora para as tardes de quinta-feira da TV2.
Milénio: Série documental que traçava as semelhanças e diferenças entre o mundo moderno e as sociedades tribais.
Em "Noite de Cinema", seriam exibidos filmes de qualidade firmada mas que também tiveram grande sucesso junto do público. Alguns desses títulos foram "Cyrano de Bregerac" com Gérard Depardieu, "Os Marginais" de Francis Ford Coppolla que revelou uma saraivada de futuras estrelas como Patrick Swayze, Tom Cruise, Emilio Estevez, Rob Lowe, Matt Dillion, Diane Lane e Ralph Macchio, e a obra-prima da ficção científica "2001 - Odisseia No Espaço" de Stanley Kubrick.
Nightmare Cafe: Mini-série de seis episódios criada por Wes Craven ("Pesadelo Em Elm Street", "Scream") sobre um café muito especial onde tudo pode acontecer e quem lá entra pode encontrar a sua redenção...ou a sua punição. Entre os três atores do elenco fixo, o destaque vai para Robert Englund, o eterno Freddy Krueger, como Blackie, o misterioso dono do café.
Outro aspeto de marcante para mim da era TV2 foi era o espaço de desporto aos fins-de-semana onde era possível assistir a todo um leque de modalidades desportivos. Mas confesso que não deve ser o único para o qual o principal destaque era o magazine "A Magia da NBA" que recapitulava os principais jogos e novidades da mítica liga de basquetebol americano. "I love this game..."
Eram também imagens desportivas que ilustravam o videoclip do hino da TV2 que por vezes servia de enche-chouriços.
Olha à tua volta e vê
Tantos olhos sorrindo e porquê
Abre o teu olhar e vê
Tantos lábios dizendo sim à TV
A era TV2 durou até 29 de Abril de 1996 com um rebrand total da RTP, com novos logótipos, genéricos e o regresso dos dois canais às nomenclaturas RTP1 e RTP2. Curiosamente, um elemento da TV2 persistiu: o fecho de emissão, com o hino nacional a ser tocado com uma imagem da bandeira de Portugal a esvoaçar sobre um fundo preto, não só continuou a ser utilizado na RTP2 mas também na RTP1 após o rebrand de 1996 até que em 2000 a RTP passou emitir 24 horas por dia.
Alguns gráficos e genéricos da era TV2
Abertura TV2:
Jornada Na 2:
TV2 O Tempo:
Separador de 1994:
TV2 Informação (1992):
TV2 Informação (1993):
Que memórias têm da era TV2 da RTP2?
Agradecimentos ao canal de YouTube "Grafismos Portugueses" e ao ATVTQsV do fórum "A Televisão".
NOTA: Recuperação de um artigo originalmente publicado em 2017.
Regressamos hoje a uma das nossas favoritas rubricas aqui na "Enciclopédia de Cromos": analisar os blocos de publicidade que passaram nas nossas televisões nos anos 80 e 90. Neste caso, existe a particularidade de analisarmos pela primeira vez blocos da RTP 2, uma vez que se tratam dos espaços publicitários emitidos durante a cerimónia de encerramento dos Jogos Olímpicos de 1992 em Barcelona. Jogos Olímpicos esses que, apesar de imensos grandes feitos desportivos e da excelência da organização por parte da capital da Catalunha, não deixaram nenhumas saudades a Portugal.
Como eu já referi algumas vezes, vivi a minha infância sem ter a RTP 2 sintonizada em minha casa até ao Natal de 1992, pelo que tudo aquilo que via do segundo canal até então fora em casa alheia, e as transmissões dos Jogos Olímpicos de Barcelona não foram excepção, pois eu lembro-me de ir ver o bloco das provas da tarde em casa de vizinhos. Recordo-me que foi aí, por exemplo, que vi uma japonesa (Kyoko Iwasaki) de 14 anos ter ganho os 200m bruços na natação e pensei: "Bolas! Ela é só dois anos mais velha que eu, algumas raparigas da idade dela ainda brincam com bonecas, e ela ganhou a medalha de ouro!"
Como já disse os blocos publicitários que se seguem foram emitidos pela RTP2 durante a cerimónia de encerramento dos Jogos de Barcelona a 9 de Agosto de 1992.
