Começo por indicar uma nota curiosa no canto superior esquerdo: "atenção emigrantes e público em geral". E para o que chama o anúncio a atenção? Móveis e Electrodomésticos na loja "Electro-Povo". Além de entrega e montagem gratuita, dos planos de pagamento até 12 meses, o visitante da loja podia ainda presenciar "a maior exposição de móveis do Norte".
Publicidade retirada da revista Maria Especial de Natal, de 1984.
Como sempre, o leitor pode partilhar experiências, corrigir informações, ou deixar sugestões aqui nos comentários, ou no Facebook da Enciclopédia: "Enciclopédia de Cromos". Visite também o Tumblr: "Enciclopédia de Cromos - Tumblr".
Dado o sucesso da nova rubrica Top 5 da "Enciclopédia de Cromos", onde eu, o David Martins e o Paulo Gomes elaborámos um top dos nossos melhores presentes de Natal, surgiu-me agora a inspiração para um novo top 5.
Se é verdade que nunca fui gordo, pelo menos ao ponto de levar com as habituais alcunhas com que os miúdos gordos eram habitualmente presenteados (gordo, badocha, bucha, bazuca... felizmente que havia sempre alguns rapazes na minha turma que tinham literalmente mais corpo para esses cognomes), a verdade é que nunca fui magro. Tal como todos os miúdos, as comidas que faziam mal (doces, fritos, batatas fritas e outros snacks da Matutano) seduziam-me mais do que as que faziam bem. Só a espaços é que comia fruta, embora gostasse de quase todos os legumes, em especial cenoura. Por isso, nunca fui magro, sempre tive barriga e a culpa é da quantidade do açúcar que ingeri em miúdo (e que não diminuiu assim tanto em adulto). Aliás nem sei como é que devido a isso nunca me tornei em alguém digno de concorrer ao "Peso Pesado".
Entre todo o tipo de guloseima que eu devorava, os chocolates estavam sem dúvida no meu topo de preferências. E os anos 80, a década da minha infância foi fértil em vários tipos de chocolate, desde os mais clássicos como as singelas tabletes da Regina das máquinas de furos, o mítico "Coma Com Pão", as sombrinhas ou aquela tablete em wafer que dava pelo algo inusitado nome de Taxi. Além disso, na segunda metade da década, surgiu uma fértil e variada leva de novos chocolates que chegaram ao mercado e que fizeram as delícias do miúdos gulosos como eu e a desgraça dos seus dentes e sistemas digestivos. Apesar de ter alguns chocolates preferidos, não tinha uma grande fidelização, marchava quase tudo. O único chocolate de que eu nunca gostei foi o Bounty, porque na altura eu não gostava nada de coco (e ainda hoje não aprecio por aí além) e também nunca fui fã de chocolate branco, só comia em falta de algo melhor. Todas estas marcas ainda existem no mercado, algumas com a popularidade de sempre, outras com menos fulgor, alguns terão outros formatos e variedades (como em chocolate branco), mas sem dúvida que saborear estes chocolates nos tempos de petiz tinha outro sabor.
#5 Maltesers - Sim, quando se fala em chocolates aos pedaços, é difícil resistir o apelo colorido das Pintarolas, Smarties, Lacasitos e M&M's. No entanto, na primeira vez que comi Maltesers, senti-me como a Dorothy em Oz. Ela já não estava no Kansas, eu já não estava no terreno das Pintarolas. Ao comer os Maltesers, senti-me de repente mais maduro e sofisticado. Não era um puto que se deixava fascinar pelas corzinhas dos Smarties e similares. Sim, os Maltesers eram todos da mesma cor, de um baço castanho claro, mas ofereciam um paladar mais refinado, devido àquele interior leve e quebradiço que vinha lá dentro, que nunca soube como se chamava. Quando apareceram, o slogan dos Maltesers era "a forma mais leve de comer chocolate".
#4 Lion - Cantemos todos: "Selvagem, uma dentada em Lion!" Sem dúvida que o Lion era o chocolate mais selvagem, não só pela célebre figura do leão estampado no rótulo mas sobretudo pela sua morfologia. Longe das tabletes direitinhas e alinhadas, o Lion vencia pela sua forma irregular e grosseira com tudo e mais alguma coisa (cereais, caramelo, wafer) sob uma capa de chocolate. E como se impunha, a primeira dentada em Lion tinha de ser bem selvagem e desmedida, abrindo bem a boca, abocanhando a barra, trincando quase até metade e depois mastigar bem alto dentro da boca.
