sexta-feira, 17 de junho de 2016

Karate Kid - O Momento da Verdade: Parte 2 (1986)

por Paulo Neto

E já agora, porque não também recordar o segundo opus da saga "Karate Kid"? Até porque esta primeira sequela teve ainda mais sucesso em termos de bilheteira e um tema principal ainda mais famoso. Eu vi os dois primeiros "Karate Kid" na "Sessão da Noite", o mítico espaço de cinema das sextas-feiras da RTP 1 que durou entre 1990 e 1993 e onde quase sempre podia-se esperar um bom filme para começar bem o fim-de-semana. E não tenho bem a certeza mas estou em crer que os "Karate Kid" 1 e 2 até deram em semanas consecutivas. 
No entanto, nunca vi a terceira parte de 1989, nem o quarto tomo de 1994 onde Hilary Swank era a nova discípula de Miyagi nem o reboot de 2010 com Jaden Smith e Jackie Chan. Mas algo me diz que não perco nada por não ver esses filmes...



"Karate Kid - O Momento da Verdade: Parte 2" voltava a ter John G. Avildsen ao leme da realização e Ralph Macchio e Pat Morita como Daniel Larusso e Mr. Miyagi. Este segundo filme começa onde o primeiro filme acabava. Depois de vencer o torneio de karaté, Daniel é atacado por um desvairado John Kreese (Martin Kove), o mestre dos Cobra Kai, no parque de estacionamento mas Miyagi neutraliza-o e humilha-o à frente dos discípulos. (Aliás, esta era a última cena do primeiro filme no guião original, tendo sido reaproveitada para a sequela.)



Seis meses depois, Miyagi recebe uma carta a dizer que o seu pai está às portas da morte. Daniel acompanha o seu mentor até à sua terra natal na ilha japonesa de Okinawa e fica a saber a razão pela qual Miyagi deixou o Japão. Na sua juventude era apaixonado por Yumie, que apesar de lhe corresponder, estava prometida em casamento a Sato, o melhor amigo de Miyagi. Quando Sato soube das suas intenções, tomou isso como uma traição e desafiou-o para um combate até à morte. Em vez de combater, Miyagi decidiu fugir para os Estados Unidos.




Mal chegam a Okinawa, Daniel e Miyagi percebem logo que o rancor de Sato (Danny Kamekona) continua forte, ao caírem numa emboscada organizada pelo seu sobrinho Chozen (Yuji Okumoto), que se revela um brutamontes que faz Johnny Lawrence do primeiro filme parecer inofensivo. Chozen e seus esbirros provocam vários confrontos com Daniel enquanto Sato insiste com Miyagi para levarem a cabo o combate invocado há vários anos.



Na aldeia, Daniel e Miyagi são recebidos por Yumie (Nobu McCarthy), que recusou casar-se com Sato por amor a Miyagi, e pela sobrinha desta, Kumiko (Tamlyn Tomita). Uma vez que Ali, o seu interesse amoroso do primeiro filme, entretanto o tinha trocado por outro, Daniel encanta-se com Kumiko e os dois vivem momentos românticos. Yumie e Kumiko contam-lhes que Sato tornou-se um rico industrial que deu cabo dos pequenos negócios piscatórios da região e que apoia as manobras corruptas e aterrorizadoras do gang de Chozen.




Após as honras fúnebres ao seu pai, Miyagi aceita combater com Sato à condição de que ele devolva as terras que saqueou aos aldeões, qualquer que seja o resultado. Mas no dia do combate, um tufão assola a ilha. Depois de ser salvo pelo ex-amigo quando fica preso nos escombros do seu dojo, Sato perdoa Miyagi e ajuda este e Daniel a auxiliar a população da aldeia. Já Chozen recusa prestar auxílio e mesmo deserdado pelo tio, não desiste da sua vingança contra Daniel, raptando Kumiko e desafiando-o para um combate. No confronto final, Daniel vence graças à técnica secreta da família Miyagi.



Embora com críticas menos favoráveis que as do primeiro filme, o segundo "Karate Kid" teve ainda mais sucesso comercial. Além do interesse em acompanhar a nova aventura dos dois protagonistas, outro factor do sucesso do filme foi sem dúvida o tema principal, "Glory Of Love" de Peter Cetera, que foi um dos grandes hits internacionais de 1986 e foi nomeado para o Óscar de Melhor Canção, sendo ainda hoje a mais famosa canção a solo do vocalista dos Chicago. E tal como o tema "You're The Best" do primeiro filme tinha sido originalmente pensado para "Rocky III", "Glory Of Love" esteve quase para ser usado em "Rocky IV". 

Apesar de já ter tido uma carreira activa no cinema e na televisão ("Happy Days", "M*A*S*H"), foi a franchise de "Karate Kid" que fez de Noryuki "Pat" Morita uma estrela. Até à sua morte em 2005, Morita continuou a representar, ocasionalmente parodiando o seu papel mais famoso, como por exemplo no videoclip de "Movies" dos Alien Ant Farm (2001). Curiosamente, Morita nunca tinha praticado artes marciais e aprendeu de propósito para estes filmes.  

E pergunto-me se ainda hoje há muito jovem enfezado por esse mundo fora que, devido à saga "Karate Kid", terá procurado por um velhote asiático em restaurantes ou lojas dos chineses que lhes ensinasse artes marciais para enfrentarem os bullies das redondezas.