Um apresentador da programação desportiva da RTP cujo nome não me recordo. É ele que faz o preâmbulo antes do início da transmissão da cerimónia, referindo que mais de uma dezena de milhar de atletas "percorreram o caminho da glória", mas como é natural apenas uns quantos viram esse caminho terminar no pódio.
Com
o cair do pano dos Jogos Olímpicos de Barcelona 1992, o apresentador do
início do primeiro bloco faz o epílogo, referindo que para as cores
portuguesas, estes foram os "Jogos do nosso descontentamento", uma vez
que apesar de Portugal ter apresentado a sua maior delegação de sempre,
não conseguiu obter uma medalha. Nem mesmo no hóquei em patins, que foi
modalidade de demonstração nestes Jogos, onde Portugal era o campeão
europeu e mundial em título e quedou-se por um quarto lugar. O
inesperado sexto lugar de José Garcia na canoagem e o sétimo lugar de
Manuela Machado na maratona não disfarçaram uma prestação nacional algo
medíocre. O apresentador despediu-se com um "Até Atlanta 1996!" (onde as coisas correriam bem melhor para Portugal).
0:01 Vinheta RTC
0:03 Durante as transmissões dos Jogos Olímpicos de 1992, recordo-me que a RTP teve estes breves spots de perguntas e respostas sobre os Jogos, chamados de "Curiosidades Olímpicas" e ilustrados por sequências de animação de temática desportiva. Neste caso, com imagens de natação, devido à pergunta: "Quando foi a primeira vez que um nadador português participou nas Olimpíadas?"
(Aproveito a ocasião para elucidar que, ao contrário do que é referido nesse spot, Olimpíadas não é sinónimo de Jogos Olímpicos. Entende-se por Olimpíada o espaço de quatro anos entre Jogos Olímpicos, tal como sucedia na Grécia Antiga. Porém, cada edição dos Jogos Olímpicos é oficialmente designada consoante a Olimpíada previamente decorrida. Por exemplo, os Jogos Olímpicos de 1992 de Barcelona tiveram a designação oficial de Jogos da XXV (25.ª) Olimpíada.)
0:13 A Danone foi um dos patrocinadores dos Jogos de Barcelona, e como tal, os seus anúncios da altura tinham temática desportiva. É o caso deste em que duas mãos passam entre si uma colher, como que a reproduzir uma corrida de estafeta, completa com uma música muito semelhante à daquela do filme "Momentos de Glória". O David Martins já publicou aqui um anúncio sobre um concurso promovido pela Danone que encorajava os seus jovens consumidores a criar uma banda desenhada de temática olímpica, cujos prémios principais eram viagens à então recém-inaugurada Disneyland Paris e a Barcelona para ver os Jogos.
0:32 Anúncio à Gilette Sensor que possuía a então avançada tecnologia das lâminas gémeas sobremóveis para melhor se adaptarem às curvas do rosto daquele que as iria usar. E claro está, o mítico slogan "O melhor para o homem"!
1:02 Confesso que tenho um fraco por este tipo de anúncios de bebidas onde um grupo de malta jovem faz uma grande farra em clima de canícula, deixando-me com vontade de saltar também lá para dentro do anúncio. Há que louvar o facto de a Unicer não ter poupado esforços (e dinheiro) para produzir este anúncio que parece 100% americano (até o jingle cantava "In America"...) para a Snappy, aquela que é a eterna resposta nacional às gigantes marcas de bebidas gaseificadas de sabor a lima-limão como a Seven Up e a Sprite. Lembro-me também de ter visto na altura cartazes outdoors e calendários com o frame dos 2:10, onde uma moça faz um espectacular movimento capilar enquanto se encharca num jacto de água.
1:33 As Lojas Singer estavam em todo o lado nas nossas televisões, dos patrocínios a tudo o que era concurso aos anúncio criativos como este em que o protagonista de postura direita serve também para fazer o 1 de um gigante número 10. Isto para dizer que era possível comprar nas lojas Singer em dez prestações mensais sem juros. Gosto sobretudo do movimento de cabeça que o actor faz antes de repetir "Dez!".
