O início dos anos 90 foram férteis em termos de ficção nacional televisiva em vários géneros, com várias série a serem exibidas na RTP e no advento da SIC, embora nem todas com os melhores resultados. Foi o caso desta série que partia de uma premissa bem interessante e embora a execução não tenha sido a melhor, julgo que merecia ter tido mais atenção.
"O Cacilheiro Do Amor" foi uma série da autoria de Júlio César e Mário Lindolfo, sob realização de Nicolau Breyner e produção de Carlos Paço D'Arcos. Dos oito episódios, os cinco primeiros foram exibidos nas tarde de quinta feira entre 16 de Agosto a 13 de Setembro de 1990 na RTP1. Porém, com a entrada da nova grelha, a emissão da série foi descontinuada e, segundo consta no portal de arquivos da RTP onde a série já se encontra disponibilizada, os três restantes episódios só viriam a ser exibidos a 31 de Dezembro de 1991, mais de um ano depois e tem sido reposta algumas vezes na RTP Memória.
Como o próprio título deixa antever, a série era uma paródia à famosa série "O Barco Do Amor" (que, nem de propósito, estava na altura a ter uma temporada exibida na RTP2), com um humor nonsense ainda pouco visto na teledramaturgia nacional.
E se tal como nos luxuosos cruzeiros de "O Barco Do Amor", uma travessia no Tejo a bordo do cacilheiro, entre Cacilhas e o Seixal, proporcionasse a mesma experiência aos portugueses amantes de viagens e aventuras? Como tal, existe "O Cacilheiro Do Amor" sob comando do Comandante Alves Teodósio (Manuel Cavaco), que ostenta orgulhosamente as suas medalhas, e do temperamental imediato Octávio (Luís Aleluia). Josefa Linhares (Margarida Carpinteiro) é a diretora do cruzeiro, mulher acesa, versada em provérbios e que comunica tudo em português do Portugal e do Brasil. O médico do navio é Tito Gaspar (Luís Vicente), que divide as preocupações entre os cuidados com os pacientes e os números do Totoloto, auxiliado pela enfermeira Lisete (Alexandra Diogo). No freeshop, a doce Betinha (Cristina Paço D'Arcos) vende galos de Barcelos e outros souvenirs enquanto suspira pelos cantos pelo Doutor Tito. Albino (Aristides Teixeira) é o barman do cacilheiro, que também dispõe de um salão de barbeiro, onde o dito (Octávio Matos) está sempre a par das fofocas. A segurança do navio é assegurada por Simões (António Rocha), um segurança tão feroz que ruge em vez de falar e tão competente que raramente precisa de sair do seu camarote.
O trio As Estares proporcionam momentos de entretenimento a bordo. Antes de cada partida, os passageiros têm de passar pelas trovas do bilheteiro (Rui Luís), um velho do Restelo dos tempos modernas. E há uma passageira (Adelaide João) sempre acompanhada de uma boia em forma de pato, dividida entre o seu medo de andar de barco e o vício na adrenalina que sente ao fim de cada viagem.
Ao longo dos oito episódios, era possível ver alguns actores sem papel fixo desempenhando papel de passageiros, geralmente comentando entre si sobre os acontecimentos de cada episódio, como por exemplo, José Raposo, Licínio França, Rui Paulo, Mafalda Drummond, Carlos Areia e Marcantónio Del Carlo.
Um gag recorrente do humor nonsense característico da série era o facto do barco ser movido pela força de remadores descamisados, que pareciam saídos de uma galé romana, com um baterista e um guitarrista a marcarem o ritmo.
Na exibição original, eu só vi os três primeiros episódios, e o que mais se destacou foi o segundo episódio onde o Cacilheiro Do Amor recebe um grandioso evento: a eleição da Miss Tejo. Sob o controlo férreo da Frau Grünchen (Noémia Costa), são cinco as candidatas ao título: Sandra Isabel (Miss Douro), Sandra Cristina (Miss Guadiana), Sandra Filomena (Miss Mondego), Sandra Floripes (Miss Nabão) e Sandra Raquel (Miss Ribeira de Loures, interpretada por Maria João Abreu). Mas eis que rebentam dois escândalos: o cronista social Nelson Vanderley descobre que uma candidata é casada e mãe de dois filhos e o ceptro para premiar a vencedora é roubado! Mas claro, no final tudo se resolve.
Como já referi, "O Cacilheiro Do Amor" foi uma série que merecia ter tido mais atenção, embora nem sempre as piadas fossem as mais acertadas. Também sou da opinião que, para fazer mais jus ao título e à fonte de inspiração, talvez tivesse sido melhor explorar uma vertente mais romântica e refrear um pouco o humor nonsense.
Segundo o sempre indispensável "Brinca Brincando", a série acabou por causar uma disputa legal entre dois dos sócios da produtora EV, Nicolau Breyner e Carlos Paço D'Arcos, com este a acusar Breyner, que também era o realizador, de causar prejuízos devido aos seus preciosismos na direção e aos atrasos nas gravações.
O actor Luís Pavão, que disponibilizou no YouTube algumas cenas da sua participação no 4.º episódio, conta por exemplo sobre esta cena: "No estúdio estavam um módicos 53 ou 54 graus, o leitão fedia a quilómetros. A cena foi adiada repetidamente vários dias... Um perfume!"
Entre os aspectos mais positivos da série, está sem dúvida o tema do genérico, da autoria de José Cid.
Geralmente quando faço artigos analisando blocos publicitários gosto de coincidir o mês em que foram exibidos com o mês em que o artigo é escrito. Mas os três blocos publicitários de Julho de 1985 que o canal PT Vault recentemente disponibilizou no YouTube são tão fabulosos que não quis esperar até Julho para fazer um artigo sobre eles. Como em muitos dos vídeos desse canal, estas gravações são do arquivo pessoal de Afonso Gageiro.
Estes três blocos foram exibidos pela RTP1 na manhã do dia 14 de Julho de 1985, durante a exibição dos momentos do lendário concerto Live Aid que não tinham sido transmitidos em directo no dia anterior.
0:00 Momento da actuação dos Simple Minds no Live Aid.
0:03 Vinheta da RTP da transmissão do megaevento que denominou "Solidariedade Com África" com fotos de vários dos artistas que participaram.
0:23 Vinheta RTC
0:31 O mais conhecido anúncio aos bombons Allegro é de longe o do rapaz violinista e da professora, mas como podem ver existiram mais dois anúncios. Neste uma banda rock, em que o baterista perde uma das baquetas, que a vocalista recupera e lhe entrega juntamente com uma embalagem de Allegro, tudo isto ao som de "Nowhere Fast" do filme "Estrada De Fogo".
0:39 E eis o primeiro grande tesourinho garimpado nestes blocos: aquele que certamente foi o primeiro anúncio às figuras dos Masters do Universo e ao muito cobiçado Castelo de Grayskull. Não sei se por esta altura já passava na RTP a respectiva série animada do He-Man (tenho a ideia que foi só no ano seguinte) mas este vistoso anúncio com uma narração épica e dois miúdos manobrando o He-Man, o Skeletor e as outras personagens já enchia o olho à petizada.
1:24 Um daqueles anúncios que gritam "Estamos nos anos 80!" ao calçado desportivo Xami Sport, onde nem sequer falta uma musiquita sucedânea do "Thriller" do Michael Jackson.
