terça-feira, 11 de março de 2014

Top 6 Canções Cromas do Festival da Canção (Paulo Neto)

Com Portugal mais uma vez prestes a escolher uma canção a levar ao Festival da Eurovisão, após a ausência em 2013, nada como deitar mais um olhar retrospectivo a essa instituição que é o Festival RTP da Canção nos seus tempos áureos. O David Martins já deu o mote aqui na "Enciclopédia" ao enumerar o seu top 5 das canções vencedoras. Já eu proponho fazer um top 6 das canções mais cromas que passaram pelo Festival, em minha opinião.

Antes de começar, importa fazer alguns reparos em jeito de preâmbulo. Primeiro, lá porque uma canção seja considerada croma, não quer dizer necessariamente que seja de má qualidade. Algumas das canções nesta lista estão longe de ser más e quiçá algumas delas até seriam uma proposta interessante para Portugal na Eurovisão. Simplesmente, para o melhor ou para pior, estas canções destacaram-se pela sua invulgaridade, quer a nível da sonoridade, letra ou actuação em palco. Segundo, como já teve direito ao seu próprio cromo, não está incluída a lendária canção do Festival de 1983 "Ave do Paraíso" de Tessa.
Terceiro, gostava de referir algumas menções honrosas que também podiam estar na lista: "Banha de Cobra, Estica e Não Dobra" Broa de Mel (1982), "A Casa da Praia" Delfins (1985), "É do Stress" Mário Mata (1987), "Com Muito Amor" Emanuel (1991) e "Top Model - Check In, Check Out" João Portugal (1996). 

#6 1994 "Desculpa Lá O Mau Jeito" Blue Tom Tom


1994 foi um dos raros anos com direito a semifinais, a primeira tendo lugar no Teatro São João no Porto e a segunda no Teatro São Luís em Lisboa, onde também se realizou a final. Logo na primeira semifinal, ficou claro que o "Chamar a Música" da Sara Tavares seria de longe a favorita (confirmando na final ganhando com a pontuação máxima), mas antes disso, a primeira canção a subir em palco foi o primeiro tema rap a ser apresentado no Festival, "Desculpa Lá O Mau Jeito" do grupo Blue Tom Tom, que incluía duas irmãs gémeas, Paula e Isabel Branco que também eram autoras do tema. Claro que para o Portugal de 1994, isto era muito à frente e nunca teria hipóteses de se qualificar para a final, quanto mais ganhar, mas ficou para a história a actuação descomplexada do sexteto, que em momentos mais parecia envolvido numa jam session entre amigos do que numa actuação em público.  
Verso mais cromo: "A letra que se lixe, o quarto do Manhão serve p'ra chonar

#5 1993 "Pó de Melhorar" Até Jazz



Para o Festival de 1993, vinte canções passaram pelo programa de Júlio Isidro "Sons do Sol", submetendo-se à avaliação de um júri composto por Carlos Mendes, Fernando Tordo, João Filipe Barbosa, Dulce Pontes e Rita Guerra para escolher as oito canções que seguiriam para o Festival a realizar no Teatro São Luís. Uma das canções eliminadas gerou polémica não pela canção em si, mas pela roupa da intérprete Ana Paulino e pela disparidade de pontuações do júri (Carlos Mendes deu 12 pontos, Rita Guerra deu só um).
De entre as oito canções apuradas (com "A Cidade Até Ser Dia" de Anabela a acabar por vencer de forma indiscutível), a mais croma era "Pó de Melhorar" defendida pelo grupo Até Jazz. Apesar do ritmo animado e da letra divertida, não escapou ao último lugar. Gosto particularmente como a certa altura, além dos dois vocalistas, surge uma voz cavernosa a repetir a última palavra de cada verso.
Verso mais cromo: "Primeiro fui cavalo, depois promoveu-me a burro." 

#4 1979 "Uma Canção Comercial" SARL


Em 1979, o Festival da Canção ainda era pautado pela formalidade e solenidade, mas no mesmo ano em que Manuela Bravo fez subir o seu balão, a canção que ficou em terceiro lugar rompeu com os cânones. "Uma Canção Comercial" não só tinha uma letra interessante, precisamente sobre o que é preciso para escrever uma canção que sirva para ganhar o Festival e agradar à Eurovisão, como teve direito a uma actuação de uma irreverência que não se tinha visto antes. Desde os vocalistas (Pedro Osório, Carlos Alberto Moniz e Samuel) a manejar os casacos aos movimentos das cantoras do coro, foi sem dúvida uma actuação bem colorida, mesmo que filmada a preto e branco.
Verso mais cromo: "Eu tenho de arranjar do pé para a mão, alguns acordes mais ou menos geniais."