Trailer:


"Glory Of Love" Peter Cetera






Karate Kid - O Momento da Verdade (1984)

por Paulo Neto

Certamente que todo aquele que em menino e moço foi vítima de bullying e transformado em saco de pancada pelos rufiões da escola e/ou do bairro teve a fantasia de aprender artes marciais e depois dar a provar aos bullies um pouco do seu próprio veneno. Não sei se é verdade, mas não me admiraria se o argumentista Robert Mark Kamen tivesse sido uma vítima de bullying e tivesse escrito o filme que materializava, como nunca antes tinha sido feito, essa fantasia vingativa. Falo claro, de "Karate Kid" (em português "O Momento da Verdade"), filme de 1984 realizado por John G. Avildsen (famoso por outro célebre filme sobre a história de um underdog, "Rocky"). 



Daniel Larusso (Ralph Macchio) é um jovem que se muda com a sua mãe Lucille (Randee Heller) de Nova Jérsia para Los Angeles, para um prédio onde o empregado de manutenção é um excêntrico mas simpático senhor japonês, Kesuke Miyagi (Pat Morita).




Como se a mudança da Costa Leste para a Costa Oeste já não fosse difícil por si só, Daniel vê a sua vida a complicar-se quando se interessa por Ali Mills (Elisabeth Shue), causando a fúria do ex-namorado desta, Johnny Lawrence (William Zabka). Johnny é um talentoso mas extremamente bruto lutador de karaté que começa a aterrorizar Daniel com os seus colegas do dojo Cobra Kai, dirigido por John Kreese (Martin Kove), um veterano da guerra do Vietname, notório pelos seus ensinamentos extremamente violentos e pouco éticos do karaté e do uso da força bruta.



Revoltado com os ataques a Daniel dos quais Kreese é conivente, Miyagi decide transmitir ao rapaz os seus conhecimentos de karaté que aprendeu em jovem na ilha japonesa de Okinawa. Alguns dos seus métodos são estranhos, tais como fazer tarefas rotineiras para o idoso ("wax on, wax off"), mas aos poucos Daniel vai adquirindo os conhecimentos, percebendo que mais do que dar tareias nos outros, as artes marciais servem para promover um equilíbrio entre o corpo e o espírito. Ao mesmo tempo, a relação entre discípulo e mentor também torna-se um pouco semelhante à de pai e filho.



No torneio de karaté, Daniel surpreende todos, em especial os Cobra Kai, com a sua espantosa evolução. Irritado, Kreese ordena a Bobby Brown (Ron Thomas) que cause uma grave lesão na perna de Daniel, ao que o discípulo relutantemente obedece. Graças a uma massagem miraculosa de Miyagi, Daniel recupera a tempo do combate da final contra Johnny, o derradeiro momento da verdade.



"Karate Kid" foi mais um dos diversos filmes de 1984 que se tornaram icónicos. Não só gerou mais três sequelas, duas das quais também protagonizadas por Ralph Macchio, como toda uma linha de merchandising que incluía figuras de acção, bandanas, T-shirts, jogos de vídeo e uma novelização em livro. Pat Morita foi nomeado para o Óscar de Melhor Actor Secundário. 

Revelado no filme de 1983 "Os Marginais" juntamente com outras estrelas ascendentes como Tom Cruise, Rob Lowe, Emilio Estevez, Matt Dillon e Patrick Swayze, a saga "Karate Kid" foi de longe o ponto alto da carreira de Ralph Macchio e nunca mais nada que fez se aproximou de tamanha dimensão, embora a sua carreira tenha continuada activa no cinema e na televisão ("O Meu Primo Vinny", "Betty Feia"). E é engraçado como, ao contrário de vários teen movies americanos onde se vê habitualmente actores claramente com vinte e tal anos a fazerem de adolescentes, e Macchio, com 22 anos à estreia do filme, passava bem por um puto de dezasseis.  
William Zabka continuou a fazer papéis de vilão em filmes adolescentes dos anos 80 como "A Maria Rapaz" e "De Volta Às Aulas", mas a par da carreira como actor, também tem se dedicado bastante a funções atrás das câmaras, como realizador, produtor e argumentista. A curta metragem checa "Most", escrita e produzida por Zabka, foi nomeada para um Óscar em 2004. Recentemente, William Zabka autoparodiou-se na série "Foi Assim Que Aconteceu", em que Barney Stinson defendia que o verdadeiro herói de "Karaté Kid" era Johnny Lawrence. (Alias este é um dos mais frequentes exemplos da actual moda cinéfila na internet de teorias de virar o bico ao prego e dizer que os heróis dos filmes são na verdade os maus da fita e vice-versa).  





Na banda sonora, destaca-se o tema final, "You're The Best" de Joe Esposito que esteve para ser o tema principal de "Rocky III", mas Sylvester Stallone preferiu o célebre "Eye Of The Tiger" dos Survivor. Que curiosamente, eram os intérpretes do tema de abertura, "Moment Of Truth" (que certamente terá sido a inspiração para o título português).



E já agora, o protagonista de "Karaté Kid" foi a inspiração para o tema "Daniel" de 2008 da cantora britânica Bat For Lashes, cujo vídeo até continha um look-alike de Ralph Macchio.