1:40 O príncipe está prestes a colocar o sapatinho de vidro no pé da Cinderella, quando de repente o sapatinho cai! Felizmente havia Super Cola Vidro para assegurar um final feliz.
1:49 Vinheta RTC
1:55 De novo a vinheta de Solidariedade Com África, onde se pode ouvir o jingle da transmissão da BBC e da sua congénere Radio 1.
2:10 Imagem de um dos estádios do Live Aid apinhado. (Julgo ser o de Wembley em Londres.)
0:00 Mais uma breves imagens do Live Aid. (Não reconheci quem aparece nelas.)
0:18 Vinheta RTC
0:24 Para o ginasta a consertar uma corda, para a trela do cão que se descolou, para colar um vaso partido por um golfista de trazer por casa e para muitas outras situações, Super Cola 3!
0:42 Apesar da concorrência dos Smarties, dos M&M, dos Lacasitos e das marcas brancas, ainda hoje não falta quem chame às drageias redondas de chocolate com capa de açúcar colorida de Pintarolas. Em 1985, ainda não havia as marcas concorrentes e por isso estas reinavam de forma suprema. Este anúncio inclui aquele que será o seu mais famoso slogan: "Redondinhas, às corzinhas, tão docinhas, Pintarolas!"
0:49 As bolachas da Nacional são há décadas uma referência e em 1985, a marca decidiu alargar a sua gama lançando variedade de bolacha Maria de sabor a morango e banana e da bolacha torrada com sabor a limão. Mas eu não me lembro destas variedades, pelo que estou convencido que estes novos aromas não vingaram face às variedade tradicionais de Maria e Torrada.
1:04 Em 1985, a supremacia da Nutella ainda estava distante, por isso em Portugal outras marcas de creme de chocolate e/ou avelãs para barrar no pão tinham o seu quinhão do mercado. Era o caso do Nucrema com este anúncio de uma partida de futebol infantil, nos tempos em que ainda se podia vender a ilusão de um produto assim como algo saudável. Nucrema, o sabor que vence!
1:24 Os anos 80 foram a década por excelência das bebidas de sumos em pó. Marcas como Tang, Dawa e Clic disputavam a liderança e a Royal não lhes ficava atrás. Sobretudo com anúncios como este à bebida de laranja Royal em que um desenho a preto e branco se enche de cor.
1:45 Nos anos 80, havia muitos anúncios a chocolates, mas poucos tinham a opulência daqueles do Jubileu Classic, com aqueles rios de chocolate.
1:53 Vinheta RTC
2:00 E porque já estávamos em pleno Verão desse ano, havia as habituais campanhas de sensibilização de segurança nas praias, promovidas pelo Instituto de Socorro a Náufragos. Em meados dos anos 80, essa campanha surgia através de anúncios de still image com uma figura ilustrativa correspondente ao conselho divulgado. Neste caso, a importância de evitar a exposição excessiva ao sol (que passados 37 anos é ainda mais prejudicial), advertindo para, após uma exposição solar demorada, entrar na água gradualmente para habituar o corpo à temperatura da dita e beber água à temperatura ambiente. E no fim, o lendário slogan "Há mar e mar, há ir e voltar" criado pelo poeta Alexandre O'Neill, que viria falecer no Verão seguinte.
0:28 Em 1985, o Tulicreme ainda não tinha a sua célebre mascote do ursinho Tuli, mas já era uma marca muito popular, ao ponto de fazer uma promoção onde daria dezenas de bicicletas. E não, não era por sorteio de cartas enviadas por correio até Lisboa Codex, mas sim num concurso de desenho onde os jovens consumidores de Tulicreme teriam de fazer um desenho alusivo e juntar dois recortes das tampas, com um júri a eleger os melhores desenhos, dignos de receber uma bicicleta.
0:50 Apesar de sempre gostar muito de gelados, confesso que nunca achei muita graça àqueles gelados de gelo com sabor a sumo de fruta, que nos placards da Olá e das outras marcas, costumavam ser os mais baratuscos. Mas lembro-me de, apesar de nunca ter conseguido convencer a minha mãe a comprá-los, ter curiosidade de experimentar os Pólos Royal em que podíamos ser nós a fazê-los, juntando água e levando ao congelador. Tudo graças a este divertido anúncio com um jingle orelhudo e uns petizes com os mais diversos disfarces.
1:10 Pelo que pude apurar, a boneca Barbie só chegou a Portugal em 1983, (24 anos depois de ter sido originalmente lançadas na América), pelo que por esta altura ainda era uma novidade por estas bandas e e este terá sido um dos primeiros anúncios da lendária boneca, que não tardaria a reinar suprema por cá tal como já o fazia noutros países.
1:40 E eis o outro anúncio aos bombons Allegro, em que uma jovem bailarina dá um tropeção e cai ao chão, sendo auxiliada pelo seu parceiro de dança que lhe oferece uma embalagem de bombons. E a voz inconfundível de Ana Zanatti a dizer "Allegro, um gesto de amor". Num dos vídeos do YouTube com o anúncio do Allegro com o rapaz violinista, havia um comentário de Mafalda de Barros que dizia ser precisamente a bailarina deste anúncio, anteriormente indisponível online. Se a Mafalda estiver a ler este artigo, eis aqui o que ela há tanto tempo procurava!
1:49 Vinheta RTC
1:56 Outro anúncio da segurança nas praias, desta vez avisando para o respeito pelos sinais das bandeiras: bandeira vermelha - perigo, não tomar banho; bandeira amarela - cuidado, não nadar; bandeira verde - pode tomar banho e nadar. (Eu confesso que já me aventurei a nadar com a bandeira amarela mas creio que nunca fiz mais do que molhar os pés com a bandeira vermelha.)
2:24 Vinheta RTP1
2:33 Live Aid, com imagens de um dos apresentadores da BBC e a locução a referir que tinha acabado de haver uma actuação conjunta de duas lendas musicais: Carlos Santana e Pat Metheny.
BÓNUS
Após esta transmissão em diferido de parte do Live Aid, eis um bloco de continuidade com a locutora Ana Maria Cordeiro em que é anunciada a programação para a tarde e noite daquele domingo. E que dia em cheio: o filme "O Cão Que Salvou Hollywood" na "Sessão Da Tarde", a Gala dos Pequenos Cantores da Figueira da Foz desse ano, "O Mundo Dos Fraggles", o "Top Disco" e à noite "Falando de Schubert" com o maestro José Atalaya, a série "Ventos De Guerra" e o "Domingo Desportivo". Antes do filme "O Cão Que Salvou Hollywood" (filme de 1976 protagonizado por Bruce Dern e Madeline Khan, parodiando o fenómeno do Rim Tin Tin, e que contou com inúmeros cameos de estrelas de outras eras de Hollywood, sendo a última aparição em cinema de Johnny Weissmuller), podíamos ver os desenhos animados de Crazy Claws, dos estúdios Hanna-Barbera. Que saudades de tempos televisivos como estes!
(De fundo, pode-se ouvir uma versão instrumental de um dos hits desse ano, "Easy Lover" de Phil Collins e Phillip Bailey.)
