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Publicidade retirada da revista Tele Semana nº 56, de 15 de Fevereiro de 1974.
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Depois de ter posto Portugal a rir em 1981 com o mítico "Sabadabadu", César Oliveira voltou à carga no ano seguinte criando uma das melhores sitcoms portuguesas de sempre, "Gente Fina É Outra Coisa". O elenco, tão luxuoso que se fosse um hotel seria o Ritz, seria suficiente para garantir a qualidade da série, mas a verdade é que, graças à oportunidade de revê-la de novo na RTP Memória, confirma-se que o humor tem resistido à passagem do tempo.
Com 12 episódios originalmente exibidos na RTP entre 5 de Novembro de 1982 e 28 de Janeiro de 1983, a série contava as desventuras da mui nobre família Penha Leredo y Solomon Bentorrado Corvelins. A família vive numa outrora luxuosa mansão familiar, agora a cair aos bocados, e vê-se à beira da falência. Para resolver o problema, decidem transformar a mansão numa estalagem de luxo em que os hóspedes terão a oportunidade de conviver com "gente fina". Para evitar que Dona Matilde (Amélia Rey Colaço), a matriarca da família, saiba dos planos, que certamente lhe fariam morrer de choque e desgosto, os seus familiares inventam que os hóspedes que chegam à mansão Penha Leredo são primos de ramos afastados da família e fazem tudo para que ela não saia do seu quarto.
Os restantes membros da família são: Afonso (Carlos César) o único membro da família que trabalha e que tem a ideia de transformar a mansão em estalagem; Guilherme (Ruy de Carvalho) fanático pela aeronáutica que se entretém em simular voos numa carcaça de avião; Piedade (Luísa Barbosa), uma viúva antipática, sensaborona e orgulhosa; Isabel (Margarida Carpinteiro), filha de Piedade, uma solteirona bem disposta; Leonor (Simone de Oliveira), a segunda mulher de Guilherme; Tiago (Luís Esparteiro), filho do primeiro casamento de Guilherme, secretamente atraído pela madrasta; Marta (Filipa Trigo), filha de Guilherme e Leonor, herdou o lado pragmático do tio Afonso. Os fiéis criados da família são Emília (Mariana Rey Monteiro), a cozinheira, principal confidente de D. Matilde e Horácio (Nicolau Breyner) o mordomo que apesar da sua dedicação aos patrões, nunca se faz rogado em lhes mandar umas bocas. Eram precisamente Emília e Horácio quem durante anos sustentaram a família com as suas economias e é precisamente por estas se terem esgotado que Afonso sugere o plano do turismo à família, com Isabel, Tiago e Marta também a fazerem de criados e os restantes membros a fazerem de anfitriões. Para tal contam com a ajuda de António Cavalheiro (Luís Pavão), o dono da agência que recruta hóspedes para a mansão. Ah! Falta falar na Ludovina, a cabra de estimação dos Penha Leredo e que por vezes os mete em encrencas.
Interpretando os papéis dos hóspedes que se instalam na mansão estavam nomes como Fernanda Borsatti, António Montez, José Jorge Duarte, Carlos Wallenstein, Lídia Franco, Tozé Martinho, Rosa Lobato Faria, Varela Silva e a brasileira Betty Faria. Mas o episódio mais famoso será aquele que contava com a participação de Ivone Silva no papel de Madame Estrelita, uma falsa vidente que se recusa a sair da mansão e que se convence que tem poderes reais ao confundir Dona Matilde com um fantasma. O resto da família decide então disfarçar-se de fantasmas para a afugentar.
No último episódio ficava-se a saber que Dona Matilde não era tão ingénua como todos pensavam: não só esteve sempre a par dos planos da família e da origem dos diversos "primos" que os visitavam, como consegue ganhar bastante dinheiro para a família, ludibriando uns descendentes dos Romanoff viciados no jogo com um baralho viciado.
Como eu só tinha dois anos quando a série foi exibida pela primeira vez, só me lembro de vê-la durante as suas reposições em 1986, 1990 e 1994. Na altura o que achava mais divertido era o genérico que começava com uma música suave e um plano de Horácio a executar uma tarefa qualquer, para sem mais nem menos desatar numa guitarrada rock e planos repentinos e sucessivos da cabra Ludovina e dos quadros do cenário. A premissa da série tinha o seu quê de premonitório pois embora tivesse sido originalmente exibida numa altura em que o país passava por dificuldades financeiras, caracterizava toda uma classe de novos-ricos surgida essencialmente após a adesão de Portugal à CEE, ansiosa de "apagar" as suas origens mais plebeias, de adquirir algum status nobiliárquico e de ser vista como gente fina.