Para terminar, como não me canso de dizer e escrever "Cobra Kai", sou da opinião de que bem que os Cobra Kai podiam adaptar o jingle do Cola Cao: "Cobra Kai, arreia com força, Cobra Kai!"
 

quarta-feira, 15 de junho de 2016

Férias no Algarve - Onda-Choc (1987)



Como algarvio, não podia ignorar por mais tempo esta canção dos Onda-Choc (e depois de há uns dias recordar-mos alguns clássicos da banda incluidos no "Vitinho: 30 Grandes Êxitos"), apesar de a minha zona do Algarve ser um pouco distante das realidades conhecidas há décadas pelas hostes de turistas que rumam ao Sul do país, ao Reino dos Algarves, para as férias de descanso de um ano de trabalho e para ficarem na cor das lagostas.



"Férias no Algarve" - segundo o Blog Onda-Choc - é da autoria de Ana Faria, e interpretada por Tiago Pinto e Pedro Leitão; incluído no álbum "Onda Choc" (1987).





Também podem ver e  ouvir aqui: "Onda-Choc - Ferias no Algarve (1987)".


Com certeza reconhecem os acordes do tema,  versão do "Holyday Rap", o êxito internacional de MC Miker G e DJ Sven. E enquanto a versão original era bem pateta, e indicando a compra de drogas em Amesterdão, a versão tuga juvenil era bem mais complexa:
Os temas: os amores de Verão, traição, cinema de acção e provavelmente a única canção que inclui o termo "densidade populacional" como crítica social ao turismo de massas, ou então só por causa da chatice das praias sobre-lotadas. 


Vamos então ver a letra, publicada no Blog Onda-Choc, que retrata um diálogo entre dois rapazes que passaram - adivinhem - férias no Algarve em Agosto, fizeram amigos novos e arranjaram namorada. O twist adivinhava-se à distância, mas continua divertido ouvir os miúdos descreveram a lourinha que lhes conquistou o coração, enquanto cantam os prós e contras de passar o Verão no Sul do país.
- Fui passar as férias perto de Albufeira.

Era o mês de Agosto, uma segunda-feira.

Estava aquilo tudo cheio de turismo.

Acampei num belo parque de campismo.

- Que coincidência! Também pra lá fui.

Conheci um Vasco, um Becas e um Rui

e uma miúda cá com uma estaleca!

De cabelo louro. parecia sueca

-Também eu lá arranjei uma namorada.

loura, loura, loura e muito engraçada.

- E a que eu te disse, a de cabelo louro.

vê lá tu também me aceitou namoro!

- A minha miúda não era de lá, não.

- A minha também só estava lá no Verão.

- A minha namorada mora nas Picoas.

- E a minha também sei que é de Lisboa.



Refrão:

Faça férias no Algarve, passe lá um mês.

Tudo muito fino, só se fala inglês.

Férias no Algarve. É tudo bestial

fora a densidade populacional.

Faça férias no Algarve. Passe um bom bocado...

com o bitoque ao preço do salmão fumado.

Faça férias no Algarve, passe um bom bocado...

bichas de 100 metros no supermercado.



Estas férias eu sei, sei que mais ninguém

vai aproveitar como eu:

ficar bronzeado, castanho, torrado

p'ra depois fazer inveja no liceu. Ah!

Estas férias eu sei, sei que mais ninguém

vai aproveitar como eu:

ficar bronzeado, castanho, torrado

p'ra depois fazer inveja no liceu. Ah!



- Fomos ao cinema ver uns filmezitos

numa esplanada com meigas e mosquitos.

A minha miúda (imagina tu)

só queria ver filmes sobre kung-fu.

- Mas que giro! A minha também se decide

sempre pelo Rambo ou o Karate Kid.

Adora o Stallone (é mesmo fanatismo)

e até queria que eu fizesse culturismo.



Refrão:

Faça férias no Algarve, passe lá um mês.

Tudo muito fino, só se fala inglês.

Férias no Algarve. É tudo bestial

fora a densidade populacional.

Faça férias no Algarve. Passe um bom bocado...

com o bitoque ao preço do salmão fumado.

Faça férias no Algarve, passe um bom bocado...

bichas de 100 metros no supermercado.



-Combinei com ela no último dia

encontro em Lisboa, na geladaria.

Está quase na hora, não deve demorar.

Jà agora espera, vou-te apresentar.



- Está bem, eu fico. Sempre quero ver

se a tua miúda é bonita a valer.

Sempre ouvi dizer que quem o feio ama...

É verdade, como é que ela se chama?



- Chama-se Cristina o meu borrachinho.

Vais ver como é gira, espera um bocadinho.

- Que coincidência tão engraçada!

Também é Cristina a minha namorada!

- Já são horas. É ela que está a chegar.

Anda aqui ao pé para a cumprimentar.

- Não posso acreditar! Mas que desaforo!

Essa e a miúda com quem eu namoro!



Refrão:

Faça férias no Algarve, passe lá um mês.

Tudo muito fino, só se fala inglês.

Férias no Algarve. É tudo bestial

fora a densidade populacional.

Faça férias no Algarve. Passe um bom bocado...

com o bitoque ao preço do salmão fumado.

