domingo, 13 de abril de 2014

A Guerra das Estrelas III - O Regresso de Jedi

Eu sou fã tardio de StarWars - a saga da Guerra das Estrelas; o terceiro filme da trilogia clássica veio parar aos cinemas ainda eu tinha quatro anos de idade, e como não tive leitor/gravador de VHS até final dos anos 90, só conheci a saga da televisão. Aliás, quando comprei o video, das primeiras coisas que fiz foi comprar na feira das velharias local uma gravação caseira em VHS do primeiro filme - que logo revi várias vezes - e a colecção da Edição Especial de 1997 [vejam a dita cuja aqui], que deve ter a fita bem desgastada. Como disse, fã tardio, mas dura até hoje. E portanto foi com grande alegria que, enquanto vasculhava uma pilha de revistas numa feira de velharias que me deparei com este artigo na Coquete Nº 21, dedicado ao filme "O Regresso de Jedi" ("Star Wars: Episode VI: Return Of The Jedi" ) que já havia estreado em Maio (de 1983) nos EUA e já era um colossal êxito quando chegou á nossa costa em 14 de Outubro.
Planeava apenas publicar as páginas no Tumblr da Enciclopédia, mas quando passei os olhos no texto reparei nalgums pequenos pormenores que merecem um pequeno comentário.
Clique sobre a foto para a aumentar:
No título está indicado como "A Guerra das Estrelas III" - o que não deixa de estar correcto - apesar de "O Regreso de Jedi" ser o Episódio VI de uma história planeada de nove filmes. No entanto, essa contagem em episódios ainda nºao tinha sido incluida nos títulos. Entretanto já estrearam os Episódios I a III (1999, 2002 e 2005) e està em preparação a trilogia "final", os episódios VII a IX.
Os dois primeiros parágrafos espantam-se com o fervor dos fãs americanos que acamparam antes da estreia e que durantes semanas lotou as salas e fez "rebentar a escala" de audiência, "superiores ás de E.T.!" (o grande êxito do ano anterior). Em seguida menciona-se os personagens principais da saga de aventuras espaciais: "Luke Skywalker, Han Solo e da restante equipa de <<A guerra das estrelas>>, inclusivé o robot que emite apitos, Erzwo-Dezwo, e o seu reluzente colega Ce-Dreipio". Bem, na altura não havia Internet para consultar os nomes fonéticos correctos dos dois andróides, R2-D2 (Artoo-Detoo) e C-3PO (See-Treepio), e já tenho lido até material oficial com os nomes por extenso mal escritos, portanto até pode ser este o caso. Continua falado dos "personagens estranhos e plenos de fantasia" e do "cavaleiro negro Darth Vader" que está encarregue de criar uma nova Estrela da Morte, ainda mais poderosa para criar problemas aos nossos heróis. Depois uma frase enigmática: "Mais de metade dos planetas parte da pequena lua Endor, estão quase todos reconstruídos". O que é facto é que a Estrela da Morte está a ser construida em órbita de Endor. Mudamos depois de planeta, o desértico - promovido a "devastado" - Tatooine, o lar de Luke, que no inicio do filme tenta salvar Han Solo e a princesa Leia do gangster Jabba, referido no texto como estando "ele próprio metamorfoseado num enorme sapo, e possui uma visão tridimensional". Ora, Jabba não foi transformado naquela forma horrorosa, mas tem o aspecto tradicional da sua espécie, que tal como os seres humanos tem "visão tridimensional" (desconheço o motivo para enfâse nesse aspecto). Porém, apesar de Jabba não ter sido transformado nos filmes, existe uma cena que foi cortada do filme "A Guerra das Estrelas" de 1977, em que Jabba surge a falar com Han Solo, e ai Jabba - apesar de gordo - tem aparência humana. No texto os agora famosos light saber são ainda referidos como "arma de raios laser", e "Jedi" é usado como um nome próprio. Curiosamente, na foto com a legenda "A nave espacial <<Millenium Falcon>> pertence à nova estrela da morte", o "Millennium Falcon" não é visível.