Com um argumento divertido e um excelente desempenho do elenco (quase todo recém-saído da telenovela Vila Faia), "Gente Fina É Outra Coisa" ficou para a história da teledramaturgia nacional. E para muitos, foi a única oportunidade de conhecer essa lenda do teatro português que foi Amélia Rey Colaço, naquele que foi o seu único trabalho em televisão, e que aos 84 anos conseguiu demonstrar todo o seu talento.
Excerto do 5.º episódio "Dona Estrela" com Ivone Silva:
A fita magnética numa caixa de plástico trânslúcida ilustra metade da página às cassetes virgem "BASF", com a "mecânica especial SM", prontas para gravação. "Luz verde para a gravação!".
Publicidade retirada da revista Tele Semana nº 56, de 15 de Fevereiro de 1974.
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O aftershave (ou "depois da barba" como diz a embalagem) "Pitralon" - de origem alemã - era para "os homens de bom tom!", o quer que isso fosse. Depois do ardor de ser aplicado na pele recentemente agredida por uma lâmina afiada, Pitralon "refresca e revigora a pele, evita a irritação, elimina as borbulhas e outras impurezas". Deste não me recordo, visto que nos anos cromos ainda não tinha barba para cortar, mas o meu pai confirmou que usava desta marca.
Publicidade retirada da revista Tele Semana nº 56, de 15 de Fevereiro de 1974.
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Não é só actualmente que se busca o maior ecrã de TV possível. Neste anúncio de 1974 faz-se publicidade aos modelos "Grundig" com écran de 61cm, "a melhor dimensão de imagem. A garantia da sua perfeita estabilidade deve-se ao alto grau de transistorização de todos os circuitos e ao sistema protector de interferências de sinal." Bem, acho que foi a primeira vez que lia a palavra "transistorização".
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Por muito que não se queira admitir, foi o maior fenómeno no panorama discográfico português dos anos 90: a explosão de um género que pode ser fácil de identificar mas que é algo complexo de definir, como tal foi criado um termo algo simplista porém bastante prático, o Pimba. Era pois um termo vasto, abrangendo artistas oriundos do antigo nacional-cançonetismo (como Marco Paulo) a nomes da música brejeira (como Quim Barreiros). A chamada música pimba conheceu uma perfect storm em meados dos anos 90: com um mercado discográfico nacional mais próspero que nunca, com um público mais apto a consumir todos os tipos de géneros e produtos musicais e programas de televisão a servir de plataforma para a promoção dos artistas do género, sobretudo o Made In Portugal e o Big Show SIC, a música pimba rapidamente tornou muitos desses artistas em campeões de vendas e preencheu o imaginário nacional, tanto pelos adeptos como os ódios que gerou.
O apogeu do género verificou-se sensivelmente entre 1994 e 1998, embora conheça ainda hoje muito sucesso mas numa escala comparativamente menor.
Apesar do vasto número de artistas que conheceram a glória do boom da música pimba, podia-se dizer sem grandes discussões que havia um rei e uma rainha do género nesse espaço de tempo. O rei era Emanuel ou não fosse ele o autor do tema de 1995 que deu nome ao movimento. A rainha era Ágata, que alcançou esse estatuto essencialmente devido a uma trilogia de hits que contavam um drama trágico-conjugal.
Maria Fernanda Pereira de Sousa nasceu em Lisboa a 11 de Novembro de 1959. Lançou o seu primeiro disco em 1975, cujo título "Heróis Trabalhadores" não deixava margens para dúvidas quanto à temática. Ingressou depois no Curso de Artistas da Emissora Nacional e durante a década de 70, gravou o tema em português da "Abelha Maia", um dueto com Art Sullivan e formou o grupo Cocktail com Rita Ribeiro e Maria Viana. Nos anos 80, participou no Festival da Canção de 1982 com o tema "Vai Mas Vem" e foi a Doce suplente, substituindo Lena Coelho e Fá Padinha no grupo durante as gravidezes destas. Em 1986, adopta o nome artístico de Ágata (segundo ela por ser fã dos livros de Agatha Christie e depois de também considerar os stagenames Natacha e Romana, tendo a sua famosa sobrinha ficado com este último) mas é só em 1993, ao assinar com a editora Espacial, com o álbum "Perfume de Mulher" que conhece o êxito.