Faça férias no Algarve, passe um bom bocado...

bichas de 100 metros no supermercado.



Estas férias eu sei, sei que mais ninguém

vai aproveitar como eu:

ficar bronzeado, castanho, torrado

p'ra depois fazer inveja no liceu. Ah!

Estas férias eu sei, sei que mais ninguém

vai aproveitar como eu:

ficar bronzeado, castanho, torrado

p'ra depois fazer inveja no liceu.



Refrão:

Faça férias no Algarve, passe lá um mês.

Tudo muito fino, só se fala inglês.

Férias no Algarve. É tudo bestial

fora a densidade populacional.

Faça férias no Algarve. Passe um bom bocado...

com o bitoque ao preço do salmão fumado.

Faça férias no Algarve, passe um bom bocado...

bichas de 100 metros no supermercado.



Estas férias eu sei, sei que mais ninguém

ficar bronzeado, castanho, torrado

Estas férias eu sei, sei que mais ninguém

ficar bronzeado, castanho, torrado



Estas férias eu sei, sei que mais ninguém

vai aproveitar como eu:

ficar bronzeado, castanho, torrado

p'ra depois fazer inveja no liceu. Ah!

Estas férias eu sei, sei que mais ninguém

vai aproveitar como eu:

ficar bronzeado, castanho, torrado

p'ra depois fazer inveja no liceu. Ah!


Como sempre, o leitor pode partilhar experiências, corrigir informações, ou deixar sugestões aqui nos comentários, ou no Facebook da Enciclopédia: "Enciclopédia de Cromos"Visite também o Tumblr: "Enciclopédia de Cromos - Tumblr".




sábado, 11 de junho de 2016

Wacky Races (1968-70)

por Paulo Neto

Apesar desta série ser originalmente dos anos 60, faz parte do imaginário de todos aqueles que foram crianças nos anos 80 pois a partir de 1985, a RTP passava-a frequentemente, quer nos habituais espaços dedicados à animação, quer como tapa-buracos na programação. E era uma série tão divertida e com bonecos tão carismáticos que era o tipo de desenhos animados que conseguia atrair miúdos e graúdos e lembro-me que os meus pais gostavam tanto de ver como eu.




Criada pelos estúdios Hanna-Barbera, "Wacky Races" era inspirada pelo filme de 1965 "A Louca Corrida À Volta Do Mundo". Em Portugal, teve o título de "A Corrida Mais Louca Do Mundo" na versão legendada e "A Mais Louca Corrida Do Mundo" na versão dobrada. Na série, um grupo de personagens distribuídas por 11 carros competem pela América pelo título do "corredor mais louco do mundo" em corridas onde tudo é permitido. Por incrível que pareça, tal a quantidade de vezes que era exibida na televisão, a série teve apenas 17 episódios com duas corridas cada, num total de 34.




Estes eram os competidores:



Carro n.º 1: Boulder Mobile / Pedramóvil, um carro feito de pedra, conduzido pelos irmãos Slag/Rocha e Calhau Moca, dois homens da caverna, que fazem mover o veículo à custa de darem com mocas na cabeça um do outro. Se o carro fosse destruído, eles usavam as mocas para construir um novo carro com qualquer rocha que achassem. Foi o carro que ficou mais vezes no pódio: 3 vitórias, 8 segundos lugares e 3 terceiros lugares. O visual dos irmãos Moca foi depois aproveitado para a personagem-título da série "Capitan Caveman".



Carro n.º 2: Creepy Coupe/Coupé Assombrado, era conduzido pelo Gruesome Twosome/Duo Fantasma, composto por uma criatura tipo Frankenstein e um vampiro de cara púrpura. A viatura era uma espécie de mansão assombrada ambulante e nela surgiam de repente várias criaturas: bruxas, cobras e um dragão que era praticamente o terceiro elemento da equipa e era quem fazia o carro voar. O Creepy Coupe venceu 3 vezes, ficou outras três em segundo e seis vezes em terceiro.



Carro n.º 3:  Convert-A-Car/Transforma-Car, conduzido pelo Professor Pat Pending/Professor Patente, um cientista tresloucado mas cheio de humor. O carro transformava-se em avião, barco ou o quer quer fosse preciso em qualquer situação e por isso era o meu preferido. Normalmente era o Professor quem livrava todos os outros carros das armadilhas de Dick Dastardly. Venceu três vezes, ficou duas vezes em segundo e cinco em terceiro.



Carro n.º 4: Crimson Haybaler/ Lata Escarlate, um híbrido de carro e avião conduzido por Red Max/Max Vermelho, um ás da aviação. Porém, o carro tem apenas a capacidade de fazer pequenos voos, normalmente para ultrapassar os outros competidores ou saltar obstáculos. O carro também é munido de uma metralhadora que é usada ocasionalmente, geralmente para disparar pimenta. A Lata Escarlate venceu 3 vezes, ficou quatro vezes em segundo lugar e três em terceiro.



Carro n.º 5: Compact Pussycat/Gato Compacto, era a viatura da deslumbrante Penélope Pitstop, a única competidora feminina. O carro era basicamente um salão de beleza ambulante, cheio de máquinas que ajudavam a retocar a maquilhagem para que Penélope se mantivesse sempre no auge da sua beleza. Os outros corredores costumam ajudá-la por cavalheirismo. Penélope venceu 4 vezes, e ficou duas vezes em segundo e cinco em terceiro. O sucesso da personagem levou a que ela tivesse a sua própria série spin-off: "The Perils Of Penelope Pistop".