Como bónus, algum material da época:
Poster da semana de estreia, que o promove como "O Milagre do Cinema!":
Um texto do suplemento Sábado, do Diário de Lisboa de 15 de Outubro, que se foca no poder do maior produtor independente de cinema, George Lucas, o arquitecto da Guerra das Estrelas. Clique para aumentar:



Uma crítica da semana seguinte à estreia:
"Entre a desbragada imaginação e uma ética que rejeita a raiva e o ódio, O regresso de Jedi é um espectáculo total que consegue despertar em nós os mundos perfeitos da adolescência."

Comentem! Quem foi assistir ao filme no grande ecrã? Na estreia ou na edição especial?

Páginas retiradas da revista Coquete 21, de 27 de Outubro a 2 de Novembro de 1983.

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sexta-feira, 11 de abril de 2014

Concurso TV Guia - 600 Álbuns com música variada (1979)

Estas páginas não são propriamente publicidade, mas um concurso - ou sorteio - a decorrer para os leitores da TV Guia, dos quais vão resultar 300 vencedores, que ganham um conjunto de dois albuns cada. Para se habilitarem a ganhar os discos, os leitores tinham que enviar o cupão e responder à pergunta correspondente. Obviamente, podiam concorrer 6 vezes, mas só podiam ganhar uma vez. Cliquem sobre as fotos para ler melhor as descrições de cada artista e álbum.
E os álbuns do concurso estavam agrupados da seguinte forma:
1º Grupo:
José Cid - "Canta Coisas Suas"
Sérgio Godinho - "Campolide"

2º Grupo:
Elton John - "Victim Of Love"
Blondie - "Eat To The Beat"
3º Grupo:
The Cars - "Candy-O"
Emmylou Harris - "Blue Kentucky Girl"

4º Grupo:
Mike Oldfield - "Platinum"
XTC - "Drums & Wires"

5º Grupo:
Maria Helena Águas - "Qual É Coisa Qual É Ela?"
Patrick Hernandez - "Born To Be Alive"

6º Grupo:
Rita Coolidge - "Satisfied"
Cliff Richard - "Rock 'N Roll Juvenille"

Reconheceram no Grupo 5 a cantora "Maria Helena Águas"? É mais conhecida por "Lena d'Água", mas ao contrário desta descrição, na Wikipédia e outros sites está com o nome de baptizo "Helena Maria".
Caro leitor, qual seria o Grupo que escolheria?

Publicidade retirada da revista TV GUIA 46, de 22 a 28 de Dezembro de 1979.

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quinta-feira, 10 de abril de 2014

Corn Flakes Nacional (1979)

Anúncio aos "Corn Flakes" da Nacional ("o que é Nacional é bom!" confessem que leram isto com a voz do reclame da TV).

Publicidade retirada da revista TV GUIA 46, de 22 a 28 de Dezembro de 1979.

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quarta-feira, 9 de abril de 2014

TriNaranjus (1979)

Uma bela e solarenta foto, de um casal no "Paraíso", ou pelo menos o paraíso familiar, onde não está proibida a fruta do "TriNaranjus", na altura há pouco tempo à venda em território nacional.
E se sempre estranharam o porquê de ser TriNaranjus e não TriLaranjus, fica um reclame espanhol do mesmo ano, mas com o sabor piña em vez de naranja:


O refrigerante teve origem no nosso país hermano, nos anos 30, onde foi comercializado com o nome Naranjina, numa garrafa em forma de três laranjas e ainda com gás. Depois de - segundo a Wikipédia - serem copiados (ou compradas, também segundo a Wikipédia) por um francês para criar a Orangina, nos anos 40 começaram a vender a versão sem gás chamada TriNaranjus. O blog Desenhos Animados tem alguns reclames mais recentes: "Reclames Trinaranjus" , que valem a pena recordar.

Detalhe da embalagem de Tri Naranjus Laranja:

Comparem com a garrafa original dos anos 30:

Ó diacho! Cannot unseen!

Publicidade retirada da revista TV GUIA 46, de 22 a 28 de Dezembro de 1979.

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domingo, 6 de abril de 2014

Hermesetas (1979)

A mais conhecida marca em Portugal (pelo menos é a impressão que tenho) de adoçantes artificiais: "Hermesetas", segundo o anúncio "á venda em todas as farmácias".

Publicidade retirada da revista TV GUIA 46, de 22 a 28 de Dezembro de 1979.

