Hoje em dia fala-se muito nos termos "diversidade" e "inclusão" e a sua aplicação em diversas estruturas organizacionais. Porém, já nos anos 90, mesmo longe da dimensão que o debate alcançaria das décadas seguintes, se verificava a importância de tentar educar, sobretudo os mais pequenos, para uma navegação mais saudável da convivência nas sociedades multiculturais.
Foi sobre esse espírito que surgiu uma série infantil que pretendia de uma forma divertida e didática, mas sem recuar perante alguns problemas mais sérios, explorar diversas questões sociais.
"Puzzle Parque" (no original "Puzzle Place") é uma série americana de marionetas, que teve 75 episódios distribuídos por três temporadas, exibidos nos Estados Unidos entre 1994 e 1998, em várias cadeias televisivas secundárias sobre a alçada da PBS, a única rede de televisão dos EUA financiada com fundos públicos e renomada pela sua programação infantil e educativa. (Foi lá que, por exemplo, passou a "Rua Sésamo" original.) Em Portugal, a série passou na RTP entre 1996 e 1998, e foi uma das raras séries da altura que passou tanto na RTP 1 como na RTP 2.
"Puzzle Parque" passa-se num espaço recreativo titular onde convivem seis crianças de etnias diferentes e oriundas de várias partes dos Estados Unidos. Em comum, têm o seu orgulho pelas respetivas culturas.
- Julie Woo é de São Francisco e tem ascendência chinesa. Julie é sensível, simpática e adora cantar, embora não seja muito afinada.
- Kiki Flores é do Texas e tem ascendência mexicana. Kiki é sociável, temperamental e gosta de cozinhar.
- Ben Olafson é da Dakota do Sul, tem raízes norueguesas e alemãs e é órfão de pai. Ben é inteligente e ágil. O seu principal defeito é a impaciência.
- Leon MacNeal é afro-americano de Nova Iorque. Leon usa rastas, adora basquetebol e hip hop, e é um pouco irrefletido nos seus actos.
- Skye Nakaiye é um apache do Arizona. Skye usa com orgulho vários adereços da sua cultura e é curioso e aventureiro.
- Jody Silver é de Cincinatti e é judia. Filha de pais divorciados, Jody é alegre e ingénua, mas um pouco frágil.
No "Puzzle Parque" há também a gata Pintas e o cão Frosques, que junto das crianças portam-se como os bichos que são, mas que conversam como humanos quando estão sozinhos, e os Pintamantas, os zeladores do parque, cada um da sua cor, que falam num idioma imperceptível mas que percebem o que as crianças lhes dizem. Em alguns episódios, surge uma sétima criança, Kyle O'Connor, um rapazinho de raízes irlandesas que se desloca em cadeira de rodas.
Outra presença importante é a do Weebus, um supercomputador com o qual as crianças consultam para comunicar com pessoas no exterior do parque e colocam perguntas que querem ver respondidas, geralmente sobre clips com depoimentos de crianças reais sobre o tema em questão no respetivo episódio.
A série abordou vários temas pertinentes para a convivência dos mais novos, como a resolução de conflitos, saber lidar com a inveja e a tristeza, aprender a usar a criatividade e a importância de partilhar e aceitar as diferenças.
Mas também foram abordados alguns temas mais sérios: a forma como as diferentes culturas lidam com a morte, o racismo e o bullying. (Neste último, Jody sofre bullying por parte de um rapaz mais velho e, ao contrário do que já se ouviu noutras histórias e daquilo que muitas raparigas já ouviram muitas vezes sobre miúdos que as atormentaram, felizmente não se caiu na ladainha fácil do "ele implica contigo porque no fundo gosta de ti!".) E claro, em cada episódio, havia sempre uma canção!
A série contou com participações de algumas celebridades como os actores Nia Peeples, Sinbad e Marlee Matlin, a cantora Patti Labelle e o basquetebolista Cedric Ceballos.
A dobragem portuguesa contou com nomes bem cotados da área como Ana Madureira, Carmen Santos, Helena Montez, Joel Constantino, Jorge Sequerra, Paulo Oom, Rui de Sá e Teresa Madruga. Apesar de eu já sermos grandinho demais para o público alvo, lembro-me de ver ocasionalmente a série com o meu irmão e de que o meu boneco preferido era o Skye.
Ao fazer a pesquisa para este artigo descobri um facto curioso: parte do financiamento da série (que foi produzida em Los Angeles) veio da "Rebuild LA", uma organização tipo parceria público-privada, implementada pela autarquia de Los Angeles para a remodelação do património urbano destruído durante os tumultos de 1992 na cidade, causados pelas tensões raciais após o julgamento do caso Rodney King, e para a promoção de ferramentas educativas para essas questões.
Genérico
O princípio deste vídeo contém no princípio um pequeno excerto de um episódio.
Parece que foi ontem que começamos como complemento ao super-mega-hiper êxito de Nuno Markl na rádio, palco, e claro, na Internet; a "Caderneta de Cromos" e continuamos a viagem de partilhar as memórias dos tempos de juventude de várias gerações (felizmente sem ser aqueles "velhos do Restelo" chato que não se aquentam com o "antigamente é que era bom"). Em Março portanto a Enciclopédia vai estar em festa, recordando o primeiro post(e) a 4 de Março de 2012, alguns meses antes do final da "Caderneta". Aproveito a ocasião de mais um aniversário para agradecer ao amigo e colega de Enciclopédia Paulo Neto por continuar a apontar a nossa Odisseia no rumo certo, principalmente nas temporadas que estou ausente da redacção, com o mesmo cuidado minucioso e estilo a que nos habitou. Brindemos (virtualmente ou com uma lata de Sumol) a mais e bons anos de Enciclopédia!
