65 milhões de anos depois de extintos, os dinossauros voltaram a conquistar o planeta no inicio dos anos 90. A "dinomania" estava no auge, e miúdos e graúdos não pareciam fartar-se destes misteriosos répteis. Com o êxito global do "Parque Jurássico" tinhamos dinossauros em todo o lado: outros filmes, séries de tv, brinquedos, livros, roupa e todo o tipo de produtos possíveis e imaginários. E claro, as obrigatórias cadernetas de cromos!
Esta caderneta de cromos, "El Gran Album de los Dinosaurios", sinceramente não me recordo se a comprei em Portugal ou na Espanha, visto que na altura viajava esporadicamente a Ayamonte para compras. O preço de capa é 200 pesetas. Apesar de bastante incompleta, eu gostava especialmente desta caderneta, porque além das imagens de dinossauros tinha um lado cientifico, com esqueletos e gráficos da cronologia do planeta Terra e a árvore evolutiva dos dinossauros. Serviu também de modelo para vários dos meus desenhos.
A caderneta quando completa era constituida por 194 cromos autocolantes, fabricada por MV Editores, as ilustrações da autoria de Fco. Perez Frutos (Fran) e Miguel Angel Flores. Segundo algumas fontes na Internet, "El Gran Album de los Dinosaurios" é de 1993, mas há a possibilidade de existir outra edição mais antiga de 1973. Neste blog podem ver uma edição mexicana completa: "Coleccionista MX".
A capa:
Uma introdução ao mundo dos dinosaurios.
Uma das páginas que tenho mais completas, com um esqueleto de um T-Rex:
Agrafado ao interior da caderneta um folheto com o cupão para encomendar os cromos para completar a coecção, uma lista para ir riscando os cromos e no verso um anúncio à colecção "Los Dinosaurios":
A colecção "Los Dinosaurios", constiuida por quatro cassetes VHS (60 minutos de duração), acompanhadas por fichas com informação cientifica e curiosidades sobre - obviamente - dinossauros.
A única página em que não eram necessários os cromos para vislumbrar a imagem final:
E no final da caderneta, uma arvore da evolução dos diferents tipos de dinossauros, e a descrição dos nomes de todos os dinossauros presentes nas páginas duplas:
A frente e verso de um dos autocolantes:
Todas as páginas da caderneta:
Quero saber: algum dos nossos leitores fez esta caderneta de cromos?
Como sempre, o leitor pode partilhar experiências, corrigir informações, ou deixar sugestões aqui nos comentários, ou no Facebook da Enciclopédia: "Enciclopédia de Cromos". Visite também o Tumblr: "Enciclopédia de Cromos - Tumblr".
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Actualmente, para a maioria da população portuguesa, o "1º de Maio" - O Dia do Trabalhador - é apenas um Feriado e portanto um dia de descanso.
Esta celebração da importância e das reinvindicações dos trabalhadores, tem a sua origem nos Estados Unidos da América, quando a 1 de Maio de 1886 começou uma greve geral para reinvindicar a redução de 16 para 8 horas de trabalho diárias, que nos dias seguintes causou mortes durante os confrontos entre policias e manifestantes. Em 1889,a Internacional Socialista indicou 1 de Maio como a data para realizar uma manifestação anual pela redução da jornada de trabalho; e progressivamente foi sendo adoptada por outros paises.
Obviamente, durante a ditadura instalada em Portugal, as comemorações do "1º de Maio" estavam proibidas. Somente depois do 25 de Abril de 1974, a data passou a ser comemorada abertamente, com um compreensivel entusiasmo que foi esfriando ao longo da nossa vida em democracia e com as reinvindicações mais importantes já garantidas.
Capa da edição do "Diário de Lisboa" do dia 2 de Maio de 1974, com grande destaque para o "1º de Maio da Libertação".
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Mais um anúncio a juntar á colecção de anúncios a esta empresa já presentes na Enciclopédia. Até ao momento, este é o mais antigo "Armazéns de Móveis do Norte de Lisboa" , do inicio de 1979 ou talvez ainda do final de 1978.