E já agora, eis também Ana Maria Cordeiro no dia anterior a anunciar a transmissão da RTP do Live Aid (que começou à 17 horas do dia 13 de Julho de 1985 após a exibição da série "Separados Pela Espada") com a introdução a cargo de António Sérgio na sua inconfundível voz radiofónica, e começando com Bryan Adams a cantar "Summer Of 69".
Uma vez mais o meu agradecimento a Afonso Gageiro e ao canal PT Vault por disponibilizar este preciosíssimo conteúdo.
No cinema americano dos anos 80, o género do film noir, inicialmente popularizado nos 40 e 50, teve um certo renascimento, aliando as temáticas de mistério, crime e sedução à estética actual da altura. Além de que, sem as restrições do código Hayes, as referências sexuais podiam ser tratadas de forma mais explícita. Entre os títulos mais conhecidos do chamado neo-noir contam-se "Noites Escaldantes" (1981), "Vidas Em Jogo" (1984) e "Perigosa Sedução", no original "Sea Of Love", filme de 1989 realizado por Harold Becker com Al Pacino e Ellen Barkin nos principais papéis.
Frank Keller (Pacino), um detective da polícia de Nova Iorque, desgastado pelo alcoolismo, o recente divórcio e os traumas do trabalho, é destacado para colaborar com Sherman Touhey (John Goodman) numa curiosa investigação. Dois homens foram descobertos sem vida deitados nus na cama, enquanto toca um disco com a canção "Sea Of Love". Em ambos os locais de crime são encontrados um cigarro com batom e impressões digitais num copo, o que indica que o assassino será uma mulher. Frank e Sherman descobrem que as duas vítimas tinham posto anúncios de jornal em rima para encontros amorosos e tentam advertir um homem casado (Michael O'Neill) que pôs um anúncio semelhante de que ele pode ser a próxima vítima. O que vem a acontecer, apesar dele ter jurado pelos filhos não ter respondido a nenhuma carta.
Frank e Sherman decidem colocar também um anúncio em rima e convidar as mulheres que responderem para jantar num restaurante a fim de perceber se alguma tem as impressões digitais que coincidem com as dos locais do crime. Várias mulheres aparecem para jantar com Frank, (uma delas até consegue deduzir que ele é polícia) mas apenas uma, Helen Cruger (Barkin), vai-se embora sem deixar impressões digitais, afirmando que não sentiu atracção imediata por ele.
Contudo, dias mais tarde, Helen e Frank reencontram-se na rua e ela mostra-se mais interessada. Ele fica a saber que Helen se mudou para Nova Iorque com a filha após o divórcio e que ela gere uma sapataria. Os dois não tardam a se envolver apesar dos indícios, que vão apontando cada vez mais para Helen como a possível assassina. Mas após uma discussão em que Frank confronta Helen com o sucedido e ela ir-se embora negando tudo, surge o verdadeiro assassino. Trata-se de Terry (Michael Rooker), o ex-marido de Helen, que se fazia passar por electricista para vigiar os encontros dela e que obrigava as vítimas a deitarem-se na cama e a simularem o sexo que fizeram com a ex-mulher antes de os matar.
Frank consegue dominar Terry, que morre no confronto entre os dois. Semanas mais tarde e em recuperação do alcoolismo, Frank reencontra Helen e os dois retomam a relação.
"Perigosa Sedução" marcou o regresso à forma de Al Pacino que voltava aos filmes após um hiato de quatro anos e uma série de flops e que consolidou Ellen Barkin como actriz de primeira linha. Do elenco, fizeram ainda parte William Hickey, Richard Jenkins e Paul Calderón. As cenas de Lorraine Bracco como a ex-mulher de Frank não foram incluídas na versão cinematográfica mas surgiram em transmissões televisivas e em edições de VHS e DVD.
Trailer:
Aos 0:17, promo da exibição do filme na SIC em 1994
No Natal de 1997, a maior prenda na nossa casa foi a adesão à televisão por cabo. De repente tínhamos uma quantidade de canais disponíveis para ver, e para mim e para o meu irmão, um dos nossos canais de eleição foi o Canal Panda e na altura, houve uma série que víamos e que costumava passar nas horas finais de emissão (na altura o Canal terminava às 23 horas).
Essa série era "A Rapariga dos Oceanos" ("Ocean Girl" no original), uma série juvenil australiana de aventura e ficção científica, que teve 78 episódios distribuídos por quatro temporadas que contavam as aventuras de uma rapariga com invulgares capacidades aquáticas vinda de outro planeta e os seus amigos humanos. Criada por Jonathan M. Shiff, a série foi originalmente exibida na Austrália entre 1994 e 1997 e vendida para mais de trinta países nos cinco continentes. No Reino Unido, passou na BBC sob o título "Ocean Odyssey". Não posso afirmar ao certo, mas a ideia que eu tenho é de que os 78 episódios da série foram exibidos em loop no Canal Panda entre 1998 e 2000.
Num futuro não muito distante, o governo australiano criou no meio do Oceano Pacífico um laboratório de tecnologia avançada dedicado ao estudo da vida marinha e da proteção dos oceanos chamado ORCA, que serve também de escola para os filhos dos cientistas. É lá que vivem os irmãos Jason (David Hofflin) e Brett Bates (Jeffrey Walker), filhos da doutora Dianne Bates (Kerry Armstrong na duas primeiras temporadas e Liz Burch nas restantes), uma cetologista. Um dia, durante uma expedição com a mãe para colocar um sensor numa baleia-jubarte, Jason dá de caras com uma rapariga que o tenta impedir de atingir a baleia. A princípio ninguém acredita nele, mas mais tarde ele e o irmão acabam por descobrir que a rapariga existe mesmo.
Trata-se de Neri (Marzena Godecki), uma rapariga de extrema beleza e com incríveis capacidades nadadoras e de respiração subaquática e que tentava proteger a sua amiga baleia, a que chamou de Charley. Vinda do Planeta dos Oceanos, ela veio com o pai para a Terra mas a nave teve um acidente fatal do qual ela é a única sobrevivente. Neri e os irmãos Bates rapidamente tornam-se grandes amigos e ela decide ajudar a Dra. Bates e o seu colega Dr. Winston Seth (Alex Pinder) no estudo do canto de baleias, em especial o de Charley na ORCA. Para tal, têm a ajuda de um supercomputador, H.E.L.E.N. , que tem uma voz feminina humana (Nina Landis). Mais tarde, Neri descobre que Jane, uma das alunas da ORCA, é afinal a sua irmã Mera (Lauren Hewett), que cresceu como humana e não tinha memórias do seu passado. Neri e Mera têm a oportunidade de regressar ao Planeta dos Oceanos, mas enquanto Mera aceita para descobrir mais sobre as suas origens, Neri decide ficar na Terra quando descobre que a missão do seu pai era a de ajudar a resolver os problemas da poluição dos oceanos na Terra.
O principal antagonista das três primeiras temporadas é o Dr. Hellegren (Nicholas Bell), o líder da UBRI, uma organização rival da ORCA, que pretende obliterar esta para os seus propósitos que incluem construções que podem acabar com a vida marinha da zona. Além disso, Hellegren teve conhecimento do acidente da nave alienígena em que Neri e o seu pai seguiam e pretende deitar as mãos ao sincrónio, um poderoso material com o qual os habitantes do Planeta dos Oceanos pretendiam usar para salvar a Terra. O Dr. Hellegren tenta obter mais informações sobre Neri e o sincrónio através de aliados seus infiltrados na ORCA, mas em vão e até a sua filha Lena (Joelene Crnogorac) acaba por tomar partido de Neri e da ORCA e revolta-se contra o pai.