Para os petizes dos anos 80, além dos espaços infanto-juvenis da RTP, também era possível ver desenhos animados quando a RTP precisava de encher chouriços na programação. O exemplo mais célebre de uma série animada usada para esse fim era "Wacky Races", mas outras séries foram utilizadas para esse efeito, como "Luno, O Cavalo Branco".
No original "Luno, The White Stallion", a série era dos estúdios Terrytoons, dos quais a criação mais famosa era o "Mighty Mouse" (ou o "Super Rato", como se chegou a ser denominado por cá), e que tiveram outras desenhos animados que serviram para tapar um outro buraco na programação da RTP, como "The Astronut", "Dinky Duck", "Deputy Dawg" ou "Heckle & Jeckle".
"Luno, O Cavalo Branco" contava as aventuras de um rapazinho chamado Tim que tinha o poder de transformar o seu cavalo de brinquedo, o titular Luno, num cavalo alado real e falante que o leva para lugares distantes onde ambos vivem várias aventuras, por vezes inspiradas em clássicos da literatura como "Moby Dick" e "O Ladrão de Bagdade". Para a transformação de Luno, Tim dizia a frase: "Oh winged horse of marble white, take me on a magic flight!" ("Ó cavalo alado de marfim branco, leva-me num voo mágico!") Eu achava piada à reação meia assustada do Tim durante a transformação, como se ele tivesse sempre medo de que algo corresse mal e em vez de um cavalo alado, aparecesse, sei lá, uma mula sem cabeça!
Ao todo foram feitos dezassete episódios de cerca de seis minutos de "Luno, O Cavalo Branco" entre 1963 e 1965: seis deles originalmente concebidos para passar nos cinemas e as outras onze para serem incluídas nas séries antológicas da Terrytoons na televisão americana da altura. Bob McFadden era a voz de Luno, enquanto a voz do Tim era inicialmente de Norma MacMillan (que também era a voz original do Gasparzinho) e depois de Dayton Allen.
A maioria dos episódios está disponível no YouTube. Eis aqui quatro deles:
Depois do sucesso tanto no Brasil como em Portugal de "A Guerra dos Sexos", Sílvio de Abreu regressou às novelas enquanto autor principal com "Cambalacho", uma telenovela igualmente cheia de humor. Originalmente exibida no Brasil em 1986, a telenovela foi transmitida na RTP1 entre Janeiro e Setembro de 1987, à hora de almoço. (O site "Brinca Brincando" refere que a telenovela passou em horário nobre nos Açores e na Madeira às 20:30.)
Embora a RTP não tenha feito uma grande promoção à sua estreia como era habitual, "Cambalacho" acabou por alcançar bastante popularidade, sobretudo no público jovem durante as férias de Carnaval e da Páscoa, que em Abril desse ano, a RTP2 passou a exibir a cada sábado um compacto com os capítulos da semana anterior para aqueles que não podiam acompanhar a telenovela no horário normal. Com a chegada de Verão, as audiências continuaram a crescer e eu lembro-me de ter visto o último episódio num restaurante junto à praia algarvia em Altura onde eu estava a passar férias.
A protagonista da telenovela foi Fernanda Montenegro no papel de Leonarda Furtado ou Naná, uma mulher que é uma espécie de Robin dos Bosques que vive de aplicar pequenos golpes e tramoias, os tais "cambalachos", juntamente com o seu comparsa Jerónimo Machado ou Gêgê (Gianfrancesco Guarnieri). Esses esquemas servem sobretudo para financiar os estudos no estrangeiro de Daniela, a filha de Leonarda, e para a dupla dar guarida e sustento a várias crianças abandonadas das ruas de São Paulo.
Jerónimo "Gêgê" e Leonarda "Naná"
Quando descobrem que o milionário Antero Souza e Silva (Mário Lago) procura uma filha desaparecida que parece ter características semelhantes à de Naná, esta decide fazer-se passar pela tal filha. O problema é que Antero casou-se com Andreia (Natália do Valle), uma mulher muito mais nova. Ambiciosa, cruel e sem escrúpulos, Andreia trata logo de eliminar o marido, que morre numa explosão num barco, para deitar a mão à sua fortuna. Mas quando o testamento do magnata revela que a fortuna só irá para a sua filha desaparecida, Andreia fará tudo para retirar Naná do seu caminho.
Mas entretanto, Naná e Gêgê mudam-se para a mansão de Antero juntamente com as crianças que acolheram, assim como a cunhada e sobrinha de Jerónimo, Lili (Consuelo Leandro) e Albertina Pimenta (Regina Casé).
Antero e Andreia
Albertina sonha em ser uma cantora rock famosa e adoptou o nome Tina Pepper, bem como roupas e penteados semelhantes à da sua musa Tina Turner. Já Lili foi outrora cançonetista sob o nome de Lili Bolero mas a sua carreira nunca vingou, culpando a cantora Ângela Maria (que entrou na telenovela fazendo dela própria) por isso. Numa das cenas, Lili vai a um concerto de Ângela Maria para armar escândalo e atirar-lhe com ovos. Lili tem ainda uma paixão platónica pelo cunhado Gêgê, pelo que tolera Naná muito a contragosto e não liga às declarações de Seu Biju (Emiliano Queiroz).
Tina Pepper
Seu Biju criou sozinho os seus três sobrinhos Athos (Flávio Galvão), Porthos (Maurício Mattar) e Aramis (Paulo César Grande), e é dono da oficina de mecânica onde trabalha Ana (Déborah Bloch), a filha de Gêgê. Apesar da profissão e dos seus modos andrajosos, que lhe valem a alcunha de Machadão, Ana não deixa porém de ser romântica e feminina. Amiga de infância dos sobrinhos do Biju, Ana foi apaixonada por Athos e amada por Porthos. Porém a jovem encontra o amor com Tiago (Edson Celulari), o filho de Antero, renegado e deserdado pelo pai por querer seguir a carreira de bailarino.