A faixa-título narrava o conto de Ágata a descobrir a traição da sua cara-metade através das diversas pistas, sobretudo o perfume da outra mulher. O tema rapidamente andou na boca de povo, que trauteava quer por gosto, quer na paródia (na altura, se alguém dissesse "Sai", teria provavelmente como resposta a cantoria "Sai da minha vida!"). Mas tão mítico como o tema era o videoclip que passava todos os domingos no "Made In Portugal", repleta de cenas famosas como Ágata a discutir com o marido, representado por um tipo de bigode (que pelo que me lembro chamava-se Óscar e era um dos músicos da sua banda) e dar-lhe uma chapada; Ágata ora a rasgar a foto do tipo de bigode ora a juntar os pedaços tipo puzzle; Ágata a definhar de depressão pós-separação numa elegante lingerie vermelha; e Ágata lavada em lágrimas, provavelmente por alergia, pois ou muito me engano ou o perfume da outra lambisgóia não devia ser Chanel N.º 5, mas sim algum desodorizante ranhoso.
O segundo tomo da trilogia surge em 1995, com a faixa que dá título ao novo álbum "Maldito Amor". Tanto na canção como no vídeo, Ágata faz as pazes com o tipo de bigode, mas a reconciliação parece desde logo condenada ao fracasso.
A parte final da trilogia aconteceu em 1997, com o álbum "Escrito no Céu" e o tema "Comunhão de Bens". Aqui, Ágata e o tipo de bigode estão em processo de divórcio litigioso e disputam a guarda do filho de ambos. De novo o vídeo ilustrava cabalmente a canção e incluía o tipo de bigode a levar mais uma chapada de Ágata (com o miúdo a ver), os dois no tribunal e splistcreens do petiz com a mãe e a passar os fins de semana com o pai. Mais uma vez, o refrão entrou na jukebox mental do povo e não havia quem não cantasse: "Podes ficar com as jóias, o carro e a casa, mas não fiques com ele..."
Claro que os hits de Ágata não se resumiam a esta trilogia e é há que também mencionar "Chora No Meu Colo", "Sou Mãe Solteira", "Escrito No Céu" e "Abandonada" (com que representou Portugal no Festival da OTI de 1997) a que mais tarde se juntaram, entre outros, "De Hoje Em Diante", "Sozinha" e "Conselho De Mãe". O apogeu da carreira de Ágata terminaria em 1998, não com um novo disco, mas sim com um novo parto, o do seu segundo filho Francisco, que a própria chegou a equacionar ser transmitido em directo na televisão. Mas mesmo sem o sucesso de outrora, Ágata continua bem activa tanto a gravar como a actuar pelo país fora, nas comunidades emigrantes e em programas de televisão (chegou a ter o seu próprio reality-show, "O Meu Nome É Ágata", exibido na SIC em 2002). Mas bastaria a sua mítica trilogia trágico-conjugal para ficar escrita a letras de ouro no imaginário cromo português.
Para terminar, eis um episódio da "Retroescavadora" da RTP Memória sobre a presença de Ágata em 1996 no programa "Todos Ao Palco", onde canta uma canção sobre sexo, acompanhada por um grupo de miúdos a dançar.
Creio que foi o primeiro anúncio a um filme com que me deparei nas revistas que tenho andado a digitalizar. O filme em questão é "A Serpente de Ouro" (Le Serpent), de 1973, realizado por Henri Verneuil, segundo o anúncio em exibição no Tivoli, com a indicação "Um êxito sensacional em 3ª semana". Do elenco faziam parte nomes como Yul Brynner, Henry Fonda, Dirk Bogarde, Philippe Noiret, Virna Lisi e Michael Bouquet.
Esta produção francesa, alemã e italiana encaixa-se no género de espionagem/thriller político, sobre um coronel do KGB (Brynner) que deserta durante uma viagem a França, e que tem consigo uma lista dos agentes duplos soviéticos. Bogarde é um agente do MI6 e Fonda um agente da CIA.
O trailer em inglês, com o título "Night Flight From Moscow":
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A provar que o tamanho não é importante, este anúncio exibe as 6 diferentes miniaturas de garrafas de Coca-Cola. Para coleccionar cada uma das 6 versões diferentes (correspondentes a um país) bastava comprar uma garrafa de 1,5 L ou 2L de Coca-cola, Sprite ou Coca-Cola sem Cafeína. Para conseguir a mini-grade para guardar as mini-garrafas, tinha que se comprar 2 garrafas. Sempre adorei miniaturas, mas infelizmente nunca tive estas. Caros leitores: algúm de vós completou esta colecção?
Detalhe: Garrafas Miniaturas e a Mini-Grade.
Quem me forneceu esta publicidade foi o Paulo Gomes, que além de colaborar na Enciclopédia, tem uma página no Facebook que aconselho a visitar: "Ulisses31".
Os meus agradecimentos também a Peter Gunn, que teve a gentileza de enviar para a Enciclopédia uma série de fotos da sua colecção pessoal destas miniaturas Coca-Cola! Podem vê-las em maior detalhe abaixo: