A maquineta para fazer exercicio que ilustra o anúncio á Aparelhagem de Ginástica "Kettler" parece uma tábua de passar a ferro mas com a possibilidade de deixar o seu usuário preso pela cintura enquanto a esborracha. Ou se calhar é só a minha imaginação...
Publicidade retirada da revista Tele Semana nº 56, de 15 de Fevereiro de 1974.
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Encontrando esta capa do disco no Instagram, pesquisei para saber quem era este cantor conhecido pelo singelo nom de guerre "Pedro", qual Prince português do Ultramar. Pegando no título do single, "Somewhere This Summer" rapidamente cheguei ao nome "Pedro Malagueta". Imediatamente, o meu sentido-de-aranha titilou, o nome não me era estranho. Olhando melhor à espartana página de Wikipédia, mistério resolvido: Este Pedro é o Pedro Malagueta que nos encantou nos anos cromos com a bela versão portuguesa de "Era Uma Vez O Espaço..." - que confessso, está semrpe comigo no leitor de mp3. Anos atrás, no meu Youtube, coloquei um video com essa música, segui as confiáveis "fontes" da Internet que indicavam que o cantor do tema era o famoso Paulo de Carvalho. Pareceu-me bem, e assim indiquei na descrição do vídeo, até ter sido corrigido por um utilizador atento. Aproveito para pedir desculpa por durante alguns dias/meses ter contribuido para espalhar o "boato" de que era Paulo de Carvalho que cantava a música.
Voltando a Pedro Malagueta, nasceu em 1951 em Angola, podem ver a lista de singles e prémios na Wikipédia: "Pedro Malagueta". Ainda é mencionada a sua participação em vários grupos, um dos quais - "Férias" - participou no Festival RTP da Canção de 1977.
O grupo ficou em 7º lugar nessa edição do certame. Na foto acima, Pedro Malagueta com a t-shirt da letra "I". Curiosamente, em 1º lugar ficou o grupo "Os Amigos", constituido entre outros por... Paulo de Carvalho! A foto e a informação retirada do excelente site "Festivais da Canção", vale a pena visitar!
Uma actuação com o grupo "Heartbreakers Soul Band":
Se encontrarem mais videos, partilhem nos comentários!
No Myspace do artista podem ouvir um tema de 2007: "Puro Cubano".
Como não consegui encontrar um video ou áudio do tema do single, recordo aqui o belo genérico de "Era Uma Vez O Espaço":
O tema foi composto por Michel Legrand e na versão francesa interpretada por Jean-Pierre Savelli [ouvir]. Prefiro a "nossa" versão!
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Anúncio aos champôs/shampoos da marca "Helene Curtis", "usados pelas mulheres mais belas do mundo". E sim, leram bem, podemos encontrar a variedade "Go Gay" entre outras variedades como Ovo, Framboesa, Limão ou Morango. Duvido que a brigada do politicamente correcto deixasse passar essa hoje em dia!
Publicidade retirada da revista Tele Semana nº 56, de 15 de Fevereiro de 1974.
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Creio que nem mesmo George Orwell poderia prever no seu tempo que o ano de 1984 a quem ele conferiu toda uma mitologia seria um dos anos mais emblemáticos da cultura pop. Por exemplo, poucos anos podem se gabar de uma lista tão extensa de filmes e músicas que hoje são considerados verdadeiros clássicos. E o filme que hoje analisamos, deixou a sua marca em ambas as frentes.
Confesso que este é daqueles filmes que nunca vi do princípio ao fim, mas que fui apanhando aos pedaços, sempre que algum canal de televisão (sobretudo o Hollywood) o exibia. Na sua estreia, "Vidas Em Jogo" ("Against All Odds" no original) já tinha diante de si toda uma grande promoção atrás de si. Para começar o realizador era Taylor Hackford, que vinha do sucesso de "Oficial e Cavalheiro", a comunicação social tinha amplamente divulgado os principais ingredientes do filme - acção, intriga e erotismo e numa prática na altura ainda não muito vista, o tema principal do filme "Against All Odds (Take A Look At Me Now)", interpretado por Phil Collins, já era um hit e vinha acompanhado de um videoclip que era basicamente um trailer para o filme.
"Vidas Em Jogo" é um dos mais célebres exemplos de uma breve tendência em Hollywood de modernizar clássicos da era do film noir com a estética dos anos 80 e uma generosa dose de erotismo. O outro famoso exemplo é "Noites Escaldantes" que readaptou o clássico noir "Pagos A Dobrar". No caso de "Vidas Em Jogo", a inspiração foi o filme "O Arrependido" ("Out Of The Past", 1947) com Robert Mitchum, Jane Grier e Kirk Douglas.