Tiago e Ana
Athos, Aramis, Biju e Porthos
Athos é piloto de motocross e envolve-se com Joana (Joana Fomm), uma mulher casada, para que ela lhe financie a carreira, mas acaba por ser tornar amante e cúmplice de Andreia. Já Aramis, personal trainer num ginásio, é a grande paixão de Tina Pepper, que chega a recorrer a feitiços para o conquistar.
Amanda e Rogério
Andreia tem ainda um grande aliado em Rogério Guerreiro (Cláudio Marzo), seu advogado e cunhado, casado com Amanda (Susana Vieira), dona do ginásio onde trabalha Aramis. Andreia e Amanda têm outra irmã, Cecília (Rosamaria Murtinho) casada com Wanderley (Roberto Bonfim), de quem tem um filho, Henrique ou Ricky (Marcos Frota), que sonha em ser artista de circo. Quando Amanda descobre as infidelidades do marido, sobretudo com a irmã, ela passa a defender Naná na luta pela herança de Antero, uma vez que também é formada em Direito.
Daniela
É então que entra em cena Daniela (Louise Cardoso), a suposta filha ausente de Naná, que chega na sua mansão com o seu noivo Jean-Pierre (Luiz Fernando Guimarães) e o pai deste, o Duque Armand (Oswaldo Loureiro). Na verdade, ela não passa de uma impostora de olho na fortuna e seus cúmplices não são dois aristocratas franceses mas sim dois golpistas chamados João Pedro e Armando. Daniela acaba por exercer tanta influência sobre Naná que ela consegue convencê-la a pôr as crianças a seu cargo num colégio interno, à excepção de Julinha (Andrea Avancini) que já é maior de idade, ao mesmo tempo que atrapalha a relação de Tiago e Ana. Por seu turno, João Pedro faz o seu charme sobre Tina e Armando revela-se um antigo amado de Lili.
Outra divertida personagem é Debby Day (Christine Nazareth), uma americana de ascendência brasileira e colega de Tiago na companhia de dança, que vem para o Brasil à procura de Rogério, que a seduziu em Roma e que até orquestrou um falso casamento com ela. (Esse papel foi originalmente escrito para Cláudia Raia, mas ela teve de recusar devido à extensão da trama de "Roque Santeiro". Raia fez no entanto uma pequena participação como uma milionária argentina. )
Ricky e Debby
Graças a um plano de Andreia e Athos, Naná é acusada de ter envenenada Antero e enquanto é julgada, Andreia consegue deitar mão à fortuna. Porém, descoberto o estratagema, a vilã mata o amante e foge para fora do país. Porém, Andreia é capturada e extraditada para o Brasil, onde é condenada a pena máxima. Daniela também é desmascarada e tem uma estranha morte onde se transforma em macaco antes de desvanecer.
No final, com a chegada de Ubiratânia (Henriqueta Brieba), esta confirma que Leonarda é de facto a filha que teve com Antero, e como tal, a legítima herdeira. Tina Pepper concretiza o seu sonho de ser cantora e Aramis declara-se a ela. Ricky também realiza o seu sonho de actuar num circo (na altura uma das paixões da vida real do actor Marcos Frota). Tiago e Ana ficam juntos, assim como Porthos e Julinha.
E sobretudo, Gêgê e Naná assumem de uma vez por todas que são apaixonados um pelo outro e casam no último capítulo (com o autor Sílvio de Abreu a fazer de padre), e a felicidade aumenta com a chegada em plena cerimónia da verdadeira Daniela (Cristina Pereira).
Com vários ingredientes que fizeram sucesso em "A Guerra dos Sexos" e que posteriormente o autor também aplicaria em "Sassaricando" e "A Rainha da Sucata", como humor burlesco, intriga policial e referências cinematográficas, "Cambalacho" foi um êxito tanto no Brasil como em Portugal.
Fernanda Montenegro e Gianfrancesco Guarnieri brilharam como a dupla protagonista, Natália do Valle foi uma vilã perversa e cruel (o tema "Perigosa" da banda Syndycatto que ilustrava as suas cenas não podia ser mais adequado) e a Tina Pepper de Regina Casé roubou várias cenas. Eu lembro-me ainda de achar muita graça à Debby Day, que falava em português do Brasil com um forte sotaque americano. E na altura, eu tinha uma colega de turma chamada Liliana que acabou alcunhada de Lili Bolero, como a personagem interpretada por Consuelo Leandro.
2025: mais um ano que começa, e logo um a marcar a transição do primeiro para o segundo quarto do século XXI. São tantos os anos que passaram desde o ano 2000 quantos aqueles que faltam para 2050!
Como é hábito a cada início de ano, a Enciclopédia de Cromos recua vinte anos para recordar um ano que embora não pareça, já está meio distante.
2005 marcou o início da segunda metade dos anos 2000 e, tal como todos os outros anos, deixou várias memórias, umas boas e outras nem por isso, mas a maioria delas parece que foi há menos tempo do que os vinte anos que efetivamente passaram desde então.
1. José Sócrates foi eleito primeiro-ministro
Após o presidente Jorge Sampaio ter dissolvido o executivo governamental liderado por Pedro Santana Lopes, menos de cinco meses deste tomado posse, foram convocadas novas eleições legislativas que decorreram no dia 20 de Fevereiro de 2005.
O PS alcançou a sua primeira maioria absoluta com mais de 45% dos votos e 121 deputados eleitos, ao passo que o PSD elegeu 75 mandatos, a CDU 14, o CDS-PP 12 e o Bloco de Esquerda oito.
Como tal José Sócrates Carvalho Pinto de Sousa tornou-se o novo Primeiro Ministro de Portugal, cargo que ocuparia até 2011. Como se sabe, durante e depois do cargo, José Sócrates esteve envolvido em variadas controvérsias, sobretudo a "Operação Marquês" que em 2014 fez com que se tornasse o primeiro ex-primeiro ministro português a ser detido e a cumprir prisão preventiva.
