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quarta-feira, 21 de março de 2018

Acção em Miami (1984-89)




A primeira temporada estreou em Portugal a 20 de Outubro de 1987 e continuou a animar as noites das terças-feiras até a 29 de Março de 1988.


"Diário de Lisboa" [1987-10-20]
 Regressou ao convívio dos espectadores portugueses semanalmente ás quartas-feiras à tarde, entre 4 de Julho de 1990 e 12 de Setembro de 1990. Em finais de 1992 andou diariamente pelo ecrã da RTP2 ao final da tarde. Em 1994 regressa à RTP-1 antes do "Caderno Diário" e "Ana Raio e Zé Trovão".




No  entanto, pouco mais me recordo da série do que o genérico e os seus protagonistas Crockett (Don Johnson) e Tubbs (Phillipe Michael Thomas), os polícias (em disfarce, supostamente) mais estilosos da TV, com belas fatiotas e a conduzirem grandes bombas sobre rodas, apreendidas a traficantes de droga, claro que o salário de polícia não daria para andar a espatifar tanto carro em dispendiosos tiroteios. Apesar de os plots dos episódios parecerem tirados das manchetes dos crimes do dia, consta que os agentes que perseguem traficantes não têm um dia a dia tão glamoroso como Crocket e Tubbs. E recordo pouco dos seus 122 episódios (em 5 temporadas, exibidas entre Setembro de 1984 e Janeiro de 1990, na sua tournée inicial no canal NBC) porque cá por casa creio que se mudava para a RTP2 para ver alguma outra coisa (ainda tenho que descobrir). Talvez também por isso sempre tenha tido algum desinteresse e aversão a filmes e séries que lidam com máfia e tráfico de droga (estou olhando para ti, "O Polvo"...). Mas isso não impede que actualmente esteja a tentar completar a colecção de calendários de bolso. A série foi concebida por Anthony Yerkovich, mas o produtor executivo Michael Mann (realizador e argumentista de séries de TV e cinema) foi essencial para estabelecer a direcção que a série tomaria.
Outro elemento importante para o sucesso de Acção em Miami foi a banda sonora, recheada de canções de êxito, e claro, de temas instrumentais originais, criados em sintetizador, como por exemplo, o do genérico, a mais famosa música do compositor checo  Jan Hammer:




Além de transformar Don Johnson num sex symbol, toda a estética (e moda) da série marcou a década de 80. Foi decidido por exemplo, que para manter todo o tom de cores pastel não seriam filmadas as cores vermelhas e castanhas, "mandamento sagrado" que foi respeitado nas primeiras temporadas.

Voltando ao departamento musical, além do recurso a muita música contemporânea para ilustrar as sequências quase videoclip dos episódios outro tema incidental de Jan Hammer se destacou, o “Crockett’s Theme”:




Recordo este tema numa daquelas compilações de covers manhosas de bandas sonoras que saíram em CD nos anos 90. Existe uma enciclopédia online, mantida por fãs, que lista as dezenas de canções por temporada: "Miami Vice - Season 1 Music".



"Sonny" Crocket é o polícia durão, mas de bom coração, que depois de uma lesão arruinar a sua carreira no futebol americano, e servir no Vietname, entra para a polícia e mais tarde para o departamento de agentes infiltrados. E foi durante uma missão para capturar um perigoso senhor da droga que se encontrou com o seu futuro parceiro, Ricardo Tubbs, um agente à paisana de Nova Iorque, em busca de vingança pelo assassinato do irmão. O aprumo de Tubbs contrasta com a personalidade e estilo mais informal de Crocket.

Além da dupla protagonista, Edward James Olmos ("Blade Runner") desempenhou o papel do Tenente Castillo, o austero chefe do departamento; e Saundra Santiago foi a destemida detective Gina Calabrese. A minha teoria que ela inspirou a revista para adultos mais famosa de Portugal caiu por terra porque a revista "Gina - Histórias Sexy Internacionais" precedeu a série em uma década... Mas Crocket partilhou com Gina algumas "Histórias Sexy Internacionais", depois do mesmo se divorciar, claro. Também foram presença frequente ao longo da série a colega da detective Gina, Trudy Joplin (Olivia Brown), e dois detectives: Stan Switek (Michael Talbott), Larry Zito (John Diehl). A Wikipedia tem uma extensa lista de todos os artistas convidados que se passearam pelo ecrã: "Guest appearances".


Gradualmente as regras de cores da primeira temporada foi sendo ocasionalmente mandada às urtigas, e as temporadas finais, com audiências a descer - incapazes de competir num novo horário com o mega-êxito Dallas - viram aumentar "a escuridão" das cores, mas principalmente dos temas e das cenas, mais violentas, que não caíram bem com os fãs. Depois de um retrocesso a meio do caminho na temporada 4, a temporada final ainda ficou mais violenta e com menor humor.

Em 2006 “Miami Vice” virou filme (realizado por Michael Mann), completando o círculo, visto que “Acção em Miami” primeiro foi concebido como um filme e depois convertido para um episódio piloto chamado “Gold Coast”. Planeio aproveitar as repetições na RTP Memória para actualizar o meu conhecimento de “Acção em Miami”.

Texto original:

"Enciclopédia de Cromos TUMBLR - Acção em Miami - Miami Vice (1984-89)".


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