quarta-feira, 1 de outubro de 2014

A Próxima Vítima (1995)

por Paulo Neto

Já há algum tempo que não falava de uma telenovela aqui na Enciclopédia e há muito que se impunha um cromo sobre esta, por ter sido uma novela bastante inovadora para a época, além de ser talvez aquela com maior body count. Falo de "A Próxima Vítima" da autoria de Sílvio de Abreu e exibida tanto no Brasil como em Portugal em 1995. 


O principal fio condutor da história é a de um assassino misterioso com uma lista de sete personagens que vai eliminando ao longo da trama. Não só o público ficava a tecer teorias sobre quem seria o assassino como tentava adivinhar qual era a próxima vítima.



Uma das primeiras vítimas é Hélio (Francisco Cuoco), envenenado num lounge do aeroporto juntamente com Francesca Ferreto (Tereza Rachel). Irene (Viviane Pasmanter), a filha de Hélio, é estudante de Direito e decide investigar a morte do pai. Quando a sua tia Júlia (Glória Menezes) também é assassinada, descobre que o pai e a tia fazem parte da lista de um assassino que pretende eliminar sete pessoas, usando como código o signo chinês de cada uma e que as suas mortes estão relacionadas com outras mortes anteriores, nomeadamente a de Paulo Soares, aliás Arnaldo Roncalho, (Reginaldo Faria), que aconteceu no primeiro capítulo. Cada uma das vítimas recebia a lista com os signos antes de morrer.

Irene

Francesca era uma das quatro irmãs da milionária família Ferreto, com a mais velha, Filomena (Aracy Balbanian), casada com um submisso Eliseo (Gianfrancesco Guarnieri), a dirigir os negócios da família com punho de ferro e impõe a sua autoridade dentro da família, manipulando tudo e todos conforme os seus interesses. Francesca era casada com Marcelo (José Wilker), um interesseiro de origens humildes. Romana (Rosamaria Murtinho) é auto-indulgente e sustenta o jovem amante Bruno (Alexandre Borges). Carmela (Yoná Gonçalves) é a irmã boazinha e a única que não é estéril. Divorciada de Adalberto (Cecil Thiré), de quem teve a filha Isabela (Cláudia Ohana), Carmela envolve-se com Adriano (Luigi Palhares) um homem mais novo. Isabela é uma das vilãs da história, que tem tanto de bela como de malvada. Apesar de estar noiva de Diego (Marcos Frota), vive um tórrido romance com o seu tio Marcelo e ao longo da trama, também ela se torna uma assassina. Numa das cenas mais marcantes, quando Marcelo descobre que Isabela o trai com Bruno, ele desfigura-lhe o rosto com uma faca.

Filomena, Carmela e Romana



Isabela
  

Além de Isabela, Marcelo mantém um caso de longa data com Ana (Suzana Vieira), uma mulher forte e lutadora, dona de um restaurante italiano, com quem teve três filhos: Sandro (André Gonçalves), Giulio (Eduardo Filipe) e Carina (Débora Secco).

Ana e Juca


 Ana também tem outro pretendente, Juca Mestieri (Tony Ramos), viúvo e dona de uma frutaria, pai de Yara (Georgiana Goés) e de Tonico (Selton Mello) que tem um namoro cheio de altos e baixos com Carina. Mas Juca, por sua vez, ficada dividido entre Ana e Helena (Natália Valle), a mãe de Irene. E como se já não houvesse confusão suficiente, Zé Bolacha (Lima Duarte), pai biológico de Juca e adoptivo de Marcelo, interessa-se por Irene e é temporariamente correspondido, apesar de ela ter idade para ser sua neta.

Sandro e Jefferson

Outra história marcante nesta telenovela é a de um casal homossexual interracial: Sandro assume a sua homossexualidade quando se apaixona por Jefferson (Lui Mendes), colega de Irene na faculdade de Direito. Jefferson pertence a uma família negra de classe média alta (algo inédito numa telenovela até então) e é filho de Kléber (Roberto Pitanga) - que acaba por ser uma das sete vítimas - e de Fátima (Zézé Motta) e irmão de Patrícia (Camila Pitanga) e de Sidney (Norton Nascimento), o único que não aceita a relação entre os dois jovens. Já Rosângela (Isabel Filardis), a namorada de Sidney, é das primeiras a apoiar Jefferson.

Fátima e Patrícia


Carina e Tonico


Além das vítimas já referidas, as outras vítimas na lista do Horóscopo Chinês são Ivete (Liana Duval) uma idosa que se finge paralítica e Josias (José Augusto Branco), um amigo de Ana que trabalha na sua pizzaria. No fim, descobre-se que Francesca afinal estava viva e que a vítima correspondente ao signo do Javali tinha sido Leontina (Maria Helena Dias), a falecida mulher de Zé Bolacha, ainda antes do início da trama. Também Eliseu acaba por morrer na recta final. 

Os dois assassinos: Ulisses e Adalberto

Outra inovação de "A Próxima Vítima" foi o facto de ter um final diferente para Portugal daquele que teve no Brasil. No Brasil, o assassino foi Adalberto que fora amante de Francesca e matou o marido desta, Gigio (Carlos Eduardo Dollabella). Como Francesca o trocou logo por Marcelo, Adalberto acabou por se casar com Carmela. Ao mesmo tempo elaborou um plano para eliminar as sete testemunhas do assassinato de Gigio para garantir que nunca o denunciassem, embora lhes tenha pago para comprar o seu silêncio. Matou também Eliseu por ser o único que sabia que ele era o assassino.
Em Portugal, o assassino era Ulisses (Otávio Augusto) que surgiu como o irmão desaparecido de Ana e que então todos julgavam morto durante uma explosão. Nesta versão, foi Eliseu que matou Gigio manipulado por Francesca e Ulisses foi incriminado por essa morte. Saído da cadeia, elaborou um plano para matar as sete testemunhas do crime compradas pela família Ferreto. Ficou-se a saber também que Bruno era afinal seu filho e cúmplice, sendo este quem matou Eliseu.
Quando a telenovela foi reposta nos dois países, inverteram-se os finais: Ulisses assassino no Brasil e Adalberto assassino em Portugal.  

Sem dúvida que "A Próxima Vítima" foi uma das telenovelas mais marcantes dos anos 90, prendendo o público com a sua densa trama de intrigas e suspense. Conhecido anteriormente pelos seus opus mais cómicos como "A Guerra dos Sexos" e "Sassaricando", Sílvio de Abreu demonstrou que também tinha talento para o drama. Todo o elenco esteve primoroso, sobretudo na vertente feminina, destacando-se as interpretações de Suzana Vieira, Aracy Balbanian, Cláudia Ohana e Vivianne Pasmanter.

Genérico:







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1 comentário:

  1. Leonina era mulher de Zé bolacha não de juca, o pai de Ulisses é que foi incriminado e foi por isso que Ulisses matou as vítimas e finalmente quem subornou as testemunhas foi francesca e não adalberto.

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