2. Habemus papam!
No dia 2 de Abril, Karol Wojtyla a.k.a. o Papa João Paulo II faleceu aos 84 anos após cerca de 26 anos e meio de pontificado.
Joseph Ratzinger (Bento XVI) foi nomeado o novo Papa
Como tal, pela primeira vez numa geração decorreu um novo conclave no Vaticano para eleger o novo Sumo Pontífice. A 19 de Abril, o fumo branco anunciou a escolha do alemão Joseph Ratzinger como o novo Papa, tendo este adoptado o nome de Bento XVI. O pontificado de Ratzinger durou até 2013, quando o próprio abdicou do cargo.
3. Falecimentos notórios e nascimentos reais
Além do Papa João Paulo II, foi em 2005 que faleceram o eterno Mr. Myagi Pat Morita, o apresentador Johnny Carson, a activista Rosa Parks, o cantor Luther Vandross, a consagrada actriz Anne Bancroft, o comediante Richard Pryor, o francês Lucien Laurent que marcou o primeiro golo de sempre em Mundiais de futebol, o wrestler Eddie Guerrero, o pai do futebol total holandês (e que treinou aos Países Baixos rumo ao título europeu em 1988) Rinus Michels, os atores brasileiros Cláudio Correa e Castro e Zilka Salberry e o lendário futebolista norte-irlandês George Best.
Em Portugal, foi em 2005 que nos despedimos da Irmã Lúcia, a sobrevivente dos videntes de Fátima, do inimitável comentador desportivo Jorge Perestrelo, do poeta Eugénio de Andrade, do actor Canto e Castro, do jornalista e ex-director da RTP Adriano Cerqueira e do incontornável líder do PCP Álvaro Cunhal.
Por outro lado, 2005 foi o ano com vários nascimentos na realeza, a começar pela Infanta Leonor, actual Princesa das Astúrias e herdeira da coroa espanhola. Mas também a Princesa Alexia dos Países Baixos, o Príncipe Emanuel da Bélgica, Príncipe Christian da Dinamarca e o Príncipe Sverre da Noruega.
RIP 2005: Pat Morita, Anne Bancroft, George Best, Irmã Lúcia
4. Ataques terroristas em Londres
A 7 de Julho, um dia depois de Londres ter sido anunciada como a cidade sede dos Jogos Olímpicos de 2012, a capital britânica foi assolada por quatro explosões: três comboios da rede de metropolitano e num autocarro, cada uma levada a cabo por um bombista suicida. As explosões causaram 52 mortos e cerca de 800 feridos, sendo o maior ataque terrorista em solo britânico desde o atentado aviatório de Lockerbie em 1988. Os quatro bombistas tinham ligações a grupos fundamentalistas islâmicos com conexões à Al Qaeda. Duas semanas depois, ocorreram outros ataques semelhantes em Londres mas desta vez sem causar vítimas ou danos.
Martine Wright, que perdeu as duas pernas numa das explosões, viria a integrar a equipa britânica de voleibol sentado nos Jogos Paralímpicos de 2012.
5. E tudo o furacão Katrina levou
No final do mês de agosto, o furacão Katrina assolou o Sudeste dos Estados Unidos, bem como partes das Bahamas e de Cuba, causando quase 1400 mortes, 652 desparecidos e 125 mil milhões de prejuízos.
Os estados americanos da Flórida, do Mississippi e do Louisiana foram os mais afectados, com 80% da cidade de Nova Orleães a ficar submersa durante semanas. Houve bastante críticas à resposta governamental e estatal na sequência do desastre, tanto na falta de esforços de prevenção como na gestão dos salvamentos e assistência humanitária.
O furacão Katrina deixou várias cidades submergidas
Um dos momentos mais controversos do pós-Katrina aconteceu durante um concerto televisivo de apoio às vítimas do furacão, quando durante um segmento, Kanye West, do nada, gritou: "George W. Bush não quer saber das pessoas negras!" perante o espanto do actor Mike Myers, que estava a seu lado.
6. Cinema para todos os gostos
Heath Ledger e Jake Gyllenhaal foram dois cowboys num amor proibido em "O Segredo de Brokeback Mountain" mas o Óscar foi para um "Crash". Will Smith foi "Hitch - A Cura Para O Homem Comum", Jane Fonda foi "Uma Sogra de Fugir" para Jennifer Lopez, Vin Diesel foi "O Chupeta", Brad Pitt e Angelina Jolie foram "O Sr. E A Sra. Smith", Steve Carell estava "Virgem Aos 40", Keira Knightley sentiu "Orgulho E Preconceito", Nicole Kidman foi "A Intérprete", Charlize Theron foi "Aeon Flux", Jodie Foster fez um "Plano De Voo", Owen Wilson e Vince Vaughn foram "Os Fura-Casamentos" e Jake Gyllenhaal foi à "Máquina Zero". Não esquecer Paris Hilton aprisionada numa "Casa De Cera", Philip Seymour Hoffman como "Capote" e Joaquin Phoenix como Johnny Cash em "Walk The Line", Martin Freeman "À Boleia Pela Galáxia", Ewan McGregor e Scarlett Johansson n' "A Ilha" e muito menos Jessica Alba e Chris Evans como dois quartos do "Quarteto Fantástico". Isto para não falar em sequelas "Harry Potter E O Cálice De Fogo", "Star Wars Episódio 3 - A Vingança dos Sith", "Miss Detective 2: Armada E Fabulosa", "Saw - Enigma Mortal 2", "Transporter 2", "The Ring Two", "A Lenda De Zorro" e os remakes de "Charlie E A Fábrica de Chocolate", "Os Três Duques" e "A Guerra Dos Mundos".
E há que ainda mencionar títulos como "Batman Begins", "Sin City", "Cinderella Man", "Syriana", "Serenity", "O Fiel Jardineiro", "Memórias De Uma Geisha", "Red Eye", "O Exorcismo De Emily Rose", "Munique" e "A Marcha Dos Pinguins".