#3 Twix/Raider - Quando surgiu em Portugal (em 1987 senão estou em erro), o Twix foi comercializado com o nome de Raider, tendo apenas adoptado o nome como era conhecido internacionalmente uns anos mais tarde. Se é verdade que Raider tinha o seu quê de mais sonante e másculo, a verdade é que Twix fazia mais sentido para o chocolate que era, jogando com as palavras two, twin e mix. Fazendo jus à máxima de que melhor que um chocolate, só mesmo dois chocolates, o Twix ganhava por ter duas peças em cada embalagem. O que eu mais gostava no Twix era o biscoito crocante e em miúdo, tinha uma técnica que consistia em comer primeiro a parte de cima, que era de caramelo, mais mole, para depois dedicar-me à parte do biscoito.
#2 Mars - Quem ainda se recorda do slogan que dizia que "Um Mars por dia ajuda a trabalhar, a descansar e a divertir-se"? Não sei se ajudava assim tanto, mas sem dúvida que em petiz, eu era todo pela ideia de comer um Mars por dia, ajudasse ou não no quer que fosse. O Mars destacava-se pela sua sobriedade. O simples invólucro preto com umas letras gordas em vermelho e um contorno dourado e o seu aspecto simples, nem abandalhado como o Lion nem direitinho como as tabletes tradicionais, escondiam o sabor poderoso do seu interior deliciosamente espesso.
#1 Crunch - Confesso que um dos principais motivos pelos quais pus o Crunch no lugar cimeiro deste top foram os anúncios publicitários, em que mal alguém ferrava uma dentada num Crunch, algo nas redondezas ia abaixo. Lembro-me que na primeira vez que comi um Crunch, esperei até estar a alguma distância da mercearia, não fosse o Diabo tecê-las. Mas sem dúvida que o Crunch era especial pois conciliava o melhor dos dois mundos, tendo tanto de certinho como de selvagem: era uma tablete direitinha, envolvida num papel azul escuro apenas interrompido por uma tira branca e as letras garrafais em vermelho (mas que ainda assim não era das embalagens mais berrantes) e estava dividido em quadradinhos; porém essa disposição ordeira escondia o célebre fundo em arroz tufado (ou "arroz estufado" como já ouvi) e que soava ruidosamente quando mastigado na boca. Por essa justaposição vencedora, o Crunch merece o #1 deste top.
Concordam com este meu top? Consideram que outro chocolate ficou criminosamente fora da lista? Como sempre, podem dizer da vossa justiça nos comentários do blogue ou na página do Facebook da "Enciclopédia de Cromos".
Na foto acima podem contemplar um rude mas belo saleiro, elaborado durante as aulas de Trabalhos Oficinais/Manuais/Wathever no ano lectivo 1989/1990, se não estou em erro, durante o meu 5º ano, na agora Escola Professor Paula Nogueira, nessa altura conhecido em Olhão apenas como Ciclo.
Todo construído em madeira e decorado com belas cores, falta o suporte para pendurar na parede, que se "perdeu" há bastantes anos. E falta porque eu reparei logo quando cortava as peças de madeira que não estava muito sólida, mas a preguiça venceu e preferi continuar a cortar essa em vez de começar uma peça nova. Repare-se também que não pintei totalmente o interior do saleiro. Opção artística, obviamente!
Outros atentados que cometi nesta disciplina, incluem uma base para copos ou tachos em corda entrançada, e uma bonita tapeçaria, com um tema que já não me recordo... (pensando melhor, algumas gaivotas no mar ou patos num lago, algo assim) Para minha grande pena, a minha turma nunca teve acesso aos barros (argilas?) e metais, que sim senhor pareciam divertidos, mas que só podia ver quando passava perto da outra turma que partilhava a oficina da escola. No ano seguinte, passei para uma escola "temporária" e durante o ano lectivo não tive disciplinas como Educação Física, Visual, Musical e creio que também não houve Trabalhos Manuais, frustando novamente a oportunidade de eu ir fazer bonecos em barro.