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Nos anos 80, por entre a colecção de discos de vinil cá de casa, contava-se uma colectânea de 1981 com o ambicioso título de "O Disco do Ano". Tratava-se de uma selecção com diversos temas portugueses, espanhóis, brasileiros e italianos, por entre algumas versões soundalike de êxitos anglo-saxónicos como "Bette Davis Eyes" e "Woman In Love". Por exemplo, dele faziam parte "A Guerra do Meninos" de Mara Abrantes, "Ela Controla" dos Roquivários, "O Passarinho" de Tó Maria Vinhas, "Maria Tranquila" de Juan Pardo, "Sará Perché Ti Amo" dos Richi & Poveri e "Mamma Dammi 100 Lire" de Rafaella Carrá.
Também incluído no disco estava este clássico da italo-dance de 1980, "I Wanna Be Your Lover" dos La Bionda, tidos como os criadores deste género que dominou as pistas de dança europeias ao longo da década.
Os irmãos Carmelo e Michelangelo La Bionda cresceram em Milão e têm feito música desde 1970. Lançaram o primeiro álbum em 1975, com temas em italiano e em 1978, em pleno auge do disco-sound, conseguiram algum êxito internacional com o álbum homónimo que incluía o hit "One For You, One For Me" e a balada "There For Me" (que já foi versionada por rouxinóis como Sarah Brightman, Josh Groban e Paul Potts.) Também lançaram alguns discos sob o nome de D.D. Sound. Além disso, os dois irmãos sempre foram muito activos a fazer música para filmes e televisão, incluindo o tema do genérico do "Calimero".
Em 1980, lançaram o álbum "I Wanna Be Your Lover", do qual se destacou a faixa-título, um tema electro-pop minimalista, com uma misteriosa voz feminina cheia a chilrear com forte sotaque o refrão "Wanna be your lover, I wanna be your lover, wanna be your lover, not just be your friend". Quando os meus pais punham a tocar o disco, numa altura em que eu ainda pouco ou nada sabia de inglês, parecia-me que ela estava a dizer: "Eu vi um lobo, ai, eu vi um lobo".
O tema também se notabilizou pelo teledisco, todo ele animado que mais parecia um episódio do "Ulisses 31". Segundo os comentários no YouTube, este era um daqueles videoclips que televisões um pouco por todo o mundo nos anos 80 usavam para encher chouriços entre a programação. Por exemplo, consta que a Rede Globo no Brasil recorria frequentemente a este teledisco quando havia alguma avaria técnica a resolver.
Embora sem o sucesso desses tempos, os irmãos La Bionda continuam bastante activos. O irmão Carmelo teve uma breve carreira a solo e também compuseram outro imortal clássico da italo-dance, "Vamos A La Playa" dos Righera (do qual já falámos). Continuam a produzir inúmeros temas musicais para televisão (como por exemplo, para a versão italiana do "Survivor") e para anúncios publicitários. Além disso, também são proprietários dos Logic Studios em Milão, um dos principais estúdios de gravação em Itália, por onde passaram nomes como Ray Charles, Laura Pausini, Depeche Mode e Rihanna.
Não serão todas as marcas as que convidam o cliente para um copo de uisque, mas aqui justificava-se pela esperança que o cliente depois quisesse levar o bar para casa. O bar rústico ingês em cerejeira africana aqui publicitado pertencia á linha de mobiliário Luís XV da "Vimóveis".
Durante uns tempos os bares caseiros foram uma moda, algum dos nossos leitores teve um destes em casa?
Veja outro anúncio da mesma marca na Enciclopédia: "Vimóveis (1983".
Esta foto faz parte da grande colecção croma que a Ana Trindadetem em exposição no Facebook.
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"Agora em Portugal,a caneta-telescópio dos agentes secretos". Era assim que o anúncio destacava este pequeno telescópio, um sonho para quem gostava de ver séries e filmes com espiões recheados de engenhocas. Ou então para quem queria espiar a vizinha do prédio do lado a mudar de roupa!