Na animação, um prato cheio com "Madagascar", "Robots", "Chicken Little" e "A Noiva Cadáver".
7. Portugal foi testemunha do "Crime do Padre Amaro"
Já em Portugal, o filme-sensação foi uma adaptação de "O Crime do Padre Amaro", que transportou a célebre trama do romance de Eça de Queiroz para a actualidade, com Jorge Corrula no papel da personagem titular. O principal chamariz do filme foram as ousadas cenas de sexo entre Corrula e Soraia Chaves, que fazia de Amélia, a mulher que desperta paixões no jovem padre. Mas o filme também focou na violência e nas exclusões sociais em cidades como Lisboa e na falsa religiosidade de alguns homens do clero. Do elenco também fizeram parte nomes bem conhecidos como Nicolau Breyner, Nuno Melo, Ana Bustorff, Cláudia Semedo, Pedro Granger, Lurdes Norberto, Maria Emília Correia, Diogo Morgado, João Lagarto, Rogério Samora e Rui Unas.
Tal como outros filmes como "Adão & Eva" e "Tentação", a SIC promoveu amplamente "O Crime Do Padre Amaro" que viria a bater recordes de bilheteira de um filme português.
Mas o cinema nacional de 2005 também viu estrear obras importantes como "Alice" de Marco Martins, "O Quinto Império" de Manoel de Oliveira, "Odete" de João Pedro Rodrigues e "Um Tiro No Escuro" de Leonel Vieira.
7. A estreia em grande de Rihanna (e não só)!
2005 viu a estreia em discos de uma menina de 17 anos vinda dos Barbados: Rihanna com o seu primeiro álbum "Music Of The Sun", que continha hits como "Pon De Replay" e "If It's Lovin' That You Want" que faziam adivinhar que ela seria toda uma superestrela da música nos anos seguintes.
Nesse ano, também houve os álbuns de estreia de Kaiser Chiefs ("Employment"), Paramore ("All We Know Is Feeling"), Panic! At The Disco ("A Fever You Can't Sweat Out"), M.I.A. ("Arular"), The Editors ("The Back Room") e The Veronicas ("The Secret Life Of...)
8. Álbuns marcantes de Madonna, Coldplay, Mariah Carey, Gorillaz e muitos mais.
Mas 2005 foi o ano de vários álbuns de nomes consagrados. Madonna provou (uma vez mais) que ainda era a indiscutível rainha do pop com "Confessions On The Dancefloor", cujo primeiro single "Hung Up!" (com um sample dos ABBA) foi um hit esmagador. Os Coldplay voltaram a subir a parada com o terceiro álbum "X & Y" que tinha os sucessos "Speed Of Sound" e "Fix You". Depois de alguns anos conturbados e quando já se pensava que ela tinha deixados os seus melhores anos para trás, Mariah Carey voltou ao topo com "The Emancipation Of Mimi" e deixou mais um grande baladão em "We Belong Together". Se o homónimo de estreia já tinha impressionado, os Gorillaz, banda virtual capitaneada por Damon Albarn, conquistaram tudo e todos com "Demon Days" e êxitos como "Feel Good Inc." e "Dare".
Houve ainda novos álbuns de Depeche Mode ("Playing The Angel"), Black Eyed Peas ("Monkey Business"), 50 Cent ("The Massacre"), Daft Punk ("Human After All"), Kanye West ("The Late Regristration"),Oasis ("Don't Believe The Truth"), Moby ("Hotel"), Jennifer Lopez ("Rebirth"), Robbie Williams ("Intensive Care"), New Order ("Waiting For The Sirens Call"), Melanie C. ("Beautiful Intentions"), Natalie Imbruglia ("Counting Down The Days"), Audioslave ("Out Of Exile"), Bruce Springsteen ("Devils & Dust"), Fall Out Boy ("From Under The Cork Tree"), Foo Fighters ("In Your Honor"), Missy Elliott ("The Cookbook"), All-American Rejects ("Move Along"), Goldfrapp ("Supernature"), Sigur Rós ("Takk"), Bon Jovi ("Have A Nice Day"), HIM ("Dark Light"), Jamie Cullum ("Catching Tales"), Sean Paul ("The Trinity"), Franz Ferdinand ("You Could Have It So Much Better"), Nickelback ("All The Right Reasons"), Sugababes ("Taller In More Ways"), A-Ha ("Analogue"), Mary J. Blige ("The Breakthrough") e, ao fim de doze anos de silêncio, Kate Bush ("Aerial").
Houve até quem não se contentou com um só álbum nesse ano e resolveu lançar dois, como os System Of A Down ("Mezmerize" e "Hypnotize") e Shakira ("Fijación Oral Vol. 1" e "Oral Fixation Vol. 2)".
9. Se um sapo louco incomoda muita gente…
Um dos hits mais infames de 2005 foi a versão de "Axel F" de Harold Faltermayer pelo Crazy Frog, uma personagem animada em CGI, que foi criada em 2003 pelo artista sueco Erik Wernquist. Sob o nome de The Annoying Thing, a personagem começou como um simples animação onde dobrava o ruído de arranque de uma mota, som esse emitido e gravado em 1997 por outro sueco, Daniel Malmedahl. No ano seguinte, a companhia Jamba comercializou o vídeo e o som como toque de telemóvel. Por fim, o Crazy Frog passou para um projecto musical, com a sua versão de "Axel F" a chegar ao primeiro lugar dos tops de vários países como Reino Unido, França e Austrália. Ainda em 2005, foram editados um segundo single (uma versão de "Popcorn" dos Hot Butter) e um álbum ("Crazy Hits").