#3 1984 "A Padeirinha de Aljubarrota" Banda Tribo


O Festival de 1984 contou com a presença de vários nomes conhecidos em competição: António Sala, Paco Bandeira, Fernando Tordo, Paulo de Carvalho, Adelaide Ferreira, as Doce e Rita Ribeiro. A vitória acabaria por sorrir a Maria Guinot com "Silêncio e Tanta Gente". 
Mas sem dúvida que a canção mais animada foi a da Banda Tribo com "A Padeirinha de Aljubarrota", um tema neo-romântico, louvando essa figura da história de Portugal que é Brites de Almeida. E como tal, o grupo surgiu vestidos como pajens medievais e Ana Sofia Cid (sim, a filha do José) de padeira. Se tivessem ganho, será que Espanha nos daria pontos na Eurovisão? Ou ainda se lembraria de como Brites de Almeida pôs uns quantos castelhanos a arder no forno?
Verso mais cromo: "Eram sete padeirinhas de Aljubarrota que brincavam divertidas numa cambalhota."

#2 1990 "Terceiro Milénio" Kika



Mesmo com a presença dos sempre esgrouviados Afonsinhos do Condado e de uma canção com o título "Ele É Um Playboy", sem dúvida que o momento mais cromo do Festival de 1990 foi aquele protagonizado por Cristina Paço D'Arcos, que na altura respondia pelo nome Kika e aspirava a ser a Xuxa portuguesa, adaptando a imagem e o imaginário da conhecida cantora-apresentadora brasileira.
Apesar de algumas parecenças físicas, não é Xuxa quem quer e a Kika faltava-lhe um pouco de talento vocal, pelo que quando subiu ao palco do Festival para interpretar "Terceiro Milénio", tema com letra de cariz ecológico, o resultado foram três minutos caóticos. Kika e os seus acompanhantes não pararam um segundo em palco como se assim conseguissem sacudir o óbvio embaraço. Sem surpresas, a canção ficou em último lugar, com a vitória a ir para "Há Sempre Alguém" de Nucha que, tal como muitas canções do Festival da Eurovisão desse ano, era sobre a queda do Muro de Berlim no ano anterior.
Verso mais cromo (tendo em conta a canção e actuação): "Não, não, ao assassínio das baleias" 

#1 1986 "Os Tigres de Bengala" Trabalhadores do Comércio



O Festival de 1986, intitulado "Uma Canção Para a Noruega" foi sui generis, pois em vez de actuações ao vivo no mesmo local, foram apresentadas actuações gravadas das doze canções, nos estúdios da RTP dos Açores, da Madeira, do Porto e de Lisboa. Também se desconhecem os resultados à parte das três canções finalistas e da vitória de Dora com "Não Seja Mau P'ra Mim".
Está certo que a própria Dora também teve o seu lendário momento cromo actuando na Eurovisão com uma saia verde-alface e botas Doc Martens, mas como seria se tivesse sido antes escolhida uma outra canção finalista, "Os Tigres de Bengala" dos Trabalhadores de Comércio. A julgar pela divertida actuação que foi para o ar, com a banda de "Chamem a Polícia" vestida de telegrafistas dos anos 20 em alegre coreografia acompanhados por duas flappers, algo me diz que Portugal iria ainda ficar mais na retina dos telespectadores europeus. Isto para além da banda incluir em destaque o seu membro júnior João Médicis, que era da mesma idade da belga Sandra Kim, que venceu a Eurovisão nessa ano.
Verso mais cromo: "Tenho que ir bem arreado e estar atento à cachopa do lado."