Na terceira temporada, surge na ilha Kal (Jeremy Angerson), um rapaz do mesmo planeta de Neri. Com ciúmes da proximidade de Neri com os terrestres (e intuindo que Jason e Neri já se começam a ver como mais que amigos), quando cai nas mãos da UBRI, Kal deixa-se manipular pelo Dr. Hellegren para se aliar a ele e roubar o sincrónio e só mesmo nos instantes decisivos é que tudo se resolve.
A quarta e última temporada explorava mais o mundo do planeta de Neri e agora não só ela e os Bates são perseguidos pela PRAXIS, uma organização secreta destinada a neutralizar vida extraterrestre na Terra, como no Planeta dos Oceanos, o terrível Malakat (George Henare) decide tomar o poder ameaçando com um mortífero vírus. Mas quando tudo parece perdido, Neri, Mera, Jason e Brett conseguem aceder ao poder de uma pirâmide subaquática e trazer de novo à vida Shalamorn (Marie-Louise Walker), a mãe das raparigas e a verdadeira Rainha do Planeta dos Oceanos, que consegue travar as ameaças da PRAXIS e de Malakat.
No final, enquanto se enceta um promissor futuro de cooperação entre a Terra e o Planeta dos Oceanos, Neri e Jason assumem por fim estar apaixonados um pelo outro e trocam um beijo, sob o canto de Charley.
A série teve uma spin-off de animação, "The New Adventures Of The Ocean Girl" (2000-01), que chegou a passar na TVI, mas basicamente a única semelhança era o nome da protagonista.
Apesar da série ser australiana, os dois protagonistas eram de origem europeia: Marzena Godecki (Neri), escolhida entre 500 raparigas para ser Neri, nasceu na Polónia e David Hofflin (Jason) na Suécia. "Cunhados" nesta série, Jeffrey Walker (Brett) e Lauren Hewett (Mera) tinham anteriormente sido irmãos na série "A Meio Da Galáxia Virar À Esquerda" que passou na RTP em 1993. A actriz Tharini Mudaliar, conhecida pelo papel de Kamala em "Matrix Revolutions", entrou na quarta temporada como Shersheba, a cúmplice de Malakat, que acaba por se regenerar. Nas cenas em que Neri se aproxima da baleia Charley, tratava-se claro de uma réplica feita com fibra de vidro e alumínio que pesava 700 quilos.
Genéricos de abertura e encerramento das temporadas 1 e 2
Os anos que durante tanto tempo pertenceram à ficção científica são agora a actualidade. Eis-nos pois chegados a 2022 e já vinte anos distam do ano 2002, o último ano capicua até 2112. A euforia da viragem do século/milénio já estava no passado e agora era tempo de olhar em frente, mesmo com todas as incertezas que os acontecimentos de 2001, nomeadamente os ataques do 11 de Setembro, tinham deixado. Que memórias deixou este ano? Para mim, marcou a minha entrada na vida adulta, com o fim dos meus estudos e o início, ainda experimental, da vida laboral a estagiar numa companhia de seguros. A pior recordação foi sem dúvida a morte da minha Avó Ana, e a melhor foi a de umas férias no Sul de Espanha.
Vamos agora recordar 20 coisas que aconteceram há vinte anos no ano de 2002.
1. Durão Barroso tornou-se primeiro ministro.
Perante a auto demissão de António Guterres após as derrotas do do PS nas Eleições Autárquicas de Dezembro de 2001, novas eleições legislativas tiveram lugar a 17 de Março, marcando uma mudança no poder político, com o PSD a formar um governo em coligação com o CDS.José Manuel Durão Barroso tornava-se assim o novo primeiro ministro de Portugal, cargo a que viria a deixar dois anos mais tarde para presidir à Comissão Europeia. Paulo Portas, líder do CDS, assumiu o Ministério da Defesa.
2. Duas mortes reais
Em 2002, a Rainha Isabel II de Inglaterra celebrou o seu Jubileu de Ouro com 50 anos de reinado mas viu o seu ano manchado pelas mortes da sua irmã mais nova, a Princesa Margarida aos 71 anos, e a sua mãe, a Rainha-Mãe Elizabeth Bowes-Lyon aos 101 anos, no espaço de dois meses.
Aos 50 anos de reinado, Isabel II perdeu a mãe e a irmã.
A 25 de Abril, Lisa Lopes, também conhecida como Left-Eye, membro do grupo TLC perdia a vida aos 31 anos num acidente de carro nas Honduras. Também foi em 2002 que nos despedimos das cantoras Peggy Lee e Rosemary (tia de George) Clooney; de Astrid Lindgren, a criadora da "Pipi das Meias-Altas"; de Chuck Jones, o criador de "Tom & Jerry"; do líder da UNITA Jonas Savimbi; do comediante Dudley Moore; do actor Richard Harris, o Dumbledore dos filmes de Harry Potter; de Carmen Silvera, a Edith de "Alô Alô"; e de Linda Lovelace, a estrela de "Garganta Funda" que entretanto se tornara uma ativista anti-pornografia. Em Portugal, destaque para o ícone televisivo que foi Fernando Pessa, que nos deixou a 29 de Abril, catorze dias depois de completar cem anos de vida.
R.I.P. 2002: Lisa "Left-Eye" Lopes, Richard Harris, Fernando Pessa
3. Nasceram novas estrelas
Por outro lado, foi em 2002 que vieram ao mundo nomes como os actores de "Stranger Things" Gaten Matarazzo e Sadie Sink; a bailarina e actriz Maddie Ziegler, famosa pela sua participação nos videoclips de Sia; a patinadora russa Alina Zagitova, campeã olímpica em 2018 e Emma Raducanu, tenista britânica campeã do US Open de 2021. Por cá, nasceram a cantora Nenny (Marlene Tavares), a actriz Margarida Corceiro e o futebolista Nuno Mendes.
A 7 de Dezembro era inaugurado o Metro do Porto, com uma linha ligando Senhor De Matosinhos até à Trindade. Actualmente, o Metro do Porto tem seis linhas e a sua rede estende-se por oito concelhos da Área Metropolitana do Porto. Ao contrário de Lisboa, que é toda subterrânea, a rede do Metro do Porto é híbrida (basicamente é apenas subterrânea no centro do Porto, sendo as restantes áreas à superfície). Eu ainda só andei uma vez no Metro do Porto, em 2009, do Aeroporto Francisco Sá Carneiro até à Campanhã.
5. Rebentou o Escândalo da Casa Pia
Criada em 1780 por Pina Manique, intendente-geral da Polícia no reinado de D. Maria I, a Casa Pia de Lisboa foi criada para a educação de órfãos e recuperação de indigentes através do trabalho. Com o tempo converteu-se numa rede de estabelecimentos de ensino e de formação profissional, tendo sido particularmente renomeado o seu trabalho na reabilitação de deficientes auditivos, e as suas instituições incluem um clube desportivo cuja equipa de futebol chegou a jogar na 1.ª Divisão.
