quinta-feira, 10 de abril de 2014

Corn Flakes Nacional (1979)

Anúncio aos "Corn Flakes" da Nacional ("o que é Nacional é bom!" confessem que leram isto com a voz do reclame da TV).

Publicidade retirada da revista TV GUIA 46, de 22 a 28 de Dezembro de 1979.

Como sempre, o leitor pode partilhar experiências, corrigir informações, ou deixar sugestões aqui nos comentários, ou no Facebook da Enciclopédia: "Enciclopédia de Cromos". Visite também o Tumblr: "Enciclopédia de Cromos - Tumblr".

quarta-feira, 9 de abril de 2014

TriNaranjus (1979)

Uma bela e solarenta foto, de um casal no "Paraíso", ou pelo menos o paraíso familiar, onde não está proibida a fruta do "TriNaranjus", na altura há pouco tempo à venda em território nacional.
E se sempre estranharam o porquê de ser TriNaranjus e não TriLaranjus, fica um reclame espanhol do mesmo ano, mas com o sabor piña em vez de naranja:


O refrigerante teve origem no nosso país hermano, nos anos 30, onde foi comercializado com o nome Naranjina, numa garrafa em forma de três laranjas e ainda com gás. Depois de - segundo a Wikipédia - serem copiados (ou compradas, também segundo a Wikipédia) por um francês para criar a Orangina, nos anos 40 começaram a vender a versão sem gás chamada TriNaranjus. O blog Desenhos Animados tem alguns reclames mais recentes: "Reclames Trinaranjus" , que valem a pena recordar.

Detalhe da embalagem de Tri Naranjus Laranja:

Comparem com a garrafa original dos anos 30:

Ó diacho! Cannot unseen!

Publicidade retirada da revista TV GUIA 46, de 22 a 28 de Dezembro de 1979.

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domingo, 6 de abril de 2014

Hermesetas (1979)

A mais conhecida marca em Portugal (pelo menos é a impressão que tenho) de adoçantes artificiais: "Hermesetas", segundo o anúncio "á venda em todas as farmácias".

Publicidade retirada da revista TV GUIA 46, de 22 a 28 de Dezembro de 1979.

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sábado, 5 de abril de 2014

Calendários de Bolso "Roque Santeiro" (1988)

Até aos anos 90 coleccionar calendários de bolso era uma prática bem mais disseminada que actualmente. Além de colecções - mais ou menos - oficiais, praticamente não existia negócio, marca ou instituição que não tivesse calendários para oferecer aos seus clientes: desde a peixaria ou clube de vídeo do bairro, todos forneciam os pequenos calendários com as caras dos ídolos da altura, capas de filmes, animaizinhos fofinhos, cartoons picantes, senhoras em lingerie ou mesmo em pelota, etc, e claro, no verso o calendário propriamente dito. Era um hobbie bem popular coleccionar estas pequenas peças de cultura pop, e cá em casa não escapávamos à regra. Não eramos coleccionadores hardcore, mas agarrávamos os que podiamos. Em viagens à capital, até aproveitávamos para comprar várias colecções já completas, por exemplo as do "MacGyver", "Norte & Sul". Recentemente recuperei os arquivadores com a nossa colecção vintage e recomecei a coleccionar, de modo mais activo. Até já consegui terminar a colecção dos "Defensores da Terra" e do "Justiceiro". Desde há uns meses fui publicando avulsamente alguns calendários no Tumblr da Enciclopédia,  e tenho vários posts em rascunho para partilhar as várias colecções aqui no blog. Mas a triste notícia do falecimento do actor brasileiro José Wilker fez-me antecipar a publicação do post das colecções de calendários de bolso da novela "Roque Santeiro" que Wilker protagonizou, que espero brevemente completar.

Colecção "Roque Santeiro" (1988)
Colecção não numerada.
Nesta colecção, no verso do calendário, além da indicação do ano e do calendário para os 12 meses de 1988, inclui o logotipo da novela e o nome da personagem com o nome do actor correspondente entre parenteses. Reparem como o nome de José Wilker foi mal escrito: José Wil-ker.
 Os outros calendários que tenho até ao momento:
Tânia (Lídia Brondi)
Lulu (Cláudia Kiss)
Roque Santeiro (José Wil-ker)
Roberto Mathias (Fábio Jr.)



Colecção "Roque Santeiro" (1988) Impala
Colecção de 42 calendários. No verso, além da indicação do ano, calendário e logotipo, uma legenda referente à ilustração, os créditos e o número do calendário.

Os calendários que tenho até ao momento,e  a respectiva legenda:
Nº 17 - Flô e as duas tentações da cidade, Rosali e Ninon.
Nº 18 - Malta e Marilda decidem a vida de Roberto.
Nº 23 - O delegado Feijó não resiste aos encantos de Ninon.
Nº 34 - Porcina, uma viúva apaixonada.

Como curiosidade, vi na Internet uma colecção também de 1988, com o verso com publicidade à fictícia Fábrica de Velas Votivas 'Linda Bastos, Lda' com morada da igualmente fictícia cidade de Asa Branca. desconheço se é uma colecção portuguesa ou brasileira.