Para mais informações sobre a história do Festival da Canção, recomendo este site: http://festivais.home.sapo.pt/



segunda-feira, 10 de março de 2014

A Rapariga de Marte (1963)


Um dos livros que mais vezes reli na minha juventude, requisitando-o frequentemente da Biblioteca Gulbenkien local. "Podkayne Of Mars", ganhou o título português de "A Rapariga de Marte", e a edição que tanto folheei - e comprei há uns poucos anos para o meu espólio - é a da capa  que surge primeiro na imagem acima, a da editora Europa-América , com uma vistosa nave espacial, sem dúvida para atrair leitores em busca de space-operas .
Só recentemente soube mais detalhes da carreira do autor, o consagrado Robert A. Heinlein (Estranho Numa Terra Estranha, Starship Troopers), mas na altura fiquei fascinado por esta história, com uma personagem principal forte do sexo feminino, algo invulgar nas minhas leituras imberbes, e além do modelo de sociedade proposto para uma civilização que nasceu da colónia humana em Marte, havia espaço para debater política e outros aspectos que raramente encontrava na ficção cientifica mais soft e aventureira que consumia até ai. Atenção, que o livro não é nenhum tratado enfadonho em política intergalática, e vale bem a leitura.

A narração é feita na primeira pessoa por Podkayne, uma jovem de 8 anos marcianos (15 anos terrestres) e narra a sua viagem numa nave de luxo entre Marte, Vénus e a Terra, na companhia de Clark, o seu irmão mais novo um génio (o nome será homenagem ao Clark "Doc" Savage?) e psicopata em formação; e do seu tio Tom, um velho senador. Durante a viagem de cruzeiro, há tempo para contrabando, paixonetas, raptos, corporações todo-poderosas, engenhos nucleares e ainda para conhecer melhor as peculariedades das colonias humanas no sistema solar . Mais para o final, o livro muda para um registo mais convencional e aventureiro, que chegou a ser censurado por indicação da editora, que - SPOILERS - não achou graça a Heilein matar a personagem principal. /SPOILERS. Posteriormente, o final original foi divulgado e é alegadamente o preferido pelos fãs. Voltei a ler alguns anos atrás, e aconselho vivamente que façam o mesmo.
Mais informação: "Podkayne_of_Mars" (Wiki).

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Trabalho por correspondência (1987)

"Trabalhar por correspondência, uma novidade que deu certo". A ilustrar este anúncio para uma empresa anónima, quase uma pinup dos anos 50 ao colo do macho providenciador de dinheiro lá para casa.


Publicidade retirada da revista Maria 428, de 21 a 27 de Janeiro de 1987.

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sábado, 8 de março de 2014

TOP 5 Festival RTP da Canção (David Martins)


Tempos houve em que o Festival RTP da Canção fazia parar o país. Já não apanhei o festival no auge da sua importância, mas os Festivais da minha juventude ainda eram um evento. Assistido religiosamente e comentado nos dias seguintes. Ainda me lembro de ouvir cantar o "peguei trinquei, meti-te na cesta" durante um intervalo junto às escadarias da minha Escola C+S. E visto que neste ano se volta a realizar o Festival, quando passam 50 anos da primeira participação no Festival da Eurovisão, compartilho com os caros leitores o TOP pessoal das minhas favoritas de todos os tempos:

"Conquistador - Da Vinci" [ Festival RTP da Canção de 1989]

Enérgico, espalhafatoso, patriótico sem ser nacionalista apesar da  simplista análise dos Descobrimentos e... espera, isto é uma canção, não uma tese de História! Daquelas músicas que entra nos ouvidos e fica lá durante décadas! Infelizmente, não recordo nenhuma das versões mais picantes que obrigatoriamente surgiam nos recreios escolares, baseado neste êxito dos Da Vinci.


"Playback - Carlos Paião" [ Festival RTP da Canção de 1981]

A coreografia que deve ter causado muito torcicolo por esse país fora. Letra e música de Carlos Paião, e um dos grandes êxitos do génio musical que abandonou precocemente o palco da vida. Décadas depois desta crítica ao uso excessivo de playback em actuações de artistas, continua a ser prática comum artistas usarem gravações em vez de cantar ao vivo, uma pena na minha opinião, que para ouvir gravações prefiro ouvir o disco em casa.


"Um Grande, Grande Amor - José Cid" [ Festival RTP da Canção de 1980]

A canção, com música, letra e interpretação de José Cid, que ensinou os portugueses a dizer "adeus" e "amor" em várias linguas. A transmissão do certame deste ano marcou ainda o arranque das emissões a cores da RTP.