Carlos Silvino, uma das faces do escândalo de pedofilia na Casa Pia
Mas em 2002, a Casa Pia veria a sua reputação manchada por um escândalo de pedofilia. A 23 de Setembro em entrevista à jornalista Felícia Cabrita, um ex-aluno revelava ter sido alvo de abusos sexuais por parte de um funcionário da instituição. Perante outras denúncias, veio-se a saber que se tratava de Carlos Silvino, conhecido como Bibi, que além dos abusos que praticava, estaria envolvido numa rede de proxenetismo que fornecia menores da instituição a vários homens, portugueses e estrangeiros, incluindo figuras proeminentes. Veio então à luz também que essa prática já era comum há bastante tempo e nos anos 80, a Polícia Judiciária teria acusado um funcionário da Casa Pia de práticas continuados de pedofilia e proxenetismo.
O caso chocou um Portugal ainda na ilusão dos brandos costumes e produziria várias ondas de choque nos anos seguintes, com vários nomes da política, da diplomacia e do entretenimento a serem envolvidos.
6. O Homem-Aranha voou no cinema
Os segundos filmes das sagas de "O Senhor Dos Anéis" ("As Duas Torres") e "Harry Potter" ("A Câmara Dos Segredos") foram os filmes com maior bilheteira em 2002, mas o filme do ano foi o primeiro filme da saga de "O Homem-Aranha" com Tobey Maguire como o herói titular, que redefiniu o género do filme de super-heróis (e os beijos cinematográficos à chuva).
Também foi em 2002 que estrearam "Chicago" que dominaria os Óscares no ano seguinte, "Identidade Desconhecida" o primeiro filme de Matt Damon como Jason Bourne, "007 - Morre Noutro Dia" o filme final da era Pierce Brosnan como James Bond, "Star Wars - O Ataque Dos Clones", "O Rei Escorpião", "Resident Evil", "Men In Black 2", "The Ring - O Aviso", "As Horas", "Spy Kids", "O Pianista", "Minority Report", "Apanha-me Se Puderes", "Viram-se Gregos Para Casar", "A Cidade De Deus", "Sinais", "A Vida Deste Rapaz", "Gangues de Nova Iorque", "40 Dias E 40 Noites", "Scooby Doo", "Lilo & Stitch", "A Idade Do Gelo". Foi também o ano em que estrelas da música estrearam-se no grande ecrã: Eminem em "8 Mile", Britney Spears em "Crossroads" e Beyoncé Knowles foi Foxy Cleopatra em"Austin Powers - Membro Dourado".
Em Portugal, há de destacar dose dupla de Leonel Vieira com "A Bomba" e a "A Selva", "O Gotejar Da Luz", "António Rapaz de Lisboa", "O Delfim" de Fernando Lopes, "O Princípio Da Incerteza" de Manoel de Oliveira, "A Jangada De Pedra" a primeira adaptação cinematográfica de um romance de José Saramago e "Esquece Tudo O Que Eu Te Disse"
7. Música para todos os gostos
Em 2002, lançaram novos álbuns: Coldplay ("A Rush Of Blood To The Head"), Alanis Morissette ("Under Rug Swept"), Céline Dion ("A New Day Has Come"), Pet Shop Boys ("Release"), Sheryl Crow ("C'mon, C'mon"), Doves ("The Last Broadcast"), Elvis Costello ("When I Was Cruel), Moby ("18"), Eminem ("The Eminem Show"), Korn ("Untouchables"), Nelly ("Nellyville"), Oasis ("Heathen Chemistry"), Bruce Springsteen ("The Rising"), Beck ("Sea Change"), Good Charlotte ("The Young & The Hopeless"), Bon Jovi ("Bounce"), Santana ("Shaman"), Christina Aguilera ("Stripped"), Blue ("One Love"), Pearl Jam ("Riot Act"), Missy Elliott ("Under Construction"), Shania Twain ("Up!"), Mariah Carey ("Charmbracelet"), Robbie Williams ("Escapeology") e Jennifer Lopez ("This Is Me...Then").
Foram também editados os álbuns de estreia de Avril Lavigne ("Let Go"), Norah Jones ("Come Away With Me"), Justin Timberlake ("Justified"), Simple Plan ("No Pads, No Helmets... Just Balls"), Vanessa Carlton ("Be Not Nobody") e o homónimo dos Audioslave.
8. As Las Ketchup foram o condimento musical do ano.
Cada ano tem o seu hit WTF e em 2002, esse foi "Asereje" ou "The Ketchup Song" das espanholas Las Ketchup. O grupo era composto pelas irmãs Lola, Lucía e Pilar Muñoz, filhas de Juan Muñoz, um renomado guitarrista de flamenco conhecido como "El Tomate", daí o nome Las Ketchup e o título do álbum de estreia "Hijas Del Tomate". O tema narrava uma saída à noite em que um indivíduo chamado Diego que chega a uma discoteca e quando o seu amigo DJ põe a tocar o "Rapper's Delight" dos Sugar Hill Gang, Diego tenta cantar mas, como costuma acontecer com muitos dos nuestros hermanos, sai-lhe um inglês alfinetado pelo sotaque espanhol e "I say hip hop, the hippie" fica "Asereje ja de jé dejebe".
Tendo chegado ao n.º 1 do top espanhol em Março, quem de direito viu que havia ali potencial para um hit internacional de Verão e uma versão bilingue em espanhol e inglês foi gravada, pronta a ser lançada nos mercados estrangeiros (em Portugal, porém a versão espanhola foi mais divulgada) e "Asereje" não tardou a subir nos tops um pouco por todo o mundo da Austrália ao Reino Unido, passando pela América Latina, a tocar incessantemente nas rádios e a respectiva coreografia a ser executada em todo o lado. No entanto, alguns grupos religiosos acusaram a letra da canção de ter conotações satanistas, algo que as manas Muñoz sempre negaram. Embora o álbum tivesse vendido bem em vários países e o single seguinte "Kucha Las Payas" ainda tivesse tido alguma rotação, as Las Ketchup ficariam no panteão dos one-hit wonders. Em 2006, elas tentaram um comeback ao representar a Espanha no Festival da Eurovisão, com uma quarta irmã, Rocio, a juntar-se ao grupo, com "Un Bloodymary" mas ficaram-se pelo 21.º lugar e o disco subsequente passou despercebido.
9. Manoel de Oliveira tornou-se o mais velho realizador de um videoclip. Em Portugal, um dos álbuns de mais destaque foi "Momento" de Pedro Abrunhosa & Os Bandemónio, visto como um regresso à forma depois do flop do álbum anterior "Silêncio". O primeiro single, "Momento (Uma Espécie de Céu)", em dueto com Catarina Reis ou Cat, vocalista da banda viseense Eye, tinha a particularidade do videoclip ter sido realizado por nada menos que Manoel De Oliveira, pelo que aos 94 anos, o mestre tornava-se provavelmente a pessoa mais velha a realizar um videoclip de música.
Também lançaram novos álbuns GNR ("Câmara Lenta") e Madredeus ("Euforia"). Seis anos após os Rio Grande, quatro dos seus membros - Tim, Rui Veloso, João Gil e Jorge Palma - reuniram-se para mais um projecto all-star, os Cabeças No Ar que deixaram os hits "A Seita Tem Um Radar" e "Primeiro Beijo".