Caro leitor, quais foram as suas obras de arte na disciplina de Trabalhos Manuais?
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Quando se fala sobre as telenovelas da Globo exibidas no horário nobre da SIC dos anos 90, é impossível não se mencionar esta, exibida entre 1996 e 1997. Escrita por Benedito Ruy Barbosa e dirigida por Luiz Fernando Carvalho, "O Rei do Gado" teve uma trama que prendeu os telespectadores tanto em Portugal como no Brasil e marcou um dos pontos altos da carreira de António Fagundes, onde fez de avô e neto.
Giuseppe e Antonio
Enrico e Giovanna
Os sete primeiros episódios da história decorrem em 1943, em plena Segunda Guerra Mundial. No interior do estado de São Paulo, duas famílias de imigrantes italianos, os Berdinazzi e os Mezenga, vivem em conflito por umas parcelas do seu terreno de café. Os patriarcas Giuseppe (Tarcísio Meira) e Antonio (António Fagundes) cultivam um ódio mútuo sem saber que a filha do primeiro, Giovanna (Letícia Spiller) e o filho do segundo, Enrico (Leonardo Brício), estão apaixonados. As respectivas esposas Nena (Vera Fischer) e Marieta (Eva Wilma) apoiam secretamente esta relação, mas quando esta é descoberta e incumprida a promessa dos Mezenga em doar como dote de casamento a terra disputada aos Berdinazzi, Giovanna e Enrico não têm outro remédio senão fugir e constituir família longe, onde terão um filho, Bruno. Destroçado com a fuga da filha e a morte do seu filho preferido Bruno (Marcelo Anthony) na guerra em Itália, Giuseppe enlouquece e morre.
A segunda fase passa-se na actualidade (1996). Bruno Mezenga (António Fagundes), filho de Giovanna e Enrico, é agora um abastado fazendeiro e pecuarista, a quem chamam "O Rei do Gado". Porém, apesar da sua fortuna, não é um homem feliz. Desiludido no seu casamento com Léia (Sílvia Pfeiffer) e distante dos seus filhos, Marcos (Fábio Assunção) e Lia (Lavínia Vlasak), só encontra conforto no seu trabalho.
Luana e Bruno
Além disso, a contenda entre Mezenga e Berdinazzi continua, com Bruno a disputar terrenos que pertenceram a ambas as famílias com o seu tio Geremias (Raul Cortez). Geremias é dono de um império do café e do leite, mas é um homem solitário e amargo, vivendo no remorso de ter construído a sua fortuna às custas da usurpação das terras dos irmãos. Por isso, quando uma misteriosa mulher (Glória Pires) que se diz chamar Marieta e ser sua sobrinha, ele acolhe-a de braços abertos. Porém "Marieta" é na verdade Rafaela, uma impostora de olho na herança do produtor cuja ambição também a leva se envolver com Marcos.
Marcos e Marieta/Rafaela
Geremias
A verdadeira sobrinha e herdeira de Geremias é Luana (Patrícia Pillar) uma bela e humilde bóia-fria que se envolve no movimento dos sem-terra, liderado pelo casal Regino (Jackson Antunes) e Jacira (Ana Beatriz Nogueira). Quando os sem-terra ocupam uma das suas terras, Bruno conhece e encanta-se logo com Luana, que a leva para a sua fazenda. Por detrás da sua aparência frágil, Luana é uma mulher forte e desconfiada, mas acaba por corresponder aos afectos de Bruno.
Ralf e Léia
Frustrada no seu casamento, Léia tem um amante, o sedutor Ralf (Óscar Magrini) que também está envolvido com a dondoca Suzane (Leila Lopes) e a garota de programa Marita (Luciana Vendramini). Ralf revelar-se-á um homem perverso e cruel e Léia sofre nas suas mãos.
Lia e Aparício
Entre outras personagens, destaque ainda para Judite (Walderez de Barros) a fiel criada de Geremias por quem sempre esteve apaixonada, Zé da Araguaia (Stênio Garcia) o braço-direito de Bruno, a mulher deste Donana (Bete Mendes), Aparício (Almir Satter) o músico da dupla sertaneja Pirilampo & Saracura por quem Lia se apaixona, o senador Caxias (Carlos Vereza) empenhado na defesa dos sem-terra e a filha deste, Liliana (Mariana Lima), eterna apaixonada de Marcos.
