quinta-feira, 6 de fevereiro de 2014

"I like to move it" - Reel 2 Real (1994)


Eu sou um tipo que tem um gosto musical muito variado, mas há certos tipos de música que - salvo raras excepções - nem passam perto do meu leitor de mp3. Se me perguntassem hà vinte anos atrás, esta seria ser uma delas que nem ouvia nem que me pagassem. Hoje em dia tenho muito pior no leitor de mp3.
Lembro-me claramente de um colega andar excitadissimo com as musicas que descobriu num posto de rádio. Um género de música espectacular, chamado "house". Tanto insistiu comigo que aproveitei um intervalo das aulas para correr até casa e sintonizar a telefonia no posto desejado à hora do programa. E para minha desilusão o que brotou das colunas foi isto: i like to movit movit, i like to movit movit... e a batida repetitiva ad nauseam... Foi para isto que vim a correr da escola? Quando podia ter ficado no recreio a esconder-me dos bullies, fui ouvir essa chinfrineira na telefonia? Decerto foi o que pensei, enquanto desligava o aparelho. E como tinha a aparelhagem na cozinha devo ter aproveitado para um lanchinho.



O tema do vídeo acima - que a Wikipédia classifica como "dance, reggae fusion, trance" - é do duo "Reel 2 Real", com o DJ colombiano-americano Erick Morillo responsável pela música e produção e as vocais estilo ragga de The Mad Stuntman ( Mark Quashie, natural de Trinidad e Tobago). No topo do post, a capa do single,e abaixo a capa do álbum "Move It", também de 1994:
Com o tempo, consegui insensíbilizar os tímpanos, e este êxito internacional e outros do género deixaram de me parecer tão maus, apesar de extremamente limitados e de uma imensidão de clones quase impossíveis de distinguir. Já mais para os finais dos 90 muitos foram os ritmos electrónicos que ia gravando nas emissões da Rádio Cidade. Mas esses, ficam para outro dia!
Além do uso do tema em anúncios e promoções, a geração mais nova redescobriu a música como parte da banda sonora do filme animado "Madagascar" (2005) cantada por Sacha Baron Cohen (Borat, Ali-G) e por outros para as sequelas do filme.
Mais informação sobre este portento musical: "I Like To Move It"

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Centro Ensino por Correspondência Álvaro Torrão (1974)

Olha, mais um anúncio ao "Centro Ensino por Correspondência Álvaro Torrão".

Publicidade retirada da revista Tele Semana nº 77, de 12 de Julho de 1974.

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quarta-feira, 5 de fevereiro de 2014

Notícia Escaldante (1995)

por Paulo Neto

Provavelmente serei o único que se lembra desta série, que até mesmo na América não teve o sucesso devido, tendo sido cancelada ao fim de 13 episódios. O que é pena pois tratava-se de uma série bastante original e cheia de ritmo e lembro-me de acompanhá-la fielmente quando foi transmitida na TVI. Até porque na altura ainda sonhava um dia em trabalhar na televisão e ser como algumas das personagens.






"Notícia Escaldante" (no original "Live Shot"), que passou na TVI em 1996 à quinta-feira à noite, se não estou em erro, relatava as atribulações de um canal de notícias de Los Angeles, onde as intrigas de bastidores eram tão efervescentes como as reportagens que produziam. A série também tinha a originalidade de não ter um genérico tradicional (havia um desfile rápido de imagens de cada episódio e depois entrava o título da série) nem ter um protagonista evidente, com o enredo a seguir várias personagens com semelhante atenção.

Alex Rydell (Jeff Yeager) é o novo Director de Informação do canal LA3, recém-chegado a Los Angeles, vindo de Boston. Separado da esposa, que decidiu ficar em Boston, Alex vê-se obrigado a lidar com todo o stress do seu novo trabalho e ao mesmo tempo ser um pai atento para o filho Sean (Spencer Klein). Para complicar as coisas, Alex sente-se atraído pela bonita produtora Nancy Lockridge (Cheryl Pollak).