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sábado, 5 de abril de 2014

Calendários de Bolso "Roque Santeiro" (1988)

Até aos anos 90 coleccionar calendários de bolso era uma prática bem mais disseminada que actualmente. Além de colecções - mais ou menos - oficiais, praticamente não existia negócio, marca ou instituição que não tivesse calendários para oferecer aos seus clientes: desde a peixaria ou clube de vídeo do bairro, todos forneciam os pequenos calendários com as caras dos ídolos da altura, capas de filmes, animaizinhos fofinhos, cartoons picantes, senhoras em lingerie ou mesmo em pelota, etc, e claro, no verso o calendário propriamente dito. Era um hobbie bem popular coleccionar estas pequenas peças de cultura pop, e cá em casa não escapávamos à regra. Não eramos coleccionadores hardcore, mas agarrávamos os que podiamos. Em viagens à capital, até aproveitávamos para comprar várias colecções já completas, por exemplo as do "MacGyver", "Norte & Sul". Recentemente recuperei os arquivadores com a nossa colecção vintage e recomecei a coleccionar, de modo mais activo. Até já consegui terminar a colecção dos "Defensores da Terra" e do "Justiceiro". Desde há uns meses fui publicando avulsamente alguns calendários no Tumblr da Enciclopédia,  e tenho vários posts em rascunho para partilhar as várias colecções aqui no blog. Mas a triste notícia do falecimento do actor brasileiro José Wilker fez-me antecipar a publicação do post das colecções de calendários de bolso da novela "Roque Santeiro" que Wilker protagonizou, que espero brevemente completar.

Colecção "Roque Santeiro" (1988)
Colecção não numerada.
Nesta colecção, no verso do calendário, além da indicação do ano e do calendário para os 12 meses de 1988, inclui o logotipo da novela e o nome da personagem com o nome do actor correspondente entre parenteses. Reparem como o nome de José Wilker foi mal escrito: José Wil-ker.
 Os outros calendários que tenho até ao momento:
Tânia (Lídia Brondi)
Lulu (Cláudia Kiss)
Roque Santeiro (José Wil-ker)
Roberto Mathias (Fábio Jr.)



Colecção "Roque Santeiro" (1988) Impala
Colecção de 42 calendários. No verso, além da indicação do ano, calendário e logotipo, uma legenda referente à ilustração, os créditos e o número do calendário.

Os calendários que tenho até ao momento,e  a respectiva legenda:
Nº 17 - Flô e as duas tentações da cidade, Rosali e Ninon.
Nº 18 - Malta e Marilda decidem a vida de Roberto.
Nº 23 - O delegado Feijó não resiste aos encantos de Ninon.
Nº 34 - Porcina, uma viúva apaixonada.

Como curiosidade, vi na Internet uma colecção também de 1988, com o verso com publicidade à fictícia Fábrica de Velas Votivas 'Linda Bastos, Lda' com morada da igualmente fictícia cidade de Asa Branca. desconheço se é uma colecção portuguesa ou brasileira.

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Plastidom (1979)

Dinâmico e excitante anúncio de comemoração dos 20 anos (1959-1979) de existência de "Plastidom - Plásticos Industriais e Domésticos, Lda", cuja marca principal é a "Domplex".

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sexta-feira, 4 de abril de 2014

Mafalda - série animada (1982)

por Paulo Neto

Apesar de ser uma fanático da televisão desde que me entendo por gente, a primeira vez que reparei nesse acontecimento sazonal que era uma nova grelha de programação na rentrée de Outono foi em Outubro de 1986. Havia três factores fulcrais que fizeram com que o petiz de seis anos reparasse na nova grelha da RTP nessa altura. Primeiro, a RTP1 tinha esta lendária vinheta geométrica que parecia reflectir o facto de eu nesse Outono ter começado a primeira classe, a iniciar a minha instrução. 




Segundo, porque depois da telenovela (na altura, a que estava em exibição era "Corpo a Corpo", a tal que tinha como uma das personagens o Diabo himself), havia o lendário tandem de uma "História ao Fim do Dia" (que o David Martins já abordou aqui) e o mais lendário jingle do "Vitinho" cantado por Isabel Capelo ("Está na hora da caminha..."). Os meus pais bem queriam que me fosse deitar após esse bloco, até porque nesse ano lectivo eu tinha aulas logo às 8 da manhã, mas sempre que conseguia escapar a esse recolher obrigatório, eu ficava a ver um pouco mais televisão. E era certo e sabido se naquele dia dava alguma série minha preferida como o "ALF" ou "Dempsey & Makepeace", só ia para a cama uma vez findo o episódio.