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Plastidom (1979)

Dinâmico e excitante anúncio de comemoração dos 20 anos (1959-1979) de existência de "Plastidom - Plásticos Industriais e Domésticos, Lda", cuja marca principal é a "Domplex".

Publicidade retirada da revista TV GUIA 46, de 22 a 28 de Dezembro de 1979.

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sexta-feira, 4 de abril de 2014

Mafalda - série animada (1982)

por Paulo Neto

Apesar de ser uma fanático da televisão desde que me entendo por gente, a primeira vez que reparei nesse acontecimento sazonal que era uma nova grelha de programação na rentrée de Outono foi em Outubro de 1986. Havia três factores fulcrais que fizeram com que o petiz de seis anos reparasse na nova grelha da RTP nessa altura. Primeiro, a RTP1 tinha esta lendária vinheta geométrica que parecia reflectir o facto de eu nesse Outono ter começado a primeira classe, a iniciar a minha instrução. 




Segundo, porque depois da telenovela (na altura, a que estava em exibição era "Corpo a Corpo", a tal que tinha como uma das personagens o Diabo himself), havia o lendário tandem de uma "História ao Fim do Dia" (que o David Martins já abordou aqui) e o mais lendário jingle do "Vitinho" cantado por Isabel Capelo ("Está na hora da caminha..."). Os meus pais bem queriam que me fosse deitar após esse bloco, até porque nesse ano lectivo eu tinha aulas logo às 8 da manhã, mas sempre que conseguia escapar a esse recolher obrigatório, eu ficava a ver um pouco mais televisão. E era certo e sabido se naquele dia dava alguma série minha preferida como o "ALF" ou "Dempsey & Makepeace", só ia para a cama uma vez findo o episódio.

Terceiro, porque entre o Telejornal e a telenovela havia todos os dias de segunda a sexta um pequeno cartoon animado da Mafalda, a primeira adaptação da famosa tira de BD para desenhos animados, datada de 1982. Foi graças a série animada, que eu e a minha geração descobriu a pequena contestatária de farta cabeleira negra criada pelo ilustrador argentino Joaquín Lavado, conhecido como Quino.

Reza a história que Quino tinha criado inicialmente Mafalda sob uma encomenda para uma campanha dos electrodomésticos Mansfield (sendo que a personagem devia ter um nome começado por M). Essa campanha acabou por não se concretizar mas Quino acabou por aproveitar a personagem para ilustrar as tiras publicadas em diversas publicações argentinas entre 1964 e 1973. Como é sabido, foram anos de grandes transformações tanto na Argentina como no mundo e Mafalda ia abordando tudo com um misto de inocência e mordacidade. E aos poucos surgem os seus companheiros: Felipe, o tímido vizinho perdido entre a sua imaginação fértil e a dureza da realidade; Manelinho, o filho do merceeiro local e tal como o pai, capitalista e conservador; Susaninha com as suas manias pequeno-burguesas e o seu sonho de ser uma dondoca com vasta prole; Miguelito, egocêntrico e filosófico que partilha com Mafalda o seu ódio por sopa (tem medo do mar porque lhe parece uma sopa de massa gigante!); a diminuta mas bem expressiva Liberdade; e Gui, o irmão mais novo de Mafalda, o único que na sua inocência é capaz de desarmar até a irmã com as suas perguntas. Sem esquecer obviamente os pais de Mafalda (Angel e Raquel), sempre em palpos de aranha para responder às profundas questões da filha. Umberto Eco chegou a equiparar as personagens de Mafalda às dos Peanuts (Charlie Brown, Snoopy e companhia) de Charles Schulz, na forma como ambas as tiras mostram crianças que, dentro da sua infantilidade, agem e pensam como adultos.



O sucesso de Mafalda não se fez esperar e não tardou até que a tira fosse publicada em toda a América Latina, Espanha, Itália e Portugal (onde o primeiro livro foi publicado em 1970). Desde 1973, só muito periodicamente é que Quino voltou a desenhar a sua pequena heroína, nomeadamente para causas nobres como em 1977, por ocasião da elaboração da Carta dos Direitos da Criança das Nações Unidas.


Com a exibição dessa série animada da Mafalda em Portugal em 1986, toda uma nova geração neste país redescobriu a pequena contestatária. Para mim e para os meus amigos, que éramos da idade das personagens, era como se Mafalda, Felipe, Manelinho, Susaninha, Miguelito e Liberdade fossem nossos colegas de escola. Nessa altura, ver esses desenhos animados da Mafalda após o Telejornal eram um dos pontos altos do meu dia. Como era pequeno demais para perceber as piadas mais elaboradas, ria-me sobretudo das coisas mais simples como as tentativas da Mafalda para não ter de comer sopa ou voar com uma caixa de cartão na cabeça e um jacto de gasosa.



Essa redescoberta de Mafalda em Portugal proporcionou toda uma vaga de merchandising: não só foram reeditados e os livros já publicados como foram lançados volumes com tiras inéditas, como surgiu toda uma panóplia de material escolar e cadernetas de cromos. Recordo também que os bolos Cake Bar da Dan Cake também traziam cromos da Mafalda, o que era um motivo extra para pedinchar aos meus pais por uma Cake Bar sempre que eu ia ao café ou à mercearia. Embora o material escolar fosse de umas cores ameninadas, admito que cheguei a ter um ou outro caderno da Mafalda e uma agenda escolar.