Carro n.º 6: Army Surplus Special/Carro de Assalto Alto, um híbrido de jipe e tanque militar, conduzido pelo Soldado Meekly e o Sargento Bombarda. O canhão do tanque é usado para dar mais propulsão ao veículo. Ganhou três vezes e ficou uma vez segundo.



Carro n.º 7: Bulletproof Bomb/Bomba À Prova de Bala, uma limusina conduzida pela Ant Hill Mob/ Quadrilha Maravilha, uma simpática quadrilha de sete anões gangsters, liderados por Clyde. Quando era preciso acelerar, a técnica principal da quadrilha era porem todos os pés no chão e correrem dentro do carro, como nos Flintstones. A Quadrilha Maravilha também apareceu em "The Peril of Penelope Pitstop" e venceu quatro vezes, ficando 5 vezes em segundo e duas em terceiro.



Carro n.º 8: Arkansas Chugbugg/Carroça Alentejana, uma geringonça de madeira conduzida pelo campónio Lazy Luke/Lucas e o seu companheiro urso Blubber Bear/Urso Piúrso. Lucas é tão preguiçoso que consegue conduzir apenas com um pé no volante. Este carro venceu quatro vezes, ficou em segundo lugar um vez e quatro vezes em terceiro.    



Carro n.º 9: Turbo Terrific/Turbo Terrível, conduzido por Pete Perfect/Pedro Perfeito. Apesar de parecer uma grande máquina, na verdade era uma viatura bastante frágil que se desmantelava por muito pouco. Mesmo assim, ganhou 4 corridas, ficou duas vezes em segunda e outras duas em terceiro. Pete Perfect também é notório por ter uma paixoneta por Penélope Pitstop.



Carro n.º 10: Buzzwagon/Põe-Ta-Pau, conduzido pelo portentoso Rufus Ruffcut/Rufus Lenhador, acompanhado pelo seu companheiro, o castor Sawtooth/Serra Dentuças. O carro é todo feito de lenha e tem serras como rodas que cortam tudo o que encontram pelo caminho. Ganhou três vezes, ficou seis vezes em segundo lugar e quatro em terceiro.




Carro n.º 00: The Mean Machine/Máquina Malvada, conduzida por aqueles que são os vilões, mas também as estrelas da série: o pérfido Dick Dastardly/Dick Detestável e o cão Muttley (com o seu inesquecível riso). A cada corrida Dastardly recorre sempre a meios sujos para ganhar e/ou livrar-se dos outros competidores, mas os seus planos saem sempre furados e muitas vezes nem terminava as corridas. Só cruzou a linha de meta cinco vezes e nunca conseguiu melhor que um quarto lugar. Embora obedeça fielmente a todas as ordens do seu dono, Muttley muitas vezes também regozija-se dos azares de Dastardly.

A popularidade das duas personagens levou a uma série spin-off: "Dastardly & Muttley and The Flying Machines" ou "Os Malucos das Máquinas Voadoras". A personagem Mumbly, um cão detective, que teve uma série com o seu nome, tem bastantes semelhanças com o Muttley.

Em Portugal, a série foi inicialmente exibida na versão legendada, mas uma versão dobrada surgiu nos anos 90, com as vozes de Carlos Freixo, Paulo B., António Montez, Rui Paulo e Paula Fonseca. E foi essa versão que foi editada em DVD. A série também já foi adaptada para diversos jogos de vídeo. Existe também um festival em Inglaterra onde são apresentadas réplicas em tamanho real dos carros da série.




terça-feira, 7 de junho de 2016

As Noivas de Copacabana (1992)

por Paulo Neto

Além das inevitáveis telenovelas, de vez em quando outras obras de ficção televisiva brasileira eram exibidas em Portugal. Foi o caso da série policial "As Noivas de Copacabana", estreada no Brasil em 1992 e exibida pela RTP em 1993, creio eu que às terças-feiras à noite na grelha de Verão. O seriado de 16 episódios era da autoria de Dias Gomes com realização de Roberto Farias e era inspirado num caso real.  



Aparentemente, Donato Menezes (Miguel Fallabella) parece um cidadão exemplar do bairro de Copacabana. É um conceituado restaurador de obras de arte, carinhoso para com a sua tia Eulália (Yara Lins) com quem vive e foi sempre uma figura materna para ele, tem uma grande amizade com Paulão (Ricardo Petraglia) e um sólido namoro com a bonita e simpática psicóloga Cinara (Patrícia Pilar). Aparentemente o seu único segredo será a sua impotência, que o impede de ter relações com a namorada. 

Mas na verdade, Donato Menezes é um serial killer que se dedica a matar mulheres vestidas de noiva para depois largar os cadáveres à porta de uma igreja. O ritual é sempre o mesmo: contacta as vítimas através de anúncios para venda de um vestido de noiva, ganha a confiança delas para seduzi-las e acaba por estrangulá-las em pleno acto sexual quando estão a usar o vestido. (É só assim que ele não tem impotência.) No entanto as vítimas são de vários quadrantes sociais, como por exemplo Maryrose (Patrícia Novaes), cantora de um clube nocturno, Marilene (Tássia Camargo), professora suburbana que ainda sofre pelo marido Amaury (João Camargo) tê-la trocado por outro homem, Fátima (Ana Beatriz Nogueira), filha de um pastor evangélico, e Kátia de Sá Montese (Christiane Thorloni), uma conhecida socialite carioca. 






