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sábado, 8 de agosto de 2015

Coyote Bar (2000)

por Paulo Neto

Como nem de só de altas referências culturais vive o homem, eu não tenho grandes pudores em admitir os meus gostos mais xaroposos ou azeiteiros. Por exemplo, venho por este meio confessar que sou fã do filme "Coyote Bar", o primeiro chick-flick do novo milénio. E não apenas por este ser protagonizado por uma mão-cheia de beldades.


Estreado em 2000, "Coyote Bar" foi realizado por David McNally e produzido pelo renomeado Jerry Bruckheimer. A ideia para o filme surgiu a partir de um artigo de 1997 para a revista GQ, escrito por Elizabeth Gilbert (a autora de "Comer Orar Amar") sobre um bar no East Village de Nova Iorque, o Coyote Ugly Saloon, que começava a tornar-se bastante popular devido à sensualidade das trabalhadoras e todo o tipo de proezas que por lá se passavam. Tal como é explicado no filme, o termo "coyote ugly" significa acordar junto a alguém tão feio ao ponto de ser preferível cortar um braço e ir-se embora em silêncio do que acordar essa pessoa. (Os coiotes por vezes cortam à dentada as suas patas presas nas armadilhas para fugirem). 



Violet Sanford (Piper Perabo) é uma jovem que ruma de uma pequena cidade de Nova Jérsia até Nova Iorque para realizar o seu sonho de ser uma compositora de sucesso. Mas cedo percebe que as coisas estão longe de serem fáceis, com as portas das editoras a serem-lhe fechadas sem cerimónia e sendo alvo de um assalto ao seu apartamento. Um dia, ela ouve três jovens a falarem do muito dinheiro que ganham em gorjetas no seu trabalho no bar Coyote Ugly e que uma delas, Zoe (Tyra Banks), vai deixar o bar para ir estudar Direito. 




Violet apresenta-se junto da dona do bar, Lil (Maria Bello), para se candidatar à vaga e esta propõe-lhe uma audição no bar. Apesar de alguns lapsos e das rasteiras da insolente Rachel (Bridget Moynahan), Violet acaba por conseguir o emprego e deixa-se contagiar pelo ambiente frenético do bar, onde as trabalhadoras passam mais tempo em cima do balcão do que atrás dele. Além de Lil e Rachel, no bar também trabalha a sensual Cammie (Izabella Miko) de quem Violet se torna amiga. 
Entretanto, Violet apaixona-se por Kevin O'Donnell (Adam Garcia), um garboso australiano que a ajuda a superar o stagefright que aparentemente ela herdou da sua falecida mãe. Mas quando o louco estilo de vida do trabalho no bar começa a prejudicar as relações de Violet tanto com Kevin como com o seu pai Bill (John Goodman), a jovem vê-se numa encruzilhada que pode deitar tudo a perder. Mas no fim, acaba por realizar os seus sonhos quando uma das suas canções é gravada pela estrela country LeAnn Rimes e a boa notícia é celebrada por todos no Coyote Ugly. 



Além de Rimes, o filme conta com cameos de Johnny Knoxville e do realizador Michael Bay. No filme também pode ser vista a banda The Calling a interpretar "Wherever You Will Go", que se tornaria um hit dois anos mais tarde. 

Apesar das críticas negativas, "Coyote Bar" foi um sucesso de bilheteira e ganhou desde então lugar de destaque na categoria de "chick-flicks". Apesar de não ser brilhante, acho que é um filme que entretém bastante bem, com a sua estrutura de conto de fadas moderno e quando o apanho a ser transmitido na televisão, geralmente fico a vê-lo. O filme não só gerou um franchising do bar original (que actualmente conta com vinte e dois bares, nos Estados Unidos, Alemanha, Rússia e Roménia), como à criação de vários bares semelhantes um pouco por todo o mundo. 

Onde também "Coyote Bar" venceu foi na música, com o tema "Can't Fight The Moonlight" interpretado por LeAnn Rimes a ser um hit global, tendo sido n.º 1 em oito países. (Foi o single mais vendido de 2001 na Austrália e o 18.º mais vendido de sempre na Irlanda!) O CD da banda sonora (que eu comprei) continha mais três temas de LeAnn Rimes e clássicos dançáveis como "The Power" dos Snap!, "Unbelievable" dos EMF e "Need You Tonight" dos INXS. Um segundo álbum com mais canções do filme foi editado em 2003.


Trailer:    



"Can't Fight The Moonlight" LeAnn Rimes:



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