Terry Brogan (Jeff Bridges) é um jogador de futebol americano no ocaso da sua carreira. Falido e dispensado da sua equipa, Terry aceita a proposta de um seu conhecido, Jake Wise (James Woods), um dono de um bar nocturno envolvidos em negócios obscuros. Wise contrata-o para encontrar a sua namorada Jessie Wyler (Rachel Ward, no seu primeiro papel após a série "Pássaros Feridos") que lhe roubou 50 mil dólares e fugiu sem deixar rasto. Coincidentemente, Jessie é também a filha da nova dona da antiga equipa (Jane Grier, a protagonista feminina de "O Arrependido").
Terry descobre Jessie no México, mas intrigado por ela, não a denuncia imediatamente. Após um breve jogo de gato e rato, Terry e Jessie tornam-se amantes e vivem momentos idílicos e sensuais naquele cenário paradisíaco (incluindo sexo no interior de uma pirâmide azteca). O idílio termina abruptamente quanto são surpreendidos por Hank Sully (Alex Karras), o antigo treinador de Terry, que foi contratado por Jake para os encontrar. O confronto termina com Jessie a matar Sully, o que leva Terry a terminar a relação e voltar para Los Angeles.
Quando regressa, Terry fica estupefacto ao ver Jessie de novo com Jake como se nada tivesse passado, descobre que Ben Caxton (Richard Widmark), o sócio da mãe de Jessie, é o líder da rede de corrupção desportiva em que Jake está envolvido e que é o alvo de uma cilada para o incriminarem da morte de um advogado corrupto. E mais do que nunca, Terry e Jessie vêem as suas vidas em jogo…
Onde a história de "Vidas Em Jogo" mais diverge de "O Arrependido" é no final, bem menos trágico ainda que não seja o mais feliz para os protagonistas.
Pelo que pude ver do filme, ele ainda hoje cumpre plenamente a função de entretenimento. Bridges e Ward formam um par extremamente sensual (até pelos cânones actuais) e cheio de química e James Woods consegue habilmente que a sua personagem fuja do vilão estereotipado. Richard Widmark, antiga estrela do noir e dos filmes de gangsters, é um secundário de luxo. Além das cenas quentes entre os protagonistas, ficou também na retina uma frenética cena de corrida automóvel entre as personagens de Bridges e Woods ao volante de um Porsche e de um Ferrari respectivamente pelas ruas de Los Angeles. E como em vários outros casos, o efeito de nostalgia e "cápsula do tempo" também têm jogado a favor do filme.
Como é óbvio, o tema principal do filme, na voz de Phil Collins, também ajudou ao sucesso do filme e ainda hoje é visto como um dos pontos altos do repertório de Collins. E o videoclip-trailer é um dos mais emblemáticos do género, com Phil Collins a cantar no meio de uma plataforma luminosa rodeado de água e com uma cascata atrás dele. Curiosamente a banda sonora também incluía temas a solo de Peter Gabriel e Mike Rutherford, dois colegas de Collins nos Genesis. Também fizeram parte da banda sonora temas de Stevie Nicks, Big Country e Kid Creole & The Coconuts, sendo que estes últimos também aparecem no filme.
Este "Nail Control" anuncia-se como a solução para quem tem o hábito de roer as unhas. Não quero imaginar o que estará dentro deste produto para pincelar as unhas. "Verá que nunca mais as tornará a roer a partir dai." Eu nunca roi unhas, dava cabo delas com os próprios dedos, portanto isto não iria funcionar comigo. Mas já há muitas anos que parei de fazer isso. Troquei foi por outro hábito bem pior...
Publicidade retirada da revista Tele Semana nº 56, de 15 de Fevereiro de 1974.
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Engenhoca americana para ver televisão a cores seis anos antes das emissões a cores começarem em Portugal; através de um "filtro para o ecran, que matiza e restitui as cores originais." Além dessa maravilha, prometia tornar "a erva mais verde e o céu mais azul. Além disso suaviza os contrastes, reduz deslumbramento e descança a vista.". Havia algo do género na casa de um vizinho, mas não me pareceu nada impressionante. Sempre tenho ouvido dizer que isto era uma banhada, algum leitor confirma em primeira mão, como era o resultado de um destes filtros?
Publicidade retirada da revista Tele Semana nº 56, de 15 de Fevereiro de 1974.
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Anúncio à empresa de aluguer de automáveis "Avis".
Publicidade retirada da revista Tele Semana nº 56, de 15 de Fevereiro de 1974.
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Depois de ter posto Portugal a rir em 1981 com o mítico "Sabadabadu", César Oliveira voltou à carga no ano seguinte criando uma das melhores sitcoms portuguesas de sempre, "Gente Fina É Outra Coisa". O elenco, tão luxuoso que se fosse um hotel seria o Ritz, seria suficiente para garantir a qualidade da série, mas a verdade é que, graças à oportunidade de revê-la de novo na RTP Memória, confirma-se que o humor tem resistido à passagem do tempo.
