sábado, 19 de setembro de 2020

The Flash (1990)

O primeiro episódio desta série de curta duração - apenas uma temporada de 22 episódios - foi exibido  nos States a 20 de Setembro de 1990. Mas apesar de não ter durado muito tempo nos ecrãs, é das séries do género super-herói mais recordadas, anterior à avalanche mais recente. 
Estreou em Portugal já depois de ter terminado, no dia 6 de Março de 1993, no Canal-1 da RTP. A exibição terminou a 31 de Julho de 1993, dando lugar, uma semana depois às "Marés Vivas".

O genérico de "The Flash", o Relâmpago da Justiça:


Que belíssimo tema musical o da abertura, a recordar os clássicos instrumentais do cinema de aventuras, e mais recentes como o "Batman" do ano anterior. E claro, que o autor do tema é o mesmo desse Batman, o grande Danny Elfman (Eduardo Mãos de Tesoura, The Simpsons, etc). 



Logo a abrir o genérico, um vislumbre do acidente com um relâmpago e químicos que deu os fabulosos poderes a Barry Allen (John Wesley Shipp), o que agora chamamos um CSI, um cientista forense da Polícia de Central City que adopta a identidade secreta de "The Flash" para combater o crime com a sua super-velocidade. Esta adaptação do personagem criou um misto do Barry Allen da banda desenhada e o seu sucessor Wally West, o "Flash" na BD da época da série de TV, visto que "Barry Allen" fora supostamente destruído alguns anos antes no mega evento "Crise nas Infinitas Terras" que revolucionou todas as histórias em banda desenhada da DC Comics.
Um elemento que o distanciou de séries anteriores foi a fidelidade do uniforme em relação ao herói da BD, que apesar da tecnologia aplicada na sua criação e arrefecimento era extremamente desconfortável para o actor.


Algum tempo antes eu tinha comprado uma revista em banda desenhada com a (nova) origem do Flash e dos seus mais famosos vilões, e portanto na época sentia-me um pouco desapontado com os inimigos apresentados na série, o que o orçamento permitia. E falando nisso, segundo a Wikipedia o episódio duplo que serviu de piloto custou mais de 6 milhões de dólares, e cada seguinte foi da ordem do milhão e meio. Apenas os quatro uniformes de latex do herói, necessários para as filmagens [inspirador por arte conceptual de Dave Stevens (o criador de Rocketeer), desenhados por Robert Short e construídos pelos Stan Winston Studios ] foram 100.000 dólares (segundo outras fontes, foram 8 uniformes para o actor e duplos a custar 100.000 cada um). Mas como disse um dos escritores da série, Danny Bilson, depois de "Batman" não podiam ter um fulano a correr num par de collants.
Mais que o conteúdo concreto dos episódios, recordo bem a minha aflição de poder perder a aventura da semana, sempre a dar pressa à família para regressar a casa antes da "hora do Flash" se a minha memória não me atraiçoa, ás 17 horas do Sábado. Infelizmente, eu não tinha gravador de VHS e como não podia correr tão rápido como o Flash para chegar a casa a horas, se perdesse o episódio, estava perdido, para sempre. Como disse, não tinha VHS e só há poucos anos soube que existiu distribuição em homevideo no nosso país, quando consegui numa feira de velharias um conjunto das cassetes originais da edição portuguesa em VHS. 


Além de mafiosos, e criminosos "comuns", dos vilões da BD que marcaram presença, o melhor recordado foi o maníaco Trapaceiro (Trickster) interpretado com garra pelo próprio Luke Skywalker, o actor Mark Hamill, dois anos antes de se tornar a voz definitiva do Joker nas várias séries de animação da DC Comics. Mas não faltaram á chamada clássicos da galeria de vilões do Flash como o Capitão Frio ou o Mestre dos Espelhos.



Do lado dos bons, o "Flash" era auxiliado por Tina McGee (Amanda Pays) uma cientista dos S.T.A.R. Labs que além de despertar o interesse romântico de Barry o auxilia com invenções para controlar melhor os seus poderes e capturar os vilões da semana; e  Julio Mendez (Alex Désert) amigo e colega de Barry no laboratório da Polícia.




Se ignorarmos o terrível tele-fime/piloto de "Justice League of America" de 1997, o Homem Mais Rápido do Mundo só regressou ao pequeno ecrã na série "The Flash" de 2014*, que curiosamente recupera o actor principal da dos anos 90 (John Wesley Shipp) como o pai do novo Barry Allen/Flash. E - alerta de spoilers - além de desempenhar (graças aos universos paralelos mostrados nessa série) o pai do Flash, John Wesley Shipp também é o Flash original (Jay Garrick) e o Barry Allen desta mesma série dos anos 90, com uso do icónico uniforme e tudo. Foi um grande presente para os fãs:
 



* "Smallville" não conta, não era o Barry Allen!

Texto original publicado no Tumblr da enciclopédia de Cromos: "The Flash".

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