Parece que foi ontem que começámos a ouvir na rádio esta rubrica criada por Nuno Markl ("Caderneta de Cromos") mas "O Homem Que Mordeu o Cão" lançou a sua primeira edição no éter no dia 6 de Outubro de 1997.
Na segunda metade dos anos 90 eu passava muito tempo a ouvir a Rádio Cidade para gravar os êxitos musicais do momento, mas muitas vezes mudava para a Rádio Comercial para ouvir este programa de insólitos (e mais tarde tornei-me mesmo fã ferrenho do "Há Vida Em Markl"). O site da Rádio Comercial tem uma boa definição do programa: "Casos da vida real, bizarrias do mundo e observações aleatórias sobre tudo e sobre nada.", um "...noticiário bizarro,composto pelas notícias que os noticiários a sério deitam fora." tudo narrado pelo próprio Nuno Markl, que também recolhia essas bizarrices de uma Internet a que a maioria dos portugueses não tinha acesso regular.
E através dessa mesma Internet, o programa "levaria a interactividade com os ouvintes a novos patamares; em poucos meses havia grupos de fãs e, daí a poucos anos, uma digressão nacional de espectáculos ao vivo, vários livros, um programa de televisão e, 20 anos depois, choque dos choques, indivíduos adultos de barba rija que vêm hoje ter com o autor da rubrica a dizer que costumavam ouvir O Homem Que Mordeu o Cão a caminho da escola primária." lê-se no artigo sobre as comemoração do 20º aniversário da rubrica que inclui um espectaculo ao vivo no Coliseu de Lisboa para "para celebrar 20 anos de notícias bizarras, Desbloqueadores de Conversa, enormes seios, cabras que gritam como pessoas e outros insanos pedaços da História da Rádio em Portugal". Confesso aqui que não sou particularmente fã dos segmentos "cabras que gritam como pessoas" da iteração mais recente do programa, que regressou à antena da Comercial em 2013. Mas ouvir falar em "Desbloqueadores de Conversa" e "enormes seios" realmente revive muitas memórias!
O primeiro livro da trilogia, "O Homem Que Mordeu O Cão" foi colocado à venda em 2002 e foi um êxito de vendas, com mais de 150000 exemplares vendidos nesse ano. Só consegui o meu exemplar mais tarde, nalguma feira de velharias.
Em 2003, por altura do lançamento do segundo livro "O Regresso D'O Homem Que Mordeu O Cão: A Irmandade do Canídeo" a rúbrica com Nuno Markl, Pedro Ribeiro e Maria de Vasconcelos estava a ser emitida na malograda rádio "Best Rock FM".
Na capa deste segundo volume, podia ler-se:
"novas toneladas de notícias bizarras envolvendo enguias domesticadas, sexo, pensionistas, frascos de pickles e ainda teorias complexas sobre coisas da vida como ser VIP, flagelos da humanidade como bandas que cantam canções pop em canto gregoriano ou transmissões de patinagem artística na televisão e ainda a última palavra em conversas com taxistas sobre futebol...". Realmente as conversas com taxistas são um tema recorrente na obra de Markl.
"Nuno e Anabela Markl mostram-nos a sua última infiltração de humidade na casa de banho" ou "Nuno Markl passeia-se em cuecas e camisola interior de alças pelo seu apartamento de Benfica" são duas das manchetes que Nuno Markl antecipava se tivesse cedido aos pedidos de uma revista de famosos para fotografá-lo em casa. [in "O Regresso D'O Homem Que Mordeu O Cão"]
No livro o autor ainda recorda com carinho a digressão "O Homem Que Mordeu O Cão Ao Vivo" com os colegas Pedro Ribeiro e Maria de Vasconcelos no Villaret e por boa parte do país, totalizando "vinte e tal mil pessoas" que foram expostas ao vivo e a cores á agora famosa teoria que a cantora Dina e o actor Orlando Costa ("Zé Gato") são "uma e a mesma pessoa". O espectacúlo "HQMOC ao Vivo" incluiu adicionar um frondoso bigode numa foto de Dina. Coisas que não se podem fazer na rádio...
Escolho agora um exemplar aleatório de um "Desbloqueador de Conversa", ideal para longas viagens de elevador:
O volume que fechou a trilogia HQMOC foi "O Homem Que Mordeu O Cão: A Revolução" inspirado pelo volume que fechou a trilogia Matrix. Tenho algures numa caixa, não encontrei a tempo de tirar fotos.
E o livro mais recente, depois do regresso à comercial, lançado em 2014 com o sucinto título "O Novo, Incrível, Definitivo, Arrebatador, Estrondoso, Monumental e Titânico Livro d'O Homem Que Mordeu o Cão".