Com 12 episódios originalmente exibidos na RTP entre 5 de Novembro de 1982 e 28 de Janeiro de 1983, a série contava as desventuras da mui nobre família Penha Leredo y Solomon Bentorrado Corvelins. A família vive numa outrora luxuosa mansão familiar, agora a cair aos bocados, e vê-se à beira da falência. Para resolver o problema, decidem transformar a mansão numa estalagem de luxo em que os hóspedes terão a oportunidade de conviver com "gente fina". Para evitar que Dona Matilde (Amélia Rey Colaço), a matriarca da família, saiba dos planos, que certamente lhe fariam morrer de choque e desgosto, os seus familiares inventam que os hóspedes que chegam à mansão Penha Leredo são primos de ramos afastados da família e fazem tudo para que ela não saia do seu quarto.
Os restantes membros da família são: Afonso (Carlos César) o único membro da família que trabalha e que tem a ideia de transformar a mansão em estalagem; Guilherme (Ruy de Carvalho) fanático pela aeronáutica que se entretém em simular voos numa carcaça de avião; Piedade (Luísa Barbosa), uma viúva antipática, sensaborona e orgulhosa; Isabel (Margarida Carpinteiro), filha de Piedade, uma solteirona bem disposta; Leonor (Simone de Oliveira), a segunda mulher de Guilherme; Tiago (Luís Esparteiro), filho do primeiro casamento de Guilherme, secretamente atraído pela madrasta; Marta (Filipa Trigo), filha de Guilherme e Leonor, herdou o lado pragmático do tio Afonso. Os fiéis criados da família são Emília (Mariana Rey Monteiro), a cozinheira, principal confidente de D. Matilde e Horácio (Nicolau Breyner) o mordomo que apesar da sua dedicação aos patrões, nunca se faz rogado em lhes mandar umas bocas. Eram precisamente Emília e Horácio quem durante anos sustentaram a família com as suas economias e é precisamente por estas se terem esgotado que Afonso sugere o plano do turismo à família, com Isabel, Tiago e Marta também a fazerem de criados e os restantes membros a fazerem de anfitriões. Para tal contam com a ajuda de António Cavalheiro (Luís Pavão), o dono da agência que recruta hóspedes para a mansão. Ah! Falta falar na Ludovina, a cabra de estimação dos Penha Leredo e que por vezes os mete em encrencas.
Interpretando os papéis dos hóspedes que se instalam na mansão estavam nomes como Fernanda Borsatti, António Montez, José Jorge Duarte, Carlos Wallenstein, Lídia Franco, Tozé Martinho, Rosa Lobato Faria, Varela Silva e a brasileira Betty Faria. Mas o episódio mais famoso será aquele que contava com a participação de Ivone Silva no papel de Madame Estrelita, uma falsa vidente que se recusa a sair da mansão e que se convence que tem poderes reais ao confundir Dona Matilde com um fantasma. O resto da família decide então disfarçar-se de fantasmas para a afugentar.
No último episódio ficava-se a saber que Dona Matilde não era tão ingénua como todos pensavam: não só esteve sempre a par dos planos da família e da origem dos diversos "primos" que os visitavam, como consegue ganhar bastante dinheiro para a família, ludibriando uns descendentes dos Romanoff viciados no jogo com um baralho viciado.
Como eu só tinha dois anos quando a série foi exibida pela primeira vez, só me lembro de vê-la durante as suas reposições em 1986, 1990 e 1994. Na altura o que achava mais divertido era o genérico que começava com uma música suave e um plano de Horácio a executar uma tarefa qualquer, para sem mais nem menos desatar numa guitarrada rock e planos repentinos e sucessivos da cabra Ludovina e dos quadros do cenário. A premissa da série tinha o seu quê de premonitório pois embora tivesse sido originalmente exibida numa altura em que o país passava por dificuldades financeiras, caracterizava toda uma classe de novos-ricos surgida essencialmente após a adesão de Portugal à CEE, ansiosa de "apagar" as suas origens mais plebeias, de adquirir algum status nobiliárquico e de ser vista como gente fina.
Com um argumento divertido e um excelente desempenho do elenco (quase todo recém-saído da telenovela Vila Faia), "Gente Fina É Outra Coisa" ficou para a história da teledramaturgia nacional. E para muitos, foi a única oportunidade de conhecer essa lenda do teatro português que foi Amélia Rey Colaço, naquele que foi o seu único trabalho em televisão, e que aos 84 anos conseguiu demonstrar todo o seu talento.
Excerto do 5.º episódio "Dona Estrela" com Ivone Silva: