O que fariam se tivessem comprado uma casa e outras quatro pessoas tivessem comprado essa mesma casa, e pelas mais diversas vicissitudes, tivessem que viver os cinco juntos?
Foi essa a premissa de "Tudo ao Molho e Fé em Deus", uma sitcom exibida na RTP em 1995, escrita por Ana Bola e Rosa Lobato Faria, realizada por Nicolau Breyner e protagonizada por Alexandra Lencastre, Ana Bustorff, Diogo Infante, José Pedro Gomes e Igor Sampaio.
Enganadas por Fernando Albino, um agente imobiliário intrujão, cinco pessoas compram sem saber o mesmo apartamento T2 em Telheiras. Cajó (Diogo Infante), fotógrafo boémio e mulherengo, Hélia (Alexandra Lencastre), uma mulher perturbada e excêntrica, Alberto (José Pedro Gomes), um escultor alérgico ao pó da pedra recentemente separado da mulher, Agostinho (Igor Sampaio) um aspirante a padre em crise de vocação e Carlita (Ana Bustorff), cabeleireira de ofício e fofoqueira de profissão.
À falta de melhor solução, os cinco vêem-se obrigados a viverem juntos até que a situação seja resolvida, causando obviamente situações bastantes confusas e alguns conflitos, devido às diferentes personalidade de cada um. Mas aos poucos e contra todas as expectativas, uma inesperada amizade acaba por surgir entre os cinco "cofraccionistas", como diz Agostinho.
Embora nem sempre as piadas acertassem o alvo e das personagens nunca terem saído do registo da caricatura, carecendo de mais profundidade, "Tudo ao Molho e Fé em Deus" foi no geral uma série bastante divertida. Ao longo dos doze episódios, houve participações especiais de Ana Bola, José Raposo, Rui Luís Brás, Teresa Roby, Carla Salgueiro e, entre outros, Maria Rueff no papel de uma faxineira açoriana. De referir que a série foi gravada no agora defunto Teatro Vasco Santana.
Mas existe uma razão muito pessoal pela qual eu nunca me esqueci desta série. Porque me inspirou ao 15 anos a escrever um livro com um história parecida, a de seis pessoas que compravam uma vivenda em Cascais! Ainda devo ter o manuscrito algures na arrecadação, mas vão por mim quando digo que era péssimo, pois não só continha muito copianço do argumento de "Tudo ao Molho e Fé em Deus" como era cheio de situações melodramáticas e/ou inverosímeis e de escrita rudimentar. Mas aos quinze anos, que sabia eu da vida? Além disso, se eu queria passar de péssimo escritor a escritor suficientemente bom para ter um livro publicado, tinha que começar por algum lado. E por ironia do destino, o meu primeiro livro também foi inspirado num programa de televisão que também envolvia a coabitação de desconhecidos num imóvel comum.
1.º episódio:
9.º episódio:
Episódio com Maria Rueff:
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