Antes do mais, devo dizer que a "minha" série "Missão: Impossível" não é a original dos anos 60 e 70 (1966-1973), embora também a tenha visto quando foi reposta por cá na RTP2 há uns anos, creio que em finais dos anos 90 ou inícios deste século, mas sim uma remake actualizada de duas temporadas de 1988 a 1990, que passou na RTP1 em horário nobre no início dos anos 90. Ao que parece, a cadeia americana ABC teve a ideia de fazer esse remake por causa de uma greve de argumentistas de 1988 que dificultou a recepção de novos guiões para a grelha da rentrée desse ano, e decidiu reabilitar a série, que contou de novo com Peter Graves no papel de Jim Phelps e que entre outros, tinha no elenco Jane Badler, a inesquecível Diana, a extraterrestre apreciadora de ratazanas, de "V - A Batalha Final", como um dos agentes da equipa. Como as despesas de produção desse modo assim o compensavam, essa remake actualizada de "Missão Impossível" foi toda filmada na Austrália.
Se hoje em dia, Hollywood parece não querer fazer outra coisa senão remakes e revisitações de tudo e de mais um par de botas, nos anos 90 as coisas não eram bem assim. Por exemplo, não era incomum que alguns filmes fossem convertidos em séries de televisão ("M.A.S.H." era então o caso mais célebre) mas o inverso era coisa rara, senão nunca vista. Por isso, havia muita expectativa quanto a uma adaptação cinematográfica da série "Missão:Impossível", sobretudo por ter Tom Cruise no papel principal e o consagrado Brian De Palma como realizador.
Cruise é Ethan Hunt, um dos agentes da IMF reunidos por Jim Phelps (Jon Voight) para uma missão, onde também participa Claire (Emmanuelle Béart), a esposa de Phelps. O que parecia ser uma missão relativamente simples - recuperar uma lista secreta de agentes da embaixada americana em Praga - acaba em desastre com todos os agentes mortos excepto Hunt. Este descobre que a missão era um embuste para apanhar um traidor dentro da IMF e que foi tramado para que se pensasse que fosse ele. Decidido a resolver o mistério e a limpar o seu nome, Hunt aposta no jogo duplo, aceitando a proposta de Max (Vanessa Redgrave), uma negociante de armas que esteve em contacto com o verdadeiro traidor sob o nome de código de Job, em entregar-lhe a lista dos agentes da IMF em troca de dinheiro e da verdadeira identidade de Job.
Com a ajuda de Claire, que afinal está viva, e de dois agentes dispensados da IMF, Luther Stickett (Ving Rhames) e Franz Krieger (Jean Reno), Hunt concretiza o seu plano e eventualmente, conclui que Phelps é o verdadeiro traidor e que Claire e Kriegel serão seus cúmplices, correndo contra o tempo para limpar o seu nome e denunciar aqueles que o atraiçoaram.
Do elenco fizeram também parte Kristin Scott Thomas, Emilio Estevez, Ingeborga Dapkunaité e Henry Czerny.
Do elenco fizeram também parte Kristin Scott Thomas, Emilio Estevez, Ingeborga Dapkunaité e Henry Czerny.
A adaptação cinematográfica de "Missão: Impossível" foi um grande sucesso de bilheteira, sendo o terceiro filme de maior sucesso de 1996. Tom Cruise, que andava até então mais interessado em papéis dramáticos com Óscar fisgado, reabilitou o seu estatuto como action hero. Desde então, já desempenhou o papel de Ethan Hunt em mais quatro sequelas. Porém também houve algumas críticas quanto às poucas ligações com a série original e a falta de densidade do argumento e vários dos actores da série original lamentaram o facto de Jim Phelps, o protagonista original, ser o vilão do filme. (Por esse mesmo motivo, Peter Graves declinou o convite para recuperar a personagem no filme).
A cena mais célebre do filme é aquele em que Ethan Hunt suspenso por cordas a aceder à lista dos agentes da IMF numa sala de segurança hipermáxima onde basta que uma gota de suor caia ao chão para accionar os alarmes. Cena essa que foi depois amplamente replicada e parodiada, por exemplo por Ben Stiller e Jeaneane Garofalo nos MTV Movie Awards desse ano.
Outro aspecto do sucesso do filme foi a banda sonora (ainda que apenas cinco das quinze músicas do álbum tivessem sido usadas no filme), nomeadamente a readaptação do tema original da série, da autoria de Lalo Schiffrin, por parte de Adam Clayton e Larry Mullen Jr. dos U2. Essa nova roupagem do tema foi um hit global e tem sido desde então usado em várias imitações e paródias da "Missão Impossível".
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