"E Depois do Adeus - Paulo de Carvalho" [ Festival RTP da Canção de 1974]

Além de toda a mitologia associada ao 25 de Abril, uma das minhas musicas portuguesas favoritas, letra de José Niza, música de José Calvário e cantada por Paulo de Carvalho envergando uma bela guedelha.


"Desfolhada Portuguesa - Simone de Oliveira" [ Festival RTP da Canção de 1965]

Ousada letra de Ary dos Santos, música de Nuno Nazareth Fernandes e interpretada magistralmente por Simone de Oliveira, pouco sobra dizer sobre esta grande canção, conhecida do público apenas como "A Desfolhada".




Devem ter reparado que a mais recente que escolhi foi de 1989. Bem, basta ver a lista de vencedores dai para a frente - com algumas honrosas excepções - para perceberem a queda de qualidade..
 
Podiam ter entrado na lista: "Sobe, Sobe, Balão Sobe", "Tourada" (odeio tourada como actividade, mas...), "Não sejas maus pra mim", "Bem Bom", "Madrugada", "Ele e Ela", "Sol de Inverno", entre outras. Além disso, nas canções que não venceram, dava para escolher várias: "Festival da Canção - Outas Canções".

A lista das canções vencedoras:"Festival RTP da CAnção - Wikipédia".

Incluí vários links para o site não oficial "Festivais da Canção" onde podem encontrar toneladas de informação sobre os Festivais. Vale a pena a visita.


O TOP do Festival da Eurovisão não tardará! E quero saber os vossos favoritos!


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EH-18 - Produto para Emagrecer (1987)

Mais um produto "milagroso" para emagrecer.


Publicidade retirada da revista Maria 428, de 21 a 27 de Janeiro de 1987.

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sexta-feira, 7 de março de 2014

Curso de Secretariado Geral CETOP (1987)


Anúncio quase idêntico a um que já publicámos, mas de 1983: "Curso de Secretariado Geral CETOP (1983) "

Publicidade retirada da revista Maria 428, de 21 a 27 de Janeiro de 1987.

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quinta-feira, 6 de março de 2014

Casados de Fresco (1995)

por Paulo Neto

No Portugal dos anos 90 houve um programa onde pessoas começavam solteiras e no final acabavam casadas. E não, não falo de "Cenas de um Casamento" da SIC (embora esse programa também mereça ser aqui abordado futuramente). Em 1995, um programa levou o conceito de pessoas casarem ao vivo e a cores na televisão a todo um outro nível. E por incrível que pareça não passou na SIC, mas sim na RTP. Esse programa era "Casados de Fresco", apresentado pela cantora Nucha e que foi uma das primeiras produções da Endemol (mais uma vez, adaptando um original holandês) para a estação pública.


No entanto, apesar de eu ter fama de grande memória de programas televisivos, confesso que não me recordo de muitos pormenores deste. E como creio que nunca foi exibido na RTP Memória e não encontrei quase nada na internet, estou sujeito a dizer várias incorrecções pelo que quem souber se eu disse algo de incorrecto sobre o programa, que me faça o favor de me corrigir. Mais uma vez, como já aconteceu em outros programas analisados, o único vídeo disponível com excertos do programa é um "Tesourinho Deprimente" dos Gato Fedorento.



Posto isto, eis o que me recordo do programa.
- Em cada um dos 13 programas, participavam três casais em fase de noivado. Ao início, filmava-se um dos membros do casal a surpreender o outro com um pedido de casamento. Como viram no vídeo, momentos românticos podia acontecer em qualquer sítio, até no Cacém durante uma actuação de um rancho folclórico.
- Como também foi possível ver no vídeo, havia uma prova de canto onde os casais cantavam uma versão de uma música conhecida com uma nova letra inspirada pela sua história.