O veterano e presumido apresentador dos blocos informativos, Harry Chandler Moore (David Birney) é a estrela da estação, com o cognome "The Beacon of Truth" ("o arauto da verdade"). Harry não vê com bons olhos ter que apresentar com jovem e talentosa Sherry Beck (Rebecca Staab), que está disposta a tudo para ser a nova estrela do canal. Os dois acabam por ter uma relação amor/ódio e quando não estavam a tentar tramar um ao outro, estavam nos braços um do outro.


Eddie Santini (Michael Watson) e Tommy Greer (Hill Harper) são o duo dinâmico de cameraman e técnico de som do canal, exímios a conseguirem as melhores imagens (e a tramar os técnicos dos outros canais). Eddie e Tommy são grandes amigos mas por vezes desentendem-se porque o estilo de vida errático de Eddie não agrada a Ramona (Nia Long), a esposa de Tommy.

Liz Vega (Wanda de Jesus) é uma elegante e astuta repórter que não se intimida em abordar os assuntos controversos e com olho para boas histórias onde aparentemente não parece haver nada de especial. Richie Sandoval (Eddie Velez) é um jovem e ambicioso repórter, algo arrogante e vaidoso. Porém, acaba por mudar quando num dos episódios se desloca à Nicarágua com Nancy, Tommy e Eddie para fazer uma reportagem sobre as guerrilhas locais e onde passa por vários perigos, vendo no fim morrer Sonia Lopez (Jacqueline Obradors), por quem estava atraído mesmo sendo ela uma freira à paisana.

Na estação trabalham ainda Marvin Seabom (Sam Anderson), o comentador consevrador tipo Rush Limbaugh, Lou Waller (Tom Byrd), o comentador desportivo, Joe Vitale (Bruce McGill) o antigo director de informação com um olho na administração, Helen Forbes (Karen Austin), a elegantíssima e implacável directora-geral, Rick Evers (David Coburn), o zeloso editor de montagem e Peggy Traynor (Antonia Jones) a simpática assistente de realização. 

Como a série foi cancelada ao fim de 13 episódios, a história terminou com dois cliffhangers: precisamente quando Alex assume a relação com Nancy, a sua mulher regressa de Boston para tentar uma reconciliação e o insuspeito Lou assume a sua homossexualidade em directo. Também a história do assassínio de uma socialite de Los Angeles, que os jornalistas andavam a investigar ao longo da série, ficou sem conclusão.

O que é pena pois daquilo que me lembro, era uma série bastante boa, cheia de ritmo, misturava sabiamente drama, romance e humor e o elenco era muito competente, cada um dos actores encarnou bem a sua personagem.

Trailers promocionais (1995):


Excertos de episódios:




segunda-feira, 3 de fevereiro de 2014

O Jogo do Ganso (1993-1998)

por Paulo Neto

À semelhança de, em Outubro passado, ter dedicado vários artigos sobre os programas da SIC, pensei em fazer o mesmo este mês com programas da TVI, que no próximo dia 20 completa 21 anos de emissões. 
O problema é que os momentos mais notórios e mais cromos da TVI são na maioria já no século XXI, fora do período cronológico abordado pela Enciclopédia. Nos seus primeiros sete anos de emissões, a TVI manteve-se à margem da guerra das audiências entre a irreverência da SIC e uma RTP que se revelou incapaz de manter o seu domínio, começando como "o canal da Igreja" e mais tarde indecisa sobre se haveria de mudar de rumo e ir a jogo nas audiências. O ponto de viragem deu-se em 2000 com a chegada a Portugal do reality show que mudou o Mundo, o "Big Brother".
Antes disso, a produção nacional não era o forte da TVI (os dois exemplos mais sonantes, "A Amiga Olga" e "Queridos Inimigos" já foram aqui abordados), pelo que os seus programas mais populares vinham de importação, sobretudo de séries como "Ficheiros Secretos" e "Marés Vivas" e de programas como "O Jogo do Ganso".