Outros grandes hits de 2005 foram "Don't Cha" das Pussycat Dolls, "You're Beautiful" e "Goodbye My Lover" de James Blunt, "Bad Day" de Daniel Powter, "Hollaback Girl" de Gwen Stefani, "Brilhantes Diamantes" de Serial, "Because Of You" de Kelly Clarkson, "1 Thing" de Amerie, "Let Me Love You" de Mario, "Love Generation" de Bob Sinclar com Gary Pine,
Mais algumas músicas que eu ouvi bastante em 2005: "So Good" de Rachel Stevens, "Streetcar" dos Funeral For A Friend, "Hard To Beat" dos Hard-Fi, "Dakota" dos Stereophonics, "An Honest Mistake" dos The Bravery, "Shiver" de Natalie Imbruglia, "Soulstorm" de Patrice, "One Word" de Kelly Osbourne e "Banquet" dos Bloc Party.
10. Dos Morangos para os grandes palcos
Em Portugal, o disco nacional mais vendido é o homónimo de estreia dos D'ZRT. A boyband formada por Angélico Vieira, Vítor "Cifrão" Fonseca, Edmundo Vieira e Paulo Vintém saiu da segunda temporada dos "Morangos Com Açúcar" (aliás o nome da banda eram as iniciais das personagens deles: David, Zé Milho, Ruca e Tópê) para a vida real e para os palcos por esse país fora. Quem nunca cantou "Para Mim Tanto Me Faz"?
Mas 2005 também viu novos álbuns de David Fonseca ("Our Hearts Will Beat As One"), Mariza ("Transparente"), Rui Veloso ("A Espuma Das Canções"), Toranja ("Segundo"), Blasted Mechanism ("Avatara") e EZ Special ("Leitmotiv"). E embora editados no final de 2004, foi em 2005 que o álbum do projecto Humanos e "AM-FM" dos The Gift causaram impacte.
11. Lisboa cheia de estrelas para os Prémios MTV
2005 foi o ano em que Lisboa recebeu a 12.ª edição dos MTV Europe Music Awards. No dia 3 de Novembro, o então Pavilhão Atlântico (actual MEO Arena), recebeu toda uma chuva de estrelas. Madonna abriu o espectáculo, seguindo-se atuações de Coldplay, Pussycat Dolls, Gorillaz, Akon, Green Day, Robbie Williams, Black Eyed Peas, Foo Fighters, Shakira e System Of A Down, além de presenças de nomes como Jared Leto, Brittany Murphy, Gael Garcia Bernal, John Legend, Nelly Furtado, Sugababes, Sean Paul, Shaggy e os nossos Luís Figo e Nuno Gomes. Sasha Baron Cohen, na personagem de Borat Sardigyev, foi o apresentador.
Madonna foi uma das estrelas presentes em Lisboa para os MTV Europe Music Awards
Os premiados foram Green Day com Melhor Álbum ("American Idiot") e Melhor Grupo Rock, Coldplay para Melhor Canção "Speed Of Sound", Chemical Brothers para Melhor Video ("Believe"), Shakira para Melhor Artista Feminina, Robbie Williams para Melhor Artista Masculino, Gorillaz para Melhor Grupo, James Blunt para Melhor Revelação, Black Eyed Peas para Melhor Grupo Pop, Alicia Keys para Melhor Artista R&B, Snoop Dogg para Melhor Artista Rap e System Of A Down para Melhor Grupo Alternativo. Bob Geldof recebeu o Prémio "Free Your Mind" e os The Gift venceram o Best Portuguese Act.
12. Luciana Abreu na Eurovisão
O 50.º Festival da Eurovisão teve lugar no Palácio dos Desporto de Kyiv na Ucrânia, com a semifinal no dia 19 de Maio e a final no dia 21. Maria Efrosnina e Pavlo Shylko foram os apresentadores.
Participaram 39 países, juntando-se aos 36 que concorreram no ano anterior as estreias da Bulgária e da Moldávia e o regresso da Hungria, ausente desde 1998. O Líbano também esteve para fazer a sua estreia e até tinha escolhido uma canção, mas a televisão desse país teve de desistir perante a obrigação de transmitir as actuações de todos países concorrentes, incluindo a de Israel, o que iria contra as leis libanesas que impedem qualquer reconhecimento do estado israelita.
Eládio Clímaco fez os comentários para a RTP e Isabel Angelino anunciou os votos de Portugal.
Este foi o segundo ano com uma semifinal onde 25 países competiram pelos dez lugares para a final onde se juntariam à Ucrânia, o país organizador, aos países do big 4 (Alemanha, Espanha, França e Reino Unido) e aos nove países mais bem classificados do ano anterior. As dez vagas para a final foram conquistadas por Hungria, Roménia, Noruega, Moldávia, Israel, Dinamarca, Macedónia, Croácia, Suíça e Letónia.
Sob o nome de 2B, Luciana Abreu e Rui Drummond representaram Portugal na Eurovisão
Nesse ano, pela primeira e até agora única vez, em vez de promover qualquer tipo de selecção, a RTP encomendou uma canção expressamente para participar no Festival da Eurovisão, lançando esse convite aos compositores José da Ponte e Ernesto Leite e ao letrista Alexandre Honrado. Foi então criada a canção "Amar", interpretada por Luciana Abreu e Rui Drummond sob o nome de 2B.
Ainda a um ano de se imortalizar como a Floribella, Luciana Abreu vinha de uma participação na segunda edição do "Ídolos" e Drummond tinha-se dado a conhecer na primeira edição da "Operação Triunfo". Apesar das pontuações máximas de Alemanha, França e Suíça (graças à diáspora), Portugal não foi além do 17.º lugar na semifinal com 51 pontos. (Claro está que doze anos mais tarde, quando a Eurovisão regressou a Kyiv, as coisas correram muito melhor para Portugal…)
Quem também ficou de fora foi o representante da Bélgica, o luso-belga Nuno Resende.
