por Paulo Neto
Depois do sucesso de "Adão e Eva", o cinema português passou a ter maior aceitação do grande público e durante o resto da década de 90, havia pelo menos um filme nacional a registar uma grande afluência do público. Em 1996, foi o caso de "Adeus, Pai", realizado por Luís Filipe Rocha.
Filipe (José Afonso Pimentel) é um rapaz solitário de treze anos. O seu pai Manuel (João Lagarto) é um homem de negócios constantemente ocupado e ausente da vida do filho. Mas um dia, Manuel surpreende o filho ao levá-lo de férias para os Açores.
Nessas férias, Filipe vive algumas aventuras, trava amizade com Pedro (João Aboim), apaixona-se por Joana (Adriana Aboim) e sobretudo, pai e filho vão se redescobrindo e reestabelecendo a relação, embora nem sempre da forma mais confortável. Como na famosa cena em que Manuel se embaraça ao responder às questões do filho sobre sexo. Porém, no final das férias, Manuel revela que o principal motivo por que quis passar as férias com o filho é porque tem pouco tempo de vida. Mas num inesperado plot twist, o espectador acaba por descobrir que tudo isto não passou da imaginação de Filipe e que, descendo das alturas da fantasia, é tempo de voltar a encarar a realidade. Eu vi o filme na televisão e lembro-me de ficar muito baralhado com este plot twist e só algum tempo depois é que percebi.
Mas sem dúvida que "Adeus, Pai" é um filme tocante e enternecedor mas sem apelar à lágrima fácil, polvilhado com belas imagens dos Açores. João Lagarto é, como sempre, bastante competente mas sem dúvida que a estrela é mesmo José Afonso Pimentel que desde aí demonstrou que tinha bastante futuro como actor, tendo sido mesmo nomeado para o Globo de Ouro. Tal como os child actors de Hollywood, também por vezes custa acreditar que o miúdo de "Adeus, Pai" já é trintão e com uma extensa carreira no cinema e na televisão.
O elenco também incluía Natália Luísa, Laura Soveral, Lurdes Norberto e José Fanha.
Outro factor que contribuiu para o sucesso do filme foi o tema principal, "Não Vou Ficar", o primeiro tema inédito dos Delfins após o colossal sucesso do seu álbum best of "O Caminho da Felicidade".
Trailer:
Nunca vi o filme inteiro, fiquei enjoado do videoclip que passava ad nauseum na TV :D
ResponderEliminarMaravilhosa obra do cinema nacional. Para mim, é desde sempre, que o fui ver na semana de estreia nos cinemas, um filme incontornável do cinema português.
ResponderEliminarE o tema sempre o adorei (ainda hoje), confesso... apesar da displicência com que o mau hype trata os Delfins/Miguel Angelo... o tema e sobretudo a canção acentuam imenso o feeling do filme.
Para mim, marcante!
Aproveito para confessar que tenho uma cassete dos Delfins :D
EliminarE só posso atribuir esse mau hype incompreensivel à inveja/má lingua de bandas que têm sucesso, enfim. Mas este tema em especifico, como disse antes nos comentários, foi mesmo da sobre-exposição que o enjoeei :)
Nunca vi o filme mas a música dos Delfins "não vou ficar" era uma das minhas favoritas e sempre achei que se adequava bem ao filme... e sim eu gostava de delfins nessa altura! Acho que a maior parte das pessoas se lembra deste filme mesmo que não o tenham visto, teve um relevo nacional bastante grande... ah e o rapaz do filme ainda tão pequeno andava na minha escola secundária �� toda a gente o conhecia por "adeus pai"!
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