1:48 Já falámos anteriormente deste anúncio da Dentagaard com um diálogo entre o castor animado e um campista em boxers.
2:09 Uma mulher misteriosa conduz habilmente o seu Citroen ZX e no fim ainda faz cheque aos seus perseguidores, cujo carro é apanhado por uma grua com um íman gigante.
2:39 Cenas de corridas de vela ilustram este anúncio da Omega, uma das mais míticas marcas da relojoaria suíça.
2:54 Anúncio ao iogurte líquido Yop da Yoplait som do clássico "I Got You (I Feel Good)" de James Brown. Se bem se lembram, o Yop foi o primeiro iogurte líquido a ser comercializado em Portugal numa embalagem em formato de garrafinha, algo que agora é lugar-comum no mercado dos iogurtes líquidos.
3:10 Um escritor redige uma cena do seu livro em que o protagonista encontra uma mulher no bar pela primeira vez. Ele não consegue decidir se ela era morena ou loura, ou vestida de vermelho ou de azul. Mas uma coisa é certa: o protagonista bebia cerveja Buckler sem álcool. (E agora reparo que o actor deste anúncio é o mesmo do célebre anúncio dos produtos Insignia).
3:40 Outro marca mítica da publicidade dos anos 80 e 90: os produtos Domplex ("É qualidade e utilidade"), Pélebre marca de produtos em plástico criada em 1967 pela empresa Plastidom.
3:55 Outra vez o anúncio da Omega.
4:11 Mais um divertido anúncio das Lojas Singer, em que dois lutadores de sumo se lançam num combate mas um deles fica mais interessado nas imagens de um televisor Sony. O outro é que não parece tão entusiasmado.
4:26 Anúncio da série discográfica "O Melhor De..." da EMI-Valentim de Carvalho dedicada à obra de nomes da história da música portuguesa como é o caso de Carlos Ramos (ouvindo-se a sua canção-assinatura "Não Venhas Tarde"), Max (com "Pomba Branca) e Carlos Paião (ao som de "Pó De Arroz"). Os meus pais tiveram este disco do Carlos Paião em cassete.
4:41 E a resposta à pergunta do spot animado do início do bloco: "Nas 8.ªs Olimpíadas em Paris em 1924". (Acrescento que esse primeiro nadador olímpico português chamava-se Mário Silva Marques e nadou os 200m bruços).
0:00 Imagens da cerimónia antes da vinheta RTC
0:05 Mais um anúncio da Danone de inspiração desportivo, com um lançamento da colher a fazer lembrar o lançamento do dardo.
0:25 E mais uma vez o anúncio da Gilette Sensor.
0:55 Também já falei sobre este vistoso anúncio ao Porto Ferreira Tawny, num texto anterior.
1:41 Além de ser marca líder na lingerie feminina, pelos vistos na altura a Triumph apostava também na roupa desportiva.
1:50 No Portugal de 1992, anúncios com animação 3D ainda eram raros pelo que este anúncio das Tintas Barbot deve ter sobressaído na altura.
1:58 Mais uma variação numa série dos anúncios aos desodorizantes Axe em que uma mulher fica inebriada com o cheiro a Axe do garboso desconhecido de quem inadvertidamente se aproxima e dá uma snifada. Neste caso, havia a particularidade de que agora já estava disponível a variedade de desodorizante em stick.
2:19 Anúncio à Renault ilustrado por dois carros de Fórmula 1.
2:49 E como não há duas sem três, eis de novo o anúncio à Omega.
3:03...e outra vez o anúncio do YOP
3:20 A Coca-Cola também é um patrocinador olímpico de longa data (desde 1928) e por alturas dos Jogos de Barcelona, emitiu este anúncio com imagens de várias crianças a praticarem desporto. Porque como diz a voz off, nem todas verão o interior de um estádio olímpico ou saberão o que é ser o melhor do mundo, mas todas as crianças podem descobrir o que têm de melhor.