Helena Paparizou alcançou a primeira vitória da Grécia
No final, a vitória foi para a Grécia com o tema "My Number One" defendido por Helena Paparizou que já tinha representado o país em 2001 como parte do grupo Antique. Malta ficou em segundo lugar e Roménia em terceiro.
Também em 2005, realizou-se a 22 de Outubro em Copenhaga uma gala de comemoração dos 50 anos da Eurovisão onde, de entre catorze canções nomeadas, "Waterloo" dos ABBA, vencedora em 1974, foi eleita a melhor canção da Eurovisão de sempre. Já o Festival da Eurovisão Júnior decorreu em Hasselt, na Bélgica a 26 de Novembro, com a vitória da Bielorrússia na canção "My Vmeste", na voz de Ksenia Sitnik de dez anos.
13. Muita polémica na televisão nacional
O programa mais controverso que estreou em 2005 foi "Fiel Ou Infiel" na TVI. Tratava-se de uma adaptação de "Teste De Fidelidade", um programa brasileiro onde alguém presente em estúdio via imagens do seu cônjuge ou namorado/a a trair com um/a sedutora/a recrutado/a pela produção, seguindo-se o confronto entre traidores e traídos em estúdio, geralmente resultando em pancada.
A versão portuguesa tinha o mesmo apresentador brasileiro, João Kléber, cujo estilo espalhafatoso agitou as águas da TV portuguesa. E apesar de desde o início se ter descoberto que aquelas situações eram todas encenadas e que alguns daqueles casais não o eram de facto, "Fiel Ou Infiel" fez subir as audiências na TVI.
Já a SIC apostou no reality show "Senhora Dona Lady" onde um grupo de doze machões teria de viver numa casa e fora dela, na pele de uma mulher, com roupa, maquilhagem e até um nome a condizer. Um dos concorrentes é o conhecido artista Jaimão e outro, de seu nome Pedro, era aqui da minha terra. A apresentação esteve a cargo de Herman José e Sílvia Alberto.
Porém, com as mudanças na direcção da SIC, o programa foi suspenso logo na segunda semana.
Mais bem sucedido foi o reality show "Primeira Companhia" na TVI onde um grupo de famosos teria de viver sobre um regime de recrutas do exército. Teve duas temporadas sucessiva. A primeira foi vencida pelo ex-concorrente do Big Brother 1 Telmo Ferreira e a segunda pela actriz Cristina Areia. Na primeira temporada participaram nomes como José Castelo Branco, Alexandre Frota, Romana, Nuno Homem de Sá e Valentina Torres, e na segunda, Ruth Marlene, Arlinda Mestre, João Melo e Sá Leão.
14. Não houve ninguém como Alexandra Lencastre… mas quem matou o António?
Na teledramaturgia nacional, o grande destaque de 2005 foi a telenovela "Ninguém Como Tu". Da autoria de Rui Vilhena, Alexandra Lencastre brilhou como a pérfida Luíza Albuquerque, uma mulher que não olhava a meios para continuar a viver na riqueza. Depois de se divorciar de Mário (Vítor Norte) quando este fica falido e de enviuvar após o assassinato do segundo marido António (Nuno Homem de Sá), herdando a sua fortuna, Luiza parte em busca de reconquistar o amor da sua vida, o seu cunhado Pedro (Ricardo Carriço), ao mesmo que é atormentada por misteriosas dores de cabeça.
Alexandra Lencastre brilhou na telenovela "Ninguém Como Tu"
O referido assassinato de António foi o mistério que atravessou a trama toda, já que não faltava quem o quisesse ver morto. No último episódio, transmitido a 20 de Dezembro, a TVI fez toda uma pompa transportando a cassete com o capítulo gravado dentro de um carro blindado. No final, foi revelado que o assassino foi Guida (Sofia Aparício), uma amiga de Luíza.
O elenco ainda contou com nomes como Benedita Pereira, José Fidalgo, Dalila Carmo, Manuela Couto, Pedro Lima, São José Correia, Joaquim Horta, Liliana Santos, António Pedro Cerdeira, Lia Gama, Sinde Filipe e Rosa Lobato Faria.
Também na TVI, estrearam nesse ano as telenovelas "Mundo Meu", protagonizada por Margarida Vila-Nova e já bem no fim do ano, "Dei-te Quase Tudo". Isto para não falar da terceira temporada dos "Morangos Com Açúcar" que revelou vários nomes que fariam prolífica carreira na representação como Mariana Monteiro, Sara Prata, Jéssica Athaíde, Diana Chaves e Oceana Basílio, bem como FF.
15. Lá foram estrearam séries marcantes
Lá fora estrearam séries como "Medium", "How I Met Your Mother", "American Dad", "Robot Chicken", "The Suite Life Of Zac And Cody", "Zoey 101", a versão americana de "The Office", "Anatomia De Grey", "It's Always Sunny In Philadelphia", "Prison Break", "Bones", "Supernatural", "Everybody Hates Chris", "Ben 10" e o reboot de "Dr. Who".
16. Onze anos depois Benfica novamente campeão
Após onze anos, o seu mais longo período sem títulos, o Benfica venceu novamente a Superliga sob o comando do ex-selecionador italiano Giovanni Trappatoni. Porém as águias perderam a final da Taça de Portugal para o Vitória de Setúbal. O FC Porto venceu a Super Taça.
Já o Sporting chegou à final da Taça UEFA, que acabou por ter um desfecho tão aziago como a final do Euro 2004: ao comando de José Peseiro, os leões fizeram uma excelente campanha da Taça UEFA, desembaraçando-se de equipas como Feyenoord, Middlesbrough, Newcastle e AZ Alkmaar, rumo à final a ser disputada no dia 18 de Maio precisamente no Estádio de Alvalade. Com o factor casa e um adversário no CSKA Moscovo que parecia inspirar poucos receios, tudo indicava que o Sporting levantaria o troféu em casa e até foram os leões a inaugurar o marcados. Mas três golos do CSKA na segunda parte estilhaçaram o sonho dos leões…
Já o Liverpool venceu a Liga dos Campeões batendo nos penáltis o AC Milan em Istambul e, com José Mourinho no comando, o Chelsea volta a ganhar liga inglesa cinquenta anos depois.
