E já agora, porque não também recordar o segundo opus da saga "Karate Kid"? Até porque esta primeira sequela teve ainda mais sucesso em termos de bilheteira e um tema principal ainda mais famoso. Eu vi os dois primeiros "Karate Kid" na "Sessão da Noite", o mítico espaço de cinema das sextas-feiras da RTP 1 que durou entre 1990 e 1993 e onde quase sempre podia-se esperar um bom filme para começar bem o fim-de-semana. E não tenho bem a certeza mas estou em crer que os "Karate Kid" 1 e 2 até deram em semanas consecutivas.
No entanto, nunca vi a terceira parte de 1989, nem o quarto tomo de 1994 onde Hilary Swank era a nova discípula de Miyagi nem o reboot de 2010 com Jaden Smith e Jackie Chan. Mas algo me diz que não perco nada por não ver esses filmes...
"Karate Kid - O Momento da Verdade: Parte 2" voltava a ter John G. Avildsen ao leme da realização e Ralph Macchio e Pat Morita como Daniel Larusso e Mr. Miyagi. Este segundo filme começa onde o primeiro filme acabava. Depois de vencer o torneio de karaté, Daniel é atacado por um desvairado John Kreese (Martin Kove), o mestre dos Cobra Kai, no parque de estacionamento mas Miyagi neutraliza-o e humilha-o à frente dos discípulos. (Aliás, esta era a última cena do primeiro filme no guião original, tendo sido reaproveitada para a sequela.)
Seis meses depois, Miyagi recebe uma carta a dizer que o seu pai está às portas da morte. Daniel acompanha o seu mentor até à sua terra natal na ilha japonesa de Okinawa e fica a saber a razão pela qual Miyagi deixou o Japão. Na sua juventude era apaixonado por Yumie, que apesar de lhe corresponder, estava prometida em casamento a Sato, o melhor amigo de Miyagi. Quando Sato soube das suas intenções, tomou isso como uma traição e desafiou-o para um combate até à morte. Em vez de combater, Miyagi decidiu fugir para os Estados Unidos.
Mal chegam a Okinawa, Daniel e Miyagi percebem logo que o rancor de Sato (Danny Kamekona) continua forte, ao caírem numa emboscada organizada pelo seu sobrinho Chozen (Yuji Okumoto), que se revela um brutamontes que faz Johnny Lawrence do primeiro filme parecer inofensivo. Chozen e seus esbirros provocam vários confrontos com Daniel enquanto Sato insiste com Miyagi para levarem a cabo o combate invocado há vários anos.
Na aldeia, Daniel e Miyagi são recebidos por Yumie (Nobu McCarthy), que recusou casar-se com Sato por amor a Miyagi, e pela sobrinha desta, Kumiko (Tamlyn Tomita). Uma vez que Ali, o seu interesse amoroso do primeiro filme, entretanto o tinha trocado por outro, Daniel encanta-se com Kumiko e os dois vivem momentos românticos. Yumie e Kumiko contam-lhes que Sato tornou-se um rico industrial que deu cabo dos pequenos negócios piscatórios da região e que apoia as manobras corruptas e aterrorizadoras do gang de Chozen.
Após as honras fúnebres ao seu pai, Miyagi aceita combater com Sato à condição de que ele devolva as terras que saqueou aos aldeões, qualquer que seja o resultado. Mas no dia do combate, um tufão assola a ilha. Depois de ser salvo pelo ex-amigo quando fica preso nos escombros do seu dojo, Sato perdoa Miyagi e ajuda este e Daniel a auxiliar a população da aldeia. Já Chozen recusa prestar auxílio e mesmo deserdado pelo tio, não desiste da sua vingança contra Daniel, raptando Kumiko e desafiando-o para um combate. No confronto final, Daniel vence graças à técnica secreta da família Miyagi.
Embora com críticas menos favoráveis que as do primeiro filme, o segundo "Karate Kid" teve ainda mais sucesso comercial. Além do interesse em acompanhar a nova aventura dos dois protagonistas, outro factor do sucesso do filme foi sem dúvida o tema principal, "Glory Of Love" de Peter Cetera, que foi um dos grandes hits internacionais de 1986 e foi nomeado para o Óscar de Melhor Canção, sendo ainda hoje a mais famosa canção a solo do vocalista dos Chicago. E tal como o tema "You're The Best" do primeiro filme tinha sido originalmente pensado para "Rocky III", "Glory Of Love" esteve quase para ser usado em "Rocky IV".
Apesar de já ter tido uma carreira activa no cinema e na televisão ("Happy Days", "M*A*S*H"), foi a franchise de "Karate Kid" que fez de Noryuki "Pat" Morita uma estrela. Até à sua morte em 2005, Morita continuou a representar, ocasionalmente parodiando o seu papel mais famoso, como por exemplo no videoclip de "Movies" dos Alien Ant Farm (2001). Curiosamente, Morita nunca tinha praticado artes marciais e aprendeu de propósito para estes filmes.
E pergunto-me se ainda hoje há muito jovem enfezado por esse mundo fora que, devido à saga "Karate Kid", terá procurado por um velhote asiático em restaurantes ou lojas dos chineses que lhes ensinasse artes marciais para enfrentarem os bullies das redondezas.
Trailer:
"Glory Of Love" Peter Cetera
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