3:51 Anúncio do champô Vidal Sassoon protagonizado pelo atleta olímpico Manuel Barroso onde este é visto a praticar quatro dos cinco desportos da sua modalidade, o pentatlo moderno (esgrima, tiro, natação, equitação e corrida). Manuel Barroso participou em quatro Jogos Olímpicos entre 1984 e 1996, e em Barcelona 1992 fez um brilharete ao vencer a prova de corrida, o que porém não fez com que conseguisse melhor que o 53.º lugar final.
4:20 E como não há três sem quatro...
4:36 O cantor brasileiro radicado no nosso país (e dono de uma espectacular mullet encaracolada) João Marcelo editava o novo álbum "Quando Fala Um Coração". João Marcelo ficou sobretudo conhecido pela sua versão de "Aguenta Coração", tema da telenovela "Barriga de Aluguer" originalmente interpretado por José Augusto.
4:56 Em 1992, a Sega Mega Drive era a consola de topo com os seus "revolucionários" 16 bits!
0:00 Bandeiras de Espanhas e dos Estados Unidos antes da Vinheta RTC
0:05 Este anúncio também já foi mencionado num texto anterior. Uma elegante senhora chega a um aeroporto e fica rapidamente na mira de homens de várias nacionalidades. No entanto, um cavalheiro misterioso já a esperava no bar com um whiskey Ballantines.
0:34 Anúncio à revista "Basquetebol" dedicada ao mundo do basquetebol. (Obviamente!)
0:45 Vários rostos sorridentes ilustram o anúncio ao iogurte líquido da Mimosa, que então era designado por You. (Que pelo nome e pelo formato em garrafa, parecia um ataque de concorrência directa ao Yop).
1:15 Várias imagens desportivas ilustram o anúncio à bebida Isostar. Embora nunca tenha sido um grande praticante desportivo e adepto da exercício, lembro-me de beber algumas vezes esta bebida.
1:35 Novamente o anúncio à Triumph Sportswear
1:45 E novamente o anúncio das Tintas Barbot
1:59 Anúncio ao desodorizante Nivea, protagonizado por uma pena.
2:07 Mais um pot-pourri de imagens desportivas, desta vez para um anúncio ao relógios Seiko. Gostava de destacar aos 2:06 a imagem da corredora mexicana Enriqueta Basilio, que acendeu a pira olímpica nos Jogos Olímpicos de 1968 na Cidade do México, a primeira vez que uma mulher teve tal honra.
2:27 Se não estou em erro, este foi o primeiro anúncio ao gelado Magnum ( ainda antes do famoso anúncio do "é meu, é meu e só meu até ao fim") em que uma mulher que come um Magnum ajuda um empregado de uma joalharia a decidir qual o colar a pôr na montra, elegendo o colar mais simples.
2:57 De novo o anúncio infanto-olímpico da Coca-Cola
3:28 Foi no início dos anos 90 que o mercado nacional dos champôs recebeu a revolução dos champôs 2 em 1 com amaciador, com a Vidal Sassoon na proa dessa revolução. Recordo-me bem deste anúncio num ginásio, onde uma jovem desespera com o seu cacifo emperrado onde tem o seu champô e amaciador lá dentro. Mas basta um empréstimo do Vidal Sassoon da amiga para ela se converter aos 2 em 1.
3:58 E como não há quatro sem cinco...
4:14 Sapong, o jogo que fez sucesso nas praias nacionais no Verão de 1992! (Só que não.)
4:24 Já falei noutro tópico sobre o cantor brasileiro radicado em Portugal Jorge Luís, que nesse ano de 1992 conseguiu algum sucesso com o álbum "Paz Na Cama" em que versionava populares canções de terras de Vera Cruz, como o tema-título, "Pense Em Mim" e "É O Amor", para além de versão brasileira do megahit "Borbujas De Amor" ("Quem me dera ser um pei-chi!").
4:44 Breve excerto de um número coreográfico durante a cerimónia de encerramento dos Jogos Olímpicos de 1992.
Extras
Excerto da cerimónia de encerramento dos Jogos Olímpicos de Barcelona 1992
A par de um catálogo com um respeitável número de artistas que iam do fado à música ligeira portuguesa (que anos mais tarde seria absorvida pelo complexo fenómeno a que se convencionou chamar de música pimba), alguns bem conhecidos outros nem tanto, a editora Discossete editou algumas compilações, como por exemplo de medleys de músicas dos anos 60, que durante anos a fio podiam ser vistas nos escaparates das lojas de discos ou nos expositores de cassetes das tabacarias e bombas de gasolina.