   
- Pelo que me recordo, havia outro tipos de provas, algumas físicas e outras relacionadas com tarefas domésticas, embora não saiba precisar quais e de que forma é que os concorrentes eram avaliados.
- Os dois casais eliminados ganhavam como prémio de consolação, uma lua-de-mel numa cidade europeia. No vídeo, vemos um par a ganhar uma viagem a Madrid, mas também me recordo de quem tenha ganho luas-de-mel em Munique, Amesterdão e Paris.
- O casal vencedor não só ganhava um destino melhorzinho para a lua-de-mel , como no final do programa casava-se diante de um juiz do registo civil, estando o copo-de-água, o vestido da noiva e o fato do noivo também incluídos no grande prémio. (Por isso, os concorrentes já deviam ter toda a papelada em ordem antes de ir ao programa). 
- A família e os convidados de cada casal estavam na assistência e caso o casal que apoiavam ganhasse também eles seguiam para o casamento.     

Com a crise e os galopantes custos de uma cerimónia matrimonial, será que um programa  como "Casados de Fresco" ainda seria aliciante, quer para estações e telespectadores, quer para possíveis concorrentes? Ou  foi algo que só podia ter ocorrido nos loucos anos 90 portugueses? Seja como for, era o sinal de que cada vez mais a televisão era feita da vida do português comum, algo que na década seguinte seria levado a níveis outrora impensáveis.

ACTUALIZAÇÃO: No canal do Youtube 1Jaky1, amplamente dedicado à carreira de Nucha, existem vídeos do programa "Casados de Fresco". Eis algumas partes do primeiro programa.















terça-feira, 4 de março de 2014

Absolutamente Loucos (1988)

por Paulo Neto

Os clubes de vídeo estavam no auge em finais dos anos 80 e início dos anos 90 e se bem que a preferência dos sócios residia nos êxitos do cinema de então, nesse período alguns filmes que tinham chegado a Portugal directamente para o mercado do vídeo também se tornaram campeões de aluguer, se bem que nem sempre primassem pela qualidade. Recordo títulos de diversos géneros como "Por Debaixo do Vestido, Nada", "Mulheres Atrás das Grades", "O Segredo do 13.º Andar" (cuja capa assustava-me como o caraças), "Mr. Destiny", "Momento de Justiça" e "Dançando Lambada". 



E também foi o caso de "Absolutamente Loucos" (título original "Earth Girls Are Easy"), filme de 1988, realizado por Julien Temple com Geena Davis, Jeff Goldblum, Jim Carrey, Damon Wayans e Julie Brown. Apesar de ter sido apresentado no Fantasporto de 1990, estou em crer que o filme nunca passou comercialmente no cinema em Portugal, tendo migrado directamente para o mercado do vídeo, onde se revelou um inesperado êxito. Hoje em dia é tido como um clássico trash, daqueles filmes tão maus que dão a volta e ficam engraçados.   



Wiploc (Carrey), Zebbo (Wayans) e Mac (Goldblum) são três extraterrestres peludos que viajam pelo espaço. Sem nenhuma companhia feminina há muito tempo, detectam um sinal de um planeta cheio de espécimenes femininas - a Terra, claro está. Acabam por ir parar à piscina de Valerie Gail (Geena Davis), uma manicure de Los Angeles que acaba de descobrir que o seu noivo Ted (Charles Rocket) a traía. 


Os alienígenas depressa aprendem a falar inglês e a absorver toda a cultura americana. Valerie e a sua amiga Candy (Julie Brown) transformam-nos ao ponto de lhes dar aparência humana. Enquanto reparam a nave, os três não tardam a fazer sucesso quando saem à noite. Enquanto Valerie e Mac começam a interessar-se um pelo outro, Zebbo e Wiploc metem-se em sarilhos que podem comprometer os seus planos. Quando os extraterrestres estão prestes a partir Valerie fica indecisa entre reconciliar-se com Ted ou ficar com Mac.



"Absolutamente Loucos" vale sobretudo por ser assumidamente kitsch, com engraçados momentos musicais e de humor. Jeff Goldblum e Geena Davis estavam casados na altura e tal como em "A Mosca", a química entre ambos é bem palpável. Na altura, Jim Carrey ainda era um desconhecido por isso quando vi o filme pela primeira vez, não fazia a mínima ideia quem era o actor que fazia de Wiploc. Em retrospectiva, a interpretação de Carrey no filme já contem muitos dos maneirismos que anos mais tarde o tornariam numa superestrela. O filme contém também um cameo de Angelyne, uma personagem icónica de Los Angeles.


Trailer:




Julie Brown canta "Cause I'm a Blonde" 



Cena da discoteca:





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