O detective Jorge França (Reginaldo Faria) é encarregado do caso e aos poucos, vai juntando indícios que o conduzem até Donato. Entretanto, com o seu casamento com Mariana (Zézé Polessa) em crise, o detective envolve-se com Leiloca (Branca de Camargo), uma vendedora de artesanato na praia e amiga de Maryrose. Leiloca aceita colaborar na investigação servindo de isco para capturar Donato. 
No entanto, no seu julgamento, a família e amigos declaram a sua inocência, sobretudo Cinara que chega a cometer perjúrio, e Donato é ilibado por falta de provas.



A origem da psicopatia de Donato provém de há uns anos antes, quando a sua então noiva Helena (Lala Deheinzelin) lhe revelou que se apaixonara por outro e ele tentou matá-la quando estava a experimentar o vestido de noiva, tendo ela conseguido fugir. Ao saber do julgamento pelos jornais, Helena decide colaborar com a polícia para capturar Donato em flagrante, quando este está prestes a casar com Cinara. Helena surge diante do ex-noivo vestida de noiva e ele é capturado ao tentar matá-la outra vez. Donato é condenado em tribunal e enviado para uma instituição psiquiátrica. Porém a série acaba com Donato evadido do manicómio e de novo a contactar alguém sobre um anúncio de venda de um vestido de noiva. 

Do elenco da série também fizeram parte nomes como Hugo Caravana, Maria Gladys, Nelson Dantas, Chica Xavier, Marcelo Faria, Marieta Severo, Raúl Cortez, Milton Gonçalves, Lady Francisco e Ruy Resende.





Lembro-me de ter acompanhado a série e ficar na expectativa para saber quando é que apanhariam o assassino. Apesar de já o ter visto no papel do divertido homossexual Zé Maria em "Mico Preto", durante algum tempo achei Miguel Fallabella algo assustador devido ao seu papel nesta série e o da telenovela "Cara & Coroa". Mesmo quando mais tarde ele foi o impagável Caco Antibes em "Sai De Baixo", eu ainda me lembrava das cenas dele a estrangular a Christiane Torloni e as outras vítimas.



A série foi inspirada por um caso real: nos anos 80, o mecânico Heraldo Madureira assassinou várias mulheres vestidas de noiva que contactava através de anúncios de jornal e tal como o protagonista, foi condenado a cumprir pena num manicómio prisional do qual fugiu várias vezes.

Genérico:





Promo de estreia:




sábado, 4 de junho de 2016

"Heaven Is A Place On Earth" Belinda Carlisle (1988)

por Paulo Neto

Nos anos 80, no que dizia respeito a cantoras, Madonna era de longe a minha número 1, com apenas Tina Turner a aproximar-se razoavelmente. Mas em 1988, houve uma ruiva que ameaçou como nunca antes alguém conseguira o trono da loura material girl. E o seu nome era Belinda Carlisle e tudo graças a uma canção tão esmagadora que depressa se tornou um dos hinos do final da década.
Curiosamente, entre Madonna e Belinda existem alguns elos de ligação, a começar pelo facto que vieram a este mundo num espaço de menos de 48 horas: Belinda Carlisle nasceu a 17 de Agosto de 1958, precisamente um dia de depois de Madonna.



Belinda iniciou-se na música na cena punk de Hollywood e em 1978 formou as Go-Go's, uma das primeiras bandas rock femininas, que no início dos anos 80 alcançaram sucesso com hits como "Our Lips Are Sealed", "We Got The Beat" e "Vacation". Mas se aparentemente elas tinham imagem de meninas alegres e marotas, nos bastidores as Go-Go's tinham fama de grandes malucas, vivendo a máxima de sexo, drogas e rock & roll tão intensamente como as bandas de homens. (Existe mesmo um vídeo filmado num hotel em Atlanta onde se vê  Belinda Carlisle a forçar um fã embriagado a masturbar-se e a baixista Kathy Valentine a seviciar um roadie desmaiado.)



Após o fim das Go-Go's em 1985, um encontro com o futuro marido Morgan Mason, filho do actor James Mason, fez com que Belinda Carlisle deixasse as drogas e desse os primeiros passos numa bem sucedida carreira a solo. O primeiro disco a solo, "Belinda" teve algum sucesso na América do Norte, mas foi com o álbum seguinte "Heaven On Earth" que alcançou sucesso mundial, muito por culpa da épica faixa com título semelhante "Heaven Is A Place On Earth".



Escrita por Rick Nowels e Ellen Shipley, o tema arrancava com o refrão cantado quase em acapella: "Oooh baby, do you know what that's worth?/ Ooh heaven is a place on earth. /They say in heaven, love comes first,/ we'll make heaven a place on earth./ Ooh heaven is a place on earth." e terminava com o dito cujo numa obrigatória e apoteótica key change, com Belinda pelo meio a cantar os níveis celestiais provocados por uma nova paixão. Entre as vozes do coro estão Michelle Phillips dos The Mamas & The Papas e a célebre compositora Diane Warren.