O concurso, criado pelo francês Jocelyn Hattab, revisitava o universo do célebre "Jogo da Glória" em que os concorrentes eram os peões e conforme a sorte dos dados, teriam de enfrentar provas dos mais variados graus de dificuldades e dos mais diversos tipos desde desafios intelectuais a exigentes provas físicas. A primeira versão do programa foi em Itália, mas foi a versão espanhola ("El Gran Juego de la Oca"), estreada em 1993 e exibida na TVI no ano seguinte, que passou por Portugal e que se tornou a mais célebre. Em Espanha, o sucesso do programa fez com que o canal Antena 3 liderasse as audiências, acabando com o domínio da TVE estatal.
Houve duas temporadas do programa, exibidas entre 1993 e 1995 (ambas exibidas na TVI), na Antena 3 e uma terceira em 1998 no canal Telecinco. Mas a que ficou na memória foi a primeira apresentada por Emilio Aragón, Lydia Bosch e Patricia Perez




Eis uma lista de dados sobre o programa:
- Em Portugal, o programa era comentado pelos actores António Cordeiro e Maria de Lima, mas eu tal como muitos telespectadores, teria preferido o programa legendado.
- Cada sessão tinha quatro concorrentes (dois homens e duas mulheres), vestidos de azul, vermelho, amarelo e verde. Tinham de avançar ao longo das 63 casas do concurso.


 - Muitas das provas variavam de semana para semana. Muitas delas tinham lugar no palco ou na piscina. Algumas delas eram dignas de Houdini, com por exemplo os concorrentes a terem de se escapar de uma cela no fundo da piscina antes do tempo limite. Consoante o êxito ou o fracasso de cada prova, os apresentadores diziam em voz alta "Prova Superada!" ou "Prova Não Superada!
- Também havia algumas provas fixas que tinham a sua respectiva casa como por exemplo: a casa 8 onde o concorrente tinha de lutar na lama com uma lutadora para conseguir uma chave; a casa 31 onde tinham de cortar melancias com uma espada; a  casa 47 onde o concorrente poderia avançar até à 50 através de um túnel de cobras; a casa 51 onde o concorrente tinha de subir uma torre de uma forma que variava a cada semana e a 57, em que tinha de enfrentar gladiadores com uma corda elástica dentro de uma jaula. 
- Existiam também as casas de castigo onde os concorrentes tinham de passar por alguns tormentos, como a da depilação onde os concorrentes masculinos tinham de responder correctamente a perguntas para não perderem dinheiro nem levar como uma dolorosa depilação a cera. Havia a casa 61 onde o concorrente girava uma roleta para saber quanta percentagem do seu dinheiro iria perder e a casa 58, a casa da Morte, onde tinha regressar ao princípio.  
- Porém a mais temida das casas era a 52, a do barbeiro Flequi. Supostamente, os concorrentes tinham de acertar em três perguntas para se livrarem de ficar sem cabelo, mas a terceira pergunta era propositadamente impossível de responder, pelo que não havia escapatória. Os concorrentes masculinos viam o seu cabelo completamente rapado e as femininas ficavam o cabelo muito curto.


- Outra personagem recorrente era o temível Maxtor, um pseudo-ciborgue com cara de poucos amigos contra quem os concorrentes tinham de competir numa prova, que variava todas as semanas. O meu irmão era fã dele.

- Outra presença habitual era do atirador de facas Alberto e da sua assistente Vesna. Os concorrentes ou tinham de tomar o lugar de assistente ou tinham de adivinhar quantos alvos é que Alberto acertaria numa determinada situação.
- O programa tinha também oito bailarinas, as Oquettes (duas de cada cor concorrente). Sempre que um concorrente calhava numa casa de ganso (havia uma de nove em nove), avançava para a casa seguinte acompanhado pelas duas Oquettes da sua cor. As bailarinas também intervinham em provas como o "Beijo ou Estalo" em que conforme a deixa de cada bailarina o concorrente tinha de adivinhar se ela ia dar-lhe um beijo ou uma bofetada que eram dados quer acertasse, quer errasse (se o concorrente era mulher, era o apresentador que levava e uma das bailarinas, Lila de amarelo, distinguia-se por dar as bofetadas mais fortes) ou nas provas de coreografia onde o concorrente tinha de descobrir qual das bailarinas tinha cometido um erro ou tomar o lugar de uma delas na dança.