Entretanto, Portugal assegurou confortavelmente a qualificação para o Mundial de 2006, vencendo facilmente o grupo, onde houvera espaço (ainda em 2004) para um esmagamento à Rússia por 7-1 e os maiores sustos vieram inesperadamente do Liechtenstein (depois do embaraçoso empate por 2-2 em Vaduz no ano anterior, uma vitória muito suada por 2-1 em Aveiro).
17. Tiago Monteiro na Fórmula 1
2005 foi ano em que voltámos a ter um português na Fórmula 1. Tiago Monteiro competiu a temporada desse ano ao volante da Jordan. Monteiro terminou a época em 16.º lugar mas fez história ao ser o primeiro português a subir ao pódio da Fórmula 1 no Grande Prémio dos Estados Unidos. Porém essa foi uma das páginas mais bizarras de sempre da história da Fórmula 1: devido a preocupações com as condições da pista de Indianápolis, as equipas com pneus da Michelin desistiram da corrida, o que fez que a corrida se tivesse desenrolado com apenas seis carros à partida, os das equipas com pneus Firestone: Ferrari, Jordan e Minardi. Tiago Monteiro terminou em terceiro, apenas atrás de Michael Schumacher e Rubens Barrichello da Ferrari. No pódio, deu-se a cena caricata de Schumacher e Barrichello a aceitarem silenciosamente os seus prémios e irem-se embora prontamente, enquanto Monteiro ficou sozinho a fazer a festa.
A festa de Tiago Monteiro no pódio da Fórmula 1
Ainda no desporto, o atletismo trouxe novas alegrias. Em Madrid, Naide Gomes sagrou-se campeã europeia do salto em comprimento em pista coberta, apesar de alguma polémica quando foi inicialmente atribuído à alemã Bianca Kappler um salto maior que a portuguesa, mas que claramente fora mal medido. Nos Mundiais ao ar livre em Helsínquia, Rui Silva nos 1500m e Susana Feitor nos 20km marcha conquistaram medalhas de bronze.
No Festival Olímpico da Juventude Europeia desse ano, na localidade italiana de Lignano-Sabbiadoro, Portugal alcançou nove medalhas, duas de ouro, três de prata e quatro de bronze, com destaque para a vitória na canoagem do K4 500m masculino, cuja tripulação incluía dois futuros grandes campeões: João Ribeiro e Fernando Pimenta.
18. Outros acontecimentos:
- Vinte anos depois do "Live Aid", o evento "Live 8" teve lugar a 2 de Julho em dez cidades, incluindo as duas do Live Aid original, Londres e Filadélfia, mas também Berlim, Paris, Roma, Moscovo e Joanesburgo. Entre as dezenas de artistas que actuaram, esteve a portuguesa Mariza, que por ser nascida em Moçambique, foi integrada no palco "Africa Calling" na Cornualha, juntamente com vários artistas africanos. - A Casa da Música no Porto, embora inicialmente projectada para quando a cidade foi Capital Europeia da Cultura em 2001, foi inaugurada este ano a 15 de Abril.
- Depois de décadas de um relacionamento conturbado, o Príncipe Carlos casou-se com Camilla Parker-Bowles a 9 de Abril. Com o casamento, Camilla recebeu o título de Duquesa da Cornualha.
- Angela Merkel tornou-se a primeira mulher chanceler da Alemanha, cargo que ocuparia durante dezasseis anos. Ellen Johnson Sirleaf foi eleita presidente da Libéria, tornando-se a primeira mulher democraticamente eleita para chefe de estado de um país africano.
- Isabelle Dinoire foi a primeira pessoa a quem foi aplicado um transplante de cara quase total.
- Natalie Glebova, canadiana de origem russa, foi coroada Miss Universo.
- O dramaturgo britânico Harold Pinter foi galardoado com o Prémio Nobel da Literatura.
19 Gaming
2005 viu o lançamento mundial da XBox 360 e da Nintendo DS em Portugal
Entre os jogos mais marcantes lançados nesse ano estiveram Resident Evil 4, Devil May Cry 3 e God Of War.
20. Do zoo de San Diego para o mundo, surgiu o YouTube
Foi em 2005 que nasceu um site que mudaria o mundo. Três antigos funcionário da PayPal, Chad Hurley, Steve Chen e Jawed Karim criaram uma plataforma interactiva e acessível para partilha e visualização de vídeos. Esse site seria o YouTube, criado em Fevereiro desse ano.
O primeiro vídeo disponibilizado no site surgiu a 23 de Abril, com o título "Me At The Zoo", com dezanove segundos de imagens de um dos fundadores do YouTube, Jawed Karim, a visitar o Jardim Zoológico de San Diego.
O YouTube não tardou a fazer sucesso e apenas dois anos mais tarde, quando ainda os vídeos tinham de ter a duração máxima de dez minutos, a duração de todos os vídeos disponíveis no site era de mais de quinhentos milhões de minutos! Através do site, milhões de pessoas em todo o mundo puderam criar e desenvolver todo o tipo de conteúdo, (como por exemplo, músicos dando a conhecer ao público o seu repertório) ao ponto de para milhares de pessoas o seu conteúdo no YouTube ser um trabalho a tempo inteiro. Actualmente, o YouTube é o segundo site mais visitado em todo o mundo, apenas atrás do motor de busca do Google. Calcula-se que existam mais de 2 biliões de utilizadores ativos em cada mês e que a cada minuto são disponibilizadas mais de 500 horas de conteúdo.
Para todos os leitores e seguidores da "Enciclopédia de Cromos", um feliz ano de 2025!