Ainda por cima também funcionava como microscópio, e tudo isso por 1 conto e 500 escudos!
Este "famoso Micro Espião dá-lhe uma super-potência e um longo alcance, iagual ao de grandes binóculos, Recomendado para agentes secreto e policiais." Agora sabemos onde o James Bond comprou a dele.
"Você estará sempre pronto a observar instantâneamente os desportos - corridas de cavalos, navios, automóveis, futebol, ténis.. e o que se passa nas praias, etc". Claro, o "que se passa nas praias", as marés, as gaivotas, as míudas em topless??
E ainda dava para experimentar por 30 dias, e o dinheiro seria devolvido se o cliente não "ficar 100% encantado".
Caro leitor, não tenha vergonha, confesse lá se tinha uma caneta destas! Para ver os rinocerontes e assim...
Publicidade retirada da revista Maria 428, de 21 a 27 de Janeiro de 1987.
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Já falámos aqui de "Riscos" como um dos marcos da teledramaturgia adolescente nacional e séries precursoras dos "Morangos Com Açúcar", mas nesse campo, importa também falar de "Os Melhores Anos" que foram efectivamente a primeira série nacional sobre adolescentes. Escrita e concebida por João Aguiar, "Os Melhores Anos" teve duas temporadas, cada uma com treze episódios: a primeira foi exibida em 1990 sob direcção de Jorge Paixão da Costa e produzida pela Telecine e a segunda em 1993, dirigida por José Carlos de Oliveira, com produção da Imagem Real.
Ao que "Os Melhores Anos" faltava em cor e glamour, ganhava em realismo, sobretudo na primeira temporada. Além de ter sido filmada em duas escolas reais, os protagonistas tinham todo o ar que podiam ser nossos colegas da turma e vestiam as mesmas roupas que nós usávamos no início dos anos 90 (sobretudo muita ganga surrada).
O denominador comum às duas séries eram um grupo de quatro amigos: Célia Antunes (Leonor Francisco), uma jovem sensata e cheia de maturidade mas insegura com o seu excesso de peso, que por isso tem a alcunha de "Bolinha"; Tadeu Guia (Peter Michael), o inevitável intelectual caixa-de-óculos que adora dizer palavras complicadas para baralhar os colegas; Paulo Guedes (Nuno Magalhães), o típico gozão que gosta de mandar bocas e que tem uma relação conflituosa com o irmão mais novo, Chico (Bruno Barroso), mas que é sempre leal com os amigos; e Miguel Carreira (Victor Emanuel na 1.ª série, Jorge Gabriel - não esse que estão a pensar - na 2.ª série) um jovem vindo problemático do Bairro do Barão com uma complicada vida familiar e que divide os estudos com um trabalho num clube de vídeo.
Na primeira série que se passa na Escola C+S António de Mello (na verdade a Escola Secundária Ferreira Borges, no Alto de Santo Amaro em Lisboa), os quatro amigos andam no 9.º ano e no seu grupo ainda fazem parte Isabel (Sofia Solange), a pinga-amor da turma que se interessa por vários rapazes, Joana (Carla Cristina), rapariga discreta que num dos episódios receia estar grávida, Zeca (Ricardo Costa) o típico betinho e Tony (Filipe Malta), erradamente tido como um rapaz problemático. Existe ainda André (Filipe Dias), um garoto traquinas do Bairro do Barão que se torna amigo de Chico e que tem uma paixoneta por Célia.
Do núcleo dos professores fazem parte Berta (Laura Soveral), a presidente do Conselho Diretivo, Cruz (Victor Norte), o professor de Educação Física, Tiago (Rogério Samora), professor de Matemática, Idalina (Maria José Camecelha), a professora de História a quem os alunos chamam a "Superfofinha", Josué (José Gomes), o professor substituto de História, Dalila (Lídia Franco), a antipática e venenosa diretora de turma do grupo de amigos (o 9.º C) e sobretudo, Margarida (Alexandra Lencastre) uma jovem professora de Inglês vinda da província que desperta paixões tanto no aluno Miguel como no professor Tiago, apesar deste ser casado.