Mas em 1990, a Discossete reuniu alguma da prata da sua casa para um projeto que tentava apelar tanto ao patriotismo tuga como a um pé de dança. A qualidade do resultado final era discutível, mas não foi por isso que deixou de ter sucesso nem de animar bailaricos por esse país fora.
Inspirado pelas medleys com batidas eurodisco como "Balla Balla" de Francesco Napoli ou os volumes "Max Mix" de Toni Peret e José Maria Castells, "Portugal Mix" reunia várias temas conhecidos do nosso cancioneiro popular com ritmos eurodisco e vários efeitos sonoros à mistura.
Ao leme do projeto estava Ricardo Landum, hoje um credenciado e prolífico compositor para um sem-fim de artistas nacionais, mas que na altura tanto na sua carreira a solo como na sua ligação aos Da Vinci (foi o compositor do incontornável "Conquistador") assinava apenas como Ricardo tout court. Além dele no primeiro volume de "Portugal Mix", colaboraram nomes conhecidos como José Malhoa, Ana e Manuela Bravo, bem como António Passão, Deolinda Maria, Alexandre Calisto e Lígia.
No segundo volume, também editado de 1990, juntaram-se também Toy, Anabela, Ilda de Castro e, com um lado A dedicado sobretudo ao fado, fadistas como António Severino, Fernanda Maria,Lena Silva e até a icónica Cidália Moreira.
Mas apesar de todas as manhosices incluídas no produto final, creio que a grande maioria dos artistas envolvidos conseguir dar dignidade à sua interpretação, sobretudo os mais veteranos. Até porque estou em crer que o projeto não recuperou gravações anteriores e os artistas fizeram novas gravações expressamente para o efeito. Pergunto-me qual foi, por exemplo, a reação de Cidália Moreira ao ouvir a sua rendição de "Quem Me Dera Ter Outra Vez Vinte Anos" ser acompanhada daqueles efeitos sonoros a fazer lembrar os Chipmunks.
Seja como for, os dois volumes de Portugal Mix tiveram um sucesso considerável. Não sei se foram editados mais volumes, creio que em vez disso, a Discossete aproveitou as medleys de canções portuguesas para uma nova série, Popular Mix.
Além de outras utilidades dos dois discos, como por exemplo para encher chouriços nas emissões das rádios locais, lembro-me de ter lido certa vez nos comentários da página de Facebook da "Caderneta De Cromos" o relato de uma pessoa cujo trabalho incluía acompanhar grupos de idosos em excursões, e que descobriu em "Portugal Mix" a solução ideal para animar as viagens no autocarro, com os idosos a cantar e bater palmas alegremente ao som da medley.
Eis uma série animada dos anos 80 que nunca esqueci. "A Princesa Insensível" é uma série animada francesa de treze episódios de quatro minutos cada, criada por Michel Ocelot, tendo estreado na televisão francesa em 1983.
Em Portugal, foi exibida duas vezes: em Fevereiro de 1987 diariamente no "Brinca Brincando" e depois em 1990, no espaço "A Hora Do Lecas" às segundas-feiras.
A história é bastante simples: a titular princesa insensível parece ser totalmente indiferente a tudo, apresentando sempre a mesma cara impávida. Como tal, foi lançado o repto de que o príncipe que lhe conseguir impressionar de alguma forma casará com ela. Treze pretendentes aceitam o desafio, mostrando os seus talentos, esperando assim alcançar a admiração e a mão da princesa.
Nos doze primeiros episódios, a narrativa era sempre a mesma: a princesa chegava ao teatro para assistir à apresentação do episódio, um arauto (voz de Eládio Clímaco) anuncia: "O príncipe X, que tentará agradar à nossa amada princesa!". Cada príncipe fazia o seu número, que invariavelmente falhava em obter qualquer reação da princesa. E um após um, cada príncipe saía de palco frustrado. Por fim, o arauto advertia: "Mas outro príncipe se seguirá, para agradar à nossa amada princesa!" (No final do penúltimo episódio, ouve-se o arauto a acrescentar: "Talvez...") Essas falas do arauto eram as únicas falas dos doze primeiros episódios, que não tinham mais nenhum diálogo.