10. A Letónia ganhou o Festival da Eurovisão (porque Portugal não quis participar!)
A 25 de Maio, Tallinn, capital da Estónia, acolheu o 47.º Festival da Eurovisão, o primeiro em território da antiga União Soviética. Participaram 24 países, com a vitória a sorrir à Letónia, graças à actuação marcante da cantora Marija Naumova ou Marie N. que cantou o tema "I Wanna" com uma mudança completa de vestuário ao longo da performance. Ela começou com um andrógino outfit de calças, camisa, casaco e chapéu e foi despindo essas peças uma a uma, terminando a canção com um vestido cor-de-rosa. Entre os outros participantes, destaque para o segundo lugar de Malta na voz de Ira Losco e as fortes expectativas da Espanha que estava representada por Rosa Lopez, a vencedora da primeira edição da "Operación Triunfo", que acabou em sétimo lugar.
Tendo se estreado no certame em 2000, a Letónia conseguia a vitória à terceira tentativa. Mas bem que podia agradecer a Portugal. Como somando os países que ficaram no top 15 de 2001 e os que tinham estado ausentes devido a relegação nesse ano, sobravam duas vagas, a EBU convidou Israel e Portugal, 16.º e 17.º em 2001, para participarem em 2002. A televisão israelita aceitou mas a RTP, a braços com problemas financeiros e administrativos, acabou por recusar e essa vaga transitou para a Letónia.
11. O Sporting venceu o Campeonato e a Taça
Dois anos após ter quebrado um longo jejum, o Sporting voltava a ser campeão nacional, com Laszlo Boloni no comando e o plantel a ter nomes como João Vieira Pinto, Beto, Rodrigo Tello, Rui Jorge, Hugo Viana, Marius Niculae, Quaresma, Sá Pinto e Mário Jardel, novamente o melhor marcador. O Sporting ganhou também ganhou a Taça de Portugal contra um surpreendente Leixões, na altura na II Divisão, o então terceiro escalão nacional. Era então tal o regozijo da massa associativa leonina que até o disco da Juventude Leonina que tinha o célebre cântico "Só Eu Sei… Porque Não Fico Em Casa" foi campeão de vendas, chegando ao n.º 1 do top de álbuns. Infelizmente para os sportinguistas, seguir-se-ia um novo jejum de títulos nacionais até 2021.
Nas competições europeias, o Real Madrid ganhou a Liga dos Campeões e o Feyenoord de Roterdão a Taça UEFA.
12. Pela primeira vez, o Mundial de futebol jogou-se na Ásia…
Pela primeira vez, um Campeonato do Mundo de Futebol realizou-se na Ásia e foi organizado por dois países, o Japão e a Coreia do Sul. 32 selecções disputaram a prova, incluindo pela primeira vez a China, o Equador, a Eslovénia e o Senegal. Foi um Mundial de grandes surpresas com Argentina, França e Portugal a cairem logo na fase de grupos. E nas rondas seguintes somaram-se mais surpresas como a Coreia do Sul a eliminar a Espanha e a Itália (com alguma cumplicidade dos árbitros) e um inaudito jogo dos quartos de final entre Turquia e Senegal. Aliás, coreanos e turcos chegariam até às meias-finais onde caíram respectivamente aos pés de Brasil e Alemanha (a Turquia venceria o jogo pelo 3.º lugar).
Na final em Yokohama a 30 de Junho, Ronaldo fenómeno bisou (com 8 golos, foi o melhor marcador do Mundial) e o Brasil conquistou o penta. O guardião da Alemanha Oliver Kahn foi eleito o melhor jogador do torneio
13. …e Portugal passou vergonha. Depois de uma óptima campanha no Euro 2000 e de um apuramento relativamente fácil, havia grandes esperanças de ver Portugal a brilhar no Mundial de 2002. Pululavam nomes lendários, entre a geração campeã de 1991 e talentos posteriores, como Vítor Baía, Luís Figo, Rui Costa, Fernando Couto, Paulo Sousa, João Vieira Pinto, Sérgio Conceição e Nuno Gomes e até o sorteio parecia ter sido amigo, com a anfitriã Coreia Do Sul, Estados Unidos e Polónia a não inspirarem muitos receios. Decerto que esta terceira participação lusa em Mundiais de Futebol tinha tudo para ser um remake de Inglaterra 1966...no entanto acabou por ser um remake do México 1986.
Portugal não deixou boa imagem no Mundial de 2002
No primeiro jogo contra os Estados Unidos em Suwon, com os americano a marcarem três golos em 36 minutos. Portugal reduziria para 3-2 mas o mal estava feito. Uma goleada por 4-0 à Polónia com hat-trick de Pauleta trouxe novo alento mas no decisivo jogo contra a Coreia do Sul, o descalabro. Portugal acabaria derrotado por 1-0 com apenas nove jogadores em campo, após a expulsões de Beto e João Pinto, este deixando ainda uma vergonhosa imagem ao agredir o árbitro argentino Angel Sanchez.
16 anos depois, Portugal voltava a sair de um Mundial pela porta pequena e não tardaram a surgir histórias de fendas na camada de coesão e confiança que a selecção apresentava, desde o desadequado estágio de preparação em Macau e os problemas físicos de jogadores como Luís Figo após uma época demasiado dura, a desentendimentos de jogadores com o selecionador António Oliveira ou até mesmo relatos das superstições deste, que incluiriam rituais de purificação com alho nos balneários.
14. Ano de grande desporto
Quanto a outros acontecimentos desportivos, os 19.ºs Jogos Olímpicos de Inverno decorreram entre 8 e 24 de Fevereiro em Salt Lake City, capital do estado norte-americano do Utah, com a participação de 78 países (os últimos Jogos de Inverno até à data sem participação de Portugal). Apenas cinco meses depois do 11 de Setembro, na cerimónia de abertura foi erguida uma bandeira americana recolhida dos escombros do World Trade Center. Entre os grandes feitos atléticos, destaque para as quatro medalhas de ouro no biatlo do norueguês Ole Einar Bjorndalen, as três da croata Janica Kostelic no esqui alpino, a vitória do Canadá no hóquei no gelo (masculino e feminino) e o triunfo inesperado do australiano Steven Bradbury na patinagem de velocidade, o primeiro ouro olímpico do Hemisfério Sul em Jogos de Inverno.
Tendo-se naturalizado português em Novembro de 2001, Francis Obikwelu conquistou a medalha de prata nos 100 e 200m nos Europeus de Atletismo em Munique (no ano seguinte, a prata dos 100m seria convertida em ouro após a desqualificação do vencedor original), onde Rui Silva também alcançou o bronze nos 1500m. Sérgio Paulinho conquistou a medalha de bronze na prova sub-23 de contrarrelógio nos Mundiais de ciclismo e José Couto sagrou-se vice-campeão mundial dos 50m bruços em piscina curta em Moscovo.