Terceiro, porque entre o Telejornal e a telenovela havia todos os dias de segunda a sexta um pequeno cartoon animado da Mafalda, a primeira adaptação da famosa tira de BD para desenhos animados, datada de 1982. Foi graças a série animada, que eu e a minha geração descobriu a pequena contestatária de farta cabeleira negra criada pelo ilustrador argentino Joaquín Lavado, conhecido como Quino.

Reza a história que Quino tinha criado inicialmente Mafalda sob uma encomenda para uma campanha dos electrodomésticos Mansfield (sendo que a personagem devia ter um nome começado por M). Essa campanha acabou por não se concretizar mas Quino acabou por aproveitar a personagem para ilustrar as tiras publicadas em diversas publicações argentinas entre 1964 e 1973. Como é sabido, foram anos de grandes transformações tanto na Argentina como no mundo e Mafalda ia abordando tudo com um misto de inocência e mordacidade. E aos poucos surgem os seus companheiros: Felipe, o tímido vizinho perdido entre a sua imaginação fértil e a dureza da realidade; Manelinho, o filho do merceeiro local e tal como o pai, capitalista e conservador; Susaninha com as suas manias pequeno-burguesas e o seu sonho de ser uma dondoca com vasta prole; Miguelito, egocêntrico e filosófico que partilha com Mafalda o seu ódio por sopa (tem medo do mar porque lhe parece uma sopa de massa gigante!); a diminuta mas bem expressiva Liberdade; e Gui, o irmão mais novo de Mafalda, o único que na sua inocência é capaz de desarmar até a irmã com as suas perguntas. Sem esquecer obviamente os pais de Mafalda (Angel e Raquel), sempre em palpos de aranha para responder às profundas questões da filha. Umberto Eco chegou a equiparar as personagens de Mafalda às dos Peanuts (Charlie Brown, Snoopy e companhia) de Charles Schulz, na forma como ambas as tiras mostram crianças que, dentro da sua infantilidade, agem e pensam como adultos.



O sucesso de Mafalda não se fez esperar e não tardou até que a tira fosse publicada em toda a América Latina, Espanha, Itália e Portugal (onde o primeiro livro foi publicado em 1970). Desde 1973, só muito periodicamente é que Quino voltou a desenhar a sua pequena heroína, nomeadamente para causas nobres como em 1977, por ocasião da elaboração da Carta dos Direitos da Criança das Nações Unidas.


Com a exibição dessa série animada da Mafalda em Portugal em 1986, toda uma nova geração neste país redescobriu a pequena contestatária. Para mim e para os meus amigos, que éramos da idade das personagens, era como se Mafalda, Felipe, Manelinho, Susaninha, Miguelito e Liberdade fossem nossos colegas de escola. Nessa altura, ver esses desenhos animados da Mafalda após o Telejornal eram um dos pontos altos do meu dia. Como era pequeno demais para perceber as piadas mais elaboradas, ria-me sobretudo das coisas mais simples como as tentativas da Mafalda para não ter de comer sopa ou voar com uma caixa de cartão na cabeça e um jacto de gasosa.



Essa redescoberta de Mafalda em Portugal proporcionou toda uma vaga de merchandising: não só foram reeditados e os livros já publicados como foram lançados volumes com tiras inéditas, como surgiu toda uma panóplia de material escolar e cadernetas de cromos. Recordo também que os bolos Cake Bar da Dan Cake também traziam cromos da Mafalda, o que era um motivo extra para pedinchar aos meus pais por uma Cake Bar sempre que eu ia ao café ou à mercearia. Embora o material escolar fosse de umas cores ameninadas, admito que cheguei a ter um ou outro caderno da Mafalda e uma agenda escolar.

Entretanto já houve mais séries animadas da Mafalda, como uma produzida em Espanha em 1993 e outra mais recente de 2010. Em 2009, Mafalda teve direito ao seu monumento em Buenos Aires.
     

Episódios da série de 1982 (não encontrei as dobragens em português, só em castelhano da Argentina) :










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