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quinta-feira, 5 de outubro de 2017

Blade Runner - Perigo Iminente (1982)



Pela sinopse "agente caça androides renegados num futuro sombrio" estariamos na presença de algum filmeco feito com cinco tostões, o guarda roupa e cenários roubados do Mad Max ou algum spaguetti italiano.
É lento, com várias camadas de complexidade e necessita que o espectador lhe preste atenção. É o meu filme favorito de sci-fi de todos os tempos? Não. Mas reconheço as qualidades e os motivos porque plateias que habitualmente desprezam o género de ficção cientifica colocaram "Blade Runner" no pedestal. Um pouco como "2001: Odisseia no Espaço". Tecnicamente é uma maravilha visual e sonora, criando um universo futurista-noir credível na Los Angeles do ano 2019, uma data muito distante na estreia da fita, 25 de Junho de 1982. Era bem mais novo quando vi o filme, mas incomodou-me os problemas com o ritmo e o desenrolar da narrativa, ora lenta ora brusca e confusa. Planeio rever novamente, mas na versão final - por agora - de entre as diversas versões e cortes existentes no mercado nas ultimas décadas. 
Antes do filme conheci o tema da icónica banda sonora de Vangelis nalguma daquelas compilações de clássicos de músicas para cinema. Por altura da estreia, apesar de encabeçado por uma das maiores estrelas de cinema, o público não se interessou e a crítica dividiu-se, mas rapidamente o filme se tornou objecto de culto, pela experiência e pelos temas que aborda.
Harrison Ford é Rick Deckard, um "blade runner" reformado, um agente caçador de andróides (como no título brasileiro), as criações não robóticas mas orgânicas que parecem humanos e que começam a questionar e protejer a sua curta existência como seres vivos inteligentes escravizados pelos humanos. A missão de Deckard é encontrar e eliminar grupo de androides que fugiu para a Terra em busca do seu criador na Tyrell Corporation. A Los Angeles da segunda década do século XXI é uma cidade sobrepopulada, suja e iluminada por neons publicitários. A estética dos arranha-céus e pirâmides gigantes casa bem com os carros voadores. Reina a poluição e degradação por um lado e multiculturalidade, e exploração espacial por outro. Fora as sequências aéreas de L.A., a cena mais famosa porventura será os ultimos momentos do andróide Roy Batty (Rutger Hauer) e o seu monólogo "I've seen things you people wouldn't believe. Attack ships on fire off the shoulder of Orion. I watched C-beams glitter in the dark near the Tannhauser gate. All those moments will be lost in time... like tears in rain... Time to die." [Vídeo], criado pelo actor e aprovado pelo realizador Ridley Scott ("Alien").

"Diário de Lisboa" [25-02-1983]
Segundo este poster, estreou em Portugal no dia 25 de Fevereiro de 1983, (algúm tempo depois da sua exibição no Fantasporto 83 onde foi nomeado para "Prémio Internacional de Melhor Filme Fantástico") com o selo "Filme de Qualidade" e interdito a menores de 13 anos
"Los Angeles, 2019.
O Homem criou o seu próprio semelhante...
Destrui-lo é agora o seu problema."
Além dessa sinopse este cartaz nacional incluia uma chamada de atenção para o seu actor protagonista:
"Harrison Ford. Foi capitão em "A Guerra das Estrelas", foi um "Salteador da Arca Perdida", agora é: Blade Runner - Perigo Iminente."

A crítica de Jorge Leitão Ramos aponta as fraquesas do argumento e da filosofia metida a martelo num filme visionário, mas acaba por declarar que "Blade Runner é um filme inesquecível. Embora seja um filme falhado.". "A gente, na memória, não guarda histórias, guarda imagens.".

Na ficha técnica é feita referência á origem do argumento, a novela "Do androids dream of electric sheep?" (1968) do inimitável Philip K .Dick, o responsável de livros como "We Can Remember It for You Wholesale" (adaptado mais tarde como "Desafio Total"), "Minority Report", "O Homem do Castelo Alto" ou "Ubik". P.K.D. não imaginava decerto a influência que um filme baseado na sua história influenciaria tantos realizadores, criativos e espectadores várias décadas depois da sua chegada ao grande ecrã. Em 2017 viu finalmente a luz do dia uma continuação, "Blade Runner 2049".

Entre as minhas gravações, recuperei um excerto sobre o filme no programa dos anos noventa "Não me lembro, era pequeno...":


No nosso país, a clássica revista de banda desenhada dedicou a capa e uma página do "Mundo de Aventuras Nº 496" á adaptação do filme a histórias de quadradinhos, desenhada por Al Williamson:



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2 comentários:

  1. Muito bom filme! Um dos meus preferidos também foi a sequela de Blade Runner por que usou elementos clássicos dos filmes do gênero. Você deve ver também. Mais que filme de ficção, esse filme é de suspense, todo o tempo tem a sua atenção e você fica preso no sofá. Eu li na Blade Runner 2049 critica que teve muito sucesso. Gostei muito da história por que não é tão previsível como outras. Recomendo, você vai gostar. É algo muito diferente ao que estávamos acostumados a ver. Para uma tarde de lazer é uma boa opção.

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  2. Boa noite.
    Encontrei no youtube o spot televisivo que passou na RTP do filme Blade Runner
    quando estreou nos nossos cinemas em Portugal em 1983:
    Blade Runner. Tráiler promo TV Portugal, 1883
    Cumpts.
    João Mestre (Beja)

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