15. Gisela Serrano arrasou (e arreou) no Masterplan
Em 2002, o panorama televisivo ficou marcado pelo "Masterplan" da SIC. Pela primeira vez, a Endemol elegia Portugal como o primeiro país para estrear um reality show. Nele, dois concorrentes, um de cada sexo, viria a sua vida a ser seguida pelo programa, ao mesmo tempo que efectuava algumas tarefas indicadas por uma autoridade invisível denominada "Masterplan" que comunicava através de mensagens de telemóvel. A cada semana, cada concorrente teria um desafiador que procuraria convencer o público a usurpar o lugar do concorrente. O programa estreou a 4 de Março com Herman José a conduzir as galas de sexta-feira e Marisa Cruz a apresentar os resumos diários. Inicialmente estava previsto o programa durar um ano mas acabou por durar seis meses.
De entre todos os concorrentes e desafiadores, nenhum foi tão memorável como Gisela Serrano, a concorrente feminina inicial, sempre pronta a armar barraco. O momento mais infame foi quando, durante uma viagem de carro e numa escalada de provocações mútuas, Gisela chegou a vias de facto com a desafiadora Sandra Leão. Contudo, o que pouca gente agora se recorda é que viria a ser outra Gisela, de apelido Ildefonso, a vencedora do programa, e também ela geradora de várias polémicas.
16. Estivemos nas casa do Ozzy, do Toy e da Ágata
A 5 de Março, estreava na MTV "The Osbournes" que seguia a vida diária da lenda do heavy metal Ozzy Osbourne, consagrado como líder dos Black Sabbath e na posterior carreira a solo, e da sua família: a esposa Sharon e os filhos adolescentes Kelly e Jack. Vários momentos familiares foram captados em câmara, entre momentos caricatos e bizarros e outros mais sérios como a luta de Sharon contra um cancro no cólon, com os espectadores a descobrir que os Osbournes tinham tanto de funcional e de disfuncional como as suas próprias famílias. Ozzy e Sharon já eram famosos mas Jack e Kelly tornaram-se também celebridades. Ainda nesse ano, Kelly editou uma versão punk rock de "Papa Don't Preach" de Madonna. A série acabaria por criar um novo subgénero de tele-realidade que rapidamente se estenderia a várias figuras um pouco por todo o mundo, sendo particularmente aperfeiçoado pelas Kardashians. Até Portugal seguiu o filão e ainda em 2002, a SIC exibiu "Na Casa Do Toy" e "O Meu Nome É Ágata", seguindo o quotidiano destas duas estrelas da música, e que mais tarde dariam célebres tesourinhos do Gato Fedorento.
17. Outras estreias em televisão
Ainda no âmbito dos reality shows, a TVI apostou na onda dos talentos com "Academia de Estrelas" por onde passaram nomes como Vanessa Silva, Manuel Melo, Pedro Bargado e o eventual vencedor Mané Crestejo e no fim do ano com duas edições consecutivas de "Big Brother Famosos". A primeira foi ganha por Ricky da boyband Milénio com Francisco Mendes e João Melo dos Fúria Do Açúcar respectivamente em segundo e terceiro lugar, participando também nomes como Carlos Sampaio, Cinha Jardim, Jorge Cadete, Julie Sargent, Nuno Homem de Sá, Romana, Simara e o Zé Maria e a Sónia do Big Brother 1. O actor Vítor Norte venceu a segunda edição com a cantora Ruth Marlene e a Miss Portugal 1998 Marisa Ferreira como as outras finalistas, e nessa leva passaram pela casa nomes como Claudisabel, Cláudio Ramos, a Elsa do Big Brother 2, Gustavo Santos, Lena D'Água, Melão, Rita Ribeiro e... Gisela Serrano.
Ainda dentro na TV nacional, estrearam as telenovelas "Sonhos Traídos", "O Último Beijo", "Tudo Por Amor" e "Amanhecer" na TVI e "Fúria De Viver" na SIC. Na RTP destaque para as séries "Paraíso Filmes", "Camilo, O Pendura" e "Um Estranho Em Casa" e o espaço de debate "Prós & Contras" que duraria até 2020! Já na SIC Radical, estrearam os icónicos "Cabaret Da Coxa" e "NuTícias".
Lá fora, estrearam "American Idol", "The Wire", "The Shield", "Firefly" e "John Doe".
18. A Miss Universo foi destronada.
Em 2002, pela primeira e até agora única vez, a Miss Universo não completou oficialmente o seu reinado. Na cerimónia que teve lugar a 29 de Maio em Porto Rico, a deslumbrante russa Oxana Fedorova, de 24 anos, então agente da polícia e estudante de Direito, encantou tudo e todos e foi a óbvia vencedora. Porém apenas quatro meses, foi anunciado que ela tinha perdido o seu título. Na versão da organização da Miss Universo, ela foi deposta por falhar no cumprimento dos seus deveres e obrigações como a detentora do título. Na versão da própria Oxana, ela desistiu do título para se concentrar nos seus estudos de direito e estar perto da família na Rússia.
A coroa de Miss Universo passou então para a 1.ª Dama de Honor, Justine Pasek do Panamá, que manteve o título até à coroação da sucessora em 2003. Apesar de não ter completado o reino, Oxana Fedorova é considerada por muitos como uma das mais belas Miss Universos de todos os tempos. Desde então, tornou-se uma figura proeminente da indústria do entretenimento russo, como apresentadora, cantora, actriz e modelo.
De referir ainda que a 3.ª Dama de Honor, Vanessa Carreira da África do Sul, era luso-descendente e em 2000, tinha concorrido a Miss Portugal mas não ficou entre as finalistas. Portugal foi representado por Iva Lamarão.
19. Outros factos
A 20 de Maio, após dois anos e meio de ser interinamente governado pela ONU, Timor Leste tornou-se a mais jovem nação do mundo. No mundo dos videojogos, o jogo do ano é "Grand Theft Auto: Vice City" que inovou com a sua jogabilidade, detalhes de violência e sobretudo a banda sonora com músicas dos anos 80. A Mozilla lançou a primeira versão do browser Firefox. O ex-presidente americano Jimmy Carter ganhou o Prémio Nobel da Paz e o escritor húngaro Imre Kertész o da Literatura. Luís Inácio "Lula" da Silva vence as eleições presidenciais no Brasil.
20. Dissemos adeus ao Escudo e olá ao Euro.
A maior mudança que o ano de 2002 trouxe à nossa vida foi a mudança da nossa unidade monetária com o escudo a dar lugar ao Euro, como também sucedeu em mais onze países da União Europeia (Alemanha, Áustria, Bélgica, Espanha, Finlândia, França, Grécia, Irlanda, Itália, Luxemburgo e Países Baixos). Desde 1999 que se podia efectuar pagamento em cheques e transferência de bancar em Euros mas foi só no dia 1 de Janeiro de 2002 que por fim começámos a ter as novas notas e moedas do Euro nos nossos bolsos, com cada euro a valer por 200,482 escudos. Euros e escudos coexistiram durante dois meses até que a partir de 1 de Março, os escudos perderam a sua validade monetária, passando a ser souvenirs.
O tempo acabaria por demonstrar que a ideia de uma unidade monetária pan-europeia era muito bonita em teoria mas com diversas vicissitudes na prática e de vez em quando, a longevidade do Euro é questionada. Mas vinte anos depois, ainda por cá continua o Euro. Actualmente são dezanove os países da zona Euro, sendo também a unidade monetária de alguns estados não-membros da União Europeia: Andorra, Mónaco, Montenegro, São Marino e o Vaticano.