E se a canção por si só já fazia tremendo impacto, o videoclip também era marcante. Realizado pela actriz Diane Keaton, a obra tinha tanto de romântica e fofinha como de dark e bizarra, alternando imagens de Belinda em demonstrações de afecto com o marido Morgan Mason e as de miúdos com máscaras e estranhas batinas segurando globos terrestres insufláveis.

"Heaven Is A Place On Earth" foi um sucesso mundial, atingindo o n.º 1 nos Estados Unidos, Reino Unido, Irlanda, Noruega, Nova Zelândia, Suécia, Suíça e África do Sul e foi nomeada para um Grammy.


O single seguinte "I Get Weak" era igualmente poderoso, cimentando a minha condição de fã de Belinda Carlisle. O videoclip também foi realizado por Diane Keaton e o bonitão pelo qual todo o mulherio do vídeo literalmente cai para o lado é o modelo Tony Ward, que também se fez notar em "Justify My Love" de Madonna. (Infelizmente o mais parecido que existe no Youtube é esta montagem com imagens do videoclip ao som de uma gravação ao vivo do tema.)







O terceiro single, "Circle In The Sand", seguia por outra linha, a da balada midtempo, mas rapidamente tornou-se uma das canções mais amadas do repertório de Belinda (ao ponto de por exemplo foi incluída no jogo "Grand Theft Auto V"). Tirando alguns detalhes, o respectivo videoclip ainda hoje parece algo que podia ser feito hoje. 




Depois de "Heaven On Earth", seguiram-se mais quatro álbuns de originais entre 1989 e 1996 e dois álbuns "best of". Mas desde então tem sido raro o material editado por Belinda Carlisle: além de uma breve reunião das Go-Go's em 2001, apenas editou em 2007 o álbum "Voilá" com standards da canção francesa, a que não é estranho o facto de ela e a sua família viverem entre os Estados Unidos e o sul de França desde 1994. No entanto, Belinda nunca deixou de dar concertos. Por exemplo em 2009 foi um dos cabeças de cartaz, juntamente com Kim Wilde e Rick Astley, de um festival de velhas glórias dos anos 80 que teve lugar no Pavilhão Atlântico. 
Belinda também é conhecida pelo seu activismo em favor do direito dos animais. 

Para terminar deixo mais três das minhas canções preferidas de Belinda Carlisle.

"Leave A Light On" (1989) do álbum "Runaway Horses"



"Live Your Life Be Free" (1991) do álbum do mesmo nome



"In Too Deep" (1996) do álbum "A Woman And A Man"


quarta-feira, 1 de junho de 2016

Miss Universo (2000-2004)

por Paulo Neto

Volta e meia, os textos da Enciclopédia sobre as beldades que foram Miss Universo nos anos 80 e anos 90 geram algum interesse por parte dos leitores. Por isso, e como o blogue já tem abordado temas do início do século XXI, porque não falar sobre as Miss Universo da primeira metade da década passada?
Esta foi a época onde os concursos de beleza deixaram de interessar em Portugal. Primeiro, a Miss Universo e outros certames deixaram de ser emitidos em canal aberto e a eleição da Miss Portugal tal como foi durante anos organizada terminou em 2002. Em 2004, a SIC organizou uma eleição de Miss Portugal em formato reality show, de título "Um Sonho De Mulher", onde por exemplo concorreram a apresentadora Andreia Rodrigues e a actriz Inês Simões, mas a eventual vencedora, a madeirense Marina Rodrigues (que viria a vencer em 2006 outro reality show, "A Bela E O Mestre") nunca chegou a participar na Miss Universo.

O top 5 da edição de 2000

Miss Rússia no desfile de fato de banho (2002)

O top 5 de 2003 à espera dos resultados finais
Estados Unidos ou Austrália? Quem ganharia em 2004?

No entanto no resto do mundo, os concursos de beleza nacionais e internacionais continuavam em força e com mais ou menos polémica (ou não fosse na altura propriedade de Donald Trump), a Miss Universo continuava a ser o beauty pageant mais importante do mundo.



Em 2000, a eleição da Miss Universo teve lugar na ilha de Chipre, onde Afrodite terá nascido, naquela que foi a apenas a segunda vez que o evento se realizou na Europa (a primeira foi em 1973 em Atenas). E a coroa foi parar pela segunda vez à cabeça de uma indiana, Lara Dutta
E como é apanágio das indianas, Lara fez-se valer tanto da sua beleza como do seu cérebro, não brilhando apenas em fato de banho e vestido de noite, mas sobretudo na parte da entrevista, onde teve a maior pontuação de sempre, e na pergunta final. 
Curiosamente, o seu caminho rumo à vitória foi semelhante ao da outra Miss Universo indiana, Sushmita Sen, que vencera seis anos antes. Ambas terminaram empatadas com outra candidata na respectiva eleição de Miss Índia, ambas venceram graças a uma pergunta de desempate e a adversária que bateram acabaria por vencer a Miss Mundo no mesmo ano e tornar-se muito conhecida internacionalmente. No caso da Lara Dutta, essa adversária foi Priyanka Chopra, a protagonista da série "Quântico". 
Lara também tornou-se actriz de sucesso, pois os pedidos vindos de Bollywood não tardaram a chegar, e desde 2014 é coordenadora da eleição da representante da Índia para a Miss Universo.



