"Ovide E Os Amigos" é uma série animada de coprodução belga e canadiana (título original francês "La Bande À Ovide"), com 67 episódios de cerca de 13 minutos, originalmente exibidos no Canadá entre 1987 e 1988. Se não estou em erro, a série estreou em Portugal em 1990 no "Brinca, Brincando" na versão francesa com legendas em português, sendo mais tarde reexibida na RTP2 com uma dobragem em português, sob o título "Ovide E Companhia". (Para este texto vou utilizar os nomes da personagens na versão em francês.)
A série conta as aventuras de um grupo de animas de uma pequena ilha-atol algures no Oceano Pacífico, não muito longe da Austrália. O titular Ovide é um ornitorrinco azul e o líder não-oficial da ilha. Geralmente é ele que tem a solução para os problemas que surgem em cada episódio e costuma trazer consigo uma mala com uma televisão incorporada onde ele e o grupo de amigos assistem à programação. Os amigos mais próximos de Ovide são Ventribous, um ornitorrinco amarelo e hábil cozinheiro, Polo, um lagarto vermelho responsável pela limpeza da ilha e sempre em conflito com um bicho-da-madeira que faz buracos em tudo o que é sítio, e Wouaoua, um tucano branco sempre pronto pregar alguma partida. A única habitante feminina na ilha é Mira, uma canguru fêmea, que chegou à ilha e demorou a simpatizar com os outros animais, mas que depressa foi integrada. Mira é especialista em medicina herbal e em lançar o boomerang e, pelo que se vê no episódio sobre o Dia dos Namorados, todo os outros habitantes da ilha tem um crush secreto por ela.
O antagonista é Py, uma cobra piton, que como não podia deixar de ser, é mau como as cobras e que tem bastante inveja de Ovide, pelo que passa a vida a elaborar planos para tomar o poder da ilha, que inevitavelmente saem sempre furados. Até porque o seu cúmplice Zozo, um tucano cinzento, não prima pela inteligência. Mas apesar disso, Zozo até nem é mau tipo, alinhando com Py mais por amizade a este do que por maldade, e por isso não costuma sofrer grandes consequências. Lembro-me de um episódio em que Py aparentemente consegue que Ovide e os outros saiam da ilha e uma ornitorrinco-fêmea jornalista vem fazer-lhe entrevista à qual ele conta versões muito adulteradas e auto-enaltecidas de acontecimentos em episódios anteriores, mas no final tudo não passou de um sonho dele.
Outros habitantes da ilha são três coalas, Ko (com headphones), Ah (com óculos de sol) e La (muito atreito a soluços) quase sempre vistos sentados lado a lado num ramo de um árvore e Aie, uma preguiça que não faz mais do que ficar pendurada numa árvore e exclamar "Ai, ai, ai!".
Não exactamente uma residente da ilha mas uma presença constante é a ornitorrinco fêmea de cabelo cor-de-rosa, uma espécie de locutora de continuidade de uma televisão que anda pela ilha e que surge em determinados pontos em frente a uma personagem (sobretudo Ovide, mas também às vezes Py), geralmente dando-lhe informações úteis para a situação em que se encontram. Num dos episódios, ela avisa o ilhéus que aquele dia é sexta-feira dia 13, o que causa alguns percalços, mas no fim surge a advertir que se enganou ao ver o calendário do ano anterior e afinal era sexta-feira 14.
"Ovide E Os Amigos" era uma série despretensiosa e agradável de ver. Uma das minhas coisas favoritas era o tema do genérico com sonoridades tropicais e ao qual a adaptação da dobragem portuguesa conseguiu ser fiel.
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