Mas regressando a 2002, o país dividiu-se entre aqueles que desde logo quiseram pagar e andar com euros e os que se agarraram aos escudos até às últimas. Eu fui dos primeiros. Lembro-me que ainda na primeira semana, eu fui a um banco trocar uma nota de 5000 escudos que recebi no Natal e com parte dos quase 25 euros recebidos, eu comprei o CD da banda sonora do filme "Moulin Rouge".
Desde já, um bom ano de 2022. E se acham que me esqueci de um facto ou acontecimento importante de 2002, digam aí nos comentários ou no Facebook da Enciclopédia de Cromos.
Devido às vicissitudes do Youtube, alguns dos vídeos de três artigos dedicados ao "Natal Dos Hopsitais" não se encontram mais disponíveis e por isso decidi condensar esses três artigos (referentes às partes 2, 4 e 6) aqui.
Pela sua longevidade e tradição, ainda que se diga que já não é o que era nem coisa que se pareça, a verdade é que tem o seu quê de reconfortante saber que em breve a RTP levará a cabo mais uma edição do "Natal dos Hospitais". Todos nós temos memórias das edições dessa lendária emissão natalícia nos anos 80 e 90, que nos mantinha presos à televisão a assistir ao interminável desfile de artistas. Não sei se é pelo o açúcar que o tempo adiciona às nossas memórias, mas dava a ideia que mesmo os cantores mais pimba avant-la-lettre eram mais dignos que os cantores pimba actuais, que havia mais artistas e grupos prestigiados outrora e que as horas da maratona televisiva custavam menos a passar. Também tenho pena que desde há mais de dez anos que o programa seja emitido ainda em período escolar, pois recordo ver o "Natal dos Hospitais" em tempo das sempre deliciosamente ansiadas Férias de Natal, onde era um dos vários pontos altos desse sublime período.
A primeira edição do "Natal dos Hospitais", iniciativa do "Diário de Notícias" e da RDP, teve lugar em 1944. Entre os artistas presentes estiveram, como se vê na foto em baixo, Vasco Santana e Mirita Casimiro (a eterna Maria Papoila), então casados.
Recordemos agora algumas actuações nos Natais dos Hospitais dos anos 80 e 90:
Em 1989, Catarina Furtado era uma jovem de 17 anos, finalista da Escola de Dança do Conservatório Nacional. No Natal dos Hospitais desse ano, longe de se imaginar que iria apresentar futuras edições do programa na RTP, marcou presença num número de dança coreografado por Jorge Trincheiras, ao som de "Adestes Fidelis" na voz de Luciano Pavarotti. Catarina é a segunda a entrar em palco, dançando com outros colegas do seu curso: Alexandra Pinto, Carla Pereira, Liliana Mendonça, Jorge Mira e Sandra Rosado. Reconheci esta última, a ruiva, do filme "Rasganço".
De 1989, o futuro presidente do Boavista, João Loureiro com a sua banda, os Ban, num dos seus mais famosos hits "Dias Atlânticos".
Ainda em 1989 com a actuação dos GNR, todos eles vestidos de forma bem formal, sobretudo Rui Reininho de papillon e camisa de folhos. Nesse ano, o Grupo Novo Rock (que é o que quer dizer a sigla do grupo) lançara o álbum "A Valsa dos Detectives" que continha duas das minhas canções preferidas da banda: "Morte Ao Sol" e este "Impressão Digital".
Continuando em 1989, José Cid canta um medley dos seus hits, incluindo "Um Grande Grande Amor", "Na Cabana Junto À Praia", "Os 20 Anos" e "A Minha Música".
Na batalha Onda Choc vs. Ministars, eu pendia para o lado destes. Tive os três primeiros álbuns deles (contra apenas uma cassete dos Onda Choc) e quando nunca surgiam na televisão com menos de três rapazes (o que significava que era mais d'homem gostar dos Ministars que dos Onda Choc). Muitos de vós reconhecerão esta versão de "I Wanna Dance With Somebody". E serei o único a lembrar-me desta árvore de Natal giratória do cenário do "Natal dos Hospitais" de 1987? Seguindo para 1997, ainda no campo dos grupos infanto-juvenis que versionavam temas estrangeiros, quem não se lembra da Malta Pop (com uma aceitável quota de dois rapazes) que nos anos 90 ousaram desafiar o domínio dos Onda Choc (por esta altura, os Ministars já tinham ido à vida).
Recuando até 1991, is Fernando Mendes (quando ainda só vestia no máximo o tamanho L), numa rábula da recista "Vamos A Votos" com Rosa Villa ou o encontro entre uma mulher "discreta" e um homem que tem sempre as (duas) palavras certas para dizer!
Afinal eu não estava equivocado quando eu tinha memórias que uma das edições do "Natal dos Hospitais" não teve o habitual palco de auditório mas sim numa escadaria do hospital. Foi em 1992, creio que no Santa Maria, em que os cantores iam descendo um lance de escadas até ao palco improvisado. Foi o caso da malograda Cândida Branca-Flor que cantou "Ei Rosinha", uma adaptação de um tema tradicional de Cabo Verde.
No Natal de 1992, Anabela ainda estava a alguns meses de vencer o Festival da Canção com o incontronável "A Cidade (Até Ser Dia)". Mas desde tenra idade que a cantora natural da Cova da Piedade já tinha dado provas do seu talento. Nesse de ano 1992, não só Anabela tinha editado um novo álbum "Encanto" do qual se incluía este "Histórias de Encantar" como fazia parte do elenco da telenovela "Cinzas" como uma jovem aspirante a fadista.
Lena D'Água editou nesse ano de 1992 um álbum de temática infantil "Ou Isto Ou Aquilo" em que musicou poemas da poetisa brasileira Cecília Meirelles. É o caso deste "Todos Querem Ser Pastores" onde Lena surgiu acompanhada por um grupo de crianças.
Em 1997, Fernando Monteiro (quem?) num comovente tributo à população idosa, tão negligenciada pela nossa sociedade, no tema "A Velhinha No Passeio".
A quadra natalícia também propiciava que vários artistas se reunissem numa cantiguinha de Natal, como se sucede neste caso que junta nomes como Marante, Maria Lisboa, José Alberto Reis e Filipa Lemos numa fase pré-Santamaria.
Ou ainda em 1997, esta canção onde andaram de mãos dadas vários cantores como Mónica Sintra, Claudisabel e Chiquita.
Foi em finais de 1997 que os Excesso irromperam para preencher a lacuna de boybands nacionais e também não podia deixar de marcar presença no Natal Dos Hospitais com o seu grande hit "Eu Sou Aquele". Ao que parece, os cinco rapazes andavam tão atarefados de um lado para o outro que alguns até se esqueceram de vestir camisas!
De regresso aos anos 80, duas figuras imortais: Fernando Pessa e Amália Rodrigues. (E um cameo da "Senhora De Cavaco Silva")
E para terminar, como não podia deixar de ser, Herman José no seu avatar José Estebes, em 1990 acompanhado por Ana Bola e Vítor de Sousa, a cantar o imortal "Vamos Lá Cambada". A certa altura, outros artistas também surgem no palco e Herman aproveita para cantar excertos de outras canções deles como "O Anel de Noivado" dos Trio Odemira e "Trocas Baldrocas" de Cândida Branca-Flor.