Na primeira série, falaram-se de temas como o álcool, o tabaco, as desventuras amorosas, as desavenças com os professores e os skinheads. Tirando estes últimos, eram enfim problemas típicos do 9.º ano. Os diálogos não eram dos mais brilhantes e o cenário escolar era algo deprimente cheio de tons baços, mas os jovens actores, aliados à competência do elenco adulto, não se saíam nada mal e não se valiam fazer primariamente do aspecto físico. Até as miúdas mais atraentes vestiam-se de forma pouco ou nada sensual.
Já na segunda série, as coisas foram um bocadinho mais arrojadas. Se na primeira série parecia filmada com um certo tom bege, esta tinha uma fotografia mais colorida e atractiva. Até a escola (Infante D. Luís em Oeiras) era mais jeitosinha - embora semelhante à escola em que andei no secundário - e a música de genérico era cheia de guitarradas, contrastando com a música de órgão Casio da primeira série. Para esta série, apenas transitaram da série inicial Leonor Francisco, Peter Michael, Nuno Magalhães, Bruno Barroso, José Gomes e Alexandra Lencastre.
Agora no 10.º ano e numa nova escola, uma Célia menos "Bolinha", Tadeu, Paulo e Miguel enfrentam novos dramas e desafios e formam um novo círculo de amigos com Luísa (Sofia Lukeni), uma jovem vinda da província e a única que responde à letra às bocas intelectuais de Tadeu, Raúl (Ricardo Monteiro) um jovem luso-africano que sonha em ser actor, Zé Carlos (Ricardo Oliveira), Cláudia (Isabel Praça), Luís (José Miguel Sardão) e Sandra (Sandra Ferreira), uma miúda algo impressionável. Não sendo parte do grupo, mas sempre por perto estava o fanfarrão Tomás (Filipe Garcia).
Entre as personagens adultas contavam-se Catarina (Rosa Lobato Faria), a enfastiada presidente do Conselho Diretivo, Carlos (Carlos Daniel), um professor divorciado com quem Margarida passa a namorar, Sofia (Margarida Reis) a professora de Filosofia por quem Miguel tem uma breve paixoneta e Adalberto Guia (José Pedro Gomes), pai de Tadeu e conceituado arqueólogo.
Entre várias peripécias, a grande história da segunda temporada é quando Tadeu apaixona-se e perde a virgindade com Cristina (Cristina Homem de Mello), uma rapariga mais velha, mas no final ele acaba a namorar com Luísa.
Dos jovens actores revelados pela série, Victor Emanuel acabou por ser o mais famoso. Foi apresentador da primeira série do "Clube Disney" dos anos 90 e em 2004, ficou celebrizado por ser a voz do burro Pavarotti nos diários do reality-show "A Quintas da Celebridades". Mas tanto antes como depois, entrou em diversas séries e telenovelas como "Esquadra da Polícia" e "Anjo Meu". Leonor Francisco e Peter Michael apresentaram em 1991 o magazine jovem "Acontecimentos Lda." (produzido por Teresa Guilherme). Ela também entrou em "Esquadra de Polícia", mas atualmente consta que é advogada. Peter Michael também tem entrado em várias séries e telenovelas como "Anjo Selvagem" e "Dancin' Days" mas deve ser hoje em dia mais reconhecido pela voz do que pela cara, devido às várias dobragens que fez.
Além de actualmente em exibição na RTP Memória, é possível ver quase todos os episódios das duas temporadas de "Os Melhores Anos" no YouTube, graças ao incansável canal LusitaniaTV. (Um agradecimento também ao site Brinca, Brincando pelas informações quanto à primeira temporada).
Excerto do episódio "O Dia do Patrono" da primeira temporada:
Episódio "Os Grandes Desafios" da segunda temporada:
ACTUALIZAÇÃO: a série encontra-se disponível no portal de arquivos da RTP