terça-feira, 22 de janeiro de 2013

Street Fighter II (1991)

por Paulo Neto

Ele há horas felizes. Como aquela em inícios de 1994 que liguei para um daqueles números 0670, presentes em vários anúncios que fervilhavam nos intervalos televisivos prometendo muitos e variados prémios (estávamos em tempos de vacas gordas). Foi aí que ganhei algo que há muito ambicionava, uma consola de 16 bits, a saber um Super Nintendo. Teria preferido uma Sega Mega Drive mas a cavalo dado não se olha o dente e fiquei extasiado. Viria a ser sol de pouca dura porque o transferidor que ligava à corrente foi à vida nesse Verão e a consola não tardou em ir morrer para a arrecadação. Mas até lá, ainda vivenciei muitas horas de jogatana, primeiro com o Super Mario World que vinha na consola, e depois com o Street Fighter II na então recentíssima versão Turbo que recebi nos anos.



Para mim, não havia outro jogo que quereria adquirir em primeiro lugar senão o Street Fighter II, aquele que é amplamente reconhecido como o mais lendário dos jogos de luta e um dos jogos mais influentes de todos os géneros. O primeiro volume da franchise criada pela Capcom surgiu em 1987 mas foi o segundo tomo que assegurou um lugar na história dos videojogos. Dois factores essenciais contribuíram por um sucesso: a possibilidade de encarnar um vasto lote de personagens de diversos aspectos e origens, cada uma com os seus movimentos próprios, e a sua extrema jogabilidade que garantia uma dose de pura emoção em cada combate. Foi o primeiro jogo a aplicar as combinações de movimentos de luta, designada vulgarmente como combo.  

O jogo consistia em travar combates à melhor de três até chegar ao segundo patamar com quatro bosses finais. Antes de cada combate, via-se um mapa mundo onde surgiu um aviãozinho que pousava no país de origem do próximo adversário, seguindo-se uma voz cavernosa que anunciava o nome do país em inglês: (Japan! Brazil! Thailand! China!)  



Recordemos as personagens:

- Ryu , a personagem principal no primeiro Street Fighter, identificado pelo seu famoso fato de luta branco e  fita vermelha. Lembro-me que era um dos mais difíceis de bater quando era controlado pelo CPU, pois estava quase sempre a atirar bolas de fogo (gritando Haduken!). Outro famoso movimento seu era o murro em salto (Shoryuken!)

- Ken, a personagem do segundo jogador no primeiro Street Fighter, tinha movimentos semelhantes pois era o colega de treino e rival de Ryu. Usava longo cabelo loiro e um fato vermelho.
- My personal favourite, Chun Li, uma chinesa mestra de kung fu que trabalha pela Interpol, sedenta de vingança pela morte do seu pai. Foi a primeira personagem feminina controlável num jogo de luta e o primeiro sex-symbol do mundo dos videojogos, com a sua túnica azul e totós na cabeça. Para não falar do seu famoso movimento em que fazia um redemoinho com as pernas. Igualmente célebres eram as suas reacções quando ganhava os combates: ou dando um pulos de alegria ou fazendo um V de vitória e a dizer algo que me soava a "Já 'tá!"



- Outra personagem minha preferida, era o Guile, o soldado americano de físico imponente e de espectacular cabelo loiro em pé, autor do sonic boom!
- Dhalsim, mestre indiano de yoga, cuja aparência bizarra e franzina escondia uma impressionante capacidade de esticar os braços e as pernas, cuspir fogo e teleportar-se.


- Blanka, uma criatura radioactiva das florestas da Amazónia que lançava choques e que se apanhasse alguém a jeito, ferrava-lhe bem as suas dentuças afiadas.
- E. Honda, o mestre de sumo, com um movimento que dava um murro que valia por muitos que até parecia que o seu braço se multiplicava.



- Zangief, o lutador soviético que combatia por amor à pátria e ao prazer de dar porrada.

Na versão Turbo que eu tive, era possível controlar os quatro bosses finais, algo que não acontecia nas versões anteriores.

- Balrog, lutador de boxe afro-americano, que por esse motivo, a única personagem que não dava pontapés.
- Vega, o matador espanhol com uma garra na mão e uma máscara que protegia a sua beleza facial. Quando jogava na sua arena, era possível fazer movimentos em que ele subia pelas redes do ringue para atacar o adversário.


- Sagat, o mestre de muay thai que era o boss final do primeiro jogo. A pala no olho e as cicatrizes eram vestígios da sua derrota com Ryu nesse jogo. Também tinha um murro saltado como Ryu, onde gritava Tiger Uppercut!  
- M. Bison, o boss principal, líder da associação criminosa Shadaloo e o organizador do torneio do jogo. Notabilizava-se pela capacidade de levitar.



Na versão japonesa, Balrog era M. Bison (numa alusão a Mike Tyson), Vega era Balrog e M. Bison era Vega (como a estrela do mesmo nome). Trocaram-se os nomes a estas três personagens nas versões internacionais para evitar acusações de difamação no caso do primeiro, porque Vega servia melhor como um nome espanhol do que Balrog no caso do segundo e porque o público americano achava que Vega era um nome pouco ameaçador para o principal vilão, no caso do terceiro.

Além de mais de uma dúzia de jogos para as mais diversas consolas, computador e arcadas, a franchise também gerou uma série manga e anime, e dois filmes live action, incluindo um em 1995 com Jean Claude Van Damme, Kylie Minogue e Raul Julia. (Mas quanto menos se falar dele, melhor.)




Percurso do jogo (versão Turbo) com Blanka:
   

Paródia do Family Guy (Peter faz de Ryu, Mr. Washee Washee de E. Honda):




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5 comentários:

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  2. Este comentário foi removido pelo autor.

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  3. Ah, no que vocês foram tocar...
    O quanto delirei eu com Street fighter II... Ainda andei km para visitar esta ou aquela "capelinha" onde havia uma máquina com este jogo. Na maior parte das vezes para ver outros jogar, que o guito era pouco. :D
    O quanto ainda me dá pra rir das estatégias e estratagemas usados pela malta da altura, ao jogar aquilo... :D

    Um problema de que sempre SF2 sofreu foi de desequilíbrio (algumas personages são exageradamante beneficiadas relativamente a outras, como Ryu, Ken ou Blanka, etc), e por uma questão de desafio (e porque mais ninguém escolhia) o meu personagem favorito tornou-se o Zangief, e ainda até hoje perduram, quer esse favoritismo pelo russo, quer o ódio a personagens (deliberadamente) abusivos. Hoje (e após muitas sequelas de qualidade duvidosa) Street Fighter vai na 4ª "edição" e melhor do que nunca. Ainda sofre de desequilíbrio mas tem melhorias técnicas e de regras muito assinaláveis.Quanto ao meu caso, Zangief tem agora um colega de favoritismo: El Fuerte. Diferentes modos de jogar e ambos oferecem grande desafio, dado as poucas benesses. Nada dá mais gozo do que esmagar a tola de um Ryu (ou outro favorecido qualquer) com um "spinning piledriver" ou com um "flying giga-buster". :)

    O antigo, ainda hoje se pode revisitar muito bem com emuladores e o novo anda aí em PC ou consolas. Muito boas memórias passadas e presentes... ;)

    Ah, e esqueçam lá o filme, pelas alminhas!... :p

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  4. Concordo. Quanto menos se disser sobre o filme, melhor.

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  5. Para mim, filme, só considero o de anime... LOL
    Eu só tive o SFII em versão pirata, mas eu era mais fã do Mortal Kombat na minha Master System :D sangue pixelizado!!!!

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