Em 2001, a porto-riquenha Denise Quiñones estava a jogar em casa e tornou-se a quarta Miss Universo da ilha de Porto Rico. Porém muitos acharam que ela foi demasiado favorecida pelo factor casa e que a vitória devia ter ido para a 1.ª Dama de Honor, a grega Evelina Papantoniou. A concorrente mais controversa foi a Miss França, Élodie Gossuin, sobre quem correram rumores de ser trans-sexual! Claro que era mentira, mas à custa da polémica, Élodie entrou no top 10 e mais tarde viria vencer a Miss Europa. Quem também entrou no top 10 foi a nigeriana Agbani Darego que seria Miss Mundo nesse ano. 
Denise Quiñones tornou-se actriz, tendo entrados em filmes, peças de teatro e série como "Smallville".



Porto Rico voltou a ser o cenário para a edição de 2002. Porém desta vez a candidata de casa ficou de fora. E o mesmo se passou com a Miss Estados Unidos, apenas a terceira vez que os States ficaram de fora! Mas pela primeira vez, uma candidata da China chegou ao top 10 e foi 2.ª Dama de Honor. A vencedora essa foi indiscutível, com a bela Oxana Fedorova da Rússia, uma polícia de São Petersburgo,  a dominar facilmente a competição. 
Porém após apenas quatro meses de reinado, Oxana tornou-se a primeira Miss Universo a abdicar do título por "incapacidade de cumprir os seus deveres". Oficialmente, ela explicou que queria concentrar-se nos seus estudos de Direito. Consta que essa decisão também foi provocada pela má experiência ao ser entrevistada por Howard Stern.  
Oxana viria a tornar-se uma figura importante do showbiz russo, como apresentadora de televisão e ocasionais incursões como actriz e cantora. Mesmo destronada, é considerada por muitos como a mais bonita Miss Universo de sempre.



Como tal, pela primeira vez na história do certame, a 1.ª Dama de Honor substituiu as funções da vencedora durante o resto do reinado. Justine Pasek tornou-se portanto não só a primeira Miss Universo do Panamá como a primeira Miss Universo a não ser coroada na cerimónia televisiva. 
Curiosamente, tal como Oxana, Justine tinha nascido na União Soviética, na cidade ucraniana de Kharkiv, filha de pai polaco e mãe panamiana. 
De referir ainda que a 3.ª Dama de Honor de 2002 foi a sul-africana luso-descendente Vanessa Carreira que dois anos antes foi uma das concorrentes a Miss Portugal. A representante portuguesa foi Iva Lamarão, que seria a última participante de Portugal na Miss Universo até 2011. 



Foi precisamente no Panamá, o país de Justine Pasek, que teve lugar a edição de 2003. Pela primeira vez em vários anos, o número de semifinalistas foi alargado de dez para quinze. Portugal esteve ausente mas a lusofonia ficou muito bem representada com as candidatas de Angola e Brasil a entrarem no top 15. A japonesa Miyako Miyazaki fez furor com o seu ousadíssimo "vestido" de noite mas a vitória foi para Amelia Vega, que assim trouxe a primeira coroa para a República Dominicana, que aos 18 anos foi uma das mais jovens Miss Universo de sempre.
Após o reinado, Amelia prosseguiu a sua carreira de modelo e também enveredou pela música, ou não fosse ela sobrinha de Juan Luis Guerra, o famoso cantor de "Burbujas De Amor". É casada desde 2011 com o jogador da NBA Al Horford de quem tem um filho. 



Quito, a capital do Equador, acolheu a edição de 2004. Uma grande surpresa foi o facto da Miss Venezuela não ter sido semifinalista pela primeira vez desde 1982, quando esta grande potência de misses nem sequer falhava o top 5 desde 1991! Quem também ficou de fora do top 15 foi a Miss Ucrânia, Oleksandra Nikolayenko, que era a preferida de Donald Trump. Este ficou tão irritado pela exclusão de Oleksandra que a partir daí, chamou a si o poder de decisão da escolha de algumas candidatas para o top 15. Também de fora ficou a Miss Israel que era nada menos que Gal Gadot, actualmente conhecida pelo seu papel de Wonder Woman em "Batman vs. Superman". 
Porém cedo ficou claro que a vitória seria decidida entre duas louras: a americana Shandi Finnessay, do estado do Missouri, que parecia ter tudo para ser a oitava Miss Universo dos Estados Unidos e a australiana Jennifer Hawkins, que não era das favoritas mas que acabou por conquistar tudo e todos com a sua beleza e simpatia. E no final foi mesmo Jennifer que conquistou a coroa, a segunda para a Austrália, após a vitória de Kerry Ann Wells em 1972. 
Jennifer Hawkins tornou-se rapidamente uma estrela no seu país, tendo uma muito bem sucedida carreira como modelo, empresário e apresentadora de televisão. E provando que ninguém é perfeito e que até uma Miss Universo não está livre de algumas situações embaraçosas, um vídeo onde Jennifer Hawkins vê a sua saia a cair em plena passerelle (revelando a tanga fio dental que tinha por baixo) durante um desfile de moda tornou-se viral. 


      
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