  



- O concorrente que chegasse à casa final n.º 63 ganhava a sessão e o dinheiro que acumulava até então. Depois ao longo da semana seguinte, para ganhar um automóvel, tinha de completar uma missão que podia ser em qualquer ponto de Espanha. No início de cada sessão, mostravam-se imagens da prova do concorrente a executar essa missão. Uma dessas missões teve lugar em Lisboa, com a concorrente Olga teve de reunir mais de 500 pessoas na Praça do Município vestidas com uma peça de roupa da sua cor de concorrente (azul). 
- O verde era a cor mais sortuda. Das 32 eliminatórias, 16 (incluindo as quatro primeiras) foram ganhas pelos concorrentes vestidos de verde.
- Também houve uma sessão em que participaram dois concorrentes portugueses, Miguel e Ana Cristina. Mas não só essa sessão foi ganha por um concorrente espanhol como os portugueses é que apanharam as provas mais difíceis: Miguel teve que guiar um carro guiado por um condutor vendado e apanhava choques a cada erro e foi à máquina zero na casa do Barbeiro. Cristina teve que apanhar maçãs com a boca num tanque cheio de cobras, aranhas e répteis suspensa por um elástico.
- Também houve uma sessão especial de celebridades onde os quatro concorrentes foram duas apresentadoras de televisão, o famoso ciclista Pedro Delgado e o Mr. T. himself.


A primeira temporada de "O Jogo do Ganso" ia para o ar na TVI aos sábados à noite. Recordo-me que nessa altura, também dava o "Parabéns" na RTP e o "Nunca Digas Banzai" na SIC à mesma hora, pelo que as noites de sábado na televisão em 1994 eram de encher o olho (quem me dera poder dizer o mesmo agora!). Depois de "A Amiga Olga", "O Jogo do Ganso" é um dos programas mais recordados dos primórdios da TVI. 

Genérico:



A carecada do concorrente português:


domingo, 2 de fevereiro de 2014

Super Sure-Start (1974)

Como protejer as baterias novas e rejuvenescer as velhas? Usando "Super Sure-Start" da Corepe. E perguntam os leitores: O que é o "Super Sure-Start"? Não faço ideia. O próprio anúncio faz mistério: "Pergunte a quem já o usou, o que é o Super Sure-Start". Como sou um tipo obediente, pergunto aos leitores: O que é o "Super Sure-Start"?

Publicidade retirada da revista Tele Semana nº 77, de 12 de Julho de 1974.

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sábado, 1 de fevereiro de 2014

Schweppes (1974)

O primeiro anúncio que vi com a expressão "Ah! pois...". "Schweppes" a publicitar a garrafa tamanho familiar, como o depoimento de uma jovem dona de casa: "Ah! pois... Para casa a garrafa gigante sai muito mais económica!" "Para mim e para as crianças escolho sempre Schweppes. Inspira-me confiança!" Na foto um cesto de compras com a garrafas de Schweppes refrigerante com sabor a laranja. Tem piada, porque sempre associei a marca Schweppes a águas tónicas e ginger ale.

Publicidade retirada da revista Tele Semana nº 77, de 12 de Julho de 1974.

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sexta-feira, 31 de janeiro de 2014

Banquete - Margarina (1973)

Anúncio de ilustrações simples para promover a margarina para culinária "Banquete", com a opão de requisitar a receita da "sugestão da semana", que neste número era "Charlotte" Russa.
Como curiosidade, porque é uma amrca de que não em recordo, encontrei algumas outras imagens  no site da Biblioteca Nacional de Portugal, relativas à publicidade da margarina "Banquete" em 1972:





A Mundial (1974)


Como conquistar os leitores para comprarem uma apólice de Seguro de Responsabilidade Civil - vida Privada "no valor de 500 contos, pelo simples preço de uma assinatura anual de Tele Semana (235$00)"? Montes de texto e um cartoon de um individuo atingido por vaso na cabeça, um flagelo da sociedade dos anos 70, imagino.

Publicidade retirada da revista Tele Semana nº 77, de 12 de Julho de 1974.

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