Entretanto já houve mais séries animadas da Mafalda, como uma produzida em Espanha em 1993 e outra mais recente de 2010. Em 2009, Mafalda teve direito ao seu monumento em Buenos Aires.
     

Episódios da série de 1982 (não encontrei as dobragens em português, só em castelhano da Argentina) :










quinta-feira, 3 de abril de 2014

Babyvea (1979)


Adorável mini-foto-novela protagonizada por um bebé que exige ser bem tratado, obviamente com produtos "Babyvea".
Detalhe das embalagens dos vários produtos "Babyvea:
Perguntei à minha mãe, e esta não era a marca que usávamos cá em casa. Mas também fui bem tratado!

Publicidade retirada da revista TV GUIA 46, de 22 a 28 de Dezembro de 1979.

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quarta-feira, 2 de abril de 2014

Alentejo Sem Lei (1991)

por Paulo Neto

Quando eu vi esta mini-série em 1991, confesso que achei uma grande seca. Tantas imagens paradas, as falas das personagens eram-me imperceptíveis e - sacrilégio! - Herman José a fazer de mau, e nem sequer um vilão cómico? Por tudo isto, não guardei nenhumas saudades da série. Até que em 2007, os Gato Fedorento dedicaram-lhe um tesourinho deprimente, dissecando os diálogos e as gaffes técnicas, e eu fiquei com curiosidade em rever, algo que só consegui recentemente graças à reposição na RTP Memória.









"Alentejo Sem Lei" foi o mais parecido que alguma vez houve de inserir o imaginário do faroeste americano numa parte da história de Portugal, onde o Alentejo mostra-se tão agreste como uma pradaria do Texas. Na segunda metade do século XIX, ainda na ressaca da Guerra Civil (1828-1843) que opôs liberais (apoiantes de D. Pedro IV) e absolutistas (apoiantes de D. Miguel), o Alentejo torna-se uma terra de bandidos e malteses. O Bando do Zarolho, outrora acérrimo defensor da causa miguelista, vê-se a recorrer ao banditismo para sobreviver, assaltando montes. O líder é o Major Heitor (Carlos Daniel), o tal "Zarolho". Ana Rita, a "Morgada" (Rita Blanco), criatura bravia e indomável, é a sua protegida, filha do anterior chefe do bando. Há também o silencioso mas intrépido Sargento Ferro (Rogério Samora) e os imbecis Negas (Adriano Luz) e Fininho (António Feio). Durante um assalto, o Major perde-se de amores pela delicada Marianita (Rita Loureiro), que lhe corresponde e que foge com eles rumo a Espanha.


No encalço do bando, estão Geraldo (Fernando Luís), um exímio atirador que pretende vingar o pai morto pelo Major e nutre uma inesperada atracção por Ana Rita, Joaquim da Silva (Nuno Melo) o ingénuo noivo de Marianita que, movido pelos ideais românticos, vem de Lisboa para resgatar a amada, e Cara Rota (Vítor Norte). Mas o maior perigo para o bando é o perverso Capitão Galamba (Herman José), um aristocrata ex-miguelista que passou para o lado dos liberais e que se tornou um sanguinário caçador de prémios. (Trata-se de um dos raros papéis de Herman José que se podem considerar dramáticos, ou pelo menos não tão cómicos quanto isso.) Como é evidente, o desfecho será trágico e cheio de tiros sob o impiedoso calor do Alentejo.



Realizado por João Canijo, "Alentejo Sem Lei" foi exibido na RTP1 em três episódios em Janeiro de 1991. Do elenco fizeram ainda parte Miguel Guilherme, Maria Vieira, Canto e Castro, Márcia Breia, Cremilda Gil e Isabel de Castro como a narradora (que vem-se a saber ser a bisneta de Ana Rita e Geraldo). Destaque ainda para o conhecido produtor de cinema Paulo Branco no papel de Preto, o cegamente leal esbirro do Capitão Galamba.




Segundo o site Brinca Brincando, João Canijo teve a ideia para a série lendo livros de Brito Camacho, como "Gente Rústica" e a partir de histórias que ouvira na infância sobre os seus antepassados e gentes da terra onde cresceu.
Embora ainda com algumas partes que eu achei um bocado aborrecidas, a minha revisão de "Alentejo Sem Lei" foi feita com mais interesse. Pelas figuras tragicómicas e por alguma rudimentarização técnica (talvez intencional), aproxima-se mais do western-spaghetti made in Itália do que do western americano. Como disse José Diogo Quintela no tesourinho, pode-se dizer que é um western-açorda.

"Alentejo Sem Lei" também uma das poucas séries portuguesas que já foram editadas em DVD, em 2008, com comentários do realizador, dos actores e de Manuel João Vieira, responsável pela banda sonora.

A série também está disponível no portal de arquivos da RTP.

Excertos:



    

    
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