Por ordem de episódios, os príncipes que se apresentaram foram: o Príncipe Domador, o Príncipe Jardineiro, o Príncipe Metamorfoseador, o Príncipe Vedor, o Príncipe Mimo, o Príncipe Meteorologista, o Príncipe Submarino, o Príncipe Voador, o Príncipe Decorador, o Príncipe Mágico, o Príncipe Pinto e o Príncipe Pirotécnico.
Lembro-me que no episódio do Príncipe Pintor, este desenhou um retrato gigante da Princesa. Mas perante a apatia deste, ele, furioso, desmanchou o retrato, começando por lhe pintar um bigode na cara.
Por fim, no último episódio, o Príncipe Estudante resolve o mistério: aproximando-se da Princesa, verifica que afinal ela via mal (provavelmente sofria de astigmatismo) e por isso não podia admirar as maravilhas à sua volta. Ele oferece-lhe então um par de óculos e a Princesa pode por fim se maravilhar com as atuações dos outros príncipes. A Princesa outrora Insensível e o Príncipe Estudante ficam então noivos.
Segundo o site "Brinca Brincando" (mais um agradecimento), o aspeto bem particular da animação devia-se ao facto do autor Michel Ocelet ter usado um misto de celuloide e papel recortado. Em 2008, a série foi incluída num DVD que reunia os melhores trabalhos de Ocelet.
A série está disponível na íntegra no YouTube, mas creio que com uma nova dobragem de Eládio Clímaco.
Um clássico obrigatório dos filmes de acção dos anos 80s, mais concretamente 1987, o ano que nos deu a conhecer outras pérolas como Robocop, Evil Dead 2, Spaceballs, Dirty Dancing, Full Metal Jacket, Bad Taste, Prince Of Darkness, etc.
A sinopse é simples, mas o que com outros realizadores, ou actores poderia ser apenas um banal "Rambo vs Alien": Um esquadrão de soldados de elite em missão nas profundezas da floresta tropical da América Central torna-se a presa de um implacável caçador alienígena.
Os líderes do grupo de perseguidos é Arnold Schwarzenegger (Dutch) no seu auge, e Carl Weathers ("Dillon, your son of a bitch") como o seu contraponto. Mas a estrela principal nem sequer está presente na maioria da metragem, visto que o nosso extraterrestre (Kevin Peter Hall) possui armamento e equipamento tecnologicamente avançado, incluindo a habilidade de se tornar invisível e assim camuflar-se no inferno verde enquanto caça um a um, seguindo um duvidoso código de moral.
O realizador que aceitou ir filmar para o meio da selva foi John McTiernan, à época um nome quase desconhecido, depois de serem feitas propostas a cineastas conceituados como James Cameron, Ridley Scott ou Brian De Palma. McTiernan estreou um ano depois o lendário "Die Hard" (Assalto ao Arranha-Céus).
O Trailer de "PREDATOR":
Estreou nos EUA no dia 12 de Junho de 1987, chegou a Portugal a 11 de Setembro do mesmo ano com o título nacional de "O Predador" e a classificação "Para Maiores de 16 Anos".
A primeira vez que o vi foi nalguma sessão de cinema na RTP ou uma das privadas. O meu palpite é que foi na TV, devo tê-los gravados nalguma cassete de video VHS. Fiquei fã desde logo, e papei o Predator 2 (1990), que na época me desiludiu uma pouco, mas após um recente binge da franquia Alien e Predator, fiquei sinceramente agradado com dois primeiros Predator, envelheceram muito bem. O original ainda tem muitos fãs, e gerou uma série de one-liners que perduram em memes e na cultura pop: quem nunca viu uma paródia ao "GET TO THE CHOPPA!"?
Em suma, uma película minimalista, dinâmica e directa ao ponto, repleto de personagens carismáticos e falas icónicas, efeitos especiais incríveis, e a batalha de um grupo unido de homens contra uma besta desconhecida – que a cena de abertura já revela ser um alienígena.