Com um elenco luxuoso, uma trama complexa e imagens rurais de encher o olho, "O Rei do Gado" foi um óbvio sucesso. Expressões italianas como "va bene" ou "maledetto", ditas amiúde por Bruno e Geremias, andaram na boca de brasileiros e portugueses. E foi a partir daqui, devido à respectiva personagem da telenovela, que o nome Luana tornou-se bastante popular em Portugal com cada vez mais pais a quererem darem esse nome às suas filhas recém-nascidas, como foi o caso da cantora Adelaide Ferreira.
A Rádio Cidade chegou a fazer uma paródia da telenovela, "O Rei Tardado" cujo único detalhe de que me recordo foi o de haver uma personagem chamada Rapazuela, inspirada em Rafaela.
Surprendentemente, depois de tanto tempo a publicar anúncios retirados de revistas de grande circulação, recheadas de concursos e jogos, foi a primeira vez que me deparei com um reclame a lotarias, mais concretamente à "Lotaria do Natal". Não costumo comprar cautelas de lotaria, mas gosto de ver cantarolarem os números durante os sorteios. Mas o anúncio de hoje tinha por objectivo promover a conhecida "Casa Viola" (ou como vem escrito, "Ca$a Viola", com o saudoso cifrão dos escudos).
No detalhe ilustrado, um senhor com uma viola carregado com uma série de coisas que não consigo identificar, decerto compradas com os prémio da lotaria. Ou então leva ás costas uma rapariga que acabou de raptar...
Publicidade retirada da revista Maria Especial de Natal, de 1984.
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"The Adventurer" (ou só "Adventurer"), exibida em Portugal com a tradução literal "O Aventureiro" foi uma série de época, filmada na Nova Zelândia, com uma temporada de 12 episódios, emitidos originalmente em 1987. Foi um sequela (continuação) da série “Smugler” de 1981; e o seu protagonista, Jack Vincent (Oliver Tobias) é um aristocrata condenado por se dedicar ao contrabando e que ao ser transportado para a colónia penal em Norfolk Island, causa um motim no navio "Sucess", capitaneado pelo seu cunhado Tenente Anderson (Paul Gittins), que o humilha constantemente. Vincent expulsa do navio Anderson e os homens fieis a ele; e pretende viajar para a América. Mas durante um naufrágio, apenas Vincent e mais dois sobrevivem, agora perseguidos por Anderson e em perigo constante de ameaças como desonestos comerciantes, nativos, profetas loucos e ainda tesouros enterrados!
O genérico e um excerto para promover o lançamento em DVD:
Em Portugal, "O Aventureiro" estreou na RTP-1 meras semanas depois da premiere internacional, aos Sábados à tarde no horário das 17:20h, no dia 29 de Agosto de 1987 como comprovado neste descrição do episódio de estreia retirado da programação do jornal "Diário de Lisboa":
Outro detalhe, do "Caderno TV" (revista Maria) do dia 26 de Setembro de 1987, aquando da exibição do 5º episódio:
No seguinte site há bastante mais informação e imagens dos episódios: "TV Rage - The Adventurer". Recomendo a visita.
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Anúncio com overdose de balões "explosivos" e exclamações, à Campanha Singer. Os variados produtos da campanha a preços mais baixo e a prestações incluia Máquinas de Costura, Máquinas de Lavar Roupa e Loiça, Televisores, sistema de alta fidelidade ou secadores de cabelo.
Publicidade retirada da revista Maria Especial de Natal, de 1984.
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Este não é o melhor dia para casar (segundo Quim Barreiros, o trinta e um de Julho) mas nada impede que publique esta anúncio a uma casa de vestidos de noiva "Casablanca" com uma foto de dois noivos que se miram embevecidos. "O dia do seu casamento é o dia mais belo da sua vida. Compre em CASABLANCA (a loja, não a cidade marroquina) o vestido com que sempre sonhou. MODELOS EXCLUSIVOS."
Alguma leitora comprou o seu vestido lá?
Publicidade retirada da revista Maria Especial de Natal, de 1984.
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