Criada em 1941 nas páginas da revista All Star Comics, a mais poderosa amazona saltou para o pequeno ecrã em forma animada no inicio dos anos 70 e pouco tempo depois a "Mulher-Maravilha" ("Wonder Woman" no original) ganhou a sua série em imagem real.
Bem que se podia ter chamado "Mulher Maravilhosa" tal o carisma - e sex appeal - da protagonista, a Miss World USA 1972 [vídeo], a linda (desculpem) Lynda Carter, que décadas depois ainda tem uma legião de fãs.
Bem que se podia ter chamado "Mulher Maravilhosa" tal o carisma - e sex appeal - da protagonista, a Miss World USA 1972 [vídeo], a linda (desculpem) Lynda Carter, que décadas depois ainda tem uma legião de fãs.
Gal Gadot e Lynda Carter, a Mulher-Maravilha contemporânea e a dos anos 70. |
Lynda Carter. |
Lynda Carter - Miss World USA 1972. |
Em Portugal a série foi exibida com o título "Super-Mulher", talvez por influência das revistas brasileiras da editora Orbis que publicou a Mulher-Maravilha com esse nome ou para tentar vendê-la como a contra-parte do "Super-Homem" - apesar das personagens de BD com o mesmo nome.
Curiosamente, a série nasceu(1) com um telefilme - "Wonder Woman" (1974) - protagonizado por Cathy Lee Crosby como uma Mulher-Maravilha loura. O filme serviria como episódio piloto para uma futura série, mas apesar de audiências razoáveis não foi escolhido para continuar. [Vídeo dos créditos.]
"Wonder Woman" (1974) |
Depois do sucesso do novo piloto, foram encomendados dois especiais e posteriormente mais 11 episódios que comporiam - exibidos no período 1976-77 - a primeira temporada de "Wonder Woman". Como a série era ambientada na época da Segunda Guerra Mundial era uma produção cara, e enquanto o canal ABC hesitou em encomendar novos episódios, a produtora Warner Brothers negociou com o canal concorrente CBS, que exigiu que a acção da série decorresse no "presente", os anos 70. Ganhou o título "The New Adventures of Wonder Woman" (As Novas Aventuras da Mulher-Maravilha) e teve duas temporadas entre 1977 e 79.
Os genéricos iniciais das várias temporadas:
De forma similar ao cânone da banda desenhada, a amazona Diana (Lynda Carter) conheceu o piloto norte-americano Steve Trevor (Lyle Waggoner ) quando o seu caça de combate caiu na Ilha Paraíso. Depois de recuperado dos ferimentos,a Rainha das Amazonas e mãe de Diana, Hipólita decide organizar uma competição física para a vencedora acompanhar Steve de volta à civilização. Contra os desejos da mãe, Diana participa disfarçada e sagra-se campeã. Na posse do famoso uniforme vermelho, azul e dourado, Diana e Steve regressam aos EUA.
Diana adopta o disfarce de Diana Prince, a secretária de Steve para ao mesmo tempo com a identidade de Wonder Woman auxiliar na batalha contra os espiões do Eixo e outros criminosos avulso.
Na mudança de emissora mudou também o elenco, e apenas Lynda Carter (Linda Jean Córdova Carter) e Lyle Waggoner regressaram.
O pulo de 35 anos não afectou a Mulher-Maravilha, que envelhece muito lentamente - basta ver como ainda em 2017 a actriz continua muito bonita - , no entanto, Waggoner - que no piloto e primeira temporada encarnou o militar Steve Trevor, parceiro e interesse amoroso de Diana - nos novos episódios passou a representar Steve Trevor Jr, o filho do original. O foco passou das malfeitorias dos Nazis para as aventuras contra inimigos mais variados e poderosos.
A terceira temporada foi concebida com várias mudanças para tentar agradar à audiência adolescente, com mais humor, desportos radicais, o meio ambiente, etc. No final da temporada mais mudanças de cenários e personagens - incluindo um chimpanzé indestrutível - em preparação para uma quarta temporada que nunca arrancou, por causa das baixas audiências.
O momento mais recordado dos episódios é sem dúvida a transformação de Diana nas suas roupas civis ou militares para o uniforme de Wonder Woman, cujos poderes provém do cinturão, um par de braceletes indestrutíveis, uma tiara e do laço da verdade.
A tiara podia ser achatada e atirada como um boomerangue, por exemplo. E não podemos esquecer outro acessório mítico da maior heróina da BD: o avião invisível.
A tiara podia ser achatada e atirada como um boomerangue, por exemplo. E não podemos esquecer outro acessório mítico da maior heróina da BD: o avião invisível.
O criador da Mulher-Maravilha, William Moulton Marston é também famoso por ser o inventor do polígrafo - a "máquina da verdade", um dos poderes do laço dourado da heroína é obrigar a contar a verdade - e por ter sido um polígamo assumido, vivendo junto com as duas mulheres - as musas inspiradoras de Diana - e os filhos que teve com ambas. Marston passou para as histórias elementos de bondage e superioridade feminina, bem como ideais de justiça e amor por oposição ao mundo machista e violento da época, que não mudou tanto desde essas décadas...
No Sábado 12 de Julho de 1980 estreia em Portugal a 2ª temporada com o título "As Aventuras da SuperMulher" por volta das 16 horas. Em 23 de Maio de 1981 regressa aos ecrãs portugueses, no horário das 15 horas, ainda com o nome "As Aventuras da SuperMulher", que no segundo episódio é mudado para "As Novas Aventuras da Supermulher" e que devem ser os episódios da terceira temporada apesar de o Diário de Lisboa indicar "II Série".
"Diário de Lisboa" [1980-07-12] |
Só encontrei registos de 5 episódios exibidos até final de Outubro de 1981 e até ao momento não vi sinal dos episódios posteriores, nem de quando passaram na RTP os da primeira temporada...A investigação continua...
(1) Em 1967 a produtora da série de êxito do "Batman" gravou 5 minutos de um episódio piloto em tom de comédia, nunca terminado ou exibido. Mas claro que está na Internet: "Who's Afraid of Diana Prince? (1967)".
Nuno Markl dedicou um programa no tempo da "Caderneta de Cromos": Cromo Nº 165: "A Super Mulher" [Ouvir Podcast/Download].
Como sempre, o leitor pode partilhar experiências, corrigir informações, ou deixar sugestões aqui nos comentários, ou no Facebook da Enciclopédia: "Enciclopédia de Cromos". Visite também o Tumblr: "Enciclopédia de Cromos - Tumblr".
Sem comentários:
Enviar um comentário