Não acompanhei regularmente as aventuras do HQMOC na TVI, mas deixo aqui um episódio:
O primeiro livro da trilogia, "O Homem Que Mordeu O Cão" foi colocado à venda em 2002 e foi um êxito de vendas, com mais de 150000 exemplares vendidos nesse ano. Só consegui o meu exemplar mais tarde, nalguma feira de velharias.
Em 2003, por altura do lançamento do segundo livro "O Regresso D'O Homem Que Mordeu O Cão: A Irmandade do Canídeo" a rúbrica com Nuno Markl, Pedro Ribeiro e Maria de Vasconcelos estava a ser emitida na malograda rádio "Best Rock FM".
Na capa deste segundo volume, podia ler-se:
"novas toneladas de notícias bizarras envolvendo enguias domesticadas, sexo, pensionistas, frascos de pickles e ainda teorias complexas sobre coisas da vida como ser VIP, flagelos da humanidade como bandas que cantam canções pop em canto gregoriano ou transmissões de patinagem artística na televisão e ainda a última palavra em conversas com taxistas sobre futebol...". Realmente as conversas com taxistas são um tema recorrente na obra de Markl.
"Nuno e Anabela Markl mostram-nos a sua última infiltração de humidade na casa de banho" ou "Nuno Markl passeia-se em cuecas e camisola interior de alças pelo seu apartamento de Benfica" são duas das manchetes que Nuno Markl antecipava se tivesse cedido aos pedidos de uma revista de famosos para fotografá-lo em casa. [in "O Regresso D'O Homem Que Mordeu O Cão"]
No livro o autor ainda recorda com carinho a digressão "O Homem Que Mordeu O Cão Ao Vivo" com os colegas Pedro Ribeiro e Maria de Vasconcelos no Villaret e por boa parte do país, totalizando "vinte e tal mil pessoas" que foram expostas ao vivo e a cores á agora famosa teoria que a cantora Dina e o actor Orlando Costa ("Zé Gato") são "uma e a mesma pessoa". O espectacúlo "HQMOC ao Vivo" incluiu adicionar um frondoso bigode numa foto de Dina. Coisas que não se podem fazer na rádio...
Escolho agora um exemplar aleatório de um "Desbloqueador de Conversa", ideal para longas viagens de elevador:
"Você: Pois é, pois é...
O Vizinho: Cá estamos...
Você: Cansado...
O Vizinho: Pois...
Você: Pois é, pois é, pois é...
O Vizinho: Ou não...
Você: Ah, é verdade: sabia que a primeira bicicleta foi fabricada em 1817?
ISTO É UM...DESBLOQUEADOR DE CONVERSA!"
O volume que fechou a trilogia HQMOC foi "O Homem Que Mordeu O Cão: A Revolução" inspirado pelo volume que fechou a trilogia Matrix. Tenho algures numa caixa, não encontrei a tempo de tirar fotos.
E o livro mais recente, depois do regresso à comercial, lançado em 2014 com o sucinto título "O Novo, Incrível, Definitivo, Arrebatador, Estrondoso, Monumental e Titânico Livro d'O Homem Que Mordeu o Cão".
Não acompanhei regularmente as aventuras do HQMOC na TVI, mas deixo aqui um episódio:
E claro, o vídeo de "Um Dia na Vida do Homem Que Mordeu O Cão":
No dia que se assinalou o 20º aniversário da estreia de HQMOC, Nuno Markl redigiu um longo texto em que recorda o arranque do projecto, o sucesso, o intervalo e o regresso:
"Mas havia aquela ideia de que isto poderia ser diferente.
E, em poucos meses, e em parte graças a essas inovações bombásticas chamadas Internet e e-mail, o diálogo com os ouvintes tornou-se mais intenso que nunca.
A WWW era também a ferramenta ideal para sacar material para a rubrica - O Homem Que Mordeu o Cão não era possível anos antes, só com os telexes da Lusa... Até porque a Lusa não ligava lá muito às notícias bizarras.
Foi a tempestade perfeita. Primeiro foi o reconhecimento na rua por via da voz (“Você tem a voz parecida com aquele gajo do Homem Que Mordeu o Cão...”). De repente havia material suficiente (e interesse suficiente) para juntar as melhores notícias num livro. De repente, o livro vende 150 mil exemplares. E há espectáculos marcados pelo país. E a TVI acha boa ideia transformar os espectáculos num programa de TV.
Entretanto houve hiatos, uma passagem cheia de boas memórias pela Antena 3, profissionais e pessoais; um regresso à Comercial com a Caderneta de Cromos...
... e depois, o inevitável regresso - O Homem Que Mordeu o Cão é sobre contar histórias, e contar histórias (e ouvi-las) é coisa que talvez não tenha prazo de validade."
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Em que ano foi lançado o livro de celebração de 150.000 cópias que tinha um DVD 25h na vida de Markl? Um que parecia uma edição de colecionador de capa rija dourado.
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